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Esther Rosado)
Sagarana, João Guimarães Rosa
A narrativa que abre Sagarana
1. O burrinho pedrês
2. Traços biográficos de Lalino Salãnthiel ( A volta do marido pródigo)
3. Sarapalha
4. Duelo
5. Minha gente
6. São Marcos
7. Corpo fechado
8. Conversa de bois
9. A hora e a vez de Augusto Matraga
A epígrafe
Naquela manhã, o Major Saulo reunira seus homens para levar uma
boiada, cerca de 400 reses, engordadas ali na fazenda e que iam
ser embarcadas num trem, no pequeno vilarejo a quatro léguas
dali. Agita-se o gado no cercado: “Alta, sobre a cordilheira de
cacundas sinuosas, oscilava a mastreação dos chifres.”
Comprimem-se uns contra os outros “Como correntes de oceano,
movem-se cordões constantes, rodando remoinhos: sempre um
vai-vem, os focinhos babosos apontando, e as caudas que não
cessam de espanejar com as vassourinhas. Somam-se. Buscam-
se.”
“Quem é visto é lembrado”
Silvino confessa ao irmão (Tote) que vai matar Badu assim que
passem pelo córrego; Francolim se aproxima para ouvir a
conversa porque representa o Major e recebeu esta
incumbência. Manico conta histórias de muito tempo atrás,
quando já servia ao Major Saulo, que à época era chamado de
“seu Saulinho”, magro ainda. Narra uma longa história de um
negrinho que trazido a mando do Major acabou por provocar
um dos maiores desastres a que pudera ter assistido: longe da
mãe, trazido à garupa pelo vaqueiro, chorava o tempo todo e,
depois, cantara uma canção tão triste que adormecera todos
os vaqueiros. A boiada estourara e passara por cima de
homens, matando-os enquanto dormiam. O negrinho sumira
para nunca mais ser visto...