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Saúde mental do

adolescente
Nathalia Álvares
Mestranda em Hebiatria FOP/UPE
Objetivos da aula de hoje:

 Tipos de transtorno mental


 Histórico
 Prevalência
 Rede de atenção
 Programa Saúde do Adolescente
“O direito à saúde mental é um direito fundamental do cidadão,

previsto na Constituição Federal para assegurar bem-estar

mental, integridade psíquica e pleno desenvolvimento intelectual

e emocional”.
Tipos de Transtornos Mentais
 Esquizofrenia- perseguição e confusão com realidade (2006- internações)
 Depressão- dificuldade da pessoa sentir prazer no que ela antes gostava de
fazer
 Transtorno bipolar – ciclos de variação do humor
 Neurose- medo, preocupado
 Histeria- dissociação e conversão
 Pânico- paralisação
 Fobia- angústia relacionada à causa específica
 TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo – tendência a se ter pensamentos
persistentes
Sinais de Alerta
Segunda metade do
Século XVIII
• Acorrentados • chicotadas, máquinas século XX
giratórias e sangrias
• Manicômio • psiquiatra italiano
Franco Basaglia
• (MTSM) - Luta
Antimanicomial
• Reforma Psiquiátrica
Idade Média Século XIX
• CAPS
1988 • II Conferência Nacional de
2001
• 1° intervenção hospitalar Saúde Mental
• I Conferência Nacional de • Constituição • CAPS, NAPS e Hospitais-dia • lei 10.216
Saúde Mental • SUS • Normas para avaliação do • a III Conferência Nacional de
• NAPS serviço e classificação dos Saúde Mental
hospitais.
• Declaração de Caracas

1987 Década de 90

Criação PSF
Principais estratégias
• fiscalização e redução de leitos psiquiátricos
no Brasil - 2002 • Programa de Inclusão Social pelo Trabalho
• Programa “De Volta para Casa” - 2003 das pessoas com transtornos mentais e
• Programa Nacional de Avaliação do Sistema transtornos decorrentes do uso de álcool e
Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria) outras drogas – 2005
(2002) • PSF – integralidade – década de 90
• Programa Anual de Reestruturação da • Centros de Convivência e Cultura – 2002
Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS • outros
(PRH) (2004)
• Programa de Volta para Casa (2003)
• Expansão de serviços como as Residências
Terapêuticas e o CAPS
desinstitucionalização de
pessoas longamente diálogo
internadas

“pressupõe transformações culturais e subjetivas


na sociedade e depende sempre da pactuação das
três esferas de governo (federal, estadual e
municipal)”
Mais de 6% da população apresenta
No Brasil... transtornos psiquiátricos graves
decorrentes do uso de álcool e outras
drogas

Cerca de 3% da população geral sofre com


transtornos mentais severos e persistentes

12% da população necessita de


algum atendimento em saúde
mental, seja ele contínuo ou eventual

Fonte: Ministério da Saúde


Gênero e Sexualidade
 Homens com paixões e desejos contrariados por imposição ou opção, e ainda a recusa
ou a proibição do casamento  fortes candidatos à loucura, à hipocondria, à mania, à
histeria e ao suicídio. A partir do século XVIII, o onanismo passou a ser apontado, nos Internações por sexo
tratados médicos, como uma das principais causas desencadeadoras de distúrbios
físicos e mentais em indivíduos de ambos os sexos.
 Puberdade feminina - período propício para o surgimento de várias doenças, dentre elas
a histeria e a loucura. Tratamento: 1. asilo para as perturbações femininas classificadas
como mais prejudiciais; 2. casamento para males menores, como a histeria, doença que
atingia de forma mais significativa as brasileiras (ENGEL, 2008)..

PENSAR NA REALIDADE HOJE


feminino masculino
 Normalmente, são as mulheres do núcleo familiar, mães, irmãs e avós, que cuidam ou
se responsabilizam por usuários de serviços psiquiátricos extra-hospitalares.
 Porém, também adoecem – dificuldade: filhos pequenos- cuidado (PERGORARO &
CALDANA, 2008).
Idade

 No Brasil, grande parte da população de crianças e adolescentes vive em condições


adversas e expostos a muitas situações de estresse, o que aumenta o risco de
desenvolverem problemas de saúde mental.
 Fatores ambientais como comunidades desorganizadas e escolas inadequadas também
podem trazer reflexos negativos para a saúde mental na infância e na adolescência.

(Ramires et al., 2009)


Epidemiologia dos transtornos
psicológicos
 Maior prevalência de transtornos mentais em mulheres:
 Transtornos de ansiedade;
 Transtornos de humor.

 Maior prevalência de transtornos mentais em homens:


 Transtornos associados ao uso de substâncias psicoativas;
 Transtorno de personalidade antissocial e esquizotípica;
 Transtorno de controle de impulso.

(Andrade et al., 2006)


Política nacional de saúde mental

 Quais são as estratégias?

 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS);


 Programa Nacional De volta pra casa;
 Serviços residenciais terapêuticos;
 Programa de redução de leitos hospitalares de longa permanência;
Política nacional de saúde mental

 Quais são as estratégias?

 Leitos em enfermarias especializadas;


 Escolas de redutores de danos;
 Programa complementar: “Crack - é possível vencer”.
Programa de Inclusão
Social pelo Trabalho das
pessoas com transtornos
mentais e transtornos
decorrentes do uso de
álcool e outras drogas
(2005)

Projetos de geração de
renda
Centros de
Convivência e
Residências assistidas
Cultura (2002)

Programa de Volta
para Casa
O número de CAPS aumentou, apesar de ser distribuído de maneira desigual pelo território
brasileiro, relevando a diferença estrutural e apresentando uma dificuldade para a cobertura
da ação.

O indicador CAPS/100.000 habitantes : cobertura dos CAPS em cada Estado Brasil


• A qualidade do atendimento deve ser garantida
em todas as regiões do país e pode ser assegurada
através de um forte programa de capacitação,
supervisão e formação de multiplicadores.

O distanciamento entre as instituições de


formação e pesquisa e a saúde pública, no Brasil,
agrava as carências de formação e qualificação de
profissionais.
Falar de Saúde Mental é falar de que?

 Participação
 Atenção Básica (organização  Política)
 Diferenças de gênero, raça, etnia, região, sexualidade....
 Saúde
 Educação
 Justiça
 Trabalho
 Cultura
 Alimentação
 Habitação
 Os problemas de saúde mental são as doenças crônicas dos jovens

 A depressão na adolescência pode ser identificada e tratada

 O tema suicídio deve ser abordado com adolescentes, mas sempre


de forma responsável
Programa Saúde do
Adolescente (PROSAD)
Adolescentes
16,42% da população brasileira total Transformações anatômicas, fisiológicas e psicossociais

15,01% da população do Estado de São Paulo


Estima Vulnerabilidade social

tiva Contex
IBGE, to
2016
Histórico
1990
1927 1988 1989 Estatuto
Decreto nº Constituiçã
Assemb da Criança
17.943-0 o Federal
e do
Código de “Constituiç leia da
Adolescent
Menores  ão Cidadã” ONU e

Dar assistência e proteção aos Artigo 227 “é dever da família, da Reconhece a importância da abordagem Lei que consolida as
menores, principalmente àqueles sociedade e do Estado assegurar à integral para a saúde do adolescente; garantias da constituição e
que estivessem em situação de criança e ao adolescente, com A saúde integral do jovem deve ser visto preconiza as resoluções da
vulnerabilidade social. absoluta prioridade, o direito à vida, como básica para o desenvolvimento Assembleia da ONU
Regulamentava o trabalho dos à saúde, à alimentação, à educação, social dos países e do mundo;
menores e proibia menores de 12 ao lazer, à profissionalização, à Os países necessitam tomar medidas
anos de trabalhar. cultura, à dignidade, ao respeito, à efetivas e permanentes para promover e
As crianças e adolescentes liberdade e à convivência familiar e preservar a saúde integral das crianças,
passaram a ser um pouco mais comunitária, além de colocá-los a dos adolescentes e não esperar que os
reconhecidas e o Estado passa a salvo de toda forma de negligência, danos psicossociais alcançassem
ter maior responsabilidade discriminação, exploração, violência, proporções de difícil remediação.
perante a sociedade. crueldade e opressão”.
O que é o PROSAD?
 Criado pelo Ministério da Saúde através da
Portaria nº 980/GM, de 21 de dezembro de
1989.

 Público alvo: Jovens entre 10 e 19 anos

 Política de Promoção da Saúde:


identificação de grupos de risco, detecção
precoce dos agravos com tratamento
adequado e reabilitação, assegurando os
princípios básicos da universalidade,
equidade e integralidade de ações.
Objetivo e diretrizes
 Promover a saúde de forma integral, multissetorial e interdisciplinar
 Ação deve ser pautada no respeito pela adolescência visando:

• crescimento e desenvolvimento;
• sexualidade;
• saúde mental, saúde reprodutiva, saúde sexual e saúde na escola;
• violência e maus tratos;
• família;
• prevenção de acidentes;
• trabalho, lazer.
Estratégias
Implementado em todos os Estados brasileiros, pelo Governo
Federal, deve:

• Promover estratégias intersetoriais que aumentem o


alcance do programa e mantenha um canal de
informação e atualização entre as esferas central,
estadual e municipal
• Treinar e capacitar profissionais e voluntários para
atender e acolher os adolescentes;
Os centros de atenção:
• Contam com profissionais das áreas de educação,
médica, saúde bucal, serviço social, enfermagem,
nutrição e saúde mental;
• Realizam trabalhos educativos e preventivos com os
grupos de adolescentes, assim como com suas famílias
e também outros elementos da comunidade;
• Mantêm contato com todos esses indivíduos.
Fluxograma de Atendimento

Primeiro contato, com qualquer


Adolescente agenda a sua
profissional de saúde do centro
matrícula
de assistência

Situação de emergência deve


ser reconhecida

Encaminhado para profissional Grupos informativos, educativos


de saúde especifico e psicoprofiláticos
Casa do Adolescente de
Casa do Adolescente de Pinheiros Heliópolis
Casa do Adolescente de Mirassol

Algumas das atividades realizadas nas Casas


Referências

CENTRO DE REFERÊNCIA INTERNACIONAL, Casa do Adolescente de Pinheiros vira. Vila Mundo, São Paulo, 7 jan. 2013. Disponível em: <

http://vilamundo.org.br/2013/01/unidade-pinheiros-da-casa-do-adolescente-vira-centro-de-referencia-internacional/>. Acesso em: 2 maio. 2016.

Hora SAE, Correa AKFCC, Cordeiro ABNF, Pontes ACA. Centro de Referência em Atenção à Saúde do Adolescente no município de Jaboatão dos Guararapes

(PE). Adolescência e Saúde. 2008; 5(2): 31-35. Disponível em: http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=58. Acesso em 16 de abril de 2016.

IBGE, Censo demográfico 1991. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil, 1991.

JAGER, M E et al . O adolescente no contexto da saúde pública brasileira: reflexões sobre o PROSAD. Psicol. estud., Maringá, v.19, n.2, Junho 2014. Disponível

em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722014000200005&lng=en&nrm=iso. Acesso em 14 de abril de 2016.

LEÃO, L. M. Saúde do adolescente: atenção integral no plano da utopia. 2005. 180 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Centro de Pesquisa Aggeu

Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2005. Disponível em: http://www.cpqam.fiocruz.br/bibpdf/2005leao-lms.pdf. Acesso em 14 de abril de 2016.

MINISTÉRIO DA SAÚDE, Coordenação da Saúde da Criança e do Adolescente. Programa Saúde do Adolescente. Bases Programáticas 2a Edição. Brasília;

Ministério da Saúde, 1996.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Normas de Atenção à Saúde Integral do Adolescente. Secretaria de Assistência à Saúde. Ministério da Saúde, Brasil. 1993.

SEADE - Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Brasil.

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE. Manual de atenção à saúde do adolescente. Secretaria da Saúde. Coordenação de Desenvolvimento de Programas e

Políticas de Saúde- CODEPPS. São Paulo: SMS, 2006.

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