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Grupo 15: Nitrogênio, N; Fósforo, P; Arsênio, As; Antimônio, Sb; Bismuto,


Bi.
N P As Sb Bi
Config. 2s22p3 3s23p3 3d104s24p3 4d105s25p3 4f145d10
Eletrônica 6s26p3
Estados de -III,-II,-I, III, V III, V III, V III, V
Oxidação 0,I,II,III,IV,V
Raio Cov. Å 0,74 1,10 1,21 1,41 1,52
P. fusão °C -210 44 816 631 271
P. Ebul. °C -195,8 281 615 1587 1564
Densid. (g/cm3) 0,81 1,82 5,72 6,62 9,8
Eletroneg. 3,0 2,1 2,0 1,9 1,9
Pauling (3,04) (2,19) (2,18) (2,05) (2,02)
1a energ Ion.
kJmol-1 1403 1012 947 834 703
2a energ Ion.
kJmol-1 2857 1897 1950 1590 1610
3a energ Ion.
kJmol-1 4578 2910 2732 2440 2467
Caracter de ácido (+5) ácido anfót. anfót. básico
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oxido e OH (+5) (+3) (+3) (+3)
Os Óxidos e Hidróxidos mostraram duas tendências:
•a estabilidade dos estados de oxidação superiores diminui
com o aumento de numero atômico.
•Num dado estado de oxidação, o caracter metálico dos
elementos, e, por isso, a basicidade dos óxido aumenta com
o aumento do numero atômico.
NIII e PIII ácidos; AsIII e SbIII anfóteros; BiIII básico.

1)A energia de ionização necessária para produzir o íon M3+


é tão grande que este QUASE nunca ocorre.
2)Sb e Bi – a soma das 3 primeiras energias de ionização é
suficiente baixa para permitir a formação dos íons M3+ (SbF3
e BiF3 são iônicos)
3)A maioria dos compostos é covalente.
4)Numero de coordenação máximo:N = 4; os outros = 6.
5)N, P – não metais; As, Sb - “metaloides”, Bi - metal
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6)Estruturas dos elementos:
N – gasoso, diatômico, N2;
P – solido, P4 – fósforo branco, reativo;
> 80 P2
P4 – 250  fósforo vermelha, menos reativo
P4 – pressão/temp  fósforo preto, inerte
As e Sb – solido, duas formas: (a) reativa M4 e (b)
metálica, camadas, menos reativa
Bi – solido, camadas

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Reações:
1)E + H2O  N.R.
2)E + O2  E4O6 (P; As; Sb; BiBi2O3; NNO).
3)E + HCl (H3PO4)  N.R.
4)E + HNO3 (H2SO4)  H3PO4 (H3AsO4; Sb4O6; Bi3+,
N N.R.)
5E + NaOH  H2PO2- (AsO2-, SbO2-,N N.R.)
6)2E + 3F2  2EF3 (N N.R., PPF5)
7)2E + 3 (Cl2, Br2, I2 )  2EX3 (exceto N)
8)EX3 + H2O  HX + H3PO3 (H3AsO3; SbOX; BiOX;
NF3 N.R.; NCl3NH3 + 3HOCl)
9)E4O6 + 6H2O  4H3EO3 (P, As; NO2HNO3;
P pode dar outros ácidos)
10)E4O6 + ácido  EO+ + H2O (As; Sb; Bi2O3)
11) N2 + 2H2  2NH3
12) E + S  E2S3 (As; Sb; Bi)
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Todos os elementos desse grupo apresentam cinco
elétrons na camada mais externa e o estado de oxidação
máxima é +5, quando utilizam todos os elétrons para fazer
ligações. O efeito do par inerte cresce com o aumento da
massa atômica. Assim, geralmente só os elétrons p são
utilizados, resultando uma valência 3.
          A maioria dos compostos formados pelos elementos do
grupo VA é covalente. A remoção dos cinco elétrons da
camada de valência implica numa energia de ionização muito
elevada, de modo que não se formam íons M5+. Contudo, os
elementos maiores do grupo (Sb e Bi) podem ser
transformados em íons M3+, perdendo três de seus elétrons
externos.

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  Somente o nitrogênio existe sob a forma de molécula
        

diatômica, porque os demais átomos do grupo são grandes


e seus tamanhos dificultam o estabelecimento de duas
ligações pi (MM). Nos hidretos destes elementos a energia
de ligação e a estabilidade decrescem de cima para baixo
no grupo. Assim, a arsina (AsH3), a estibina (SbH3) e a
bismutina (BiH3) só são obtidas em pequenas quantidades.
Nestes hidretos, os ângulos de ligação se tornam menores,
à medida que se desce no grupo. Veja:

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Isso ocorre provavelmente devido ao tamanho crescente dos
         

átomos centrais, fazendo com que o orbital p, com dois elétrons,


seja mais difuso e se aproxime da forma esférica, "comprimindo"
as ligações. Tanto a arsina quanto a estibina são gases tóxicos.
A estabilidade dos hidretos decresce de cima para baixo. NH3,
Amônia; PH3, Fosfina; AsH3, Arsina; SbH3, Estibina; BiH3,
Bismutina.
NH3 PH3 AsH3 SbH3
P.F. (C) -77,8 -133,5 -116,3 -88,0
P.E. (C) -34,5 -87,5 -62,4 -18,4
Energia da ligação (kjmol-1) 389 318 247 255
H-E-H 10748’ 9336’ 9148’ 9118’
Comp. da ligação Å 1,017 1.419 1.519 1.707
Na3P + 3H2O  PH3 + 3NaOH
Zn3As2 (Mg3Sb2, Mg3Bi2 )+ H2O  AsH3 (SbH3; BiH3)
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Uma espécie sofre desproporcionamento se ela se
comporta simultaneamente tanto como um agente auto-
oxidante e como um agente auto-redutor, porque do
ponto de vista energético as duas transformações
podem ocorrer concomitantemente.

Cu2+ +0,15→ Cu+ +0,50→ Cu


_______+0,35_______
Passando da esquerda para a direta os potencias Cu2+ -
Cu+ - Cu se tornam mais positivos. Sempre que ocorre essa
situação, a espécie situada no meio sofre
desproporcionamento.

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NITROGÊNIO ( N )
HISTÓRICO:  O nitrogênio foi descoberto em 1722, por
Priestley.
OCORRÊNCIA NATURAL:  O nitrogênio gasoso constitui
cerca de 78% do ar atmosférico da Terra e forma vários sais
solúveis presentes no solo, que são utilizados pelas plantas.
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS:  O nitrogênio exige
uma grande variedade de estados de oxidação, que pode ser
verificado pelos seguintes exemplos: -3 na amônia (NH3), -2
na hidrazina (N2H4), -1 na hidroxilamina (NH2OH), 0 no
nitrogênio molecular (N2), +1 no óxido nitroso (N2O), +2 no
óxido nítrico (NO), +3 no ácido nitroso (HNO2), +4 no dióxido
de nitrogênio (NO2) e +5 no ácido nítrico (HNO3). Passando
uma faísca elétrica através do N2 gasoso a baixas pressões,
pode-se obter o nitrogênio ativo. Essa forma de nitrogênio
atômico reage com diversos elementos, rompendo muitas
moléculas normalmente estáveis. 11
O composto de nitrogênio de maior importância é a
         

amônia, cujo ponto de ebulição é maior do que se deveria


esperar, devido à formação de pontes de hidrogênio no
estado líquido. O caráter fortemente básico da amônia faz
dela um excelente doador de elétrons. Assim, ela forma sais
de amônio [NH4]+ e também compostos de coordenação com
íons metálicos, como por exemplo o [Co(NH3)6]3+. A hidrazina
(N2H4) é um líquido fumegante quando exposto ao ar, de
cheiro semelhante ao da amônia. Alguns de seus derivados
são utilizados como combustíveis para foguetes e ônibus
espaciais. A hidrazina é obtida pelas seguintes reações:

   NH3 +NaOCl  NH2Cl + NaOH     (lenta)


2 NH3 + NH2Cl    N2H4 + NH4Cl      (rápida)

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UTILIZAÇÃO: O nitrogênio puro é obtido industrialmente
pela destilação fracionada do ar resfriado. O nitrogênio
líquido (-180o C) é muito utilizado na conservação de
embriões, sêmen e outros materiais, além de encontrar
emprego na medicina, como antisséptico e para retirada de
verrugas na pele. Os nitratos são empregados como
fertilizantes agrícolas e na fabricação de explosivos e o
nitrito é usado em testes laboratoriais. Junto com o ácido
clorídrico, o ácido nítrico (na proporção 3:1) forma a água-
régia - único solvente capaz de dissolver o ouro e outros
metais nobres, mais resistentes a ácidos.

Ações biológicas
O nitrogênio é o componente essencial dos aminoácidos e
dos ácidos nucléicos, vitais para os seres vivos. As
leguminosas são capazes de desenvolver simbiose com
certas bactérias do solo chamadas de Rizóbios, estas 13
bactérias absorvem o azoto diretamente do ar, sendo este
transformado em amoníaco que logo é absorvido pela planta.
Na planta o amoníaco é reduzido a nitrito pela enzima nitrito
redutase e logo em seguida é reduzido a nitrato pela enzima
nitrato redutase. O nitrato é posteriormente utilizado pela
planta para formar o grupo amino dos aminoácidos das
proteínas que, finalmente, se incorporam a cadeia trófica.
Um bom exemplo deste processo é observado na soja,
sendo esta uma cultura que dispensa adubação nitrogenada.
(veja: ciclo do nitrogênio).

Precauções
Os fertilizantes nitrogênados são uma poderosa fonte de
contaminação do solo e das águas. Os compostos que
contêm íons cianeto formam sais extremamente tóxicos e
são mortais para numerosos animais, entre os quais os
mamíferos. 14
O átomo de nitrogênio pode completar a sua camada de
valência das seguintes maneiras:
1)ganhando elétrons para formar o íon nitreto, N3-
2)formando ligações com pares de elétrons:
a)simples, como no NH3
b)múltiplas como :NN:, -N=N-, ou NO2
3)formando laços com par de elétrons e ganho de um
elétron, como no NH2- e NH2-
4) formando ligações com par de elétrons e perda de
elétrons, como no NH4+ tetraédrico e nos íons amônio
substituídos [R4H+].

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No caso de nitrogênio, existe um intervalo muito amplo de
estados de oxidação:
Formula Nome E. de Oxid.
NH3 amônio -3
N2H4 hidrazina -2
NH2OH hidroxilamina -1
N2 dinitrogênio (nitrogênio) 0
N2O óxido de dinitrogênio
(óxido nitroso) +1
N2O22- íon hiponitrito (redutor) +1
NO óxido de nitrogênio
(oxido nítrico) +2
NOO2- íon peroxonitrito +2
N2O3 trióxido de dinitrogênio
(sesquióxido de nitrogênio)
N2O3  NO + NO2 +3
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HNO2 ácido nitroso (ácido fraco) +3
NO2- íon nitrito (oxidante e redutor) +3
NO+ íon nitrosilo (oxidante) +3
NO2 dióxido de nitrogênio +4
N2O4 teróxido de dinitrogenio
N2O4  2NO2 +4
N2O5 pentóxido de dinitrogenio
NO2+, NO3- no estado solido +5
HNO3 ácido nítrico (ácido forte, oxidante) +5
NO3- íon nitrato (base fraca, oxidante) +5
NO2+ íon nitrilo (ácido de Lewis, oxidante) +5
NO43- íon ortonitrato +5
NO3 trióxido de nitrogênio (m. instável) +6
N2O6 hexóxido de dinitrogenio
(muito instável) +6
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A grande energia da ligação NN é principalmente
responsável pela inércia química do N2. O dinitrogênio é
notavelmente inerte em comparação com sistemas
isoeletrônicos com laço triplo como: X-CC-X; :CO:; X-CN:
e X-NC:
Os principais fatores responsáveis pelas diferenças entre
nitrogênio e o fósforo e seu grupo são os mesmos
responsáveis pelas as diferenças nas químicas de carbono e
do silício, isto é,
•a incapacidade dos elementos do segundo período de
formar ligações múltiplas p-p,
•a possibilidade da utilização dos orbitais 3d de energia
baixa (P).
Todos os óxidos e oxiácidos de nitrogênio possuem
ligações múltiplas p-p entre os átomos de nitrogênio e
oxigênio. O nitrogênio forma uma serie de compostos que
não encontram análogos entre os derivados de P, As, Sb ou
Bi. 20
Ácido Nítrico
Preparação
•N2 + O2  NO O2 NO2 H2O HNO3

Processo Haber-Ostwald:
•N2 + 3H2 cat., pressão,  2NH3
•4NH3 + 5O2 cat.,  4NO + 6H2O
•2NO + O2  2NO2
•3NO2 + H2O conc. 2HNO3 + NO

•A partir do salitre de Chile


NaNO3 + H2SO4  NaHSO4 + HNO3

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Propriedades
1)poderoso agente oxidante
a)oxidação de metais nobres
Cu + 3HNO3(conc.)  Cu(NO3)2 + NO2 + H2O
3Cu + 8HNO3(dil.)  Cu(NO3)2 + 2NO + 4H2O
Ag + 2HNO3(conc.)  AgNO3 + NO2 + H2O
3Ag + 4HNO3(dil.)  3AgNO3 + NO + 2H2O
b) oxidação de zinco, ferro, etc. com ácido nítrico diluído
forma nitrato do metal
4Zn + 10 HNO3( muito diluído)  4Zn(NO3)2 + NH4NO3
+ 3H2O
aumento progressivamente a concentração do ácido nítrico
irá predominando N2, N2O, NO e NO2 como produtos.

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c)oxidação de não-metais
3P + 5HNO3(dil.) + 2H2O  3H3PO4 + 5NO
3I2 + 10HNO3(dil.)  6HIO3 + 10NO + 2H2O
S + 6HNO3(conc.)  H2SO4 + 6NO2 + 2H2O
C + 4HNO3(conc.)  CO2 + 4NO2 + 2H2O

d) oxidação de compostos
3SO2 + 2HNO3(dil.) + H2O  3H2SO4 + 2NO
6FeSO4 + 2HNO3(dil.) + 3H2SO4  3Fe2(SO4)3 +
NO + 4H2O
3HCl + HNO3(conc.)  NOCl + Cl2 + 2H2O
(água-regia) (cloreto de nitrosilo)

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2) Ácido forte – um dos ácidos mais fortes, grau de ionização
~90%. Ataca óxidos metálicos, hidróxidos, sais de ácidos
fracos.
MgO + 2HNO3  Mg(NO3)2 + H2O
KOH + HNO3  KNO3 + H2O
CaCO3 + 2HNO3  Ca(NO3)2 + H2O + CO2
Não pode utilizar sais redutores, tais como, sulfitos, sulfetos,
haletos (exceto do flúor) - redução de HNO3, óxidos
redutores, FeO, etc., e bases redutores Fe(OH)2.
3)ácido nítrico fumegante – O dióxido de nitrogênio
solubiliza-se em ácido nítrico concentrado, obetendo-se
ácido nítrico fumegante.
Decomposição - luz ou calor
4HNO3 luz 2H2O + 4NO2 + O2 (lenta)
 
2HNO3  H2O + N2O5
2N2O5  4NO2 + O2 24
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FÓSFORO ( P )
HISTÓRICO:  O fósforo foi isolado pela primeira vez em 1669,
pelo alquimista Brand.
            OCORRÊNCIA NATURAL:  O fósforo é muito difundido na
crosta terrestre (cerca de 12% de sua composição), sendo
encontrado em mais de 250 minerais. O mineral de fósforo mais
importante é a apatita, a qual pode se apresentar de três
maneiras, de estruturas semelhantes, sendo que as três podem se
apresentar mescladas na mesma rocha:
Fluorapatita: 3 Ca3(PO4)2 . CaF2
Cloroapatita: 3 Ca3(PO4)2 . CaCl2
Hidroxiapatita: 3 Ca3(PO4)2 . Ca(OH)2
         
Existe também um mineral formado apenas por carbonatos
e fosfatos de cálcio, chamado fosforita. A extração do fósforo pode
ser feita pelo aquecimento das fosforitas em forno elétrico, a
temperaturas próximas a 1000o C, com areia e carbono. O fósforo
é ainda um importante constituinte dos ossos e dentes dos
animais. 26
  PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS:  O fósforo existe
         

sob varias formas alotrópicas: O fósforo amarelo é uma


variedade venenosa e instável, que oxida-se espontaneamente a
temperaturas próximas de 40o C, gerando uma intensa
luminosidade e liberando grande quantidade de calor (a
combustão produz o pentóxido de fósforo - P2O5). Por isso ele
deve ser conservado imerso em água. Suas moléculas são
formadas por quatro átomos de fósforo, formando um tetraedro.
          Aquecendo-se o fósforo amarelo a temperaturas entre 250-
300o C por cerca de duas horas, obtém-se o fósforo vermelho,
uma variedade estável e não-venenosa, formada por dois
tetraedros de átomos de fósforo ligados um ao outro (dimerização
do fósforo amarelo).Aquecendo o fósforo amarelo a cerca de
200o C, porém, a alta pressão, forma-se a terceira variedade - o
fósforo negro. Trata-se de uma forma polímera, constituída de
várias moléculas tetraédricas unidas entre si, formando longas
cadeias. É uma substância cinza-escura e de densidade maior do
que as outras formas alotrópicas.
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O fósforo amarelo apresenta uma afinidade muito grande pelos
         

demais elementos, podendo formar com eles numerosos


compostos. Sendo um redutor bastante enérgico, transforma o
ácido sulfúrico, a quente, em SO2. A mais de 600o C o fósforo
decompõe a água, formando ácido fosfórico e liberando
hidrogênio:
P4 + 16 H2O  4 H3PO4 + 10 H2
Com o oxigênio, o fósforo forma vários óxidos de caráter ácido:
P2O3 (P com valênica +3), P2O5 (P com valênica +5), P2O4 (P com
valênicas +3 e +5). Dos três, o pentóxido é o óxido mais ávido por
água, e constitui um dos melhores agentes desidratantes
disponíveis no laboratório e na indústria.
          O fósforo reage com halogênios, produzindo haletos, dentre
quais os mais importantes são os cloretos (PCl3 e PCl5). O PCl3 é
obtido pela síntese direta do fósforto com o halogênio. Fazendo-se
borbulhar o cloro através do tricloreto, que é líquido à temperatura
ambiente, obtém-se o pentacloreto. O fósforo também forma o
hidreto PH3 (fosfina), mas o PH5 não existe porque o hidrogênio
não possui orbitais d para distorcer a nuvem eletrônica do fósforo
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e hibridizá-lo.
Fósforo
Preparação:
Ca3(PO4)2 + SiO2 + 5C ~3000C 3CaSiO3 +P2(gás)+ 5CO
P2(gás) distilado/N2P4 (branco) (recolhido em H2O)

Variedades Alotrópicas (Fósforo possui cerca de


10 variedades alotropicos):
As duas variedades alotrópicas são mais importantes: o
fósforo branco e o fósforo vermelho, os quais diferem física,
química e fisiologicamente.

1)Fósforo branco
Estado físico: solido branco com aspecto de cera.
Combustão: queima com luz intenso P4 + 5O2P4O10
Fosforescência: na obscuridade, o fósforo branco emite luz
devido a uma lenta combustão pelo oxigênio do ar
(fosforescência).
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•Toxico: é extremamente venenoso (a temperatura do corpo
ativa sua combustão). Queimaduras dolorosas e de cura
prolongado (deve ser trabalhado imerso em água).
•Solventes: é solúvel nos solventes orgânicos, tais como
benzeno, sulfeto de carbono, éter, etc.; sendo insolúvel em
água (substancia apolar),
Constituição: as moléculas são tetratômicas P4 tetraedros.
Reatividade: é muito reativo.

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2) Fósforo vermelho
Estado físico: solido vermelho pulverulento.
Combustão: incombustível.
Fosforescência: não-fosforescente .
Toxico: não venenoso
Solventes: insolúvel nos solventes orgânicos, solúvel em
água
Constituição: moléculas gigantes, isto é, macro-
moléculas, tetraedros unidos pelos vértices.
Reatividade: é praticamente inativa

Mais raro, o fósforo negro (Pn) é o mais estável dos


alótropos, é obtido submetendo o fósforo branco a altas
pressões, apresenta estrutura similar ao do grafite e
conduz eletricidade.
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Propriedades Químicas de Fósforo branco
1)com metais ativos
6Ca + P4  2Ca3P2 (fosfeto de cálcio).
2Ca3P2 + 6H2O  3Ca(OH)2 + 2PH3 (fosfina)
PH3 + 2O2  H3PO4

2)com solução alcalina


P4 + 3KOH + 3H2O  3KH2PO2 + PH3

3)com enxofre
8P4 + 3S8  8P4S3 (trisulfeto de tetrafósforo)

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4) com oxigênio:
P4 (excesso) + 3O2  P4O6 (hexóxido de tetrafósforo)
P4 + 5O2(excesso)  P4O10 (decóxido de tetrafósforo)
P4O10 + 2H2O  4HPO3 (ácido metafosfórico)
P4O10 + 4H2O  2H4P2O7 (ácido pirofosfórico)
P4O10 + 6H2O  4H3PO4 (ácido ortofosfórico)

Agente desidratante:
2HClO4 + P4O10  Cl2O7 + H2O(P4O10)
2HNO3 + P4O10  N2O5 + H2O(P4O10)
H2O(P4O10)  HPO3

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Ácidos de Fósforo
HPO2 ácido metafoforoso
HPO3 ácido metafosfórico
H3PO2 ácido hipofosforoso
H3PO4 ácido ortofosfórico
H3PO5 ácido peroxifosfórico
H4P2O8 ácido peroxidifosfórico
H4P2O7 ácido pirofosfórico
Ácido Ortofosfórico H3PO4
H3PO4 + H2O  H3O + + H2PO4- (30%) Ka1 = 7,5 x10-3
H2PO4- + H2O  H3O + + HPO42- (0,3%) Ka2 = 6,2 x10-8
HPO42- + H2O  H3O + + PO43- (0,003%) Ka3 = 1,0 x10-12
Preparação:
P4O10 + 6H2O (excesso)  4H3PO4 (industrial)
PCl5 + 4H2O  H3PO4 + 5HCl (laboratório)
Ca3(PO4)3 + 3H2O  3CaSO4 + 2H3PO4 35
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Reage com hidróxidos
H3PO4 + NaOH (dil.)  NaH2PO4 + H2O
H3PO4 + 2NaOH (conc.)  Na2HPO4 + 2H2O
H3PO4 + 3NaOH (muito conc.)  Na3PO4 + 3H2O

Reage com sais de ácidos fracos


Na2CO3 + H3PO4  Na2HPO4 + H2O + CO2
Na2S + H3PO4  Na2HPO4 + H2S
Reage com sais de ácidos fortes voliteis
NaBr + H3PO4  Na2HPO4 + HBr

Desidratação
2H3PO4 250C H4P2O7 + H2O
H3PO4 300C HPO3 + H2O

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Aplicações: Obtenção de fertilizantes
Ca5(PO4)3F(s) + 7 H3PO4(aq.)  5H2O + HF +
5Ca(H2PO4)2·H2O (superfosfato-triplo)
Ca3(PO4)2 + 4H3PO4  Ca(H2PO4)2
(fosforita)
H3PO4 + 3EtOH  (EtO)3P=O + 3H2O

Oxidos de P, As, Sb e Bi
P4 O6 As4O6 Sb4O6 Bi2O3
P4 O7 (SbO2)n
P4 O8
P4 O9
P4O10 As4O10 Sb4O10
Basicidade aumenta 
Acido anfótero básico
Estado de oxidação maior é mais acido 38
UTILIZAÇÃO:  O ácido fosfórico é empregado na produção
de fosfatos que são utilizados como fertilizantes. Os
fosfatos de sódio e potássio são ainda usado como aditivos
em detergentes. Os cloretos de fósforo (PCl3 e PCl5) são
muito utilizados em várias sínteses orgânicas, como agente
clorador.
O fosfato trisódico é empregado como agente de limpeza
para amolecer a água e prevenir a corrosão da tubulação.
O fósforo branco tem aplicações militares em bombas
incendiárias e bombas de efeito moral.
Também é usado em fósforos de segurança, pirotecnia,
pastas de dente, detergentes, pesticidas e outros produtos.
O fosfato monocálcio é utilizado como pó de confeite para
bolos e outros produtos, em confeitarias.
É importante para a produção de aço e bronze.

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Ação biológica
Os compostos de fósforo intervêm em funções vitais para os seres
vivos, sendo considerado um elemento químico essencial. O
fósforo tem relevante papel na formação molecular do DNA e do
RNA, bem como do ATP, adenosina tri-fosfato. As células utilizam-
no para armazenar e transportar a energia na forma de fosfato de
adenosina. Além disso, funciona como íons tampões, impedindo a
acidificação ou alcalinização do protoplasma.
Precauções
O fósforo branco é extremamente venenoso - uma dose de 50 mg
pode ser fatal - e muito inflamável, por isso, deve ser armazenado
submerso em água. Em contato com a pele provoca queimaduras.
A exposição contínua ao fósforo provoca a necrose da mandíbula.
O fósforo vermelho se inflama espontaneamente em presença de
ar e não é tóxico, porém deve-se manuseá-lo com cuidado, já que
pode transformar-se em fósforo branco e produzir emissões de
vapores tóxicos se aquecido.

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ARSÊNIO ( As )
            HISTÓRICO:  O arsênio foi isolado no século XIII, por
Roger Bacon.
            OCORRÊNCIA NATURAL:  Em quantidades
reduzidas (aprox. 0,00005%), o arsênio está presente na
matéria orgânica e em quase todos os sulfetos metálicos, e
encontra-se ainda dissolvido nas águas naturais. Raramente
ocorre sob a forma elementar, e seus principais minerais
são:
Ouro-pigmentado: As2S3
Realgar: AsS
Arsenopirita: FeAsS
Arsenolita: As2O3

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PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: Analogamente ao
fósforo, o arsênio existe sob três formas alotrópicas. A única
estável à temperatura ambiente é uma substância cristalina
de cor cinza-escuro, de brilho metálico. As duas outras
formas, instáveis, são o arsênio amarelo e o arsênio negro. A
primeira, obtida pelo resfriamento rápido de vapores de
arsênio, cristaliza-se no sistema cúbico e é constituída de
moléculas tetratômicas. Além disso é volátil e solúvel em
solventes apolares. Já o arsênio negro é amorfo, resultando
da decomposição térmica do hidreto de arsênio AsH3(arsina).
            A arsina pode ser obtida pela seguinte reação:
As2O3 + 6 Zn + 6 H2SO4  2 AsH3 + 6 ZnSO4 + 3 H2O
Substituindo-se os hidrogênios da arsina por radicais
orgânicos pode-se obter derivados orgânicos do arsênio.

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A altas temperaturas o arsênio combina-se com muitos
elementos, especialmente alguns metais, com os quais forma
ligas extremamente duras. Entre os halogenetos mais
conhecidos está o AsCl3, um líquido oleoso e incolor, muito
venenoso e instável na presença de ar. Fazendo passar uma
corrente de gás sulfídrico (H2S) através de uma solução de
ácido arsênico (H3AsO4), forma-se um precipitado amarelo - o
pentassulfeto (As2S5) - que se dissolve em presença de íons
sulfeto.
            UTILIZAÇÃO:  Muitos compostos de arsênio são
poderosos agentes venenosos, decorrendo daí sua aplicação
como inseticidas e raticidas. Para isto são usados
principalmente o anidrido arsenioso e os arseniatos de chumbo
e cálcio. No caso de envenenamento humano por arsênio, o
Ca(OH)2, o MgSO4 e o Fe(OH)3 são antídotos convenientes,
pois todos eles provocam a formação de compostos insolúveis
de arsênio, impedindo, dessa forma, sua ação.
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Alguns compostos aromáticos de arsênio são
empregados como medicamentos. Entre eles o para-amino-
fenil-arsenato de sódio, conhecido como Atonil, e o 3,3-
diamiino-4,4-diidróxi-arsenobenzeno, chamado Salvarsan. É
empregado no tratamento de algumas formas de malária e
também no combate à sífilis.
O arseneto de gálio é um importante semicondutor
empregado em circuitos integrados mais rápidos e caros que
os de silício. Também usados na construção de diodos laser
e diodos LED.

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Papel biológico
Ainda que o arsênio se associe com a morte, é um elemento
químico essencial para a vida e sua deficiência pode gerar
diversas complicações. A ingestão diária de 12 a 15 μg pode
obter-se sem problemas com a dieta diária de carnes,
pescados, vegetais e cereais, sendo os peixes e crustáceos
os alimentos mais ricos em arsênio, apresentando-o
geralmente na forma de arsenobetaína, menos tóxica que o
arsênio inorgânico.
Precauções
O arsênio e seus compostos são extremamente tóxicos,
especialmente o arsênio inorgânico. Em Bangladesh ocorreu
uma intoxicação em massa, a maior da história, devido a
construção de uma infinidade de poços de água que
estavam contaminados com esse tipo de material.

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ANTIMÔNIO ( Sb )
HISTÓRICO:  O antimônio foi descoberto em 1450, pelo
alemão Thölde.
            OCORRÊNCIA NATURAL:  Encontra-se sempre
associado a outros elementos, sendo praticamente constante
a presença de enxofre. Seu mineral mais importante - a
antimonita (Sb2S3) - representa a combinação mais simples.
Na pirargirita e na estefanita existe, além do enxofre, a prata.
Quando o grupo SbS se liga ao cobre ou ao chumbo, os
minerais são chamados respectivamente tetraedrita e
boulangerita. No entanto, de todos esses minerais apenas a
antimonita é usada como fonte de obtenção do semimetal,
pois é o mais rico em antimônio e também o mais difundido.
Suas principais jazidas estão na China, Japão, Bolívia,
México, Peru e Iugoslávia.

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A extração do antimônio a partir da antimonita recorre a
           

técnicas diversas. Uma delas consiste em ustular o sulfeto,


reduzindo, em seguida o óxido formado (como redutor usa-
se, geralmente, o carbono):
2 Sb2S3 + 9 O2  2 Sb2O3 + 6 SO2
2 Sb2O3 + 3 C   4 Sb + 3 CO2
            Entretanto, o antimônio assim obtido é bastante
impuro. Através de sucessivas refinações eletrolíticas pode-
se obtê-lo com elevado grau de pureza (99,9%).
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: O antimônio é um
sólido acinzentado que apresenta dificuldades na
transmissão de calor e oferece grande resistência à
passagem de corrente elétrica. Além dessa forma
aparentemente metálica, o antimônio ocorre sob outra forma

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alotrópica: o antimônio amarelo, estável a -90o C e que, a -
40o C, dá origem ao antimônio negro (uma terceira forma
alotrópica).Existe ainda o estado chamado antimônio
explosivo, obtido por eletrólise do tricloreto (SbCl3). Trata-se
de uma variedade instável que, ao ser aquecida, explode e
se converte na forma cinzenta comum.
Os estados de oxidação do antimônio são +5, +3 e -3. O
estado -3 é o menos estável. Um exemplo conhecido é o
hidreto (SbH3), conhecido como estibina - um gás venenoso
e altamente instável: sob leve aquecimento decompões-se
em hidrogênio e antimônio. O óxido de antimônio III (Sb2O3)
é um óxido anfótero, que se dissolve em ácidos, produzindo
cátions Sb(OH)2+ ou SbO+ e na presença de bases, dá
origem a ânions SbO - ou Sb(OH)4-.

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O óxido de antimônio V (Sb2O5) é atacado por ácido nítrico
concentrado em excesso, produzindo o ácido antimônico
(HSbO3 . 3 H2O). Existe ainda um óxido em que o antimônio
é aparentemente tetravalente - o Sb2O4. No entanto, trata-se
de um composto em que um dos átomos de Sb é trivalente e
o outro pentavalente.
UTILIZAÇÃO:  Apenas o antimônio cinza é aproveitado
industrialmente, principalmente na preparação de ligas. É
usado também na preparação de vernizes, cerâmica e
esmaltes.
O antimônio tem uma crescente importância na indústria de
semicondutores para a construção de diodos, detectores
infravermelhos e dispositivos de efeito Hall.

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BISMUTO ( Bi )
HISTÓRICO:  O bismuto foi descoberto em 1753, por
Georgius Agricola.
OCORRÊNCIA NATURAL:  Na natureza, o bismuto ocorre
no estado livre. Geralmente, porém, é encontrado sob a
forma de compostos em alguns minerais. Destes, os mais
importantes são:
Bismutina ou Bismutinita: Bi2S3
Bismita ou Bismutocre: Bi2O3
Bismutita: Bi2CO3(OH)4
Telurobismutita: Bi2Te3
Tetradimita: Bi2Te2S
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS: O estado de oxidação
característico do bismuto é +3. À temperaturas elevadas
forma com o oxigênio o óxido de bismuto (Bi2O3). Trata-se de
um óxido básico de coloração amarelo-escura, insolúvel em
água. 50
Reagindo-se esse óxido com o ácido clorídrico obtém-se o
cloreto de bismuto (BiCl3), um sal volátil e solúvel em água.
Dissolvendo-se o bismuto em ácido nítrico, forma-se o nitrato,
que com um excesso de água, precipita-se sob a forma de um
sal básico, o Bi(OH)2NO3. O processo é reversível: um excesso
de ácido nítrico redissolve o precipitado, conduzindo-o à forma
de nitrato novamente.
            UTILIZAÇÃO:  O bismuto é utilizado na preparação de
ligas de baixo ponto de fusão, usadas na fabricação de fusíveis
protetores de fusíveis protetores de circuitos elétricos. Também
usa-se o bismuto no endurecimento de placas de chumbo dos
acumuladores, mas a maior parte do elemento é utilizada pela
indústria farmacêutica, que explora seu poder adstringente e
suas propriedades anti-sifilíticas. No entanto, deve-se
administrá-lo em quantidades controladas; caso contrário,
resultaria em envenenamento. Outros compostos de bismuto
são usados no tratamento da úlcera gástrica, da artrite e ainda
como cicatrizante. 51
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