Você está na página 1de 34

Universidade José Eduardo dos Santos

Instituto Superior Politécnico do Huambo


Curso de Arquitetura

Construção e Ambiente III


Unidade I
Tema: Controlo do Ruído nos centros Urbanos

Prof. Alcino Adolfo Chipaca Cipriano


Ekolelo Arq.

Turma 201, Ano 2º. Semestre-I, 2021

Conferência-II
Construção e Ambiente III

 Objectivo Geral: Conhecer as fontes e os


mecanismos para minimizar o ruído nos centros
urbanos.
 Objectivos Específicos
 Caractrizar o meio ambiente saudável
 Estudar o ruído como factor de desconforto nos
centros urbanos;
 Caracterizar o ruído nos centros urbanos;
 Objectivos Específicos
 Classificar a propação do ruído;
 Identificar as fontes de ruído nos centros urbanos
 Identificar as soluçoes para mitigar o ruído nos centros
urbanos.
 Direito ao meio Ambiente Saudável

Antes de buscar o significado do tema em referência, é


importante ressaltar que: todo o homem tem direito
fundamental de viver em um meio ambiente saudável.
Para isso, vale atentar para o princípio número 1 da Declaração
de Estocolomo de 1972, quando afirma que: “O homem tem o
direito fundamental à liberdade, à igualdade, e ao desfrute
de condições de vida adequada em um meio cuja qualidade
lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-esta e tem a
solene obrigação de proteger e melhorar esse meio para as
gerações presentes e futuras”
Na mesma linha, o princípio 1 da Declaração do Rio de
Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992,
tem o seguinte enunciado: “Os seres humanos estão no centro
das preocupaçoes com o desenvolvimento sustentável. Tem
direito a uma vida sustentável e produtiva, em harmonia com a
natureza”
Dessa forma “ não se pode conceber a vida – com
dignidade e saúde – sem um ambiente natural saudável e
equilibrado”

E quando se fala em ambiente saudável e equilibrado,


naturalmente tem-se que falar num ambiente sossegado, ou
seja, livre da poluição sonora.
A humanidade vive numa paisagem sonora, onde cada um
dos sons que a compõe pode ser suporte de uma informação
necessária à nossa vida quotidiana:
O rumor dos passos de quem se espera, os gritos das
crianças que bricam, etc.
O som pode tranquilizar: testemunha uma presença, reforça
a aproximidade. Pode distrair: a música, o vento, os pássaros
que cantam, etc.
O som faz parte da vida.
O silêncio por si só não é um objectivo desejado.

Por oposição ao ruído que nos incomoda, o que queremos na


nossa vida em sociedade é um ambiente sonoro equilibrado.
Uma paisagem sonora á escala humana, que nos permita
usufruir do direito ao sossego.
 O ruído como factor de desconforto nos centros urbanos;

Com o desenvolvimento industrial e tecnológico, as várias


fontes de poluição ambiental têm sido causadoras de danos ao
ser humano e ao seu ambiente.

O conceito primitivo de abrigo vem se modificando a medida


que as actividades humanas tornam-se mais numerosas e
complexas.
Com o passar do tempo, as habitações passaram a ser objectos
simbólicos, representando o estilo de vida e classe sócio-
económica dos usuários.

Verifica-se hoje a desagregação entre os princípios básicos


de proteção do conforto ambiental e os elementos que
possibilitam um maior status ao usuário, como
revestimentos caros, localização em áreas nobres, etc. , muitas
vezes por exigências do próprio comprador.
Na sua maioria, os centros urbanos se caracterizam por
apresentar uma concentração excessiva de actividades sócio-
económicas nas áreas centrais.

Como consequência, verifica-se que a capacidade viária


disponivel tem fortes restrições para atender satisfatoriamente a
demanda, acentuando congestionamentos, conflitos e
acidentes de trânsito (favorecendo a poluição sonora),
desperdício do consumo energético e impactos ambientais.
 Caracterização do Ruído

O som pode ser definido como qualquer variação da pressão


atmosférica que o ouvido humano pode detectar, seja no ar,
na água ou em qualquer outro meio de propagação.
Para Filipe Agusto Vieira de Andrade, som “ é um
fenómeno de ordem física representado pela vibração ou
oscilação de agentes, coisas, materiais ou objectos que
dependendo de valores relacionados à frequência e variação
de pressão do ar atmosférico pode tornar-se detetável pelo
sistema auditivo”.
Já o ruído que significa do
latim rugitu, significando
estrondo, é definido como
um som desagradável ou
indesejável para o ser
humano.
Segundo José Eduardo Figueiredo Dias e Joana Maria
Pereira Mendes, ruído é o “ estímulo sonoro sem conteúdo
informativo para o auditor, que lhe é desagradável ou que
o traumatiza. Constitui hoje um dos principais factores de
degradação de qualidade de vida e representa, como tal,
um elemento importante a considerar no contexto da saúde
ambiental e ocupacional das populações”.
Conclui-se que, todo o som que se torna desagradavel ou
indesejavel ao receptor é denominado ruído. Portanto, a
diferença entre som e ruído depende de cada indivíduo, sua
formação sociocultural e seu estado emocional.

A caracterização do ruído pode ser feita através da frequência


( baixa- sons graves; média; alta – sons agudos) e da sua
amplitude medida em termos do “nível de pressão sonora.
 Caracterização do ruído

A caracterização do ruído pode ser feito por:


Infrasons- que variam de 0 à 20 hz (baixas frequencias;
sons graves);
Audíveis– que variam de 20-200–20000 hz (frequências
médias);
Ultrasons- que variam de 20000-150000 hz (altas
frequencias; sons agudos)
A unidade utilizada para medir o som é o decibel,
simbolizado por dB. Como o ouvido humano não é
igualmente sensivel a todos as faixas de frequência,
representa-se a audibilidade humana utilizando-se o dB (A).

O dB(A) é o nível de pressão ponderado que descreve a


sensação com que efectivamente o ser humano percebe
determinado ruído.
Escala do decibel (db)
1. No campo à noite (raramente os níveis de pressão sonora
passam dos 30 dB) “A”, isto é varia de 0 – 30 dB;

2. no campo durante o dia a pressão sonora é de 40 dB;


3. escritório movimentado, atenção: sons agudos e de curta
duração, mesmo de fraca amplitude, podem tornar-se
particularmente incomodativos, a pressão sonora é de 60 dB;
4. estradas. a pressão sonora é de 65 a 90 dB;
5. concerto de música rock (em alguns casos podem observar-
se ruídos de amplitudes ainda maiores), a pressão sonora é de
100 dB;
6. foguetão, reactores, podem atingir uma pressão sonora de
120 dB.
o ruido não é estacionário ao longo do tempo. Assim sendo,
quando se pretende, por exemplo, caracterizar o ruído de
tráfego rodoviário, uma medição instantânea do seu valor não é
suficiente. apenas uma medida obtida após um tempo de
medição adequado, será efectivamente representativo.
O equipamento mais utilizado na caracterização de um ruído é o
sonómetro com análise em frequência. o sonómetro mede o
nível de pressão sonora ponderado “A”, permitindo assim a
obtenção de um valor que corresponde à sensação com que o ser
humano percebeu o ruído em análise.
Quando o sonómetro possibilita a realização de análises em
frequência, a avaliação do ruído é ainda mais precisa, já que
para além de respectiva amplitude, tambem a sua
“qualidade” fica determinada.
O sonómetro permite a obtenção de diversos indicadores de
ruído:
instantâneos;
médios;
estátísticos ou níveis percentis (exemplo L95, L50, L10)
máximos, mínimos (lmax, lmin).
lmax- nível de pressão sonora máximo registado no intervalo de
tempo de medição;
lmin- nível de pressão sonora mínimo registado no intervalo de
tempo de medição;
L10- nível de pressão sonora que foi excedido durante 10% do
tempo de medição.

L50- nivel de pressão sonora que foi excedido durante 50% do


tempo de medição.
L95- nível de pressão sonora que foi excedido durante 95% do
tempo de medição;
leq- indicador aceite e utilizado internacionalmente como o mais
representativo do ruído num determinado local e durante um
certo intervalo de tempo; denomina-se por nível sonoro
contínuo que é sempre representado a um intervalo de
tempo.
 Como se propaga o ruído?

O ruído diminui com a distância do receptor à fonte sonora,


propagando-se até atingir um obstáculo. Perto de um solo
absorvente (por exemplo: solo cultivado, floresta) o ruído
propaga-se com dificuldade;
Contrariamente, um solo refletor (por exemplo: piso
asfaltado, calçada) facilita a propagação.
Quando o ruído atinge um
obstáculo, uma parte é
refletida e a restante é
absorvida, dissipando-se
sob a forma de calor,
sendo, eventualmente
transmitida através do
obstáculo.
A pressão sonora, num determinado ponto, para além de
depender das características da (s) fonte (s), depende das
características da envolvente, nomeadamente de absorção,
de reflexão e de transmissão para os outros locais.
Para além da distância e do tipo de solo, os outros factores que
condicionam a propagação do ruído, contribuindo para a sua
atenuação, são:
A absorção atmosférica;
A morfologia e a altimetria do terreno;
A existência de obstáculos (por exemplo: muros, edifícios);

 As condições meteorológicas ( por exemplo: direcção e


velocidade do vento, variações de temperatura e humidade
relativa do ar);
 Propagação do ruído no caso de uma fonte pontual

Numa fonte sonora pontual a atenuação do ruído é da ordem dos


6 db (a) por duplicação da distância a fonte.
Uma fonte sonora pontual radia energia sonora de uma forma
mais ou menos identica em todas as direcções (ondas sonoras
esféricas). Ex. Martelo electrico
Em termos de ruído de tráfego rodoviário, admitimos que um
veículo que se comporta como uma fonte pontual, emite ondas
sonoras em todas as direcções com a mesma amplitude.

Você também pode gostar