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Geração e Distribuição de Energia

Usina nuclear
• Existem hoje 440 reatores em funcionamento em 32 países, incluindo
o Brasil. China e Índia pretendem construir novos reatores, assim
como Estados Unidos, Reino Unido e Finlândia.

• A América do Sul possuí apenas 4 Usinas em funcionamento, sendo o


Brasil detentor de duas: Angra I e II, estando atualmente ainda em
processo para a construção de Angra III.

• A Eletronuclear administra Angra I e II que juntas, o que representa


aproximadamente 3% da produção total da energia no Brasil.
A instalação de usinas nucleares em território nacional foi decidida no
final da década de 60.
Com elas, o Governo Federal pretendia adquirir conhecimento sobre a
nova tecnologia que se expandia rapidamente pelo mundo e, ao mesmo
tempo, resolver um problema localizado: a necessidade de
complementação térmica para o suprimento de eletricidade ao Rio de
Janeiro. 

A construção de Angra I teve início em 1972, com tecnologia da norte-


americana Westinghouse (empresa norte-americana de energia).
Três anos depois, em 1975, o país assinou com a República Federal da
Alemanha o Acordo de Cooperação para o Uso Pacífico da Energia
Nuclear. Em julho do mesmo ano, adquiriu as usinas de Angra II e Angra
III da empresa Kraftwerk Union A.G. – KWU, subsidiária da Siemens,
também alemã. 
• Em 2007, Angra I e Angra II responderam por 2,5% da produção total
de energia elétrica no país, que foi de 12,3 terawatts-hora (TWh).
• Atualmente as usinas Angra 1 e 2 são responsáveis pela produção de
3% da energia consumida no país (para comparação, a usina
hidrelétrica de Itaipu gera 15%).

• Angra 1 entrou em operação comercial em 1985 e, Angra 2, em 2001. A


construção de uma terceira usina, Angra 3, foi iniciada há 35 anos, tem
62% das obras executadas, mas atualmente o canteiro encontra-se
paralisado.

• As obras, contudo, não foram retomadas até 2013 para o cumprimento


de uma série de trâmites, como o licenciamento ambiental e garantias
para a redução da possibilidades de acidentes. A previsão é que até
2026 a usina entre em operação.
• Maior Usina Nuclear do
Mundo:
A maior usina nuclear do
mundo é a Tokyo Eletric Power
Company, que está instalada
no Japão a cerca de 300
quilômetros de Tóquio. A
usina foi fechada em 2011
após a ocorrência de um
terremoto seguido de tsunami
que avariou a usina de
Fukushima.
Em decorrência do desastre, o
Japão fechou 50 reatores e
mergulhou em uma crise de
geração de energia.
Cerca de uma hora depois do tremor, a usina de Fukushima foi atingida
pelo tsunami.
Segundo informações do governo japonês, houve vazamento radioativo,
mas os reatores estão preservados.
Os níveis de radiação no entorno da usina superaram em oito vezes o
limite de segurança, forçando a evacuação da população em um raio de
20 km ao redor da usina.
De onde vem a Energia Atômica?
Os átomos são partículas minúsculas que formam tudo o que
conhecemos, toda a matéria do universo. Cada átomo vem de um
elemento e a mistura deles compõe as coisas.

Pense na água (H2O): ela é formada por 3 átomos, sendo 2 do


elemento hidrogênio e 1 do elemento oxigênio. 

Com o avanço das tecnologias, os cientistas tentavam explicar


como seria a estrutura desse átomo. Bohr foi o cientista que criou o
modelo mais aceito.
Ele dizia que o átomo tem três partes: os prótons (carga positiva),
nêutrons (carga neutra) e os elétrons (carga negativa).
A forma do átomo todo seria como um sistema solar: existe um
sol no meio (prótons + nêutrons) e vários planetas orbitando em
volta dele (os elétrons). Por isso dizemos que o núcleo é positivo e
os elétrons são negativos (os opostos se atraem).
Os elétrons são as partes separadas que contém muita energia (a
movimentação de vários elétrons gera corrente elétrica). 

Agora pense: se eles são tão intensos assim, é preciso muita força
para mantê-los “presos” orbitando ao redor do núcleo. 
Por isso, o núcleo possui uma concentração de energia altíssima,
imóvel ali dentro, equilibrando as cargas dos vários elétrons e não os
deixando sair. Assim, o átomo existe porque é regido por forças e
são elas que compõem a Energia Nuclear.

Cada elemento possui um átomo com uma determinada quantidade


de prótons, nêutrons e elétrons. Chamamos de reação nuclear o
processo que modifica o núcleo atômico de um elemento,
transformando-o em um novo elemento.
A energia nuclear, também chamada atômica, é obtida a partir da fissão
do núcleo do átomo de urânio enriquecido, liberando uma grande
quantidade de energia. (O Urânio é o principal elemento usado para
obter Energia Nuclear e ele possui alguns isótopos radioativos
(tóxicos)).

Os núcleos que têm muitos nêutrons não ficam tão estáveis, então
sofrem o que chamamos de decaimento radioativo natural.

• A fissão nuclear, onde o núcleo atômico se divide em duas ou mais


partículas;
• A fusão nuclear, na qual dois ou mais núcleos se unem para produzir
um novo elemento.
A fissão do átomo de urânio é a principal técnica empregada para a
geração de eletricidade em usinas nucleares.
Fusão Nuclear é a junção de átomos que têm núcleos leves. Da
junção desses átomos, resulta um átomo com núcleo mais pesado.
• Fases de uma Usina Nuclear:
Uma usina nuclear é formada basicamente por três fases, a primária, a
secundária e a refrigeração.
Como funciona uma usina nuclear?
O princípio que faz uma usina nuclear funcionar é a utilização do
calor, por isso elas também são chamadas de
usinas termonucleares. Sua função é gerar eletricidade usando
o calor que vem da energia liberada nas reações atômicas.
• No sistema primário, a água é utilizada para resfriar o núcleo do
reator nuclear.
• A fissão dos átomos de urânio dentro das varetas do elemento
combustível aquece a água que passa pelo reator a uma
temperatura de 320 graus Celsius.
• Para que não entre em ebulição – o que ocorreria normalmente
aos 100 graus Celsius -, esta água é mantida sob uma pressão
157 vezes maior que a pressão atmosférica. 
É um conceito de projeto que envolve a criação de sucessivas
barreiras físicas que mantêm a radiação sob total controle.
1 – As pastilhas de dióxido de urânio possuem uma estrutura
molecular que retém a maior parte dos produtos gerados na fissão.
2 – As varetas que contêm as pastilhas são seladas e fabricadas com
uma liga metálica especial.
Geralmente, as usinas nucleares são construídas por um envoltório
de contenção feito de ferro armado, concreto e aço, com a finalidade
de proteger o reator nuclear de emitir radiações para o meio
ambiente.
3 - O vaso do reator funciona como uma barreira estanque. 

4 – A blindagem radiológica permite que os trabalhadores possam


acessar áreas próximas ao reator.

5 – O envoltório de aço especial, com 3 centímetros de espessura,


é projetado para resistir ao mais sério acidente. 

6 – O envoltório de concreto, com 70 centímetros de espessura,


conterá qualquer material caso as demais barreiras falhem.
O gerador de vapor realiza uma troca de calor entre as águas deste
primeiro circuito e a do circuito secundário, que são independentes
entre si.
Com essa troca de calor, a água do circuito secundário se transforma
em vapor e movimenta a turbina - a uma velocidade de 1.800 rpm -
que, por sua vez, aciona o gerador elétrico. 

Esse vapor, depois de mover a turbina, passa por um condensador,


onde é refrigerado pela água (fria), trazida por um terceiro circuito
independente.
A existência desses três circuitos impede o contato da água que passa
pelo.

Uma usina nuclear oferece elevado grau de proteção, pois funciona


com sistemas de segurança redundantes e independentes (quando
somente um é necessário)
Impacto no meio ambiente causado pelas usinas nucleares:
O uso da energia nuclear para obter eletricidade tem dois graves
inconvenientes.

1. O risco de ocorrerem acidentes:


O vazamento de material radioativo pode ter consequências nefastas
para a população circundante.
Além disso, quando o acidente é grave, como o que ocorreu em
Chernobyl (Ucrânia) em 1986, a contaminação radioativa pode estender-
se por vários continentes.
2. A produção de resíduos radioativos:
Os resíduos radioativos produzidos pelas usinas nucleares podem
continuar agindo intensamente por milhares, milhões ou bilhões de
anos, dependendo de sua origem.
Atualmente, esses resíduos são colocados no interior de contêineres
revestidos internamente de chumbo e são enterrados em escavações
profundas, ou lançados no meio do oceano.

Por que, então, a energia nuclear segue sendo utilizada?


A resposta é simples: por que em muitos países os recursos hídricos,
ou as outras fontes de energia clássicas, são insuficientes para
responder à sua demanda
Aspectos positivos da energia nuclear:

- As reservas de energia nuclear são muito maiores que as reservas de


combustíveis fósseis;

- Comparada às usinas de combustíveis fósseis, a usina nuclear requer


menores áreas;

- As usinas nucleares possibilitam maior independência energética para


os países importadores de petróleo e gás;

- Não contribui para o efeito estufa.


Aspectos negativos:

- Os custos de construção e operação das usinas são muito altos;

- Possibilidade de construção de armas nucleares;

- Destinação do lixo atômico;

- Acidentes que resultam em liberação de material radioativo;

- O plutônio 239 leva 24.000 anos para ter sua radioatividade reduzida
à metade, e cerca de 50.000 anos para tornar-se inócuo.
Angra 1 e Angra 2 têm reatores diferentes do usado em
Chernobyl:
As usinas brasileiras são de um tipo diferente de Chernobyl. O reator
usado em Angra 1 e Angra 2 é chamado PWR, onde o processo de
fissão é controlado com água pressurizada. É o tipo de reator mais
utilizado no mundo.

Já o reator de Chernobyl usava grafite para controlar o processo.


Depois de uma explosão de vapor, o grafite incendiou, enviando
radioatividade para atmosfera. O fogo demorou oito dias para ser
controlado.
São tecnologias completamente diferentes. O acidente que ocorreu em
Chernobyl é impossível de ocorrer em um reator PWR, porque água
não pega fogo.
Em Angra 1, só a tampa do reator pesa cerca de 40 toneladas. Ela
teve que ser trocada, porque se descobriu que o material de que era
feita era suscetível à corrosão sob tensão. Não havia nenhum sinal
de deterioração, mas por medida de segurança, foi substituída.

O Brasil, porém, não tem histórico de terremotos e maremotos.


Mesmo assim, após o acidente de Fukushima, a Eletronuclear fez
verificações de segurança em Angra, reavaliando a capacidade da
estrutura de lidar com intempéries naturais
• Combustível usado continua radioativo e precisa ser armazenado:

Depois de usado, o combustível continua extremamente radioativo. Por


isso, precisa ser armazenado em condições especiais, para evitar
vazamento e contaminação. Não se sabe por quanto tempo esse
material permanece perigoso - o prazo pode chegar a 200 mil anos.

Então, o que é feito com esse combustível usado e radioativo? "Quando


o combustível sai do reator, ele é tão perigoso que não é possível
transportá-lo. Então, a solução é fazer o armazenamento ao lado do
reator",
Dessa forma, todo o combustível já usado ao longo dos 34 anos de
operação de Angra 1 e 18 anos de Angra 2 está armazenado na
Central Nuclear de Angra dos Reis.

São colocados em duas piscinas profundas, cheias de água,


constantemente monitoradas, localizadas dentro das barreiras de
contenção que também protegem o reator.
Plano de emergência prevê evacuação de raio de 3 km:
Caso as medidas de segurança e barreiras de contenção não sejam
capazes de conter um vazamento, entra em ação o plano de
emergência.
Ele estabelece diferentes raios de ação, dependendo da gravidade do
acidente.

O primeiro raio é de 3 km ao redor da Central Nuclear, englobando


uma pequena vila de trabalhadores de Angra 1 e Angra 2, chamada de
Praia Brava, e alguns pontos da Estação Ecológica de Tamoios -
afetando em torno de 2 mil pessoas.
A cada dois anos, são realizados treinamentos de evacuação de
emergência nessa área, diz a Eletronuclear.
Esses testes contam com a participação do Exército, da Aeronáutica e
da Marinha, além da Defesa Civil do Rio de Janeiro.

Em situações mais graves, o raio de ações de emergência subiria para


até 15 quilômetros, o que inclui parte da cidade de Angra dos Reis, a
Praia de Tarituba em Paraty, e outros trechos da Estação Ecológica de
Tamoios.

"Um acidente de média proporção poderia espalhar (radiação) por um


raio maior do que isso. Mas não chegaria a São Paulo e Rio de
Janeiro", explica o professor Pinguelli.
No caso de Chernobyl, a radiação se espalhou por diversos pontos da
Europa. Isso ocorreu, em parte, devido ao incêndio prolongado e a
condições atmosféricas desfavoráveis, que levaram a radiação para
longe.

A cidade de Pripyat, a cerca de 4 km da usina nuclear, foi evacuada.


Até hoje, mais de três décadas após o acidente, existe uma zona de
exclusão de 30 km ao redor de Chernobyl, onde é proibido viver.

Além do plano de emergência, a Eletronuclear monitora os níveis de


radiação no meio ambiente ao redor das usinas. As conclusões, até
agora, são que não houve alterações.
Se por um lado algumas usinas estão se aposentando, outras estão
pedindo a expansão da licença de operação para mais 20 anos.
É o que deve ocorrer com Angra 1 em um futuro próximo. Em 2024,
expira a licença da usina. No final deste ano, a Eletronuclear espera
dar entrada em uma solicitação de extensão das atividades por duas
décadas.
A empresa entrará com o pedido de uma nova licença ainda este ano
junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
AIEA - Agência Internacional de Energia Atômica

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) é uma organização


internacional autônoma, com relações diretas com a ONU (Organização das
Nações Unidas). É voltada para o uso seguro e pacífico da energia atômica.
Ela foi estabelecida em 29 de julho de 1957 e sua sede fica na cidade de
Viena (Áustria).

São membros da Agência Internacional de Energia Atômica 172 países.


Fazem parte a maioria dos países integrantes da ONU.
 
A AIEA é uma organização de extrema importância no tocante à segurança
mundial, principalmente no que se refere ao uso de armas nucleares. Como
vários países detém tecnologias voltadas para a geração de energia nuclear
e produção de armas atômicas (muitos até possuem estas armas), esta
agência é fundamental para o controle e fiscalização deste tipo de energia.
As principais funções e objetivos da AIEA são:

- Promover o uso pacífico e seguro da Energia Atômica em todo


mundo;

- Inibir o uso da energia atômica para fins militares como, por


exemplo, fabricação de bombas atômicas. Este serviço é realizado
através de constantes inspeções aos países que usam a energia
atômica;
 
- Ajuda aos países membros na melhoria das capacidades científicas
e tecnológicas nas aplicações pacíficas da energia atômica;
 
- Promover entre os países membros a utilização de técnicas
nucleares voltadas para o desenvolvimento sustentável;
- Desenvolvimento de programas voltados para a segurança e
proteção de pessoas e meio ambiente contra os efeitos nocivos da
radiação nuclear.
Por que Hiroshima e Nagasaki são habitáveis e Chernobyl não?

Há 70 anos, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki


protagonizaram duas das maiores tragédias mundiais com as bombas
lançadas pelos Estados Unidos, que causaram uma devastação e
destruição sem tamanho.

Em Hiroshima, viviam cerca de 350 mil pessoas. Calcula-se que a


bomba que caiu no dia 6 de agosto de 1945 matou por volta de 80 mil.

Em Nagasaki, viviam cerca de 263 mil pessoas no dia da explosão


nuclear, em 9 de agosto de 1945.
Calcula-se que entre 39 mil e 80 mil pessoas tenham morrido menos
de um segundo após a bomba.
A bomba "Little Boy" (que caiu em Hiroshima) transportava 63 kg de
urânio enriquecido. "Fat Man" (a bomba de Nagasaki) continha cerca
de 6,2 kg de plutônio.
As bombas que caíram em Hiroshima e Nagasaki foram detonadas
no ar, centenas de metros acima da superfície da Terra.
Como resultado, os depósitos radioativos se dispersaram como efeito
da nuvem criada pela explosão.
O reator número quatro de Chernobyl tinha 180 toneladas de
combustível nuclear, dos quais 2% (3,6 mil kg) eram urânio puro.

Quando o reator explodiu, calcula-se que foram liberadas sete


toneladas de combustível nuclear. No total, o desastre emitiu 100
vezes mais radiação que as bombas que caíram sobre Hiroshima e
Nagasaki.

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