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Ventilação Mecânica

Invasiva
Ventilação Mecânica Invasiva
Adam Santos da Rocha RA: D8179C0

Daiane Aparecida Dias Alves RA: D794FG7

Fabiana Fatima S. Silva RA: T59676-9

Grazielle Domingues dos Santos RA: D78GDB2

Jornane Evangelista Araújo RA: D84GAG4


VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA (VMI)

Conceito

Manutenção da oxigenação e ventilação dos pacientes


portadores de Insuficiência Respiratória Aguda de maneira
artificial, até que o paciente esteja apto para reassumi-la.

É um método de suporte para o paciente durante uma


enfermidade, não se constituindo em um tratamento curativo.
HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VMI)

Então o senhor DEUS formou o homem do

pó da terra e soprou em suas narinas o

fôlego de vida e o homem se tornou um

ser vivente.

GÊNESIS 2:7
HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VMI)

Hipócrates (460 - 370 A.C.)

Sobre as possibilidade de intubação

“Cânulas podem ser colocadas através da garganta

de tal modo que o ar possa ser dirigido para os

pulmões”. Tratado sobre o ar.


HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VMI)

Andreas Versalius (1543)


Ínsuflava pulmões de cadáveres e animais pela traquéia.

(...) pela insuflação rítmica dos pulmões


evita-se o colapso pulmonar, com isso
o coração torna-se forte e não para (...)
HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VMI)

Robert Hooke (1667)

Hooke repete o experimento de

Versalius, preservava a vida do

animal através da insuflação dos

pulmões.
HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VMI)

John Fothergill (1744)

Publicou um ensaio no qual

dizia que a força aplicada nos

pulmões com o fole era grande

e poderia causar danos.


HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VMI)

Leroy d Ettioles (1829)


“ Por meio de um tubo de traqueostomia foi

insuflado ⅔ de sua capacidade pulmonar vital

nos pulmões do coelho. O animal morreu em um

minuto. Na autópsia, os pulmões estavam com

manchas de sangue, colapsados. Soprando suave

o coelho sobrevive”.
HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VMI)
Alfred Jones (1864) Woillez (1876)

Primeiros dispositivos por pressão negativa.


HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA (VMI)

Drinker (1929)

Pulmão de aço

Se tornou uma inovação e foi

produzido em larga escala nas

décadas de 30, 40 e 50.


HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNCIA (VMI)
PULMÃO DE AÇO
HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNCIA (VMI)

Forrest Bird (1951)


HISTÓRIA DA VENTILAÇÃO MECÂNCIA (VMI)

Evolução
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA (VMI)
Definições

Ventilação Ventilação Espontânea


VENTILAÇÃO MECÂNCIA (VMI)
Definições

Ventilação Mecânica (VNI) Ventilação Mecânica (VMI)


VENTILAÇÃO MECÂNCIA (VMI)
Definições

Ventilador
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA (VMI) INDICAÇÕES PARA A VMI

Indicações

Insuficiência respiratória;
Alteração do nível de consciência com falha no controle do centro respiratório;
Doenças neuromusculares;
Resistência aumentada das vias aéreas ou obstrução grave;
Aumento excessivo do trabalho respiratório com risco de fadiga;
Necessidade de sedação profunda, como em procedimentos cirúrgicos, por exemplo.
Objetivos Fisiológicos
Manter ou modificar a troca gasosa pulmonar;
Aumentar o volume pulmonar.
Reduzir o trabalho muscular respiratório.

Objetivos Clínicos
Reverter a hipoxemia.
Reverter a acidose respiratória aguda.
Diminuir o desconforto respiratório.
Prevenir ou reverter a atelectasia.
Reverter a fadiga dos músculos respiratórios.
Permitir a sedação e/ou o bloqueio neuromuscular.

Diminuir a pressão intracraniana.


Complicações da Ventilação Mecânica

Diminuição do débito cardíaco.


Alcalose respiratória aguda.
Elevação da pressão intracraniana.
Meteorismo (distensão gástrica maciça).
Pneumonia.
Atelectasia.
Fístula broncopleural.
Lesões de pele/lábios.
Lesões traqueais.
Ciclo ventilatório

Princípios básicos da VM com pressão positiva:


❖ Facilitar o trabalho respiratório do paciente;

❖ A pressão positiva deve enfrentar as resistências que o


sistema respiratório apresenta, desde as vias de condução até
a expansão dos alvéolos e da caixa tórax, para que ocorra a
troca gasosa;

❖ Quando institui a administração de pressão positiva para a


entrada de ar, modifica-se toda a fisiologia normal dos
gradientes pressóricos do sistema respiratório;

❖ Diferença de movimento do ar no que diz respeito a respiração


espontânea e durante a pressão positiva;

❖ Denomina-se pressão positiva a pressão imposta por um


gerador, capaz de superar a pressão atmosférica.
Ciclo ventilatório
Para facilitar nossa compreensão do funcionamento da VM por
pressão positiva vamos dividir o ciclo ventilatório em 04 fases:

1. DISPARO - Final da Fase Expiratória e abertura da válvula


inspiratória do ventilador, início da Fase Inspiratória. Esse momento
pode ser determinado por Tempo, Sensibilidade a Fluxo ou pressão;

2. FASE INSPIRATÓRIA – O ventilador mantém a válvula inspiratória


aberta e realiza insuflação pulmonar conforme modo programado;

3. CICLAGEM – Momento quando a válvula Inspiratória fecha e


abertura da válvula expiratória. Esse momento pode ser
determinado por Tempo, Volume ou Fluxo e pressão.

4. FASE EXPIRATÓRIA – Abertura da válvula expiratória e


desinsuflação pulmonar até ocorrer o equilíbrio de pressões
intrapulmonares e a PEEP.
Ciclo ventilatório
Disparo - Os mecanismos de disparo do VM são três:

❏ Tempo: Nessa forma de disparo o início da inspiração é


determinado pelo ajuste da (FR), respeitando a relação
inspiração/expiração I:E de acordo com ventilação
alveolar desejada;

❏ Pressão: O início da inspiração ocorre com queda da


pressão nas vias aéreas, faz-se necessário o ajuste do
comando de sensibilidade pressórica para abertura da
válvula inspiratório;

❏ Fluxo: Nessa forma de disparo, o início da inspiração


ocorre com a queda do fluxo pré-ajustada presente no
circuito do respirador, a sensibilidade a fluxo inicial de ser
ajustada com base no fluxo de retroalimentação que não
deve ultrapassar a 50%.
Ciclo ventilatório

Ciclagem - A transição entre a inspiração e expiração é


denominada ciclagem e este mecanismo ocorre de 4 modos:

❏ Tempo: Nesse modo, o ventilador interrompe a inspiração


fechando a válvula de fluxo, e válvula exalatória se abre
quando o Tinsp é atingido

❏ Pressão: Forma de ciclagem na qual pressão máxima a


ser atingida é pré-programada e quando alcançada a
válvula inspiratória se fecha e a exalatória se abre;

❏ Volume: Nesse modo, o ventilados interrompe a


inspiração, ou seja, ele cicla quando o volume
programado é atingido, e se abre a válvula de exalação;

❏ Fluxo: Nesse modo, o ventilador interrompe a inspiração ,


quando o fluxo atinge o seu limiar pre-estabelecido. Essa
forma de ciclagem é característica da modalidade
denominada pressão de suporte(PSV)
Ciclo ventilatório
Modo Ventilatório
❖ CONTROLADO - iniciados e finalizados pelo VM;
❖ ASSISTIDO/ CONTROLADO - iniciados pelo paciente e
finalizados pela VM;
❖ ESPONTÂNEO - iniciados e “finalizados” pelo paciente;
Ciclo ventilatório
Modo ventilatório

Modo Controlado o ventilador define os disparos e as


ciclagens:
O disparo ocorre a tempo (frequência respiratória)
A ciclagem pode ocorrer a tempo inspiratório ou a volume
Modo Assistido/Controlado paciente/ventilador define os
disparos e as ciclagens:
O disparo ocorre pela sensibilidade do paciente
A ciclagem pode ocorrer a tempo inspiratório ou a volume
Modo Espontâneo paciente controla as transições de
disparo e ciclagem:
O disparo ocorre pela sensibilidade do paciente
A ciclagem ocorre a fluxo (desaceleração do fluxo a 25%)
Parâmetros Programáveis

Volume Corrente (VC)

- Está relacionado com o peso EX: Paciente 60 kg


corporal (peso ideal).
- Volume de gás ofertado aos VC = 60 kg x 6 = 360 ml
pulmões em cada ciclo ventilatório. 60 kg x 8 = 480 ml
- O volume corrente está relacionado
com peso corporal ideal VC= 6-8ml/kg
- Peso predito:
- mulheres:45=0,91x((altura(Cm)-152,4));
- homens: 50=0,91x((altura(Cm)-152,4);
Parâmetros Programáveis

Pressão Inspiratória (P insp. / IPAP)


- Pressão ofertada aos pulmões na fase inspiratória.

- Ajustada no modo ventilatório pressão controlada.

- Valores utilizados: 15 – 20 cm H2O.

* Observar expansibilidade torácica e Volume Corrente Exalado


(Vt).
Parâmetros Programáveis

Fluxo Inspiratório

- Velocidade com que o VC é fornecido ao paciente.


- Relação I:E. ( 1:2 e/ou 1:3)
- 40-60 L/min.
- Fluxos (‹ 40): entrada de menos fluxo o tempo expiratório se torna
menor , desaconselhável devido aprisionamento ar (auto-peep).
- Fluxos (› 60): entrada de mais fluxo o tempo inspiratório é menor e o
tempo expiratório se torna aumentando. (DPOC/Asma).
Parâmetros Programáveis

Frequência Respiratória (FR)

- Número de ciclos respiratórios durante 1 minuto.


- Depende da faixa etária, doença e do modo de ventilação
escolhido.
- Deve ser ajustado de acordo com a PaCO2 e pH desejados.
- 12 – 20 rpm.
Parâmetros Programáveis

Tempo Inspiratório (Tinsp)

• É o tempo da inspiração até o início da expiração.


• 0,8 a 1,2 seg
• Relação I:E (1:2 e/ou 1:3)

• Tinsp > 1,2 : tempo entrada ar lenta e tempo de saída do ar rápida.


(aprisionamento ar )
• Tinsp < 0,8 : tempo entrada ar rápida e tempo de saída ar lenta o que ↑ o
tempo expiratório (DPOC/Asma).
Parâmetros Programáveis

Pressão Positiva ao Final da Expiração (PEEP)

• Paciente IOT/TQT: perda da PEEP (glote aberta).

• 3 a 5 cmH2O (adultos); 2 a 4 cmH2O (crianças).

• Utilizada em todas as modalidades.

• Relacionada com as trocas gasosas.


Parâmetros Programáveis
Fração Inspirada de Oxigênio - (FiO2)

➔ Porcentagem de O2 enviada a cada ciclo ventilatório.

➔ FiO2 21% a 100%.

➔ Manter FiO2 suficiente para obter SaO2 ≥ 90% e PaO2 ≥ 60 mmHg.

➔ É avaliada pela gasometria arterial e pela SaO2.

➔ Índice Oxigenação: PaO2 ≥ 300.


FiO2
Parâmetros Programáveis

Pressão de Suporte (PS)

- Liberação de uma pressão nas VAs a fim de auxiliar a fase inspiratória.

- Objetivos: manter um Vt próximo ao ideal; ↓ trabalho respiratório, evitar a


atrofia da musculatura ventilatória e a fadiga muscular, ↓resistência das
VAs.

- Valores: mínimo 5-7 cmH2O


- ↑ suficiente para manter volume corrente 6 a 8 ml/kg
Parâmetros Programáveis

Sensibilidade

- Esforço despendido pelo paciente para disparar nova inspiração pelo


ventilador

- Utilizada nos ciclos assistidos e espontâneos.


- Determinada por pressão ou fluxo
- Escala varia - 0,5 a – 2,0 cmH2O.
- Valores -1,5 a -2 (pressão) ou 2 a 4 (fluxo)
Parâmetros Programáveis
Repercussão da VMI no Organismo
A Ventilação Mecânica é essencial para o suporte a vida do paciente,
principalmente em UTI’s, entretanto existem consequências relacionadas a este
processo que tem ligação direta com a exacerbação dos ajustes do ventilador,
podendo resultar em lesões pulmonares irreversíveis.

Altos volumes, ou altas pressões podem desencadear a chamada Lesão


Pulmonar associada a VM, ou Lesão Pulmonar Induzida pelo ventilador.
Repercussão da VMI no Organismo

● Aumento de 6 à 52% de incidência de


Pneumonia;

● O ideal é manter uma FiO2, suficiente para


obter SaO2, >90%, sem expor o paciente ao
risco de toxicidade pelo oxigênio;

● Um maior pico de pressão nas vias aéreas


pode ocasionar em problemas
hemodinâmicos.
Repercussão da VMI no Organismo

Além das complicações citadas acima, podemos citar outras, como, por exemplo:

● Barotrauma;

● Volutrauma;

● Atelectrauma/Atelectotrauma;

● Biotrauma.
Referências
1. MUCHAGTA, Luciano Souza. Ventilação mecânica. In: BORGES, Eurival Soares. Manual de
cardiologia: diagnóstico e tratamento. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Educação Continuada.
2012

2. Carvalho CR, Junior T, Carlos e Franca, Aires S.Ventilação mecânica: princípios, análise gráfica e
modalidades. Jornal Brasileiro de Pneumologia [online]. 2007, v. 33,16 Novembro 2021 , pg. 54-70.

3. Valiatti, Jorge Luis dos Santos. Ventilação mecânica: fundamentos e prática clínica / Jorge Luis
dos Santos Valiatti, José Luiz Gomes do Amaral, Luiz Fernando dos Reis Falcão. 1.ed. Riode
Janeiro : Roca, 2016. 576 p. : il. ; 28 cm.
Obrigado!

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