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AMEBÍASE

 Amebíase: é o parasitismo humano por


Entamoeba histolytica, acompanhada ou não de
manifestações clínicas

 É uma antroponose: o ser humano é responsável


por 90% de sua transmissão

http://para-sita.blogspot.com.b
CARACTERÍSTICAS
 O agente etiológico da amebíase foi
descoberto em 1875 por Losch (médico
russo) nas fezes de um camponês.
 A Entamoeba histolytica foi considerada a
única espécie patogênica para o homem.
CARACTERÍSTICAS
 Atualmente a OMS admitiu a existência de
E. dispar (não patogênica) e idêntica a E.
histolytica
 Eles são protozoários monoxenos
CARACTERÍSTICAS
As duas espécies são cosmopolitas, mas
as infecções ocorrem com mais
frequencia:
→ Ásia,
→ África
→ América Latina
CARACTERÍSTICAS
 A estimativa é de 400 milhões de novas
infecções em todo mundo.
 Nos países desenvolvidos, a ocorrência de
amebíase está, geralmente, ligada à
imigração de trabalhadores vindos de
países em desenvolvimento
CICLO VITAL
 Apresenta 3 formas:
1- Trofozoítos:
- são pleomórficos (possuem variação na
forma),
- emitem pseudópodes,

- reprodução por fissão binária simples,

- possuem núcleo com cariossomo (massas


esféricas de cromatina do núcleo celular)
central e cromatina periférica delicada
www.biof.ufrj.br
CICLO VITAL
 Apresenta 3 formas:
2- Pré-cistos:
- intermediária entre trofozoíto e cistos.

- forma imatura do cisto

- presença de um núcleo.

3- Cistos:
- esféricos ou ovais,

- parede cística rígida.

- podem conter de 1 a 4 núcleos


www.dpd.cdc.gov
ASPECTOS BIOLÓGICOS
 Habitat: intestino grosso
 Os cistos são liberados nos últimos segmentos do
intestino delgado ou na parte anterior do intestino
grosso.
 Passam por rápida divisão e transformam-se em
trofozoítos (formas invasivas) que colonizam o
epitélio do intestino grosso.
 Os trofozoítos multiplicam-se por divisão
binária e seguem para as últimas porções
do intestino grosso.
 Progressivamente desenvolvem uma
membrana cística e são liberados para o
meio exterior.
 Contaminam água e alimentos, podendo,
então atingir outros hospedeiros.
 Os cistos são a forma de manutenção da
espécie, pois possuem condições de
sobrevivência no ambiente externo

 podem permanecer viáveis fora do


hospedeiro por cerca de 20 dias.
 Os trofozoítos penetram no epitélio intestinal
dividem-se intensamente. (Histolytica, do
grego: histo tecido e lise romper).
 Podem eventualmente ser eliminados nos
casos de disenteria grave.
 Produzem ulcerações extensas e podem
atingir outros órgãos via hematogênica
CICLO DE VIDA
Ocorre a infecção do
hospedeiro via ingestão de
cistos.

Os trofozoítos colonizam o
lúmen intestinal, onde se
multiplicam e vivem como
comensais, usando bactérias e
restos celulares como fonte de
energia.

Quando os trofozoítos penetram


na mucosa intestinal, provocam
uma reação infamatória que
pode levar à destruição do
tecido envolvido.
ASPECTOS CLINÍCOS E
PATOLÓGICOS
 AMEBÍASE INTESTINAL:
→ A infecção é causada pela ingestão de
cistos E. histolytica .
→ Quando infectado o indivíduo pode:
- tornar-se portador crônico assintomático

- ou apresentar disenteria de moderada a


grave.
 A maioria das infecções é controlada pelo
sistema imunitário, não havendo
geralmente sintomas, mas havendo
excreção de cistos nas fezes.
 No entanto se existir grande número de
parasitas, ocorre extensa necrose crônica
(destruição) da mucosa intestinal, com
ruptura dos vasos sanguíneos e destruição
das células caliciformes que armazenam
muco.
 Além disso o sistema imunitário reage à
sua presença com geração de focos
disseminados de inflamação do intestino.
 O resultado é mal absorção da água e
nutrientes dos alimentos (devida à
destruição das vilosidades de enterócitos)
com diarréia sanguinolenta e com muco.
 Outros características frequentes são as
dores intestinais, náuseas e vômitos.

 A formação de úlceras intestinais é


comum, e as perdas de sangue podem
levar à anemia por deficiência de ferro,
particularmente em mulheres férteis (que
já perdem sangue mensalmente na
menstruação).
FORMAS CLÍNICAS DE AMEBÍASE
INTESTINAL
1- Disenteria amebiana ou diarréia
sanguinolenta:
- geralmente os pacientes apresentam de 3
a 5 evacuações mucossanguinolentas por
dia
- sem febre
- dor moderada ou cólica antes das
evacuações
2- Colite amebiana:
- Quadro de evolução rápida
- Os pacientes apresentam 30 ou mais
evacuações diárias acompanhadas de
cólicas intensas
COLITE AMEBIANA
3- Apendicite amebiana
- resultado da ulceração do apêndice associado a
um processo inflamatório
- a manifestação clínica é parecida com os outros
quadros de apendicite
4- Ameboma do cólon:

- massa granulomatosa
- Lesões pseudotumorais resultantes de necrose,
inflamação e edema da mucosa do cólon
 Tratamento
metronidazol, tinidazol, ornidazol e o nimorazol.
 AMEBÍASE EXTRA- INTESTINAL:
→ Outros órgãos podem ser infectados por
E. histolytica:
- Fígado: ocorre necrose amebiana de
fígado. Tem início súbito, dores,
geralmente acompanhada de febre.
- O pulmão pode ser atingido, a partir das
lesões hepáticas, através do diafragma.
Há lesões com aspecto necrótico
 Nos casos graves, relativamente raros, o
cérebro também pode apresentar focos
necróticos.
 Eventualmente a pele (principalmente
região perianal), pode ser lesada
 O tratamento é feito com metronidazol
CICLO EXTRA- INTESTINAL (EM VERMELHO)
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

 É baseado no encontro de elementos


parasitários (cistos ou trofozoítos) em
amostras de fezes examinadas ao
microscópio.
 Os trofozoítos encontram-se em exame
direto a fresco de amostras de fezes
diarréicas recém-eliminadas.
 Quando são encontrados somente cistos
nas fezes de indivíduos assintomáticos ou
com diarréia as amostras devem ser
referidas como positivas para E. histolytica
/ E. dispar
PREVENÇÃO E CONTROLE

 A amebíase é uma doença de transmissão


oro-fecal
 A principal fonte de infecção são os
indivíduos assintomáticos (eliminam cistos
por longo período de tempo)
PREVENÇÃO E CONTROLE

 A prevenção depende da existência de


condições sanitárias básicas e de
educação sanitária
PREVENÇÃO E CONTROLE

 Ferver a água ( a água é o principal veículo de


transmissão de cistos)
 Não usar cubos de gelo sem conhecer a procedência
PREVENÇÃO E CONTROLE

 Não comer saladas e outros vegetais crus ou


frutas cruas com casca em zonas endêmicas
PREVENÇÃO E CONTROLE

 Saneamento básico.

FALTA SANEAMENTO BÁSICO


PREVENÇÃO E CONTROLE

 Moscas e baratas são considerados


vetores mecânicos
 Estima-se que mais de 10% da população
mundial está infectada por E. dispar e E.
histolytica, sendo a ocorrência estimada
em 50 milhões de casos /ano.

 Em países em desenvolvimento, a
prevalência da infecção é alta, sendo que
90% dos infectados podem eliminar o
parasito durante 12 meses.

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