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CUIDADOS NA

ALIMENTAÇÃO
E
HIDRATAÇÃO
Formador: João André
Carga Horária – 50
-horas
Pontos de crédito: 4,5
-Métodos e técnicas pedagógicas: Apresentação expositiva
através do formato Power Point, Brainstorm, debates,
dinâmicas de grupo e visualização do filme Magic Pill
Apresentação Avaliação

da UFCD - Apresentação de trabalhos de grupo – 15 de Junho


- Ficha de Avaliação – 20 de Junho

Código - 6575 - PRA – 20 de Junho

Assiduidade e Pontualidade
- Respeitar horários
- Devem estar presentes em 90% das horas
Apresentação dos
trabalhos de grupo
Grupo I – Dieta diabética
Grupo II – Dieta Parentérica
Grupo III – Dieta Hipossalina
Grupo IV – Alimentação
Saudável

Em que consiste a dieta?


Quais as pessoas que devem seguir este tipo de dieta?
Benefícios em seguir, consequências de não seguir a dieta
Objectivos
•Identificar as noções básicas associadas: aos conceitos de alimentação, nutrição, dietética e
hidratação, e as respetivas diferenças; da composição dietética dos alimentos e do seu valor
nutricional; às necessidades alimentares nas diferentes fases da vida; aos diferentes tipos de
terapêuticos nutricionais;

•Identificar as vias de alimentação: oral, entérica e parentérica; reconhecer os principais riscos


associados à alimentação oral e identificar os sinais de alerta;

•Preparar os alimentos, do utente que necessita de uma alimentação oral, mobilizando


conhecimentos fundamentais em qualidade e higiene e segurança alimentar;
Objectivos
•Preparar, acondicionar e conservar alimentos frescos e confecionados, para pequenas refeições e
suplementos alimentares, prescritas em plano alimentar/dietético, mobilizando conhecimentos
fundamentais de normas de qualidade e higiene alimentar;

•Aplicar técnicas de apoio na alimentação e hidratação oral, ao utente que necessita de


cuidados de saúde, mobilizando conhecimentos fundamentais na mobilização e
posicionamento do utente que previnam situações de risco;

•Identificar as tarefas que têm de ser executadas sob supervisão direta do profissional de saúde e
aquelas que podem ser executadas sem necessidade de supervisão direta;
O Homem tem aumentado a sua
esperança de vida e longevidade,
sendo esta uma realidade cada vez
mais frequente no mundo e
também em Portugal.
Uma alimentação e nutrição adequadas constituem requisitos básicos de direitos a vida

para a promoção da saúde e proteção contra doenças, o que torna possível um grande potencial

de crescimento e desenvolvimento humano com qualidade de vida. Embora cada fase de vida

tenha a sua particularidade, a nutrição é de igual importância em todas elas.

No processo de envelhecimento, a alimentação vai tendo cada vez mais um papel fulcral

relativamente à qualidade de vida e longevidade do idoso.

Os idosos desenvolvem necessidades nutricionais e adquirem hábitos dietéticos que os colocam

em risco alimentar, constituindo um assunto complexo, se por um lado as necessidades

nutricionais declinam com a idade devido à diminuição do metabolismo, por outro necessitam de

consumir alimentos de maior densidade nutricional.


As funções vitais (crescimento, movimento, pensamento,
Alimentação regeneração, reprodução e manutenção) são asseguradas pelos
alimentos que o próprio organismo, por mecanismos,
decompõe em nutrientes.
Nutrição e Uma das funções principais dos nutrientes é o fornecimento
de energia essencial à manutenção da nossa

Dietética atividade como ser vivo que somos (Metabolismo Basal),


bem como de energia necessária à realização de todas as
nossas outras atividades do dia-adia (andar, ler, manusear
instrumentos, etc.).
Alimentação

A alimentação é um processo que consiste em


obter do nosso meio uma série de produtos
naturais ou transformados que contenham um
conjunto de substâncias químicas denominadas
nutrientes. É um processo voluntário já que
requer um conjunto de procedimentos, como por
exemplo, a selecção dos alimentos. É pois
legítimo referir que, neste processo influem
fatores psicológicos, biológicos, socioeconómicos
e geográficos.
Nutrição
Conjunto de processos mediante os quais, o
organismo recebe, transforma e incorpora nos seus
próprios tecidos um certo número de substâncias
ingeridas através da alimentação. Estas
substâncias, denominadas nutrientes, constituem
o material básico para a manutenção da vida.
É um processo involuntário e, entre outros
fatores, depende, por exemplo, de uma eleição
equilibrada de alimentos. O nutriente é uma
substância ou constituinte alimentar que é
absorvido e utilizado pelo organismo para a
manutenção da vida.
Dietética

A dietética é a disciplina que estuda os alimentos


e a sua combinação de modo a que cubram
suficiente e adequadamente as necessidades
nutritivas dos diferentes indivíduos de acordo
com as suas características individuais,
ambientais e culturais.
Classificação dos
alimentos
Os nutrientes depois de absorvidos pelo tubo digestivo, especialmente no intestino, vão assegurar o
funcionamento químico do corpo ou metabolismo. Este compõe-se de todas as trocas de substâncias, quer
de construção e produção de energia, quer da destruição e eliminação de compostos.

Existem sete famílias de nutrientes, em que cada família tem as suas características, a sua
constituição e a sua função:

• Os Prótidos (ou Proteínas)

• Os Glícidos (ou Hidratos de Carbono)

• Os Lípidos (ou Gorduras)

• As Vitaminas, os Minerais, as Fibras e a Água.


Classificação dos
alimentos
Energéticos Plásticos Reguladores
/ Protetores
• Glícidos • Prótidos •Vitaminas
• Lípidos • Água •Água
• Prótidos • Sais Mineiras •Sais Minerais
• Lípidos •Fibras
Proteínas
Material de construção das estruturas do corpo humano. As
proteínas têm uma função nobre, já que são necessárias para o
crescimento, desenvolvimento e reparação das células, tecidos e
órgãos, e para a produção de hormonas, de enzimas e de
componentes do sistema humanitário. Diz-se por isso que têm uma
função plástica.

São de origem animal (peixe e carne, leite e ovos) e de origem


vegetal (feijão, grão e soja).

1gr de proteínas = 4 quilocalorias (Kcal.)


Glícidos, açúcares ou
hidratos de carbono
Têm como objetivo de fornecer energia necessária para os
processos metabólicos existentes no nosso corpo
São encontrados no pão, massas, batatas, leguminosas secas, arroz e
fruta (frutose e glicose).

1 gr de hidratos de carbono = 4 quilocalorias


Lípidos ou
gorduras
Os lípidos fornecem energia essencialmente calorífica responsável
pela manutenção da temperatura corporal, atuam como reservas do
organismo
São divididas em três grandes grupos: triglicerídeos,
fosfolipídicos e colesterol.

1 gr de gordura = 9 quilocalorias.
Vitaminas
Necessárias ao bom funcionamento e desenvolvimento do
organismo, mas em pequenas quantidades.

Lipossolúveis Hidrossolúveis
•Vitamina B1 (Tiamina)
•Vitamina B2 (Riboflavina)
•Vitamina A •Vitamina B5 (Ácido pantoténico)
•Vitamina B6 (Piridoxina)
•Vitamina D •Vitamina B12 (Cobalamina)
•Vitamina C (Ácido ascórbico)
•Vitamina E •Vitamina H
•Vitamina M
•Vitamina K •Vitamina PP
•Vitamina P
Sais Fibras
Minerais
Catalisam e regularizam os processos de
Indispensáveis ao trânsito intestinal,
para o funcionamento normal de parte
assimilação dos alimentos. O organismo
do intestino delgado e de todo o
necessita de cerca de vinte minerais, mas
intestino grosso, favorecem a absorção
os principais são o cálcio, o sódio o
regular da água e dos constituintes dos
potássio e o ferro.
alimentos e a sua passagem para o
sangue.
Águ
A água é o componentea
mais abundante do
organismo. Num adulto, cerca de 60 a 70% do seu
peso é constituído por água.

A perda de 20% da água corporal pode levar à


morte.
Sem alimentos podemos sobreviver durante algumas
semanas, mas sem água somente alguns dias.
Participa na regulação da temperatura do organismo,
ajuda a manter o equilíbrio ácido-base, é o meio de
transporte dos nutrientes a todas as partes do corpo, e de
eliminação de resíduos metabólicos. Participa também na
formação das secreções digestivas.
Grupos
Alimentares
Para um funcionamento eficiente, o corpo
humano requer o contributo de mais de 40
nutrientes e por essa razão, é necessário
ingerir uma grande variedade de alimentos.
À exceção dos primeiros meses de vida, que
o leite é o único alimento que é capaz de
fornecer todos os nutrientes em quantidades
apropriadas.
RODA DOS
ALIMENTOS

• Completa

• Variada

• Equilibrad
a
RODA DOS
O número deALIMENTOS
porções a serem ingeridas diariamente deverá ser de acordo com as
necessidades individuais de cada indivíduo, pelo que estas dependem de vários fatores
como o sexo, a idade, estado fisiológico, atividade física, entre outros

Contudo, nas crianças com idades compreendidas entre 1 aos 3 anos as porções
devem ser inferiores ao que é estabelecido, bem como nos homens fisicamente
ativos e rapazes adolescentes pelo que necessitam de maior aporte energético
Grupo dos Cereais,
Derivados e
Tubérculos
Alimentos ricos em hidratos de carbono complexos, sendo este
substrato a principal fonte energética das nossas células. São
praticamente isentos de gordura e fornecedores de proteínas de
média qualidade, uma vez que apresentam como aminoácido
limitante o triptofano. São também boas fontes de minerais
(Selénio, Potássio e Magnésio) e vitaminas (B1, B2, B3, B6 e C)

Os cereais integrais são bastantes ricos em fibra


Grupo das
Hortícolas
São os alimentos que têm como principal função fornecer ao
organismo boas quantidades de vitaminas, minerais, água e fibra
solúvel

Contém quantidades residuais de Hidratos de Carbono e Gorduras,


sendo fornecedores de proteínas de baixa qualidade. Vários estudos
têm demonstrado o beneficio para a saúde do consumo de
hortícolas diariamente, uma vez que é sugerido que poderão
prevenir vários tipos de cancro, melhorar o perfil lípido sanguíneo,
diminuir a absorção do açúcar, prevenir o aparecimento das
doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade, entre outras.
Grupo da
Fruta
As frutas são boas fornecedoras de vitaminas, minerais, hidratos
de carbono simples (frutose) e fibra solúvel. São também fontes
importantes de antioxidantes (licopeno, polifenóis,…), os quais
têm uma função importante na prevenção de vários tipos de
cancro, envelhecimento celular, prevenção de ação de radicais
livres e doenças cardiovasculares.
Grupo do Leite
e Derivados
Estes alimentos são excelentes fontes de proteínas de alto valor
biológico, cálcio, zinco, fósforo, magnésio, vitaminas do
complexo B, vitaminas D e vitamina A.

São constituídos por cerca de 3,5% de gordura saturada


(queijo poderá conter cerca de 45% de gordura) e o único
hidrato de carbono presente é a lactose.
Grupo da Carne,
Pescado e Ovos
Não fornecem hidratos de carbono, sendo constituídos
essencialmente por proteína de alto valor biológico e gordura,
saturada no caso da carne vermelha e ovos, monoinsaturada no
caso da carne branca e polinsaturada (ácidos gordos n-3) no caso do
peixe.

São excelentes fontes de vitaminas do complexo B, ferro,


zinco, fósforo e vitamina D.
Grupo das
Leguminosas
São boas fontes de hidratos de carbono, proteína de médio valor
biológico, apresentando alguns défices em aminoácidos essenciais,
vitamina B1, vitaminas B2, ferro e cálcio, e fibras insolúveis.

Grupo das Gorduras


e Óleos
uEste grupo deverá contribuir com menor percentagem para o dia
total. São fontes de Lípidos, e vitaminas lipossolúveis como a
vitamina A e a vitamina E.
Nutrição na gestação

Crianças
As necessidades Bebés
nutricionais nas Período pré-escolar
Idade Escolar
diferentes fases da Adolescência

vida Nutrição nos


adultos

Idosos
Nutrição na
gestação
As recomendações nutricionais são direcionadas para o consumo de energia pelo
organismo e o ganho de peso durante a gestação, sendo assim uma adequada
ingestão energética se resume em um ganho ponderal gestacional satisfatório. O
ganho de peso mostra o crescimento fetal e a expansão de tecidos maternos como
placenta, tecido adiposo, útero e mamas, e também aumento de líquido
extracelular, volume sanguíneo e líquido amniótico.

É imperatório uma maior ingestão de quantidade de nutrientes, nomeadamente ácido


fólico, ferro e cálcio:
Ácido fólico (antes da conceção e primeiro trimestre) – previne que o bebé tenha
defeitos ao nível do tubo neural
Ferro (ultimo trimestre)
Cálcio – previne Doença Hipertensiva Específica da Gravidez e a falta deste
nutriente pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento fetal, podendo
ocorrer alterações na membrana, contrações prematuras e precipitação no parto.
Bebés
O alimento principal é o leite materno, é nele que
se encontram todos os nutrientes que a criança
necessita nos primeiros meses de vida. Após os 6
meses, alimentação exclusiva de leite materno já
não é suficiente. Nesta altura inicia-se a
formação de hábitos alimentares. Os alimentos
devem ser introduzidos na dieta um de cada vez,
para que os pais possam perceber se existe
alguma reação alérgica. Quanto maior for a
variedade de alimentos, maior é a oferta de
nutrientes, daí ser importante oferecer
alimentos cujos valores nutricionais são elevados.
Período pré-escolar
É caracterizada pela diminuição da velocidade de
crescimento, bem como o apetite.

Nesta fase é importante vigiar esta falta de apetite, que pode


ser de origem comportamental ou orgânica (deficiência
de micronutrientes, ferro)

Na fase da infância, a dieta deve conter alimentos com


muito valor nutricional (vegetais, frutas e alimentos com
muita proteína) pois são estes os responsáveis pelo
crescimento e desenvolvimento.
Idade escolar
Nesta fase, é a escola que tem um papel fundamental na alimentação das
crianças.
O crescimento dos 6 aos 12 anos é lento mas estável. A criança começa a
passar a maior parte do seu tempo na escola e a sua vida social tem mais
impacto nos seus hábitos de vida.
Para as crianças terem uma alimentação saudável, deve-se ter em conta alguns
fatores, como por exemplo:
- Aparência dos pratos
- Quantidade de comida
- Combinação dos alimentos
- Bom exemplo familiar
A alimentação nesta fase da vida tem como objetivos, manter o
crescimento adequado, evitar o défice de nutrientes e prevenir problemas
de saúde da fase adulta
Adolescência
A fase da adolescência é marcada pela maior necessidade de ingestão de
vitaminas, nomeadamente A, C, D, ferro e cálcio.

Para além disso garantir um aporte proteico e energético equilibrado, que


juntamente com a prática de exercício físico, vai prevenir problemas de
obesidade.
Adulto
s
A alimentação dos adultos tem um caráter mais subjetivo, pois
deve ser adequada às características individuais de cada pessoa,
bem como às suas necessidades específicas do trabalho, idade,
sexo, eventuais restrições ou necessidades aumentadas, cultura,
fatores socioeconómicos,....
Idosos
O envelhecimento é um processo natural do ser vivo, contudo
acarreta diversas alterações anatómicas e metabólicas que trazem
consequências à saúde do idoso, como por exemplo uma maior
tendência para o sedentarismo e hábitos alimentares inadequados.

A perda de apetite e da sensação gustativa em pessoas idosas está


associada muitas vezes à ausência de dentição ou ao uso de próteses.
Pelo facto dos idosos com as próteses dentárias os idosos
mastigam mais de 70% com menos eficiência do que com dentes
naturais, estes vão optar por alimentos de fácil mastigação,
pobres em nutrientes.
A desidratação torna-se frequente podendo desencadear outros agravos
como enfermidades infeciosas e cerebrovasculares.
A menor ingestão hídrica pode ainda ser decorrente de alguma
debilidade física, pois, neste caso, há certa dependência de outras
pessoas, no entanto, a alteração na sensação de sede é atribuída à
disfunção cerebral e/ou à diminuição da sensibilidade dos
osmorreceptores.

A integração social é outro fator que tem papel importante na


alteração do consumo alimentar do idoso.
A carência familiar e social diminui a autoestima desse
indivíduo, criando a possibilidade de se alimentar de forma
inadequada em quantidade e qualidade, além da tendência ao
desestímulo para comprar e preparar alimentos variados e
nutritivos
Elevado consumo de sal Elevado consumo de
Responsável pela elevada
prevalência de doenças como a açúcar e gorduras
hipertensão arterial, cancro do
Poderá ser causa de doenças
estômago, doenças
cardiovasculares, dislipidemias e
Erros a cerebrovasculares e cardio-
circulatórias.
obesidade.

evitar na
dieta Reduzido consumo de Saltar refeições
dos alimentos ricos em fibras Começar o dia sem tomar o pequeno

idosos O reduzido consumo destes


alimentos está relacionado com o
almoço é um erro alimentar muito
frequente. As consequências mais
aumento da prevalência de doenças significativas são hipoglicemias
como a obstipação e alguns tipos de matinais, falta de atenção, diminuição do
neoplasias. rendimento intelectual.
Pontos
- O aspeto visualimportantes
da comida é muito importante. Até uma comida simples e bem
apresentada poderá fazer com que o idoso sinta prazer em comer.

-Se a capacidade digestiva é limitada, as refeições devem ser planeadas de modo que a
pessoa idosa evite certos alimentos. Uma bebida quente à noite pode ser agradável para o
idoso, ajudando mesmo a induzir ao sono.

-As refeições na terceira idade devem ser pouco abundantes e repartidas, para que cada uma
não sobrecarregue demasiado o estômago do idoso. À medida que aumenta a idade, a
tendência será para que as refeições se tornem isocalóricas e com intervalos de cerca de 2,30
a três horas.
Pontos
-Estas refeições devem importantes
ser preparadas para facilitarem a mastigação e permitirem uma
fácil digestão, evitando a utilização de condimentos fortes e de gorduras em excesso e
muito aquecidas.

-A comida deve ser cozinhada e apresentada à temperatura adequada e de acordo com


os princípios da nutrição. A ingestão de líquidos deve ser assegurada de acordo com as
necessidades e a estação do ano
Decorrente de um défice entre as necessidades nutricionais
e o que é efetivamente ingerido. Quando prolongado, leva à
alteração da função de vários órgãos.

Pessoas idosas podem ficar desnutridas devido à solidão,


incapacidade física e mental, imobilidade ou doença crónica.
A sua capacidade de absorver os nutrientes está reduzida,
contribuindo para problemas como anemia osteoporose e
osteomalacia. Desnutrição
Ainda a redução do número de dentes, as doenças da gengiva
que surgem em consequência do envelhecimento e as próteses
dentárias que nem sempre cumprem o seu papel, e por vezes a
associação destes fatores, levam a que os idosos limitem o
consumo de determinados alimentos.
Deficiência de nutrientes essenciais e pode ser o resultado de
uma ingestão insuficiente devido a uma dieta pobre; de uma
absorção deficiente do intestino dos alimentos iingeridos (má
absorção); do consumo anormalmente alto de nutrientes pelo Subnutrição
corpo; ou da perda excessiva de nutrientes por processos como
a diarreia, sangramento (hemorragia), insuficiência renal.

Excesso de nutrientes essenciais e pode ser o resultado de


comer demais (ingestão excessiva); ou do uso excessivo de Hipernutrição
vitaminas ou outros suplementos.
O nosso corpo necessita de mais nutrientes durante certas fases da vida,
especialmente na infância e adolescência; durante a gravidez em durante a
amamentação. Nos idosos as necessidades alimentares são menores, mas a capacidade
de absorver os nutrientes também se encontra reduzida.
O risco de subnutrição é maior nestas etapas da vida, e ainda mais entre pessoas
economicamente desfavorecidas.

Ocorrem alterações na concentração Mau funcionamento de órgãos e


de nutrientes no sangue e nos tecidos do corpo e então surgem
tecidos, a seguir acontecem sintomas de doença e pode ocorrer
alterações nos níveis de enzimas a morte.
Deficiências e Desordens
Nutricionais
As deficiências nutricionais podem causar várias doenças:
- Hemorragia gastrointestinal pode causar anemia por deficiência de ferro
- Altas doses de vitamina A pode desenvolver dores de cabeça e visão dupla

Qualquer sistema do corpo pode ser afetado por uma desordem nutricional:
-Sistema nervoso: deficiência de niacina (pelagra), tiamina - vitamina B1, deficiência ou excesso
de vitamina B6 (piridoxina), e deficiência de vitamina B12.
-Sistema cardiovascular afetado pela obesidade, por uma dieta com muita gordura que leva à
hipercolesterolemia e à doença coronária, ou por uma dieta com excesso de sal que conduz à
hipertensão.
-Sistema gastrointestinal deficiência de ácido fólico e alcoolismo.
-Os ossos e articulações são afetados pelo raquitismo (deficiência de vitamina D), osteoporose.
Dietoterapia

Uma ferramenta da saúde, que usa dos alimentos (principalmente), para o


tratamento e prevenção de doenças, levando ao organismo a adquirir os
nutrientes necessários para a boa performance e saúde.
O método utilizado é voltado para que análises comparativas e o uso de tabelas de
composição química dos alimentos tenham em seus rótulos e embalagens, a
relação de suas respetivas calorias e o se respectivo valor nutricional.

A boa nutrição depende de uma dieta regular e equilibrada - ou seja, é preciso


fornecer às células do corpo não só a quantidade como também a variedade
adequada de substâncias importantes para seu bom funcionamento.
Plano Alimentar
De acordo com as regras de uma alimentação saudável, a elaboração da
ementa deve ser:
-Equilibrada, variada e rica nutricionalmente, respeitando o contexto
sociocultural dos clientes a que se destina;
-Diversificada e de acordo com as necessidades de cada cliente;
-Atenta às preferências de cada cliente;
-Elaborada com a colaboração de todos os responsáveis, no
estabelecimento, por este processo (diretor do estabelecimento,
cozinheiro), incluindo o nutricionista ou o seu aconselhamento;
-Elaborada, no mínimo, semanalmente, pelos responsáveis por este
processo, no estabelecimento;
-Composta por dietas especiais, em caso de necessidade.
Plano Alimentar
Algumas regras para uma alimentação saudável:
-Promover um consumo adequado de alimentos do grupo dos legumes e
frutos e minerais;

-Restringir o consumo de calorias totais (adequar as calorias ingeridas às


necessidades reais e à atividade desempenhada);

-Preferir cozidos, cozidos a vapor, assados, grelhados e estufados;

-Evitar consumir fritos e refogados. Rejeitar sempre as partículas


queimadas resultantes da confeção dos alimentos (nomeadamente nos fritos,
assados e grelhados);
Plano Alimentar
Fazer 5 ou 6 refeições diárias, distribuindo assim as calorias a ingerir de
forma equilibrada;

-Ter o cuidado de comer calmamente, mastigando e ensalivando bem os


alimentos;

-Ingerir água. Nunca esquecer que durante o Verão as necessidades hídricas


aumentam. No caso de se tratar de um cliente idoso, é aconselhável
que traga ou tenha perto de si um recipiente com água, para ingerir pelo
menos litro e meio regularmente ao longo do dia;

- Adotar hábitos saudáveis como praticar desporto, não fumar e tentar viver
de forma calma e sem stress.
Dieta progressiva

Dietas Terapêuticas hospitalar

Um plano alimentar terapeutico contempla dietas que Dieta hipoglucidica

apresentam uma relação direta com a sobrevida do utente, a


exemplo das dietas terapêuticas para doenças como o Dieta hipolipidica
diabetes, a obesidade, as nefropatias, as hepatopatias, as
doenças cardiovasculares ou patologias relacionadas à
Dieta para doentes com
carência de determinados nutrientes, como a desnutrição e a hipouricémia
anemia.
Existem algumas dietas em que o nível de intervenção pode ser Dieta hipoproteíca
menor, pois são mantidos os nutrientes que o paciente necessita,
mas os alimentos podem sofrer modificações em suas
Dieta gastroentérica
características físicas, variando em sua consistência, a exemplo
das dietas de progressão, tais como as dietas líquidas, dietas
pastosas, dietas brandas e dietas normais. Dieta hipocalórica
Dietas Progressiva
Hospitalar

Dieta completa e equilibrada desenhada segundo os


princípios da alimentação saudável.
Destina-se a todos os utentes (doentes e funcionários) que não
requerem modificações dietéticas específicas. Sem nenhuma
restrição, deve preencher todos os requisitos de uma dieta
equilibrada.
Admite todos os alimentos.
Dietas Progressiva
Hospitalar
Dietas
Hipoglucidica
Dieta constituída principalmente de hidratos de carbono
complexos e rica em fibras insolúveis. A sacarose é
substituída por adoçante artificial à base do edulcorante
aspartame, sacarina.
É destinada a doentes com comprometimento do
metabolismo glucídico, nomeadamente diabéticos e
obesidade.
São permitidos todos os alimentos, de acordo com um estilo de
alimentação saudável, exceto açúcar e preparações com adição de
açúcar
Dietas
Hipoglucidica
Dietas
Hipolipidica
Destinada a doentes com patologia hepática, pancreática e de
vesícula biliar.

Aplicável no controle de hipercolesterolemia, aterosclerose.


Oferece alto teor de fibras insolúveis e lípidos
polinsaturados, com restrição de lípidos saturados.

Em relação ao teor de colesterol, na carne e seus derivados é


necessário consumir menos frequentemente. São retirados da
dieta as gorduras de adição como manteiga, margaina, óleo e
azeite. O leite deve ser magro.
Dietas
Hipolipidica
Dietas para doentes com
hipouricémia
A hiperuricemia está frequentemente associada a outras patologias
(diabetes, obesidade, dislipidemias), recomenda-se:
•Tomar diariamente o pequeno-almoço e comer a intervalos não
superiores a 3,5 horas;
•Ingerir cerca de 2 a 3 litros de líquidos por dia,
•Consumir alimentos de origem vegetal que alcalinizam a urina e
estimulam a diurese
•Uma vez que as purinas são solúveis em água, a técnica culinária mais
recomendada para carnes e pescado é a cozedura, tendo o cuidado de rejeitar
o seu líquido (por exemplo, não consumir a água da canja, do caldo, da
caldeira);
•Evitar o consumo de refrigerantes, açúcar e alimentos que o
contenham;
•Evitar o consumo exagerado de sal;
Dietas
Hipoproteíca
Dieta completa com restrição proteica e baixo teor de
sódio e potássio.
Dieta de consistência normal, hipossódica, hipoglicidica,
hipoprotéica, com lípidos para completar o valor calórico
total/dia; com alto teor de alimentos formadores de
resíduos intestinais
Destina-se a doentes com patologias que requerem
restrição de proteínas. Utilizada como tratamento
conservador em patologias onde ocorre a necessidade de
diminuição dos produtos do catabolismo proteico como
ureia, creatinina e amônia.
Dietas
Hipoproteíca
Dietas Gastroentérica

Todos os alimentos são triturados e batidos de forma a


transformá-los num líquido não muito espesso, sem grumos. É
destinada a doentes que não possam ingerir alimentos sólidos
ou cremosos ou com sonda de alimentação.
Utilizam-se alimentos “macios”, fáceis de homogeneizar,
rejeitando-se todos aqueles que não possuam estas
características.
Dietas Gastroentérica
Dietas
Hipocalórica
Dieta completa com restrição lipídica e com selecção de
alimentos ricos em fibras.

Pode ser adotada como dieta de entrada e destina-se


especialmente a doentes com capacidade digestiva
diminuída.
Dietas
Hipocalórica
Dietas
Hiposalina
Qualidade e
Higiene
Alimentar
Hidratação
A água é o principal constituinte do organismo e é essencial para a vida.
«um Homem pode viver 3 semanas sem comer, 3 dias sem beber e apenas 3
minutos sem ar».

Hidratação - reposição de água no organismo, mantendo a


sua composição corporal. Pode ser realizada por via oral
ou intravenosa.

Num ser humano adulto o total de água corporal é de 52 a 66% do peso do


corpo, dependendo de vários fatores, como idade, sexo e da quantidade de
gordura corporal. Por exemplo, um homem médio de 70 kg e 45 anos contém
cerca de 42 litros (60%) de água no organismo.
Hidratação
A água tem funções essenciais no organismo:
Meio onde se dão todas as reações do organismo, como por exemplo a
digestão;
Transporta os nutrientes e os produtos resultantes do metabolismo;
Regula a temperatura corporal;
Interfere no funcionamento de todos os sistemas e órgãos.

Uma desidratação continuada, ainda que leve, tem efeitos a longo prazo,
nomeadamente a nível cardíaco, renal, respiratório e digestivo.
Na nova Roda dos Alimentos a água também está representada. Está
localizada ao centro uma vez que é essencial para a vida e faz parte de
quase todos os alimentos.
Importância da
Ahidratação
ingestão de líquidos é muito importante para a saúde mesmo quando
não se realiza exercício. As perdas diárias de água não se resumem apenas
a perdas pela urina. Estamos continuamente a perder a água do organismo
(através da respiração e do suor), o que vem reforçar a necessidade de
uma hidratação correta.

O equilíbrio entre a ingestão e a perda de líquidos é fundamental para


não colocar a saúde em risco. A regulação do balanço hídrico depende de
mecanismos hipotalâmicos de controlo de sede, da harmonia
antidiurética, da capacidade em reter ou excretar água da função renal e
das perdas por respiração e transpiração.
A desidratação resulta da eliminação de água e sais minerais do
organismo e acontece quando o balanço hídrico é negativo,

Efeitos da quando as perdas de água não são repostas. Existe uma tendência
natural para a desidratação na medida em que os rins têm que,

desidratação continuamente e mesmo numa pessoa desidratada, excretar uma


quantidade mínima de urina (idealmente cerca de 100 ml /hora),

na saúde de modo a haver eliminação das substâncias tóxicas do


organismo. Por outro lado, estamos continuamente a libertar água
pela pele e pela respiração.
Efeitos da desidratação na
Sistema Renal
saúde

Uma desidratação leve constante e o aumento consequente da concentração do líquido


extracelular leva ao aumento da secreção de vasopressina, levando ao processo de
concentração de urina.
Induz alterações morfológicas e funcionais no rim, nomeadamente na taxa de filtração
glomerular, podendo funcionar como fator de risco para insuficiência renal crónica e nefropatia
diabética.
Infeções do trato urinário - a possibilidade de infeção do trato urinário não é dependente do estado
de hidratação, embora, em caso de infeção, seja muito importante para melhorar os resultados da
terapia anti microbiana, uma vez que a diurese diminui o volume bacteriano por eliminação.
Urolitíase - um volume de urina baixo é um importante fator de risco para a formação de
cálculos nos rins; o aumento do volume e consequente diluição da urina tem um efeito protetor da
cristalização de sais.
Efeitos da desidratação na
saúde
Sistema
digestivo
Secreção salivar – a desidratação provoca uma diminuição da secreção salivar. Sabe-se que existe
uma relação entre a desidratação e o fluxo salivar, muito importante para neutralizar os ácidos da
placa bacteriana. Não existe, no entanto, uma relação direta entre a desidratação e as doenças dos
dentes, como cárie e erosão dentárias.

Obstipação – a ingestão inadequada de líquidos é uma das causas importantes de obstipação,


especialmente em crianças. Embora em pessoas hidratadas o aumento da ingestão de líquidos não altere
o volume fecal, em pessoas desidratadas e obstipadas, esse aumento vai melhorar substancialmente a
consistência das fezes.
Efeitos da desidratação na
saúde
Sistema respiratório

Doenças bronco-pulmonares – embora se aconselhe frequentemente uma ingestão elevada de


líquidos em doentes com bronquite crónica e asma, são necessários mais estudos para se esclarecer
o papel da desidratação nestas doenças.

Sistema circulatório

Doença coronária – alguns autores descrevem uma associação inversa entre o consumo de água e o
risco de doença coronária.
Efeitos da desidratação na
saúde
Cognição
Em estado de desidratação ligeira, observaram alterações de funções cognitivas como
diminuição da capacidade de atenção, concentração e memória, comprometendo em alguns casos, a
tomada de decisão e a eficácia da resolução de problemas de aritmética.
As crianças e os adolescentes parecem estar particularmente sujeitos a risco de
comprometimento da função cognitiva devido a insuficiente hidratação.
Sintomas da desidratação:
Cãibras;
Fadiga;
Hipertensão Arterial;
Vertigens e tonturas;
Náuseas e vómitos;
Alterações visuais e
auditivas.
Restrições hídricas
A avaliação do estado de hidratação pode ser realizada por testes laboratoriais, por medições objetivas
não invasivas e por observações subjetivas.

A restrição hídrica é um fator importante no controlo da tensão arterial, e por isso na


prevenção de doenças cardiovasculares. A ingestão excessiva de líquido, com consequente ganho
excessivo de peso entre diálises, aumenta o risco de edema agudo do pulmão.

A necessidade de remoção de líquido em excesso durante a sessão de Hemodiálise, pode causar


rápida redução do volume sanguíneo e provocar hipotensão, angina, arritmias e cãibras
musculares, uma vez que a taxa de ultrafiltração é aumentada e a velocidade de reposição
plasmática não acompanha a velocidade de remoção de líquido na diálise.
A prestação de cuidados na alimentação e hidratação oral do cliente

Cuidados de higiene parcial antes e após a refeição


A higiene oral deverá ser realizada idealmente após cada refeição e sempre que necessário.
Os objetivos da higiene oral centram-se na necessidade de manter a boca limpa e húmida, ajudar a
conservar os dentes e mucosa oral, remover restos alimentares, massajar as gengivas, estimular a
circulação e prevenir complicações.

Prestar atenção especial a pacientes com presença de sonda nasogástrica ou necessidade de aspiração de
secreções, tendem a apresentar maior acumulação de sujidade na boca e maior desidratação da mucosa
oral. Pelo que é fundamental a higiene cuidada da mesma.
Dever-se-á trocar o adesivo de fixação da sonda nasogástrica diariamente, após o banho.
A prestação de cuidados na alimentação e hidratação oral do cliente

Se o paciente for capaz de se auto-cuidar, deverá ser realizada supervisão e, se necessário ensino.
Caso contrário, deverão ser seguidas as seguintes instruções:
Reunir todo o material: luvas, escova de dentes ou espátula com compressa, pasta
dentífrica, antisséptico oral, copo, bacia, toalha, resguardos, palhinha, vaselina ou
pomadas.
Posicionar o paciente, de preferência sentado, ou em decúbito lateral (de lado) se
inconsciente;
Associar, no copo, o antisséptico e a água em partes iguais;
Se possível pedir ao Doente para gargarejar com o líquido previamente preparado
(podendo utilizar a palhinha), relembrando que não pode deglutir.
Embeber a espátula envolvida com compressa ou escova de dentes na mesma solução preparada
anteriormente;
A prestação de cuidados na alimentação e hidratação oral do cliente
Caso contrário, deverão ser seguidas as seguintes instruções (continuação):
Realizar a limpeza da língua, movendo-a de um lado para o outro para evitar provocar o vómito.
Não esquecer de limpar também as partes laterais, inferior e palato (céu da boca), além das
gengivas;
No caso do paciente possuir prótese dentária, esta deve ser retirada e lavada (água morna), escova
e pasta de dentes, devendo-se lavar a boca normalmente como anteriormente foi referido; colocar
prótese dentária em locais adequados (não embrulhar em lenços ou outro material).
Hidratar os lábios com vaselina ou outro produto semelhante.
No caso de pacientes semi-dependentes, promover uma correta higiene oral, aconselhando escovar
os dentes após as refeições, lavando todas as faces dos dentes, língua, gengivas, palato e parte
interna das bochechas, em movimentos circulares, utilizando uma escova com cerdas suaves. Pode
também ser aconselhada a utilização do fio dentário.
Posicionamento para alimentação/hidratação:
à mesa; no cadeirão; na cama
Posicionamento durante a refeição
O utente deve permanecer sentado ou recostado antes da alimentação, durante a alimentação e durante
30min após alimentação.
Posição para uma alimentação segura, na cama e em cadeira de rodas, com o tronco elevado e cabeça
direita.
Posição sentado, com o tronco direito, o braço afetado em cima da mesa. O prato pode ser colocado
sobre uma superfície antiderrapante para evitar o seu deslize.
Flexão da cabeça (queixo ao peito). Aumenta o espaço vascular e desta forma protege as vias
respiratórias.
Apresentação do prato e a preparação dos alimentos (cortar e descascar)
Sempre que o cliente se encontre incapacitado para tomar uma refeição, os colaboradores, devem:
Preparar cuidadosamente o espaço da refeição;
Promover a autonomia do cliente e respeitar as suas preferências e necessidades
individuais;
O prato, os talheres, o copo ou a chávena, devem estar adaptados para facilitar o seu uso; Aquecer
os alimentos que não se encontrem à temperatura indicada ou que não satisfaçam o cliente;
Garantir, nas situações de doentes acamados, que o cliente se encontra num
posicionamento correto (90º), i.e. sentado para tomar a refeição, para que este não se engasgue
ou sufoque;
Apoiar, se necessário, na toma dos alimentos. Nesta tarefa, o colaborador deve possuir uma atitude
calma e pausada, não apressar a refeição e colocar pouca comida no garfo ou colher para
salvaguardar uma boa mastigação e deglutização dos alimentos.
Apresentação do prato e a preparação dos alimentos
(cortar e descascar)
Limpar a boca do cliente, sempre que necessário, e posicionar-se de frente para o cliente,
mantendo uma conversa permanente.
Socorrer-se de ajudas técnicas /instrumentos de apoio para alimentar o cliente, sempre que
necessário;
Aumentar a consistência dos líquidos (p.e chá, café, sumos, sopas, etc), sempre que o cliente
tenha dificuldades em engolir, através de espessantes, ou seja de produtos de preparação
fácil e instantânea, sem paladar e que mantenham constante a espessura dos líquidos ao longo do
tempo, não lhe retirando o seu aspeto atrativo;
Não se esqueça de oferecer líquidos, mesmo que ele não os solicite. É muito importante manter
a hidratação;
Apresentação do prato e a preparação dos alimentos
(cortar e descascar)

Observe se as refeições estão a ser bem toleradas, caso contrário, procure apoio junto da sua
enfermeira/médico de família para conhecer outras alternativas de dieta;
A dor diminui o apetite. Certifique-se que o paciente esteja medicado com os analgésicos
prescritos pelo médico para que a dor não dificulte a alimentação;
Se for possível, ofereça sempre pequenas quantidades de comida e permita que o paciente escolha
entre várias opções de alimentos;
No caso dos pacientes com problemas na movimentação dos braços, lembre-se sempre de colocar os
alimentos e a água próximos ao lado não afetado.
Diferentes vias de
alimentação
ENTÉRICA PARENTÉRICA

Designação associada à forma de nutrição na qual os As formulações para nutrição parentérica


nutrientes são administrados por sonda apresentam-se como preparações injetáveis,
prontas ou de preparação extemporânea.
Entérica
A alimentação enteral é a administração de alimentos na forma líquida que através de um
tubo caem diretamente no estômago ou intestino. Existe a necessidade de colocar sonda
nasogástrica quando a ingestão alimentar por via oral (boca) não é suficiente, por patologia (AVC,
doenças que necessitem de um maior aporte nutricional) ou cirurgia (boca, estomago, intestino)

A ingestão alimentar por via enteral não invalida que a pessoa não ingira alimentos por
via oral. Devemos, de facto, privilegiar a via oral por ser a mais fisiológica.
A alimentação entérica é utilizada também para: evitar perda de peso, má cicatrização de
feridas, diarreia, obstipação, vómitos, preparar o organismo para tratamentos como:
cirurgias, quimioterapia, radioterapia e diálise, entre outros.
Entérica
Estão incluídas dietas entéricas de diversas categorias, algumas das quais podem ser administradas por via oral: como
suplemento de alimentos correntes (quando a ingestão é insuficiente) ou como única forma da nutrição oral (em geral
dietas poliméricas).
Tipos ou Categorias de dietas entéricas
Suplementos dietéticos orais
Completos
Modulares
Dietas entéricas
Poliméricas
Modificadas
Pré-digeridas
Específicas de doenças (cardiopulmonar, hepática, renal)
Específicas de doenças metabólicas
A administração por via oral implica um paladar "agradável" para os doentes, o que é conseguido através de "sabores".
Estes são uma constante dos suplementos dietéticos.
Nas dietas poliméricas, a presença de sabores leva a um aumento de osmolalidade quando administradas por sonda deve
ser sempre selecionada a formulação neutra.
Entérica
Cuidados com sonda nasogástrica
A fixação externa da sonda pode ser trocada pelo cuidador, desde que tenha cuidado para não a deslocar.
Para fixar a sonda é melhor utilizar adesivo antialérgico, e mudar frequentemente o local de fixação, assim pode evitar
ferir a pele ou causar alergias.
Antes de dar a dieta coloque a pessoa sentada na cadeira ou na cama, com as costas bem apoiadas e deixe-a nessa
posição por 30 minutos após terminar a alimentação. Esse cuidado é necessário para evitar que em caso de vómitos
ou regurgitação, restos alimentares entrem nos pulmões.
Injete a dieta na sonda lentamente quase gota a gota. Esse cuidado é importante para evitar diarreia, formação
de gases, distensão abdominal, vómitos e também para que o organismo aproveite melhor o alimento e absorva os
seus nutrientes.
A quantidade de alimentação administrada de cada vez deve ser no máximo 350ml, várias vezes ao dia; ou de
acordo com a orientação da equipa de saúde.
Quando terminar a alimentação entérica injete na sonda de 20ml de água fria ou tépida se for fervida, para evitar
que os resíduos de alimentos entupam a sonda.
A sonda deve permanecer fechada sempre que não estiver em uso.
A dieta deve ser dada em temperatura ambiente, não há necessidade de aquecer a dieta em banho-maria ou no
micro-ondas.
Tarefas no âmbito de
intervenção do/a
Técnico/a Auxiliar de
Saúde No que respeita à alimentação e hidratação, este
profissional deve auxiliar na prestação de
cuidados aos utentes, de acordo com orientações do
enfermeiro:
Sob orientação de um Auxiliar nas tarefas de alimentação e
Enfermeiro, tem de executar hidratação do utente, nomeadamente na
sob sua supervisão direta preparação de ligeiras ou e
suplementos refeições no
alimentares
acompanhamento durante as refeições
Tarefas no âmbito de
intervenção do/a Devem ser cumpridos alguns aspectos dos quais se
Técnico/a Auxiliar de salientam os mais significativos:
Saúde No inicio do turno da manhã ou sempre que seja
necessário, transportar ao serviço de alimentação a
requisição das alimentações dos doentes.
Receber as alimentações dos doentes que são
Sob orientação e supervisão fornecidas pelo serviço de alimentação e efectuar a sua
de um Enfermeiro, pode distribuição aos doentes.
executar sozinho/a Colaborar na administração das refeições aos
doentes.
Manter a copa arrumada.
Nesta matéria, espera-se que o técnico/a auxiliar de saúde
tenha autonomia suficiente para o desempenho das
seguintes tarefas:
Aplicar técnicas de apoio na alimentação e
hidratação oral.
Tarefas no âmbito de Preparar um tabuleiro de alimentação, segundo
intervenção do/a plano alimentar/ dietético, prescrito.
Técnico/a Auxiliar de Preparar, acondicionar e conservar alimentos
frescos e confecionados, para pequenas refeições e
Saúde suplementos alimentares, prescritas em plano
alimentar/dietético.
Utilizar e descartar corretamente o equipamento de
proteção individual adequado.
Obrigado
Formador: João André

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