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FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE LINS - UNIMEP

ACIDENTES EM
ANESTESIOLOGIA
Orientador: Profº Ms. Wilson Lopes Júnior

Disciplina de Pré-Clinica em Anestesiologia e Cirurgia


2013
Objetivo

 O presente trabalho tem como objetivo


mostrar ao cirurgião dentista como
evitar os acidentes relacionados a
anestésicos locais e quais medidas
devem ser tomadas se os mesmos
ocorrerem.
Os anestésicos locais são drogas relativamente
seguras quando usados da forma recomendada.
Porem quando se faz o uso de anestésicos locais há
várias possíveis complicações associados à
administração.
Quanto ao tipo de lesões:
 Primários: aquele que causado e se manifesta durante a aplicação da
anestesia.
 Secundários: aquele que se manifesta mais tarde, mesmo que tenha
sido causado no momento da anestesia.
 Brandas ou leves: Aquela que revela um ligeiro desvio do padrão
normal esperado, sendo reversível, independente de qualquer
tratamento.
 Intensa: esta se manifesta por meio de um desvio acentuado do normal
e exige um plano decisivo de tratamento.
 Transitórias: aquela que mesmo sendo intensa no momento de sua
ocorrência não deixa seqüelas.
 Permanentes: esta mesmo que seja de natureza branda deixa sequelas
residuais.
Podem ocorrer :

 1 - Atribuídas a solução anestésica.


 2 - Resultantes da inserção da agulha.
1 - Atribuídas às soluções
anestésicas:

 Toxicidade.
 Idiossincrasia.
 Alergia.
 Reações anafilactóides.
 Infecções causadas por soluções contaminadas.
 Irritações localizada ou reações teciduais causadas pela
solução.
Toxicidade:

A causa primária de uma leve sensação de queimação


a injeção é o pH da solução anestésica injetada. A
injeção rápida do anestésico local, nos tecidos mais
densos e mais aderentes ao palato, produz uma
sensação de queimação.
Idiossincrasia:

Sensibilidade peculiar de um indivíduo a uma droga,


um medicamento etc.
Alergia:

É uma resposta exagerada do sistema imunológico a


uma substância estranha ao organismo, uma
hipersensibilidade imunológica a um estímulo externo
específica.
Reações anafilactóides:

Refere-se a um evento clinicamente semelhante a


anafilaxia, porém sem a participação da classe de
imunoglobulinas da anafilaxia.
Infecções causadas por soluções contaminadas:

 Essa infecção pode proceder de soluções contaminadas que


se injeta. Nesse caso existem algumas formas na qual essa
infecção pode ocorrer:

1) Falha na obtenção de esterilização e desinfecção do


instrumental para anestesia.
2)Ausência ou descuidos na anti-sepsia do operador e do
paciente.
3)Passagem da agulha por áreas infectadas.
Os 3 fatores anteriores contribuem para a
contaminação das soluções, mas podem ser
evitados quando tomadas algumas
precauções:

 Esterilização do instrumental;
 Desinfecção do material;
 Anti-sepsia do operador e do paciente;
 Evitar áreas infectadas;

 
Irritações localizadas ou reações teciduais causadas pela solução:

Ésteres determinam maior taxa de reações de


hipersensibilidade, enquanto alergias são raras com anestésicos
do tipo amida.
As principais manifestações de irritação ocasionadas pelas
soluções anestésicas são:

 Prurido;
 Urticária/angioedema;
 Dermatite
 Anafilaxia.
2 - Resultante a inserção da agulha:

 Lipotimia (ou sincope vaso depressora).


 Dor ou hiperalgesia.
 Edema.
 Infecções.
 Anestesia prolongada (fora de relação com a solução
anestésica).
 Trismo.
 Hematoma ou equimose.
 Fratura de agulha.
Lipotimia: É a perda mais ou menos completa da consciência, acompanhada da abolição
das funções motrizes e/ou motoras, com integral conservação das funções respiratória e cardíaca.

Se constitui:
• Palidez
• Suores frios
• Vertigens
• Zumbidos nos ouvidos

 Não é grave e deve ser procurada assistência posterior para


averiguação de eventual existência de doença normal
desencadeante.
Dor a injeção:

As principais causas de dor a injeção são: técnica de injeção


descuidada e atitudes insensíveis
Uma agulha pode ficar romba após múltiplas injeções, causando dor
após varias tentativas com a mesma. A injeção rápida da solução de
anestésico pode causar lesão tecidual. Agulhas com farpas, após
espetarem osso, podem causar dor ao serem retiradas do tecido.
O principal problema é que a dor à injeção aumenta a ansiedade do
paciente e pode levar a movimentos inesperados súbitos,
aumentando o risco que quebra da agulha.
Edema:
Causas: O traumatismo durante a aplicação da injeção,
infecção, alergia e a hemorragia que seria o deslocamento
do sangue para os tecidos moles produzindo tumefação.

Prevenções: Cuidado e o manuseio da anestesia local,


aplicar uma injeção atraumática e fazer uma avaliação
médica adequada antes do procedimento.

Tratamento seria reduzir o mais rápido possível o edema e


a eliminação da causa, podendo ser necessário a prescrição
de analgésico para aliviar a dor.
Infecções:

Na cavidade bucal há uma grande variedade de


microorganismos potencialmente patógenos. O risco de
introduzir microorganismos nos tecidos profundos é alto.
Estes podem ser inoculados quando a droga está sendo
administrada, causando infecção nos tecidos em que foi
introduzida.
Essa infecção pode proceder de soluções contaminadas que se
injeta. Nesse caso existem algumas formas na qual essa
infecção pode ocorrer:
Infecções:

Nesse caso existem algumas formas na qual essa infecção


pode ocorrer:
 Falha na obtenção de esterilização e desinfecção do
instrumental para anestesia.
 Ausência ou descuidos na anti-sepsia do operador e do
paciente.
 Passagem da agulha por áreas infectadas.
Anestesia ou Parestesia Persistente:
Causas:
 O traumatismo de qualquer nervo.
 Injeção de uma solução de anestésico local contaminada por álcool ou
solução esterilizante próxima a um nervo produz irritação, resultando
em edema e aumento da pressão na região do nervo.
 A agulha pode traumatizar a bainha nervosa durante a injeção, nestes
casos o paciente relata a sensação de um “choque elétrico” em toda a
distribuição do nervo envolvido.
 A introdução de uma agulha em um forame.
 A hemorragia no interior ou ao redor do rebordo da bainha neural é
outra causa, aumenta a pressão sobre o nervo.
Trismo: espasmo tetânico prolongado dos músculos da
mandíbula, com restrição da abertura normal da boca. “Mandíbula
trancada”

Causas:
 Grandes volumes de sangue
extravascular podem produzir
irritação tecidual, levando à
disfunção muscular, enquanto o
sangue é lentamente
reabsorvido.
 Uma pequena infecção também
pode causar
 Múltiplas perfurações por
agulha.
Hematoma ou Equimose:

A passagem de sangue para o espaço


extravascular pode resultar da incisão inadvertida
de um vaso sanguíneo (artéria ou veia) durante
a injeção de anestésico local.
O edema e a alteração de cor na região geralmente
desaparecem em 7 a 14 dias.
Como medidas de prevenção devemos observar: o
conhecimento da anatomia normal envolvida na injeção
proposta é importante. Algumas técnicas possuem maior
risco de hematoma. Modificar a técnica de injeção de
acordo com anatomia do paciente.
A equimose é mais conhecida como sangue no tecido
subcutâneo, sendo mais comum em pacientes idosos
devido à diminuição do tônus muscular. Não é
perigosa e não aumenta a dor ou infecção.
Quebra da agulha:
Movimento inesperado do paciente no momento da
penetração da agulha.

Prevenção: Usar agulhas de maior calibre em injeções que


exijam penetração de profundidades significativas dos
tecidos moles.
Medidas preventivas gerais:
Conhecer a droga a injetar.
 Usar soluções com vasoconstritores.
 Observar as condições do tubete anestésico.
 Selecionar a agulha.
 Evitar a injeção intravascular (seringa com aspiração).
 Evitar doses excessivas do anestésico.
 Injetar solução lentamente (1ml/min).
 Respeitar as limitações da anestesia local.
 Observar as referencias anatômicas.
 Ter equipamento e material auxiliar disposição (torpedo de
oxigênio, seringas e medicamentos e instrumental, para
urgências).
Conclusão

Para evitar os acidentes em anestesiologia, o Cirurgião


Dentista deve ter um amplo conhecimento da anatomia e dos
anestésicos locais, realizar uma boa anamnese do paciente
para evitar possíveis reações de hipersensibilidade; ter
sempre o paciente sob controle através da verbalização para
evitar movimentos abruptos.. Vale lembrar que melhor
tratamento para os erros é a prevenção dos mesmos.

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