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Oficina

Terapêutica em
C A P S
Seminário Caps Simão Bacamarte

Sueli e Neusa
Os CAPS trabalham, enquanto instituições representantes
dos ideais da Reforma, de modo que a reinserção social do
usuário se dá na mesma medida em que ferramentas para a
resolução de suas dificuldades psicológicas forem
desenvolvidas.
Saraceno (2003), diz que o processo em si
caminharia em função da (re) construção de
seu papel social e de suas relações com três
eixos considerados fundamentais da vida,
sendo estes seu habitat, seu meio social e
seu trabalho, desempenhado, a princípio,
dentro da própria instituição.
os CAPS seriam definidos como dispositivos comunitários e
regionalizados, que oportunizariam um grau de assistência e
de reabilitação psicossocial, seguindo os mesmos princípios,
por meio do acesso ao trabalho, ao lazer, a educação, a
cultura, ao exercício dos direitos civis e ao fortalecimento
dos laços familiares e comunitários dos indivíduos em
sofrimento mental (Campos e Furtado, 2006).
OFICINAS TERAPÊUTICAS
• “São atividades grupais de socialização, expressão e inserção social.”
• Acontecem em espaço que visa preservar a valorização do sujeito,
respeitando as diferenças;
• Resgate da cidadania, para que possa exercer da melhor forma
possível suas funções sociais e ocupacionais;
• Espaço de construção de saberes mútuos - todos aprendem e todos
ensinam;
• Atividades de encontros de vidas entre pessoas em sofrimento
psíquico;
• Expressão pela arte para além da linguagem falada.
Oficinas são ferramentas valiosas de cuidado e reinserção
social dos indivíduos, mediante o trabalho e a expressão
artística, fazendo de seus ambientes espaços de socialização
e interação.
Nelas, o sujeito conquistou liberdade
para se expressar, sendo capaz de
lidar com seus medos, inseguranças,
bem como adquirir aprendizados e
realizar a troca de experiências com
outras pessoas.
OBJETIVO
O usuário seria sempre o foco da atenção desenvolvida, tendo a
opção de escolher ou não aquilo que deseja realizar, sabido o
importante fato de que nada ali o estaria sendo imposto.

Para que as oficinas tenham seu caráter terapêutico consolidado, faz-


se necessário criar e fortificar conexões entre a produção psicológica,
seus benefícios e os caminhos para se atingirem eles de maneira a
congregar a realidade do próprio usuário.
As oficinas terapêuticas seriam como
catalisadores da produção psíquica dos
indivíduos envolvidos (Cedraz e
Dimeinstein, 2005)
No final do processo, as oficinas devem promover a convivência,
a socialização e a cidadania dos usuários. É necessário produzir
espaços de interação fundamentais para a função que os CAPS
buscam alcançar, com objetivos definidos e claros, e não
somente acreditar que os usuários têm se beneficiado das
oficinas porque essas ocupam o tempo com oficinas de diversos
tipos (Silva, 2015).
CLASSIFICAÇÃO - MS
Oficinas geradoras de renda: servem como um instrumento de
geração de renda através do aprendizado de uma atividade
específica, que poder ser igual ou diferente da profissão do usuário.
As oficinas geradoras de renda podem ser de: culinária, marcenaria,
costura, fotocópias, fabricação de velas, venda de livro, artesanato
em geral, cerâmica, bijuteria, brechó, etc.
Oficinas expressivas: espaços de expressão plástica (pintura, argila,
desenho etc.), expressão corporal (dança, ginástica e técnicas
teatrais), expressão verbal (poesia, contos, leitura e redação de texto,
de peças teatrais, de letras de musicas), expressão musical
(atividades musicais), fotografia, teatro.
CLASSIFICAÇÃO - MS
Oficinas de alfabetização: esse tipo de oficina contribui para aqueles
usuários que não tiveram acesso ou que não puderam permanecer
na escola possam exercitar a escrita e a leitura, como recurso
importante na (re) construção da cidadania.
REFLEXÕES CRÍTICAS
Um dos aspectos que se faz necessário o levantamento diz respeito
ao mau planejamento das atividades de oficinas, que de algo a ser
realizado com objetivos terapêuticos bem estruturados, acaba sendo
reduzido a momentos de simples ocupação de tempo por parte dos
indivíduos ali presentes.
Ainda está presente em alguns serviços a ideia de que se deve partir
dos técnicos e profissionais exclusivamente a iniciativa de realização
de qualquer que seja a atividade, enquanto que os usuários ocupam
o lugar de expectadores ou consumidores das propostas, mantendo
as relações de hierarquia, contrapondo-se essa atitude aos princípios
reformadores.
REFLEXÕES CRÍTICAS
A ideia fundamental das oficinas seria a de construir de forma
coletiva , olhando para as angústias e para a vida dos indivíduos
usuários, espaços de desenvolvimento e recuperação psicossocial.

Um ponto a ser observado de que valores conservadores construídos


como ”certos” na sociedade seriam transmitidos para o usuário como
a forma mais adequada de se ser e de se agir, sem que se pensassem
sobre determinados assuntos.
Por exemplo: fala-se sobre sexualidade, abordando
apenas a heterossexualidade; fala-se sobre autonomia,
enfatizando apenas a capacidade de se manter uma
casa limpa e organizada (Cedraz e Dimeinstain, 2005).
REFLEXÕES CRÍTICAS
Por fim, têm-se também os casos em que se entendem mal as
queixas dos usuários, como se estas fossem recorrentemente reflexos
de suas dificuldades psicológicas, mesmo quando o usuário vive em
contexto em que tais queixas seriam bastante compreensíveis.
Cedraz e Dimeinstain (2005) nos mostram em relato de campo o
exemplo de uma mãe, que dizendo sentir muita angústia e insônia
por conta do envolvimento de seus filhos com o comércio ilegal de
drogas, ao ser abordada por um dos coordenadores da oficina em
desenvolvimento, teria sido orientada por ele a procurar novamente
a psiquiatra, tendo lhe dito que sua situação poderia estar vinculada
a baixa quantidade de medicamentos ansiolíticos, algo
absolutamente contrário as demandas da própria instituição CAPS.
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