Você está na página 1de 23

Prof.

Roberto Dumas

Crise do México
Crise do México: Case Study

Case Study – Tequila Crisis

Prof. Roberto Dumas


São Paulo, Março de 2005
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

CRISE DO MÉXICO: CAUSAS


1. Histórico 1982 - 1992 (Plano BRADY, NAFTA, liberalização financeira, etc)

A. Apreciação Cambial

B. Evolução Balanço de Pagamentos

C. Déficit Fiscal ou Poupança Privada Insuficiente

D. Acontecimentos Políticos

E. Financiamento da Dívida Pública

F. Evolução das Reservas Internacionais

G. Expansão Monetária: Crise de 1º Geração


Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

HISTÓRICO 1982-1992
A. Crise de 1982 (Petrodólares, offshore banks, etc)

B. PACTO – 1982: Miguel de la Madrid


 Reforma Fiscal e Privatização
 Trade Reform (liberalização tarifária)
 Eliminação da inércia inflacionária: Espiral preços-salários
 Sistema Cambial Crawling: Disinflation
C. Miguel de la Madrid designou como seu sucessor Carlos
Salinas de Gortari. Em 1988, Salinas enfrentou Cárdenas, filho de
um ex-presidente popular que se opunha as reformas de
mercado

D. Em 1988, mercado Internacional descobre o México


 Plano Brady – Renegociação da dívida externa
 Decréscimo das taxas de juros como forma de segurar o capital
para servir a dívida. Ponto de Inflexão Psicológico;
 Liberalização Financeira: Bancos
E. NAFTA
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

HISTÓRICO 1982-1992: Evolução Taxa de Juros

Taxa de Juros (% cetes)


180,00
160,00 Desregulamentação
140,00 Bancária e
Plano Brady Crise 94
120,00 crise de 82
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
jan/81

jan/83

jan/85

jan/86

jan/87

jan/88

jan/89

jan/91

jan/92

jan/94

jan/95
jan/80

jan/82

jan/84

jan/90

jan/93
Fonte: Banco Central do Mexico.
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

HISTÓRICO 1982-1992: Evolução Fiscal

Aumento do superávit primário


possibilitou diminuição da relação
Debt / GDP.

Domestic Debt / GDP Foreign Debt / GDP


70,0

60,0

50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

-
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

HISTÓRICO 1982-1992: Trade Reform

1985 – Miguel de la Madrid. Liberalização comercial foi


muito maior para bens de consumo, onde a tarifa média
reduziu de 60% em 1982 para 20% em 1992.
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

HISTÓRICO 1982-1992: Trade Reform

30,0 Em US$ bn
20,0
10,0
-
0
81

82

83

84

85

86

87

88

89

91

92

93
(10,0)
8
19

19

19

19

19

19

19

19

19

19
19

19

19
(20,0)

90
19
(30,0)
(40,0)
(50,0)
Balança Comercial Conta Corrente
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Evolução Cambial Real

Fonte: Rudiger Dornbusch e Alejandro Werner: “Mexico Stabilization, Reform and No Growth”, Brookings papers on
Economic Activity, vol.1 (1994).
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Evolução GDP per Capita

Fonte: Rudiger Dornbusch e Alejandro Werner: “Mexico Stabilization, Reform and


ANodeterioração da
Growth”, Brookings papers balança
on Economic comercial
Activity, vol.1 (1994). foi muito mais um
subproduto da apreciação cambial real e da liberalização
comercial do que um aumento de renda (GDP).
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Evolução Cambial Nominal


Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

EVOLUÇÃO BALANÇO DE PAGAMENTOS

Déficit em conta corrente


amplamente financiado por
capital volátil.
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

POUPANÇA PRIVADA INSUFICIENTE????

Fonte: Banco de Mexico


Sachs, Jeffrey: “The Collapse of the Mexican Peso: what have we learned?”

(S – I) + (T – G) = X - M

Y Y
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Acontecimentos Políticos: CATALIZADORES

A. Levante camponês de Chiapas Jan/94: ALGO ERRADO???!!!

B. Assassinato de Donáldo Colosio, sucessor indicado de


Salinas: Mar/94; Substituto Ernesto Zedillo (PRI) Ago/94;

C. José Francisco Masssieu (Secretário Geral do PRI) é


assassinado Set/04;

D. Novo levante de Chiapas 19/Dez/94

E. 20/Dez/94. Desvalorização inicial de 15%. Novo ministro da


Fazenda Jaime Serra Puche consulta empresários
Mexicanos, antecipadamente sobre a desvalorização,
dispondo de informações privilegiadas inacessíveis aos
investidores externos. Fuga de capitais inevitável.
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

FINANCIAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA (US$m)

Fonte: Banco de Mexico


USD denominated
Sachs, Jeffrey: “The Collapse of the Mexican Peso: what have we learned?”
60.000 Components of Domestic Debt (US$m) debt

50.000

40.000

30.000

20.000

10.000

-
1989 1990 1991 1992 1993 1994
Cetes Others Tesobonos
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

FINANCIAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA ($Pesos Novos)

USD denominated debt


Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Evolução Cambial Nominal


Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Evolução das Reservas Internacionais


Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

EXPANSÃO MONETÁRIA: Crise de 1º Geração

1ª Geração = início dos anos 80


a) Déficit público alto/baixa poupança/inflação
b) Déficit financiado por emissões monetárias (seignorage)
c) Expansão de Crédito Doméstico (Base Monetária)

Balanço do BACEN
ATIVO PASSIVO
Emp. aos Bancos Comerciais Papel Moeda em Poder do Público
(PMPP)
Emp. ao Governo Reservas Bancárias (Rb)
Reservas Internacionais (RI)
BASE MONETÁRIA (BM) = PMPP + Rb
CRÉDITO DOMÉSTICO (CD) = Emp. aos B. C. + Emp. Ao Governo
Portanto, temos que:
BM = RI + CD,
Se assumirmos CD = 0, então uma fuga de capitais levaria necessariamente a uma
redução da base monetária e um aumento das taxas de juros.
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

EXPANSÃO MONETÁRIA: Crise de 1º Geração


Se CD = 0, então

BM = RI

portanto,
A perda de reservas internacionais deve obrigatoriamente ser acompanhada de um decréscimo de Base Monetária e um aumento das taxas de juros,
juros que eventualmente levaria a um decréscimo do déficit em conta corrente (via absorção). Ou seja,
maior poupança (S) e menor investimento (I).

No caso Mexicano, a queda de reservas internacionais foi acompanhada de um aumento do Crédito Doméstico (CD) ou esterilização, com conseqü
conseqüente manutenção da Base Monetária e taxas de juros em níveis aquém do requerido pelos investidores
internacionais.

Os agentes econômicos antecipando esse aumento do Crédito Doméstico pelo Banco Central e conseqüente exaustão das Reservas Internacionais, antecipam a especulação contra a moeda local.
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Expansão Monetária: Crise de 1º Geração

Juros em R1, apesar do mercado


“pedir” R2. O déficit em conta
corrente é mantido em CAD1, mas à
custa de perda de reservas
internacionais.
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Expansão Monetária: Crise de 1º Geração

Reservas
Internacionais

Base Monetária

Crédito Doméstico (CD)


Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Expansão Monetária: Crise de 1º Geração

Juros subiram após o assassinato de


Colosio em Março /93, mas não o
suficiente para atrair capital ou reduzir
o déficit em conta corrente.
Prof. Roberto Dumas
Crise do México: Case Study

Expansão Monetária: Crise de 1º Geração

“Had liquidity not recovered through these


operations, interest rates would have reached
exorbitant levels, which would affected debtors,
including financial intermediaries, in a highly
unfavourable way. That fact could have caused
additional capital flight and could have required na
eventual expansion of primary credit. (Banco de
Mexico, 1995a. P.36)

Você também pode gostar