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Teoria Geral dos

Princípios Constitucionais
Sistema Constitucional

Ordenação

Unidade

Abertura
a cimentação das normas e valores.

segurança jurídica? Sim e não.


Importância e
papel do a interpretação.
pensamento
sistemático as lacunas.

a abertura à materialidade
Norma Constitucional

• - A Constituição como um sistema


aberto de regras e princípios.
• Tanto Dworkin quanto Alexy são representantes da
DWORKIN X tese da separação qualitativa entre regras e princípios,
ALEXY que advoga que a distinção entre ambas as espécies de
normas é de caráter lógico.
Uma alternativa a essa tese é Essa é a tese mais difundida no
aquela que defende que a Brasil. Por fim, há aqueles que,
distinção entre ambas é de por diversas razões rejeitam a
grau, seja de grau de possibilidade ou a utilidade da
generalidade, abstração ou de distinção entre regras e
fundamentalidade. princípios.
• O ponto de partida da teoria de Dworkin é uma crítica
ao positivismo jurídico, principalmente ao positivismo
de Herbert Hart. Segundo Dworkin, o positivismo, ao
entender o direito como um sistema composto
exclusivamente de regras, não consegue fundamentar
Princípios e as decisões de casos complexos, para as quais o juiz
regras em não consegue identificar nenhuma regra jurídica
Dworkin aplicável, a não ser por meio do recurso à
discricionariedade judicial. O juiz, nesses casos, cria
direito novo.
• Dworkin argumenta que, ao lado das regras jurídicas,
há também os princípios. Estes, ao contrário daquelas,
que possuem apenas a dimensão da validade, possuem
também uma outra dimensão: o peso. Assim, as regras
ou valem, e são, por isso, aplicáveis em sua inteireza,
DWORKIN ou não valem, e portanto, não são aplicáveis.
• No caso dos princípios, essa indagação acerca da validade não faz sentido.
No caso de colisão entre princípios, não há que se indagar sobre
problemas de validade, mas somente de peso. Tem prevalência aquele
principio que for, para o caso concreto, mais importante, ou, em sentido
figurado, aquele que tiver maior peso.
Princípios de moralidade
política e consensos morais
abstratos
• (...) o Tribunal deve tomar decisões de princípio,
não de política – decisões sobre que direitos as
Princípios e pessoas têm sob nosso sistema constitucional, não
decisões sobre como se promove melhor o bem-estar
política em geral-, e que deve tomar essas decisões elaborando e
Dworkin aplicando a teoria substantiva da representação,
extraída do princípio básico de que o governo deve
tratar as pessoas como iguais.
Decisões fundamentadas em princípios e força
gravitacional dos precedentes
• A “força gravitacional” do precedente, justamente ampliará sua força
para além dos novos casos que “se situam fora de sua órbita particular”.
Ou seja, não é apenas a ratio decidendi que irá vincular os casos futuros,
mas os princípios que a embasaram. Dessa feita, o juiz deverá “limitar a
força gravitacional das decisões anteriores à extensão dos argumentos
de princípio necessários para justificar tais decisões ”.
• Assim, só terão força gravitacional as decisões baseadas em
princípios. As decisões utilitaristas, que se baseiam em
argumentos de política não terão qualquer força gravitacional.
• Alexy parte de um pressuposto semelhante ao de
Dworkin: o de que a distinção entre princípios e
regras é uma distinção qualitativa e não de grau.
Princípios e Sua principal contribuição foi precisar algumas

regras Alexy premissas básicas dessa ideia e, principalmente,


desenvolver a ideia de princípios como
mandamentos de otimização.
• Segundo Alexy, princípios são normas que estabelecem que algo deve ser
realizado na maior medida possível, diante das possibilidades fáticas e
jurídicas presentes. Por isso são eles chamados de mandamentos de
otimização.
Colisão entre princípios

• Importante, nesse ponto, é a ideia de que a realização completa de um determinado


princípio pode ser - e frequentemente é - obstada pela realização de outro principio.
Essa ideia é traduzida pela metáfora da colisão entre princípios, que deve ser resolvida
por meio de um sopesamento, para que se possa chegar a um resultado ótimo.
• Esse resultado ótimo vai sempre depender das variáveis do caso concreto
e é por isso que não se pode falar que um principio P1 sempre prevalecerá
sobre o princípio P2 - (P1PP2) -, devendo-se sempre falarem prevalência
do princípio P1 sobre o princípio P2 diante das condições C - (P1PP2)
C.1
CASO ELLWANGER

PRINCÍPIO DA
LIBERDADE DE
DIGNIDADE DO
EXPRESSÃO
POVO JUDEU
BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA

DIGNIDADE/ INTIMIDADE

LIBERDADE DE EXPRESSÃO
• Visto que para se chegar a um resultado ótimo é necessário, muitas vezes,
limitar a realização de um ou de ambos os princípios, fala-se que os
princípios expressam deveres e direitos prima facie, que poderão revelar-
se menos amplos após o sopesamento com princípios colidentes. Diante
disso, a diferença entre princípios e regras fica ainda mais clara.
REGRAS

• As regras, ao contrário dos princípios, expressam deveres e direitos


definitivos, ou seja, se uma regra é válida, então deve se realizar
exatamente aquilo que ela prescreve, nem mais, nem menos.
• No caso dos princípios, o grau de realização pode, como visto, variar.
PRINCÍPIOS NÃO ESCRITOS OU IMPLÍCITOS

• É importante ressaltar que a presença de princípios implícitos, assim como a de


presunções implícitas, é inerente não apenas aos textos jurídicos legais e constitucionais,
mas aos textos que envolvem a linguagem de um modo geral. Se uma Constituição, do
mesmo modo que outras leis escritas, é uma tentativa de comunicar as normas jurídicas,
então seu significado é influenciado pelos princípios de comunicação linguística, entre os
quais o que determina que em nenhuma comunicação seu conteúdo está totalmente
expresso nas palavras utilizadas para demonstrá-lo.
• Os significados decorrentes das interpretações dependem de um conjunto prévio de
informações preestabelecidas, que devem ser tomadas por verdadeiras, ou seja,
qualquer afirmação que envolva a linguagem, envolve também a presunção de
valores implícitos e preestabelecidos
• O tema relativo aos princípios constitucionais não escritos não é inerente unicamente aos
países de tradição do common law ou que não possuam um texto constitucional escrito,
como a Inglaterra ou Nova Zelândia, mas é comum também em países com Constituição
escrita como os Estados Unidos e mesmo no caso do Brasil
• É comum que as Constituições escritas tenham princípios implícitos e abstratos,
expressos de modo genérico e em linguagem indeterminada, de tal modo que sejam
capazes de uma aplicação flexível às circunstâncias cambiantes de acordo com as
mudanças da sociedade.
Presunção de inocência

Art art. 5º LVII – norma regra ou norma princípio?

Princípio não escrito ou implícito?

Decisões consequencialistas
Presunção de • LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
Inocência em julgado de sentença penal condenatória;
DECISÃO BARROSO- CONSEQUENCIALISMO

Há, ainda, três fundamentos (i) permite tornar o sistema de justiça


pragmáticos que reforçam a opção pela criminal mais funcional e equilibrado,
linha interpretativa aqui adotada. De na medida em que coíbe a infindável
fato, a possibilidade de execução da interposição de recursos protelatórios e
pena após a condenação em segundo favorece a valorização da jurisdição
grau: criminal ordinária;
DECISÃO BARROSO

• (ii) diminui o grau de seletividade do sistema punitivo brasileiro, tornando-o mais


republicano e igualitário, bem como reduz os incentivos à criminalidade de colarinho
branco, decorrente do mínimo risco de cumprimento efetivo da pena; e
• iii) promove a quebra do paradigma da
impunidade do sistema criminal, ao evitar que a
necessidade de aguardar o trânsito em julgado do

DECISÃO recurso extraordinário e do recurso especial


impeça a aplicação da pena (pela prescrição) ou
BARROSO cause enorme distanciamento temporal entre a
prática do delito e a punição, sendo certo que tais
recursos têm ínfimo índice de acolhimento.
• 4.Denegação da ordem. Fixação da seguinte tese: “A execução de decisão penal
condenatória proferida em segundo grau de jurisdição, ainda que sujeita a recurso
especial ou extraordinário, não viola o princípio constitucional da presunção de
inocência ou não-culpabilidade.”
Distinção entre regras e princípios

- grau de determinabilidade na aplicação


- grau de abstração: princípios são
do caso concreto: princípios, por serem
normas com um grau relativamente
vagos e indeterminados, carecem de
elevado; regras possuem abstração
mediações concretizadoras do intérprete;
relativamente reduzida.
regras são suscetíveis de aplicação direta.
Distinção entre regras e princípios

• - proximidade da ideia de justiça: princípios são standards juridicamente vinculantes


radicados nas exigências de justiça; regras podem ser normas vinculativas com
conteúdo meramente funcional.
• - natureza normogenética: princípios são fundamentos de regras; estas, são
decorrências daquelas.
- princípios são normas jurídicas
impositivas de uma otimização do
sistema; regras são normas que
prescrevem uma exigência (obriga,
Distinção entre permite ou proíbe);
regras e princípios
- a convivência dos princípios é
conflitual; a convivência das regras é
antinômica. Daí que: princípios
coexistem e regras excluem-se.
Distinção entre regras e princípios

- princípios permitem balanceamento de valores conforme seu peso; regras


obedecem à lógica do tudo-ou-nada, devendo ser cumpridas na exata proporção
das prescrições.

Assim, os princípios suscitam problemas de validade e peso e regras suscitam


apenas problemas de validade.
Distinção entre regras e princípios

• - Funcionalidade dos princípios: são multifuncionais. Função argumentativa, denotando


a ratio de uma disposição; Função reveladora de normas sem enunciado legislativo
(exemplo do Direito Administrativo). Sentido, unificação e ordenação do sistema
(função estruturante: ligam e cimentam a ordem jurídica).
• - Referência à unidade hierárquico-normativa da Constituição.

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