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FILOSOFIA

MODERNA
Ou da CIÊNCIA

PROFº MARCINHO
O que é ciência?
Para que serve a ciência?
Filosofia e ciência são a mesma coisa?

É possível dizer que ciência é um tipo de


conhecimento aprofundado, sistematizado
sobre algo, adquirido através do método
científico. Ela serve para explicar a realidade
de forma mais rigorosa e também para
melhorar as nossas vidas. Embora tenham
uma mesma origem, enquanto a ciência busca
respostas, a filosofia apresenta as questões
Fonte: https://images.app.goo.gl/3EqGk6mMkLfbr4SM9 essenciais.
Ciência e Filosofia: Como tudo começou?

CURIOSIDADE ESPANTO

O ser humano sempre buscou conhecer


os objetos ao seu redor, primeiramente
porque se trata do instinto de
Fonte:
https://images.app.goo.gl/qYvgHoaUFV5jXcpq7

sobrevivência, depois para dominar os


fenômenos naturais e colocá-los a favor
de sua vida.
Ciência e Filosofia: Como tudo começou?
Os gregos, em contato com a filosofia egípcia, são responsáveis por
difundir e aprofundar as perspectivas do saber, incluindo mesmo a
dimensão do saber pelo saber, isto é, do conhecimento com valor
em si mesmo.

FILOSOFIA
DOXA = opinião EPISTEME =
irrefletida / conhecimento seguro e
crença ingênua justificado racionalmente
Ciência e Filosofia: como tudo começou?
Século XVII:
• Desenvolvimento da Ciência Moderna a partir do estabelecimento do método
científico;
• Ciência e Filosofia passam a ser compreendidas como conhecimentos autônomos,
independentes;
• Filosofia Natural = Ciências da Natureza.

A Filosofia da Ciência é um ramo do conhecimento filosófico que reflete e


questiona a ciência e o saber científico (natureza das ciências, fundamentos,
metodologia, pressupostos e significados sociais).
Filosofia da
Dentre as principais preocupações da Filosofia da Ciência hoje, podemos citar:
Ciência • investigar os fins e as prioridades a que a ciência se propõe;
• analisar as condições em que as pesquisas se realizam e as consequências do
uso da técnica.
Como funciona a ciência? A ciência é confiável? Por quê?
A ciência funciona através de uma metodologia específica e própria, o método
científico. A aplicação rigorosa deste método é o que garante a sua credibilidade. A
ciência parte de uma observação criteriosa da realidade, numa tentativa de
solucionar problemas e assim possibilitar o desenvolvimento humano.

SABER CIENTÍFICO
CIÊNCIA: Campo da atividade humana que se dedica ao
conhecimento sistemático e seguro dos fenômenos
naturais.

Segundo uma determinação do período moderno (séc.


Para que serve a XV ao XVIII) a ciência teria por finalidade o domínio da
natureza, fornecendo assim melhores condições para o
ciência? desenvolvimento da espécie humana.
Ciência: principais características
⮚ Generalizante: explicações sistemáticas obtidas pela experiência
controlável e que permite conclusões gerais. Isso significa que as leis
científicas não valem somente para os casos observados, e sim para todos
os casos semelhantes.

Exemplo: “A água é uma substância composta por hidrogênio e oxigênio”.

⮚ Unificador: reúne diversos fenômenos, aparentemente distantes, sob


explicitação de uma mesma teoria.

Exemplo: Lei da gravitação universal

⮚ Rigoroso: utilização da linguagem matemática (matematização) para


exposição dos seus resultados. Formulação em enunciados gerais, de
modo que um número pequeno de princípios explicativos possa
unificar um grande número de fatos.
O método científico
Método científico: série de procedimentos que
orienta como deve ser obtido o conhecimento
sobre determinado fenômeno. Esses
procedimentos seguem uma estrutura lógica, isto
é, algumas etapas a serem cumpridas para a
resolução do problema (aquilo que se quer saber
ou descobrir).

Enunciado do problema: observação dos fatos


Formulação de hipótese : busca resolver o problema com possíveis respostas
Testes experimentais da hipótese: experimentação da hipótese levantada
Conclusão: a confirmação, ou a reformulação da hipótese, ou ainda o abandono completo da
hipótese como proposta de solução.
Leis ou teorias científicas:
Tratam-se de enunciados ou sentenças
generalizantes que buscam descrever os
fenômenos demonstrando suas regularidades e
relações constantes. A explicação e a previsão
são as principais funções das teorias científicas,
portanto o explicar e o prever são inerentes aos
enunciados científicos.

∙ As leis permitem resumir uma significativa quantia de fenômenos


observados, possibilitando uma visão global sobre o fato.
∙ Também permitem uma previsão dos fenômenos futuros que detenham as
mesmas condições regulares dos já observados.
No século XX, um filósofo britânico chamado Francis Bacon,
afirmou: “Saber é poder.”

Ao afirmar que “saber é poder”, Bacon está se referindo à Por um lado, este poder de dominar e
capacidade humana de dominar e/ou transformar a transformar natureza a nosso favor é algo
natureza em benefício da humanidade. Você sabia que o muito positivo. Imagine o que seria do
ser humano é o único animal capaz de fazer isto? mundo sem as vacinas, por exemplo. Por
outro, esse mesmo poder pode levar à
extinção de nossa própria espécie.
CIÊNCIA MODERNA
• Desenvolve-se na Europa a partir do século XVI,
com o chamado Renascimento Cultural;
• É entendida por muitos historiadores como uma
REVOLUÇÃO CIENTÍFICA, uma vez que a ciência
deixa de ser contemplativa/ especulativa e passa
a ser ativa, aliando ciência e técnica.

CIÊNCIA MODERNA
Michel de Montaigne
• Michel de Montaigne foi um filósofo, escritor e humanista francês.
- É considerado o inventor do gênero ensaio pessoal quando publicou sua obra Ensaios.
• Se opôs à Filosofia Escolástica e suas ideias filosóficas estiveram ancoradas:
- Epicurismo - Identificação do bem soberano como prazer, que há de ser encontrado na prática
da virtude e na cultura do espírito. Substitui o bem pelo prazer e o mal pela dor.
- Estoicismo - Os homens vivessem em harmonia com a natureza - (Consigo próprios, com a
humanidade e com o universo.)
- Ceticismo - Corrente filosófica caracterizada, essencialmente, por duvidar de todos os
fenômenos que rodeiam o ser humano.
- Humanismo - Movimento de transição que marcou o fim da Idade Média e início da Idade
Moderna na Europa, com foco na valorização do homem.

Ensaios (1580), foi a única obra publicada por Montaigne (reunida em três volumes) sendo considerada um
marco para o nascimento do gênero ensaio pessoal. (’primeiros a instituir na literatura moderna um espaço privado, o
espaço do “eu", do texto intimo. Ele cria um novo processo de escrita filosófica, no qual hesitações, autocríticas,
correções entram no próprio texto.’)
É sua obra-prima, que floresceu após 20 anos de reflexão. Consiste em um modo de pensar crítico à sociedade
do século XVI, embora aborde temas variados. Algumas de suas teses são:
1 – Toda ideia nova é perigosa; 2 – Todos os homens devem ser respeitados (humanismo); e 3 – No domínio da
educação, deve-se respeitar a personalidade da criança.
Michel de Montaigne na Educação
Foi um revolucionário no tema da educação - O ensino deveria estar atrelado com o empirismo - Através de experiências práticas.
Criticou o esquema de memorização e o uso dos livros (baseado na cultura livresca do Renascimento) que, segundo ele,
afastaria os alunos do conhecimento - Segundo Montaige, na cultura livresca os estudantes não aprenderiam de forma rápida e
ainda, não teriam prática para solucionar diversos assuntos de suma importância, os quais estavam ligados com o
desenvolvimento humano e a moral, como, por exemplo, articular conhecimentos.
A educação deveria criar seres humanos voltados para a investigação e conclusões, ao mesmo tempo que exercitasse a
mente resultando num posicionamento crítico do indivíduo.

Ano: 2021 Banca: INEP Órgão: ENEM 
Prova: INEP - 2021 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Edital 2020
   
Montaigne deu o nome para um novo gênero literário; foi dos primeiros a instituir na literatura moderna um espaço
privado, o espaço do “eu", do texto intimo. Ele cria um novo processo de escrita filosófica, no qual hesitações, autocríticas,
correções entram no próprio texto.
COELHO. M. Montaigne.  São Paulo Publicita. 2001 (adaptado).

O novo gênero de escrita aludido no texto é o(a) Alternativas

A confissão, que relata experiências de transformação.


B ensaio, que expõe concepções subjetivas de um tema.
C carta, que comunica informações para um conhecido.
D meditação, que propõe preparações para o conhecimento.
E diálogo, que discute assuntos com diferentes interlocutores.
Nicolau Maquiavel
• Nicolau Maquiavel nasceu na cidade de Florença, na Itália, no ano de 1513;
• Recorrentemente, seu nome é associado aos traços “maquiavélicos”, “astuciosos”, e
“imorais”, pois sua obra foi recebida com “amor” e “rancor”, sentimentos humanos que
interferem na política.
• Maquiavel é considerado um filósofo político, e sua teoria é também estudada pela
disciplina de Filosofia no Ensino Médio;
• Para a disciplina de Sociologia, sua obra é fundamental, pois ele é considerado um dos
fundadores da Ciência Política Moderna.
• Nessa visão, a política é explicada de uma forma não-normativa, ou seja, suas formas
de manifestação são estudadas a partir da realidade dos agentes.

- Fruto de uma longa trajetória de observação da Itália do seu tempo, Maquiavel desenvolveu uma teoria política
inovadora em relação aos teóricos absolutistas que priorizavam a correspondência entre o poder divino e o monarca .
- A teoria de Maquiavel explica o poder a partir das relações humanas, e não divinas. Partindo da premissa de
que a política deve ser entendida em seus próprios termos, tendo uma explicação humana dessa relação social.
- A natureza do ser humano é perversa: São “ingratos”, “volúveis”, “covardes ante aos perigos”, “egoístas” e “ávidos
de lucro”.
O poder possui uma origem mundana, e a perversidade das relações humanas se manifestam na política;
- O príncipe precisa resistir aos inimigos, obtendo a honra, a fama e a glória para si e para o Estado;
- Existem duas forças opostas em todas as sociedades:
(1) O coletivo que quer dominar e oprimir o povo;
(2) O coletivo que não quer ser oprimido e dominado pelos poderosos;

- Para Maquiavel, a política precisa encontrar equilíbrio entre essas forças, com virtù e fortuna, características que
integram talento, sorte e sabedoria para agir conforme as circunstâncias.
- Levando esse cenário de realismo político o Príncipe deve ser um Homem de Virtude e que saiba lidar com os
caprichos da Fortuna. Na filosofia de Maquiavel, a Fortuna é o principal obstáculo do homem na vida política. Para ele a
Fortuna é como uma Deusa, caprichosa e traiçoeira. Da mesma forma que ela trás a boa sorte ela também trás má sorte.
Na medida que ela dá o poder ela tira. E ela pode levar qualquer império a ruína. Ele a representa também como uma
roda, que gira, e que em um momento o Homem está em cima, na sua graça, no outro embaixo, na desgraça. A Fortuna é
especialmente traiçoeira por ser muito atraente, para ganhar as coisas pela Fortuna o Homem não precisa fazer de fato
nenhum esforço, mas o Homem que depende somente da Fortuna está fadado ao fracasso.
Daí a importância da Virtude, que o autor chama de Virtú. A Virtú é composta por uma série de aspectos que levam
o Príncipe a ser o Homem ideal para governar. Virtú é principalmente a capacidade de lidar com os infortúnios e os
perigos oferecidos pela Fortuna. O Príncipe deve saber como lidar com a má fortuna para não se deixar cair e perder o
poder.

- A política possui ética e lógica própria. Seu principal objetivo (fim) é garantir a manutenção do Estado. Para isso,
lançam-se meios necessários para atingir esse fim: “Os fins justificam os meios”;

- Em Maquiavel, a virtuosidade não é cristã: não necessariamente as qualidades de honestidade são necessárias
para o príncipe. Há vícios que são virtudes, desde que eles tenham como objetivo a manutenção do poder.
Ano: 2013 Banca:   Órgão: ENEM 
Prova: 2013 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro Dia e Segundo Dia - Edital 2013
   
(ENEM-2013) Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que
ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de
faltar uma das duas. 
Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de
lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como
acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.

MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.

A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas. Maquiavel define o homem
como um ser:

A – Munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.


B – Possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política.
C – Guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
D – Naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.
E – Sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.
Jean Bodin
- Grande pensador da área da economia e da política. Em sua obra mais emblemática “A República”
abordou temas relacionados ao Estado, tipos de governo e de justiça, além do poder e da religião.

- Idealizou o sistema absolutista e estimulou o desenvolvimento do conceito moderno de soberania


(força de coesão social) em sua obra “A República”, na qual defende o conceito de um soberano
perpétuo e absoluto inserido no sistema da Monarquia.

- Além da monarquia, o tipo de governo defendido por ele, refletiu também sobre a democracia e a
aristocracia, onde a soberania da primeira seria exercida pelo povo, e da segunda, pela classe
dominante.

- Para o filósofo, a monarquia não podia ser confundida com a tirania, uma vez que se o governo não
fosse democrático não poderia ser totalmente absolutista, salientando assim, a importância das
liberdades e das propriedades materiais. Nas palavras de Bodin:
“O Monarca, desprezando as leis da natureza, abusa das pessoas livres como de escravos, e
dos bens dos súditos como dos seus (...) quanto às leis divinas e naturais, todos os princípios da
terra estão sujeitos, e não está em seu poder transgredi-las.”

- Para Bodin, a anarquia seria a pior forma encontrada para a desordem da sociedade e por outro
lado, a ordem somente seria conquistada por um Estado forte e soberano.
- Nesse caso, esse soberano (rei ou príncipe) representaria a imagem de Deus. Em resumo,
na teoria que ficou conhecida como o “Direito Divino dos Reis”, Jean Bodin acreditava que a
soberania absoluta deveria se concentrar numa só figura.
Na mesma linha de pensamento estava Jacques Bossuet (1627-1704), teólogo francês e um
dos maiores teóricos do absolutismo regido pelo Direito Divino dos Reis. Da mesma forma que Bodin,
para Bousset, os reis eram considerados os enviados para exercer o poder de Deus na Terra.
Questão 8 – (FUVEST) – No processo de formação dos Estados Nacionais da França e da Inglaterra
podem ser identificados os seguintes aspectos

a) fortalecimento do poder da nobreza e retardamento da formação do Estado Moderno


         
b) ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja

c) desagregação do feudalismo e centralização política

d) diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial

e) enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre o Estado e a Igreja


Francis Bacon (1561-1626)
• Filósofo e político inglês
• Contribuiu com o desenvolvimento da Ciência Moderna a partir da criação do chamado
“Método Experimental”
• Para Bacon, a ciência era uma técnica e os conhecimentos científicos deveriam ser
considerados instrumentos práticos de controle da natureza: “SABER É PODER”.

De acordo com Bacon, o homem de ciência deveria estar


Bacon: Teoria dos Ídolos
atento para os obstáculos que se colocam entre o
conhecimento humano e a natureza. Com esta postura, ele Quatro gêneros de ídolos que geram falsas
veria que é necessário eliminar as “falsas imagens” da imagens à percepção humana:
observação comum.

Ídolos da Tribo: limitações da espécie humana.


Ídolos da Caverna: falsas noções dos seres humanos.
Para Bacon, a experiência serve como critério de verdade.
Ídolos do Fórum ou Mercado: limitações da linguagem e
Por isso, utilizava o raciocínio indutivo como forma de
comunicação
pesquisa, ou seja, partia de conjecturas, de indícios.
Ídolos do Teatro: limitações do campo cultural,
filosófico e científico
Bacon: Método Indutivo - Experimental
Criou um modelo de investigação através do método da indução, o
qual estava baseado na observação precisa e minuciosa dos
fenômenos naturais.
Com o intuito de combater os erros provocados pelas
crenças nos “ídolos”, Bacon propõe o método indutivo. Segundo ele,
essa metodologia estaria dividida em quatro etapas:
- Coleta de informações a partir da observação rigorosa da
natureza;
- Reunião, organização sistemática e racional dos dados recolhidos;
- Formulação de hipóteses segundo a análise dos dados recolhidos;
- Comprovação das hipóteses a partir de experimentações. - Exemplo: Como exemplo, podemos pensar nas
observações de um cientista que analisa a
O método indutivo, raciocínio indutivo ou simplesmente temperatura de ebulição da água. Primeiramente, ele
indução, é um tipo de argumento utilizado em diversas áreas do observa que o ponto de ebulição da água é 100 °C.
Para ter certeza, o cientista realiza essa
conhecimento. Esse método tem o intuito de chegar a uma
experiência diversas vezes. Ao chegar na mesma
conclusão. O método indutivo tem como ponto de partida a
conclusão, ele determina que o ponto de ebulição da
observação para, daí, elaborar uma teoria. água sempre será de 100 °C.
Sendo assim, ele é muito utilizado nas ciências no qual parte Assim, podemos notar que a conclusão obtida
de premissas verdadeiras para chegar em conclusões que podem pelo cientista foi alcançada pela observação, ou seja,
ou não serem verdadeiras. Nesse sentido, a indução acrescenta a indução. Elas, portanto, são baseadas na
informações novas nas premissas que foram dadas anteriormente. observação sistemática dos fatos.
(ENEM) Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de
que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa
anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um
prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de
enriquecersua vida, física e culturalmente.

CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2 n. 4,


2004 (adaptado).

Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a


ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse
contexto, a investigação científica consiste em:

a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.


b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e
religiosos.
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
Galileu Galilei (1564 – 1642)
• Foi um matemático, físico, astrônomo e filósofo italiano;
• Responsável por superar o aristotelismo e pelo advento da concepção
moderna de ciência;
• Perseguido e condenado pela Inquisição, foi obrigado a abjurar publicamente
suas ideias e preso em domicílio, a partir de 1633, onde passou o resto de sua
vida.

Nicolau Copérnico
Astrônomo e matemático polonês que desenvolveu a
Teoria Heliocêntrica do Sistema Solar, considerada uma das
descobertas científicas mais importantes da Era Moderna. A
partir desta teoria, a concepção de Cosmos foi totalmente
repensada.

Sol é o centro do Universo e ao seu redor se


i a Revolução movem a Terra e os demais astros em órbitas
Você sabe o que fo elípticas.
Copernicana?
René Descartes

Assim como o desenho de Da Vinci, em


sua filosofia, René Descartes considera
o rigor, a precisão matemática e o
método como fundamentais para o
conhecimento.

Fonte:
https://images.app.goo.gl/N3Y3awjpkSxv6oxu7
• Descartes viveu no século XVI entre 1596 e 1650;
• É considerado o pai da Filosofia Moderna;
• Além de interessar-se por filosofia, estudou também
matemática, geometria e álgebra.

Só a razão pode levar a um


Dentre as suas principais
conhecimento rigoroso!
obras podemos citar:
• Discurso do Método
• Meditações Metafísicas
• Regras para a Orientação do Espírito RACIONALISMO: Corrente filosófica
• Tratado do Mundo que enfatiza o papel da RAZÃO no
• Princípios de Filosofia processo do conhecimento
• Tratado das Paixões da Alma
RENÉ DESCARTES
Nas Meditações Metafísicas, Descartes elabora alguns argumentos que dão a ele a possibilidade de
alcançar uma primeira verdade indubitável:

• Erro dos sentidos; Sonho; Deus enganador/Gênio maligno.

• Argumento do erro dos sentidos: nossos sentidos


podem ser enganosos!
• Argumento do sonho: o fato de que sonhamos também
coloca em questão os nossos sentidos. Como posso ter
certeza de que o que estou vivendo realidade? E se tudo
não passar de um sonho?
• Argumento do Gênio Maligno ou Deus Enganador:
imagine que Deus seja uma espécie de “Gênio Maligno”
que nos faz acreditar que estamos tendo uma aula de
filosofia, quando na verdade não há nada acontecendo e
Ele está apenas se divertindo às nossas custas.
Racionalismo de René Descartes

Descartes cria uma ponte entre o pensamento


subjetivo e a realidade objetiva. Afastando todas
“opiniões” infundadas, a partir da dúvida
hiperbólica, busca estabelecer certezas duradouras
e sólidas a partir seja possível estabelecer
conhecimentos seguros.
Tenho ideias inatas: Deus e
perfeição.
Se duvido... sou
E ideias adventícias
algo que pensa. (sentidos) e factícias
Se penso, existo!
Cogito, ergo sum. (imaginação).
4 Regras do Método Cartesiano

1º Evidência: não podemos 2º Análise: dividir um


aceitar como verdadeiro problema facilita a sua
aquilo que não seja resolução.
totalmente claro e seguro.
4º Enumeração:
3º Ordem: começar pelas nos certificar de
questões mais simples, até que nenhuma
alcançar problemas mais dúvida foi deixada
complexos. de lado. Fazer
revisões completas.
Na primeira meditação, eu exponho as razões pelas quais nós podemos duvidar de todas as
coisas e, particularmente das coisas materiais, pelo menos enquanto não tivermos outros
fundamentos nas ciências além dos que tivemos até o presente. Na segunda meditação, o espírito
reconhece entretanto que é absolutamente impossível que ele mesmo, o espírito, não exista.

DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).


O instrumento intelectual empregado por Descartes para analisar os seus próprios pensamentos
tem como objetivo

Alternativas

A identificar um ponto de partida para a consolidação de um conhecimento seguro.


B observar os eventos particulares para a formação de um entendimento universal.
C analisar as necessidades humanas para a construção de um saber empírico.
D estabelecer uma base cognitiva para assegurar a valorização da memória.
E investigar totalidades estruturadas para dotá-las de significação.
IMMANUEL KANT (1724-1804)

• Nasceu em Königsberg, na Prússia Oriental, então Império


Alemão;
• Teve influência de filósofos e cientistas como Leibniz,
Newton e David Hume;
• Seu pensamento é considerado uma síntese do
racionalismo e do empirismo;
• Desenvolveu o Criticismo.
Criticismo Kantiano:  sistema que procura determinar os limites da razão
humana.
Em 1781, Kant publica uma de suas obras mais importantes, a Crítica da
Razão Pura. Nela, Kant analisa a razão, o que pode ser conhecido
legitimamente e que tipo de conhecimento não tem fundamento. Em sua
opinião, quais são os limites de nossa razão? Podemos conhecer tudo? O
que foge à nossa possibilidade de compreensão?

Kant desloca o sujeito da


periferia do conhecimento,
conferindo-lhe centralidade.
Para o filósofo, o sujeito é
quem produz o
conhecimento.
Tipos de conhecimento

Conhecimento puro: é aquele que não depende da


experiência, deve ser universal e necessário – a priori.
Ex: Os juízos da matemática.

Conhecimento empírico: é aquele que vem da experiência e


depende dela – a posteriori.
Ex: Esta caneca é preta.

Tipos de juízos: analíticos, sintéticos a priori, sintéticos


a posteriori.
Humanismo – Antropocentrismo...
O Homem Vitruviano, de
Leonardo da Vinci, ficou
famoso por ressaltar as
proporções matemáticas...
Fonte:
https://images.ap
p.goo.gl/Zt4E5wb
wofXG49yo8 e
https://images.ap
p.goo.gl/mH7ReH
MNEv1YkGUf7

... e a simetria do corpo humano


encaixado dentro de um quadrado e
um círculo.

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