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TRANSFERÊNCIA DE

CALOR – I

Maria Luiza Grillo Renó


Livro: “Transferência de Calor e Massa”
Autor: Yunus A. Çengel

Livro: “Fundamentos de transferência de


calor e de massa”
Autor: Frank P. Incropera et al.
AVALIAÇÃO – 9 PONTOS

EXERCÍCIOS EM SALA DE AULA – 1 PONTO

25% DOS EXERCÍCIOS PODEM SER ENTREGUES


POR E-MAIL (3 EXERCÍCIOS)

P1 – 19 DE OUTUBRO
Temperatura: Noção intuitiva
Grandeza física que indica o estado (grau de agitação)
das partículas de um corpo, caracterizando o seu
estado térmico.
T1 > T2

T1 T2

Moléculas muito agitadas = Temperatura alta.


Moléculas pouco agitadas = Temperatura baixa. 4
Unidades de medida de calor
caloria – cal
Joule – J
British thermal unit – Btu

O Btu é a quantidade de calor pra elevar 1 lb


de água de 63°F para 64°F.
Joule - unidade adotada pelo SI para energia.

A caloria é definida como a


quantidade de calor necessária
para se elevar de 14,5°C para
15,5°C uma quantidade de 1g
de água.

6
Convenção para a Troca de calor

calor recebido
Q>0

Q<0 calor retirado

7
Troca de Calor
Corpos em desequilíbrio térmico trocam calor para
alcançar o equilíbrio.

Em um sistema isolado, a quantidade total de calor


trocado entre os corpos é nula, ou seja, o calor total
recebido pelos corpos mais frios é igual ao calor total
retirado dos corpos mais quentes.

Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn = 0 8
• Termodinâmica:
Estuda as interações (trocas de energia) entre um sistema
e suas vizinhanças.

•Transferência de calor:
Indica como ocorre e qual a velocidade com que o calor é
transportado.
O que ocorre com a temperatura de um corpo
quando se transfere calor a ele??

A temperatura pode
aumentar ou não.
Calor sensível
Quando o calor é utilizado pela substância apenas para
variar sua temperatura, sem alterar seu estado físico.

Ex.: aquecimento da água numa panela antes da fervura.

Q = C DT = m c DT
Q = quantidade de calor trocado [J, cal, kcal, BTU etc];
C = capacidade calorífica do corpo [J/ºC];
m = massa do corpo [g, kg];
c = calor específico da substância [J/(kg ºC)];
T = variação da temperatura (Tfinal - Tinicial) [K, ºC].
Calor Específico
É a quantidade de calor que um quilograma de
uma substância recebe ou cede para que sua
temperatura se altere de 1oC.

Capacidade Térmica (CT)

É a quantidade de calor recebida ou cedida por um


corpo para que sua temperatura se altere de 1oC.
Calor específico

Calores específicos
(a 25ºC e 1 atm) [J/(kg ºC]:
H2O = 4200; Gelo (0ºC) =2040
Etanol = 2400; Alumínio = 900;
Cobre = 390; Latão = 380;
Ferro = 450; Vidro = 840.
Valores de c (25ºC e 1 atm)
Calor Específico Calor Específico Molar
Substância cal/(g.K) J/(kg.K) J/(mol.K)
Sólidos Elementares
Chumbo 0,0305 128 26,5
Tungstênio 0,0321 134 24,8
Prata 0,0564 236 25,5
Cobre 0,0923 386 24,5
Alumínio 0,215 900 24,4

Outros Sólidos
Latão 0,092 380
Granito 0,19 790
Vidro 0,20 840
Gelo (-10°C) 0,530 2.220

Líquidos
Mercúrio 0,033 140
Álcool etílico 0,58 2.430
Água do mar 0,93 3.900
Água doce 1,00 4.190
Fonte: Halliday
Cálculo da troca de calor
latente
Q=mL

- Q (J) quantidade de calor trocado;


- L (J/kg) calor latente da transformação
física;
- m (kg) a massa que mudou de estado
físico.
Processos de Transferência de
Calor
• Condução
• Convecção
• Radiação térmica

Condução Convecção Radiação térmica


Condução
Transferência de energia de
partículas mais energéticas para
partículas menos energéticas por
contato direto.

Necessita obrigatoriamente de
meio material para se propagar.
Fonte:
www.terra.com.br/fisicanet

Característico de meios
estacionários.
Qual a velocidade de uma Troca de Calor?
Velocidade  Fluxo de calor

T1 > T 2

 Quantidade de calor que atravessa uma área A Q


q 
Intervalo de tempo t

No SI, o fluxo de calor é dado em J/s ou Watt.


Área perpendicular ao fluxo de calor
Lei de Fourier

Fluxo de calor por m2

Derivada da função temperatura


em relação a x
A
T ( x)  2 x  100 (exemplo)

x
Regime permanente
• “Lei de Fourier”:

 A  (T1  T2 )
qcond k
L

k é a condutividade térmica [W/(m ºC)]


k (Fe a 300K) = 80,2 W/(m ºC)
k (água a 300K) = 5,9 x 10-1 W/(m ºC)
k (ar a 300K) = 2,6 x 10-2 W/(m ºC)
Transferência de calor
Permanente x Transiente
Condutividade Térmica de diversas substâncias
Condução - Aplicaçõ es e
conseqü ências
• Conforto térmico corporal;

• Seleção de materiais para empregos específicos na


indústria (condutores e isolantes).

Por que os iglus são


feitos de gelo?

k (gelo a 0ºC) = 1,88 W/(m ºC)


cp (gelo a 0ºC) = 2040 J/(kg ºC)
EXEMPLO 01 – CONDUÇÃO
O telhado de uma casa com aquecimento elétrico possui 6 m de
comprimento, 8 m de largura e 0,25 m de espessura e é feito de
uma camada plana de concreto cuja condutibilidade térmica é k =
0,8 W/m.°C. As temperaturas das faces interior e exterior do
telhado, medidas em uma noite são 15°C e 4°C, respectivamente,
durante um período de 10 horas. Determine (a) a taxa de perda de
calor através do telhado naquela noite (b) o custo dessa perda de
calor para o proprietário, se o custo da eletricidade é de US$
0,08/kWh
˙𝑄
8 m
4°C 6m
0,25 m

15°C
˙𝑄
CONVECÇÃ O
MODO DE TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA
ENTRE UMA SUPERFÍCIE SÓLIDA E UMA
LÍQUIDA OU UM GÁS ADJACENTE, QUE ESTÁ
EM MOVIMENTO E QUE ENVOLVE OS
EFEITOS COMBINADOS DE CONDUÇÃO E DE
MOVIMENTO DE UM FLUIDO.
A transferência de Calor por Convecção

Ocorre nos líquidos

Ocorre nos gases


Como ocorre a Convecção?

Ao receber calor através de uma chama, a porção de água


que está no fundo, torna-se mais quente, fica menos densa
e sobe, trocando de lugar com a água que está na parte
superior do recipiente.
Convecção: aplicações
Desejando-se refrescar um ambiente, qual o melhor
local na parede para se instalar um aparelho de ar
condicionado?
Convecção: aplicações
Como é o funcionamento de
um exaustor de telhado de um
galpão?

O ar quente dentro do galpão sobe, porque é menos denso,


e sai pelo exaustor; o movimento gira as aletas do
equipamento e provoca uma espécie de sucção do ar de
fora, que entra pelas portas e janelas.
Lei de Newton de resfriamento

Q conv  h  As  (Ts  T )
h = coeficiente de convecção (W/m2°C)
As = área da superfície (contato entre superfície e fluido)
Ts = temperatura da superfície
T= temperatura do fluido

˙
𝑄 fluido
Superfície
EXEMPLO 02 – CONVECÇÃO

Um fio elétrico de 2 m de comprimento e 0,3 cm de


diâmetro se estende por uma sala a 15°C, como mostra a
figura. Calor é gerado no fio como resultado do
aquecimento da resistência. A temperatura do fio é de
152°C, em funcionamento estável. Além disso, as medidas
da queda de tensão e de corrente elétrica através do fio são
60 V e 1,5 A, respectivamente. Determinar o coeficiente de
transferência de calor por convecção para a transferência de
calor entre a superfície externa do fio e o ar na sala.
Fluido
˙
𝑄 Fluido

superfície

Fluido ˙
𝑄 Fluido
Rede de resistência
térmica
a
DEMONSTRAÇÃO
b
Área = a x b

˙
𝑄 L
• Sob condições estáveis temos:

( )( )(
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒 çã 𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢 çã 𝑜 𝑑𝑒 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑐 çã 𝑜
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑣 é 𝑠 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 )
(𝑇 1 − 𝑇 2 )
˙
𝑄=h 1 . 𝐴. ( 𝑇 ∞ 1 − 𝑇 1 ) =𝑘. 𝐴 . =h2 . 𝐴.(𝑇 2 − 𝑇 ∞ 2 )
𝐿

˙ ( 𝑇∞ 1− 𝑇1) ( 𝑇 1 −𝑇 2 ) ( 𝑇 2 −𝑇 ∞ 2 )
𝑄= = =
1 𝐿 1
h1. 𝐴 𝑘.𝐴 h2 . 𝐴

˙ ( 𝑇 ∞ 1 − 𝑇 1 ) ( 𝑇 1 −𝑇 2 ) ( 𝑇 2 −𝑇 ∞ 2 )
𝑄= = =
𝑅𝑐𝑜𝑛𝑣 1 𝑅𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝑅 𝑐𝑜𝑛𝑣 2

˙ ( 𝑇∞ 1− 𝑇∞ 2)
𝑄= + +
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

˙
𝑄=𝑈 . 𝐴 .∆ 𝑇

1
𝑈=
𝑅𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 . 𝐴
PAREDES PLANAS
MULTICAMADAS
EXEMPLO 03
Considere uma janela de vidro de 0,8 m de altura, 1,5 m de largura,
espessura de 8 mm e uma condutividade térmica de k = 0,78 W/m .
°C. Determine a taxa de transferência de calor permanente através
desta janela de vidro e a temperatura de sua superfície interna para
um dia em que a sala seja mantida a 20°C, enquanto a temperatura no
exterior é de -10°C. Considere os coeficientes de transferência de
calor por convecção igual a h1 = 10 W/m2.°C e h2 = 40 W/m2.°C

1,5 m

0,8 m
EXEMPLO – 4
Considere uma janela de painel duplo de 0,8 m de altura e 1,5 m de
largura, composta de duas placas de vidro (k = 0,78 W/m . °C) de 4 mm
de espessura, separadas por um espaço de ar estagnado (k = 0,026 W/m .
°C) de 10 mm de largura. Determine a taxa de transferência de calor
permanente através desta janela de painel duplo em um dia em que a sala
seja mantida a 20°C, enquanto a temperatura no exterior é de –10°C.
Considere os coeficientes de transferência de calor por convecção como
h1 = 10 W/m2.°C e h2 = 40 W/m2.°C.
Configurações paralelo
Configurações série-paralelo
𝑇 1− 𝑇2 𝑇 1− 𝑇2
˙ 𝑄˙ 1+ 𝑄˙ 2=
𝑄= +
𝑅1 𝑅2

˙
(
𝑄=( 𝑇 1 −𝑇 2 ) .
1
+
1
𝑅 1 𝑅2 )
˙ 𝑇1− 𝑇 2
𝑄=
𝑅𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

1 1 1
= +
𝑅 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑅1 𝑅 2

𝟏 𝟏 𝟏
= +…+
𝑹𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑹𝟏 𝑹𝒏
EXEMPLO 05
Uma parede de 5 m de altura e de 1 m de largura consiste de tijolos (k
= 0,72 W/m.ºC) horizontais de 16 cm x 22 cm de seção transversal,
separados por camadas de gesso (k = 0,22 W/m.ºC) de 1,5 cm de
espessura. Existe ainda gesso de 2 cm de espessura de cada lado do
tijolo e uma camada de 3 cm de espessura de espuma rígida (k = 0,026
W/m.ºC) na face interna da parede. As temperaturas interna e externa
são de 20ºC e -10ºC, e os coeficientes de convecção interno e externo
são h1 = 10 W/m2.ºC e h2 = 25 W/m2.ºC. Determine a taxa de
transferência de calor através da parede.
espuma gesso
1m

tijolo

25 cm
a o
pum ess
es g

AR
AR tijolo
t

Rgesso2
Rconv1 Respuma Rgesso1 Rtijolo Rgesso1 Rconv2
Rgesso2
1m
1m
Gesso 1

25 cm Espuma
25 cm

3 cm
2 cm

1m
1m

1,5 cm 22 cm
16 cm
16 cm
Gesso 2
Tijolo

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