Responsabilidade, em sentido etimológico, reflete o
sentido geral de obrigação, encargo, dever, compromisso, sanção, imposição. No sentido jurídico, revela a obrigação de satisfazer ou executar o acto jurídico que se tenha convencionado ou a obrigação de satisfazer a prestação de cumprir o fato atribuído ou imputado à pessoa por determinação legal. Responsabilidade civil do Estado A responsabilidade civil do Estado é decorrente da sujeição de todas as pessoas públicas e privadas à ordem jurídica, ou seja, o Estado tal como as demais pessoas jurídicas é um sujeito de direitos e deveres. Assim, diante de um dano injusto causado pelos seus agentes recai sobre este a obrigação de repará-los. Continuação
Segundo Yussef Said Cahali, entende-se por
Responsabilidade Civil do Estado a obrigação que lhe recai de reparar os danos causados na esfera jurídica de terceiros, decorrentes de actos lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos perpetrados por seus agentes, nessa qualidade. Assim sendo, a visão actual determina a responsabilização do Estado pelos danos que seus agentes possam vir a causar a terceiros, a conhecida responsabilidade civil objectiva, posição adoptada pelo direito pátrio, onde várias teorias foram delineadas para explicar a responsabilidade atribuída ao Estado, tendo havido uma evolução entre elas, conforme veremos a seguir. Teoria da irresponsabilidade
Esta teoria acreditava na ideia de que o
Estado não podia ser responsabilizado por danos causados aos cidadãos, por actos dos seus agentes ou órgãos. Assim sendo, o Estado estava ligado na ideia de soberania e de uma concepção absolutista do Estado, segundo a qual o Estado dispõe de poderes e de autoridade incontestável perante o facto, que sendo o garante do direito não poderia errar. Teorias Civilistas
Os Civilistas destacaram-se nessa fase, opondo-se à
irresponsabilidade absoluta do Estado, porém sem com isso pregarem a responsabilidade civil total do Estado. Os partidários dessa teoria distinguiam as formas de actuação da administração defendendo que só se podia responsabilizar civilmente o Estado por danos causados por actos de gestão privado, baseando-se em princípios do direito privado de responsabilidade de terceiro (comitente, representante ou mandante, etc). Teorias Subjectiva e Objectiva
A ideia da responsabilidade do Estado, depois de
admitida no século XIX, expandiu-se, evoluindo de uma responsabilidade subjectiva, baseada na culpa, e para uma responsabilidade objectiva, alicerçada na simples relação de causa e efeito entre o comportamento da pessoa colectiva de direito público e o evento danoso. Teoria de Risco Administrativo Pela teoria do risco administrativo, a actuação Estatal que cause dano ao particular faz nascer para a administração pública a obrigação de indemnizar, independentemente da existência de falta do dolo ou de culpa de determinado agente público. Basta que exista o dano decorrente de actuação administrativa, sem que para ele tenha concorrido o particular. Teoria do Risco Integral Segundo essa teoria, basta a existência do evento danoso e do nexo causal para que surja a obrigação de indemnizar para o Estado, sem a possibilidade de que este alegue causas excludentes de sua responsabilidade, Porem, a teoria do risco integral foi abandonada por muitos Estados na prática por conduzir a abuso e à iniquidade social, porque entende-se que dessa forma a administração ficaria obrigada a indemnizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de culpa ou dolo da vítima. Natureza Jurídica da Responsabilidade Civil do Estado Entretanto, os princípios e as normas de direito privado definem o valor e apuramento dos danos sofridos pelos particulares, e princípios e normas do direito público que em razão da posição do Estado oferecem uma protecção ampla ao particular. Contudo, a natureza jurídica da responsabilidade civil do Estado no nosso entendimento pode-se perceber que é Privada. Os Elementos da Responsabilidade Civil Do Estado Os Agentes Estatais
São pessoas jurídicas de direito público e
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. Causas Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade O estado esta isento da responsabilidade civil nos casos da responsabilidade exclusiva do terceiro, dolo ou culpa, e nos casos fortuitos e de forca maior. Para que seja configurada a responsabilidade do Estado, deve-se de antemão verificar a conduta do lesado na ocorrência do dano. Se este em nada participou, sendo apenas uma mera vítima, o ente Estatal virá a assumir toda a responsabilidade. No entanto, se da causa do dano participou não é justo que o Poder Público assuma esse encargo sozinho, portanto a indemnização devida pelo Estado deve ser reduzida conforme o grau de sua participação, em real aplicação do sistema de compensação das culpas originário do direito privado, a culpa concorrente é uma causa atenuante de responsabilidade. Obrigado pela atenção dispensada
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