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Anatomia do

Tórax:
aplicada a
Enfermagem
Parede Torácica

A parede torácica consiste em:


- pele, fáscia, nervos, vasos, músculos, cartilagens e ossos.

As funções da parede torácica incluem:


- Proteger os órgãos torácicos internos;
- Resistir às pressões internas negativas geradas pela retração elástica dos pulmões e
movimentos inspiratórios;
- Fornecer fixação para os membros superiores e suportar seu peso, e ;
- Propiciar a fixação de muitos dos músculos dos membros superiores, do pescoço, abdome,
dorso e dos músculos da respiração.
Articulação vértebra + costela
Esterno
Correlações Clínicas

Função das cartilagens costais:


As cartilagens costais prolongam as costelas anteriormente e contribuem para a
elasticidade da parede torácica, impedindo que determinados traumatismos fraturem o
esterno e/ou as costelas. Nas pessoas idosas, as cartilagens sofrem calcificação, o que
as torna radiopacas e menos resilientes.

Fraturas das costelas:


A parte mais fraca de uma costela é a região imediatamente anterior ao seu ângulo. As
fraturas das costelas frequentemente resultam de traumatismo direto ou indiretamente
de lesões por esmagamento. As costelas intermediárias são mais comumente fraturadas.
Um golpe direto pode fraturar uma costela em qualquer lugar, e sua extremidade
fraturada pode lesionar órgãos internos, como, por exemplo, o pulmão ou o baço.
Correlações Clínicas

▪ Fraturas do esterno:
As fraturas do esterno não são comuns, mas lesões por esmagamento podem ocorrer durante compressão
traumática da parede torácica (ex:em acidentes de automóvel, quando o tórax do motorista é forçado contra o
volante). Quando o corpo do esterno é fraturado, ocorre uma fratura cominutiva (que se fragmenta em
diversos pedaços). Nas lesões do esterno, a preocupação é com a probabilidade de lesão nos pulmões e no
coração.

Esternotomia mediana: Para obter acesso à cavidade torácica em operações cirúrgicas — coração
e grandes vasos, por exemplo — o esterno é dividido (“separado”) e suas metades puxadas para os
lados no plano mediano. Após cirurgia, as metades do esterno são reunidas e suturadas.
Correlações Clínicas

▪ Toracotomia, incisões no espaço intercostal:


A abertura cirúrgica da parede torácica para penetrar na cavidade pleural é chamada de
toracotomia.
Mama
▪ Tanto os homens quanto as mulheres têm mamas, mas normalmente as glândulas mamárias são bem
desenvolvidas apenas nas mulheres. As glândulas mamárias, nas mulheres, são acessórias para a
reprodução.
▪ Entre a mama e a fáscia peitoral encontra-se um espaço virtual – o espaço retromamário. Esse plano,
contendo uma pequena quantidade de gordura, permite à mama algum grau de movimento na fáscia peitoral. 
▪ As glândulas mamárias estão firmemente fixadas à derme da pele sobrejacente pelos ligamentos suspensores
da mama (de Cooper). Esses ligamentos, particularmente mais desenvolvidos na parte superior da mama,
ajudam a sustentar os lóbulos da glândula mamária.
▪ Na parte mais proeminente da mama encontra-se a papila mamária, circundada por uma área pigmentada
circular (aréola). A mama contém de 15 a 20 lóbulos de tecido glandular. Cada lóbulo é drenado por
um ducto lactífero, que se abre independentemente na papila mamária. Profundamente à aréola, cada ducto
apresenta uma porção dilatada, o seio lactífero.
Vascularização da mama

▪ O suprimento arterial da mama é derivado de:

- Artérias mamárias mediais -  ramos da


artéria torácica interna, que se originam da
artéria subclávia.
- Artérias mamárias laterais - Artérias
torácica lateral e toracoacromial = ramos da
artéria axilar.
Drenagem venosa da Mama

▪ Feita principalmente para a veia


axilar, mas há alguma drenagem para
a veia torácica interna.
Drenagem Linfática da Mama

▪ A drenagem linfática da mama é importante em virtude de seu papel na


metástase das células cancerígenas. A linfa segue da papila mamária, da
aréola e dos lóbulos da glândula mamária para o plexo linfático
subareolar e dele:
- A maior parte da linfa (mais de 75%), especialmente dos quadrantes
laterais da mama, drena para os linfonodos axilares;
- A linfa proveniente dos quadrantes mediais da mama drena para
os linfonodos paraesternais;
- A linfa dos quadrantes inferiores da mama flui profundamente para
os linfonodos do abdome.
Correlação Clínica

▪ Quadrantes da mama:
Para a localização e descrição anatômica da doença (p. ex., cistos e tumores), a
mama é dividida em quatro quadrantes. O processo axilar da mama é uma
extensão do quadrante súperolateral.
Correlação Clínica

▪ Carcinoma de mama:
Conhecer a drenagem linfática das mamas é de importância prática no prognóstico da metástase das células
cancerígenas de um carcinoma de mama.
Os carcinomas de mama são tumores malignos, geralmente adenocarcinomas. As células cancerígenas metastáticas
que penetram no vaso linfático geralmente passam por dois ou três grupos de linfonodos antes de penetrar no
sistema venoso. 
A interferência da drenagem linfática pelo câncer pode causar linfedema (excesso de líquido na tela subcutânea),
que, por sua vez, pode resultar no desvio da papila mamária e espessamento da pele da mama
Correlação Clínica

▪ Mamografia:
O exame radiográfico das mamas, mamografia, é uma das técnicas usadas para
detectar massas nas mamas. Um carcinoma aparece como uma área densa, grande
e irregular na mamografia. 
Os cirurgiões usam a mamografia para orientá-los quando removem tumores,
cistos e abscessos da mama.
Correlação Clínica

▪ Incisões cirúrgicas da mama:


As incisões são feitas nos quadrantes inferiores da mama sempre que possível,
porque esses quadrantes são menos vascularizados do que os superiores.
A mastectomia (excisão da mama) não é mais tão comum como tratamento para
câncer de mama. Na mastectomia simples, a mama é removida até o espaço
retromamário. A mastectomia radical, um procedimento cirúrgico mais extenso,
compreende a remoção da mama, dos músculos peitorais, de gordura, da fáscia e da
maior quantidade possível de linfonodos na axila e na região peitoral. 
Musculatura do tórax - Anterior
Musculatura do tórax - Posterior
Correlação Clínica
Correlação Clínica
Parede torácica

▪ As artérias da parede
torácica são derivadas da parte
torácica da aorta, da artéria
subclávia, por meio das artérias
torácica interna e intercostal. E
da artéria axilar, por meio das
artérias torácicas lateral.
Cada espaço intercostal é suprido
por três artérias: uma grande artéria
intercostal posterior e um par de
artérias intercostais anteriores.
Parede torácica

As veias intercostais posteriores se


anastomosam com as veias intercostais
anteriores, tributárias das veias torácicas
internas.
A maioria das veias intercostais
posteriores termina no sistema de veias
ázigo/hemiázigo que conduz sangue
venoso para a veia cava superior.
Inervação Tórax

Plexo cervical

Nervos

Nervo Frênico
Nervo Frênico
Vísceras torácicas

A cavidade torácica, o espaço por dentro das paredes torácicas, apresenta três
compartimentos:

- Dois compartimentos laterais — as cavidades pulmonares — que contêm os


pulmões e pleuras;
- Um compartimento central — o mediastino — que contém todas as outras
estruturas torácicas: coração, grandes vasos, traqueia, esôfago, timo e linfonodos.
Pleuras

Cada pulmão é revestido e fechado por um saco pleural seroso que


consiste em duas membranas contínuas — as pleuras.

A pleura visceral reveste os pulmões e é aderente a todas as suas


superfícies, A pleura parietal reveste as cavidades pulmonares, aderindo
à parede torácica, ao mediastino e ao diafragma.
Pulmão
Correlação Clínica
Pneumotórax e hemotórax:

A entrada de ar na cavidade pleural — pneumotórax — em virtude de um ferimento


penetrante na pleura parietal ou da ruptura de um pulmão provocada por um projétil de arma
de fogo, por exemplo, resulta em colapso parcial do pulmão. Costelas fraturadas também
podem lacerar a pleura parietal e produzir pneumotórax. Isso pode ocorrer também como
resultado de extravasamento do pulmão por uma abertura na pleura visceral. 
Em um ferimento no tórax, o sangue também pode penetrar na cavidade pleural (hemotórax).
Correlação Clínica

Pleurite:

Durante a inspiração e a expiração, as pleuras, normalmente


úmidas e lisas, não produzem som detectável durante a ausculta
pulmonar (escuta dos ruídos da respiração); entretanto, a
inflamação da pleura — pleurite.

Toracocentese:
Algumas vezes é necessário inserir uma agulha hipodérmica através de um
espaço intercostal no interior da cavidade pleural para obter amostra de
líquido pleural ou remover sangue ou pus. Para evitar dano ao nervo e vasos
intercostais, a agulha é inserida superiormente à costela, alto o suficiente para
evitar os ramos colaterais
Correlação Clínica
Ausculta dos pulmões e percussão do tórax:
A ausculta dos pulmões (avaliar o fluxo de ar pela árvore bronquial, no pulmão, com um
estetoscópio) e a percussão do tórax sempre incluem a raiz do pescoço para detectar sons no ápice
dos pulmões.
Correlação Clínica
Embolia pulmonar:
A obstrução de uma artéria pulmonar por um coágulo sanguíneo (êmbolo) é uma causa
comum de morbidade e mortalidade. O êmbolo em uma artéria pulmonar forma-se quando
um coágulo sanguíneo, glóbulo de gordura ou bolhas de ar provenientes de uma veia da
perna são conduzidos pelo sangue até os pulmões. O êmbolo passa pelo lado direito do
coração para um pulmão por meio de uma artéria pulmonar. O êmbolo pode obstruir uma
artéria pulmonar — embolia pulmonar — ou um de seus ramos. O resultado imediato é a
obstrução parcial ou completa do fluxo sanguíneo para o pulmão. A obstrução resulta em
um setor do pulmão que é ventilado, porém não perfundido com sangue. Quando um
êmbolo grande oclui uma artéria pulmonar, o paciente sofre angústia respiratória
aguda em virtude da grande diminuição da oxigenação do sangue decorrente do bloqueio
do fluxo de sangue através do pulmão. Um êmbolo de tamanho médio pode bloquear uma
artéria que supre um segmento broncopulmonar, causando infarto pulmonar, uma área de
necrose do tecido pulmonar.
Localização:
Está localizado entre os pulmões, no mediastino (porção central
da cavidade central torácica) acima do diafragma, atrás do esterno
e na frente do esôfago.
Funciona como uma “bomba” – Sístole e Diástole.
Camadas do Coração

Pericárdio:
Pericárdio fibroso: é o que mantém o coração fixado.
Pericárdio seroso: dividido em dois folhetos também,
visceral (interno) e parietal (externo), onde no meio
circula um líquido, para ajudar na movimentação do
sangue.
- Miocárdio
- Endocárdio
Correlação Clínica

Pericardite e derrame pericárdico:

Inflamação do pericárdio (pericardite) geralmente causa dor no tórax. Geralmente, as


lâminas do pericárdio seroso não produzem som detectável durante a ausculta. Contudo,
a pericardite torna suas superfícies ásperas, e o atrito resultante, atrito pericárdico, parece
com o roçar da seda quando escutado com um estetoscópio.

Importância Clínica: Pericardite e Derrame


Pericárdico.
Procedimento: Pericardiocentese.
Importância Clínica:
Tamponamento cardíaco;
cardiomegalia e
hemopericárdio.
- Átrios;
- Ventrículos;
- Ápice
- Septo Atrioventricular
- Músculos Papilares
- Valvas Cardíacas (Função?)
Bicúspide ou Mitral – Anterior e
Posterior.
Tricúspide – Anterior, Posterior e
Septal.
Pulmonar
Aórtica

Importância Clínica: Batimento/Ausculta


Apical e Valvulopatias (estenose e
regurgitação) - Sopro
Aa Coronária direita;
- Aa Coronária esquerda;
- Aa coronária descendente
anterior
- Aa Coronária Circunflexa;

Importância clínica:
Doença Arterial Coronariana – Redução
suprimento de O2.
Ex: Angina - IAM (necrose do miocárdio) e
Aterosclerose coronariana.
- Veia Cava Superior;
- Veia Braquiocefálica Direita;
- Veia Braquiocefálica Esquerda;
- Veia Jugular Direita;
- Veia Jugular Esquerda;
- Veia Subclávia Direita;
- Veia Subclávia Esquerda.

Importância Clínica: Local de acesso


venoso periférico e PICC.
- Artéria Aorta – Ascendente – Arco da Aorta
e Descendente;
- Tronco Braquiocefálico;
- Artéria Carótida Comum Direita;
- Artéria Carótida Comum Esquerda;
- Artéria Subclávia Direita;
- Artéria Subclávia Esquerda.

Importância Clínica:
Local de verificação de pulso.
Aneurisma aórtico: Abaulamento da artéria
comprimindo esôfago e traqueia
provocando dispneia.
A assistência de enfermagem ao paciente cardiopata deve ser
sempre seguida de um exame físico e histórico completo, pois
assim poderemos determinar as ações de enfermagem que
deverão ser realizadas com este paciente. Outro aspecto
importante é a inclusão da família no tratamento deste
paciente, pois os hábitos alimentares, o uso correto dos
medicamentos e a atividade física são fundamentais para o
sucesso do tratamento e da qualidade de vida.
DRAKE, Richard L. Ph.D.; VOGL, Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray's Anatomia para
estudantes. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 1103 p. ISBN 9788535225709 (broch.).

MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2014. xviii, 1114 p. ISBN 9788527725170 (enc.).

NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, c2015. 531 +
I-43 p. ISBN 9788535279696 (broch.)

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