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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Blumenau – Departamento de Engenharias


Engenharia de Materiais
BLU 2405– Resistência e Falha em Materiais

Considerações sobre Critérios de Falha e


Escoamento
Prof. Wanderson Santana da Silva, Dr. Eng.
1 – Introdução;
2 - Considerações sobre Critérios de Falhas e Escoamento;
3 – Materiais Dúcteis x Materiais Frágeis;
4 – Polímeros.
http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/view/206/186/871-1
https://www.youtube.com/channel/UC8JjvZsU1wQGwZ8JvlcNNLQ/featured
https://www.youtube.com/c/polyacursos/videos
https://www.youtube.com/c/polyacursos/featured
De Onde Vem o Comportamento
Mecânico dos Materiais????

Relação Microestrutura x Propriedades!!!!


Introdução

Qual a Relação entre as Propriedades Fundamentais da Matéria e a Resposta


Mecânica Macroscópica do Material Constituído por Ela????

Diferentes materiais possuem diferentes estruturas cristalinas e,


conseqüentemente, propriedades finais diferentes.
Estrutura Cristalina
Ou a Ausência Dela!!!

2nm
Estrutura Cristalina
- Estrutura Cristalina é a organização das partes
fundamentais ou elementares (átomos) que formam um
todo (sólido cristalino);
- Cristal: “sólido com seus átomos arranjados em um
reticulado periódico tridimensional”. Um cristal apresenta
as seguintes características:
- Preserva a neutralidade elétrica;
- Satisfaz o caráter direcional das ligações covalentes;
- Minimiza repulsão/atração íon/íon;
- Agrupa os átomos o mais compactamente possível.

- Obs: “Nem todos os sólidos são cristalinos (Vidros;


Resinas Termorígidas). Os gases e líquidos não apresentam
periodicidade nos seus arranjos atômicos”.
- Na figura ao lado pode-se notar que os átomos arranjados
num cristal ocupam posições bem definidas,
periodicamente.
- Desta forma, a probabilidade de se encontrar um átomo
num sólido cristalino é total em algumas posições fixas e
nula nas demais; no caso dos gases esta probabilidade é
constante para distâncias maiores que o livre caminho
médio, o que demonstra nenhuma organização atômica.
Cristalização
Estrutura Cristalina
Reticulados de Bravais: “Arranjo infinito e tridimensional de pontos, no qual todo ponto tem a
mesma vizinhança, sendo chamado ponto do reticulado”. Existem 14 maneiras de arranjo (14
Reticulados de Bravais -Célula Primitiva).

3 são mais comuns e importantes (CCC; CFC; HP), pois a


grande maioria dos metais se arranja segundo estes três
reticulasdos:
Estrutura Cristalina dos Principais Metais
CCC Ba, Cr, Fe, Fe, Hf, K, Li, Mo, Na, Nb, Rb, Ta, Ti, V, W, Zr
CFC Ag, Al, Au, Ca, Co, Cu, Fe, Ni, Pb, Pd, Pt, Rh, Sr
HC Be, Cd, Co, Hf, Mg, Os, Re, Ru, Ti, Y, Zn, Zr
Obs: Alguns metais podem apresentar diferentes estruturas em diferentes
estados termodinâmicos (Alotropia)
Estrutura Cristalina
Fator de Empacotamento: Define o percentual da célula unitária (reticulado cristalino) que é ocupado por
átomos. Matematicamente é definido pela seguinte relação:
FE = Volume de tomos Presentes no Interior da Célula Unitária (V acu)
Volume da Célula Unitária (Vcu)
Onde: Vacu = Número de Átomos Presentes no Interior da Célula (N acu) multiplicado pelo
Volume do Átomo (Va); Portanto, N  VA
FE  ACU
4 VCU
Va  R 3
3 uma vez que estamos tomando os átomos como esferas rígidas indeformáveis)
Estrutura Nacu Vacu a Vcu FE = Vacu/ Vcu
8 3 4R 64 R 3
CCC [8 x 1/8 (átomos dos vértices)] + 1(átomo no centro do cubo) = 2 R a =
3
0,68
3 3 3 3
16 3 4R 64 R 3
CFC [8 x 1/8 (átomos dos vértices)] + [6 x ½ (átomos da face)] = 4 R a =
3
0,74
3 2 2 2
4 3
CS [8 x 1/8 (átomos dos vértices)] = 1 R 2R a3 = 8R3 0,52
3

Conseqüências dos resultados mostrados acima:


Fica demonstrado que a estrutura cúbica de face centrada é
mais compacta que a estrutura cúbica de corpo centrado,
isto é, dentro da célula unitária CFC existem mais átomos
presentes ou em outras palavras existem menos vazios,
percentualmente falando.
A rede HC
– A rede hexagonal compacta pode ser representada por um
prisma com base hexagonal, com átomos na base e topo e
um plano de átomos no meio da altura.

Número de átomos na célula unitária


Na= 12x1/6 + 2x(1/2) + 3 = 6
Relação entre a e r
c 2R = a
FEA = 0.74 NC =12
A rede hc é tão compacta
c/2 quanto a cfc

Razão c/a ideal


- s e ras c/a= 8/3 = 1.633
bre sfe
a em se no entanto este valor
L e a am varia em metais reais
qu toc
se
DIREÇÕES E PLANOS CRISTALINOA
Direções cristalográficas
– As direções são definidas a partir da origem.
– Suas coordenadas são dadas pelos pontos que
cruzam o cubo unitário. Se estes pontos forem
fraccionais multiplica-se para obter números inteiros.
[0 0 1]

[1 1 1]
[1 -1 1]
1 1- 1 [0 1 1/2]=[0 2 1]

[0 1 0]

[1/2 1 0]=[1 2 0]
[1 1 0]
[1 0 0]
Planos cristalográficos
• A notação para os planos utiliza os índices de Miller, que
são obtidos da seguinte maneira:
– Obtém-se as intersecções do plano com os eixos.
– Obtém-se o inverso das intersecções.
– Multiplica-se para obter os menores números inteiros.

Intersecções: 1/2, 1


Inversos: 2, 0 ,1
Índices de Miller: (201)

Em sistemas cúbicos o plano (hkl)


é normal a direção [hkl]

1/2
Planos cristalográficos (cont.)

• 1,  • 11,  • 1/2,  • 11, 1


• 0, 1, 0 • 1, 1, 0 • 0, 2, 0 • 1, 1, 1
• (010) • (110) • (020) • (111)

Quando as
intersecções com os
eixos não são
óbvias, deve-se
deslocar o plano ou
a origem até obter
as intersecções
corretas. • 1, -1,  • 1, -1, 1
• 1, -1, 0 • 1, -1, 1
• (110) • (111)
Direções e Planos da Rede Hexagonal
- No sistema hexagonal, algumas direções cristalográficas equivalentes não têm os
mesmos índices.
- Sistema de quatro eixos (sistema de Miller-Bravais):
Três eixos na base separados de 120° (a1; a2; a3) e c perpendicular ao plano basal.
Conversão de uma direção cristalográfica [u’v’w] para o sistema de Miller-Bravais [uvtw] onde:
u = 1/3 . (2.U - V).n
v = 1/3 . (2.V - U).n [UVW] ou [uvtw] c
t = - (u + v) c
w=W [011]
   (0001)
Logo [010] = 1 2 1 0   
 
1 2 11

  
a1 2 11 0
 
1 1 00
a2   
1 2 1 0
a3 
2 110
 a3
1 2 1 0

 

  
a3 11 20 [210] a 2 [010] a2
  


1 21 0

01 1 0
[110] a1 10 1 1
a1   
11 2 0 h  k  i
[UVW] ou [uvtw]
(hkil) ou (hk·l)
  
[210] 10 1 0
Planos da Rede
c
Hexagonal

a3

1 a2

-1
a1
• , 1, -1, 
Índices de Miller-Bravais • 0, 1, -1, 0
• 4 coordenadas • (0 1 1 0)
• redundância Face do prisma
Sistemas de Deslizamento
– O deslizamento é mais
Plano
provável em planos e não
direções compactas denso Distância

porque nestes casos a


distância que a rede
precisa se deslocar é
mínima.
– Dependendo da Plano
Distância
simetria da estrutura, denso

outros sistemas de
deslizamento podem
estar presentes.
Sistemas de Escorregamento
(CONCEITO FUNDAMENTAL)

-Um Sistema de Escorregamento


é formado por um Plano Denso e
Direções Densas.

- O escorregamento nos cristais


ocorre Preferencialmente em
Planos e direções Compactas.

A Tabela ao lado mostra o número


de sistemas de escorregamento
existentes nos Reticulados
Cristalinos CCC, CFC, HC, para
alguns metais e cerâmicos.
Integridade Estrutural
• Considera-se que uma estrutura está íntegra quando ela pode suportar os carregamentos de
operação e teste com uma probabilidade mínima de falha durante o tempo que se pretende operá-la.
• A falha impede que o componente, máquina, equipamento ou estrutura exerça sua função
estrutural. As falhas podem ser catastróficas ou não catastróficas.
• Define-se como falha catastrófica aquela que ocorre sem aviso prévio e envolve grande parte da
estrutura.
• A falha não catastrófica é previsível e geralmente envolve grandes deformações plásticas, empenos
pronunciados, trincas que se propagam por grandes extensões durante um tempo grande e
eventualmente pode ser monitorada.
CRITÉRIOS DE FALHA (Frágil) OU ESCOAMENTO (Dúctil)
VISÃO DE PROJETO:
- Se um ensaio de tração é realizado em um corpo-de-prova de um material dúctil, pode-se
dizer que o corpo de prova falha quando a tensão axial atinge a tensão de escoamento σy, ou
seja, o critério de falha é o escoamento.
- Se o corpo-de-prova é feito de um material frágil, o critério de falha comum é a fratura frágil
no limite de resistência à tração, σu.
Porém, para se aplicar os resultados de um ensaio de tração (ou de um ensaio de
compressão, ou de um ensaio de torção) a um elemento que esteja submetido a um
carregamento multiaxial é necessário se considerar o mecanismo real de falha. Ou seja, a
falha foi causada porque:
• A Tensão Normal Máxima atingiu um valor crítico ou;
• A Tensão Cisalhante Máxima atingiu o seu valor crítico ou;
• A Energia de Deformação atingiu seu valor crítico.

VISÃO DA CONFORMAÇÃO MECÂNICA:


- Para se realizar uma mudança de forma num material metálico qualquer é
necessário se ter informações sobre em que condições de carregamento o
mesmo começará a escoar plasticamente.
- Pode-se estabelecer estas condições através dos chamados Critérios de
Escoamento:
CRITÉRIOS DE ESCOAMENTO
Para um estado de tensões qualquer é possível estabelecer um modelo matemático
para estabelecer se uma propriedade intrínseca do material isotrópico foi igualada:

Para um carregamento sob tensões principais

Para Tensões Cisalhantes


CRITÉRIOS DE FALHA (Frágil) OU ESCOAMENTO (Dúctil)

Critérios de Escoamento
-Visto como se obter o limite de escoamento de um material (σys), segundo o ensaio
de tração, agora será discutido como determinar se um componente ou peça deverá
entrar ou não em escoamento.

- A idéia é utilizar um critério, que possua fundamentação mecânica e que possa ser
aplicado para o caso simplificado do ensaio de tração de modo a se obter parâmetros
para sua aplicação. Serão vistos os três critérios descritos a seguir:

1. Critério de Máxima Tensão Normal ou de Rankine;


2. Critério de Máxima Tensão Cisalhante ou de Tresca;
3. Critério de Máxima Energia de Distorção ou de von Mises.
CRITÉRIOS DE FALHA (Frágil) OU ESCOAMENTO (Dúctil)

Critério de Máxima Tensão Normal


De acordo com este critério simples, a deformação plástica deverá ocorrer quando a
maior tensão principal (σ1) alcançar e/ou ultrapassar a tensão de escoamento (σys ou
LE) obtida no ensaio uniaxial de tração, segundo descrito pela equação abaixo.

A grande falha deste critério é não levar em consideração os diferentes estados de


tensão que pode estar submetido o material, para iguais valores da tensão principal
σ1 como, por exemplo, o estado hidrostático. Obviamente, se este critério fosse
válido, muitas estruturas submetida a condições de pressão hidrostática elevadas não
resistiriam e se deformariam plasticamente, o que não é o caso.

Este critério considera ainda que um elemento constituído de material frágil


falha quando a tensão principal máxima no material atinge a tensão normal
máxima que o material pode suportar em um teste de tração uniaxial.
CRITÉRIOS DE FALHA (Frágil)
Componente Quebra sem Experimentar Deformação
Plástica (ao menos em termos macroscópicos)
Critérios de Falha para Materiais Frágeis - Critério de Mohr Coulomb
O comportamento mecânico de materiais frágeis são diferentes sob condições de
compressão e tração planas;
- Experimentalmente se sabe que o limite de resistência em compressão de materiais
frágeis e cerca de oito vezes maior que aquele observado em tração uniaxial.
- Os critérios de falha mais modernos procuram incorporar esta observação experimental .

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CRITÉRIOS DE ESCOAMENTO
(para metais dúcteis)
Critério de máxima tensão cisalhante
- Foi comprovado que a deformação plástica está diretamente associada à presença
de componentes de tensão cisalhante.
- Neste critério de escoamento a ocorrência de deformação plástica, mesmo em
estados complexos de tensão, ocorrerá quando o valor do componente de tensão de
cisalhamento máximo alcance um valor mínimo, que pode ser obtido diretamente do
ensaio de tração.
- O valor do componente de tensão de cisalhamento máximo é dado pela equação:

Onde σ1 é a maior tensão


principal e σ3 é a menor.
Observando as condições de escoamento de um ensaio de tração têm-se:
• σ1≠0 (=σYS)
• σ2=σ3=0;
o que oferece o critério de escoamento, conforme a equação:
CRITÉRIOS DE ESCOAMENTO

Tensões Principais e Tensões Cisalhantes Máximas – Ensaio de Tração Uniaxial


Para o caso de tensão plana, o critério de falha da tensão cisalhante máxima pode ser
enunciado em termos das tensões principais que atuam no plano σ 1 e σ2 como se segue:

A B A

A B
B
Hexágono de falha (Escoamento) para a teoria da
tensão cisalhante máxima (em tensão plana)
CRITÉRIOS DE ESCOAMENTO (para metais dúcteis)
Critério da Máxima Energia de Deformação
Pode se chegar à equação que define o critério de von Mises através do cálculo da
energia de deformação elástica de um material.
Esta energia pode ser calculada, para um corpo sob solicitação uniaxial de tensões,
pela clássica equação que relaciona força versus distância, conforme citada abaixo:

Esta Energia pode ser decomposta numa contribuição decorrente de Tensões


Hidrostáticas e numa contribuição decorrente de Tensões Desviatórias.

(a) Estado Triaxial de Tensões (b) Variação de Volume (c) Distorção


CRITÉRIO DE ESCOAMENTO DE VON MISES (1913)
O critério elaborado por von Mises, admite que o material inicie deformação plástica
quando a energia elástica de distorção por unidade de volume atinge um valor limite
que é característico do material. Desta forma, o Critério de Escoamento de von
Mises:
...Define que o escoamento tem início quando a energia de distorção (desviatória)
atinge um valor crítico, constante para um dado material, sob condições definidas e
independente do estado de tensões”.

Num Instante Qualquer:

No Instante do Escoamento Uniaxial:

Igualando as duas situações:


1
1 
.  1   2    2   3    3   1  
2 2 2 2
 VM  Critério de von Mises para
2   Tensões Principais

1
1 
 
.  x   y    y   z    z   x   6  xy2   xz2   yz2 
2 2 2 2
 VM  Critério de von Mises Geral
2  
CRITÉRIO DE ESCOAMENTO DE VON MISES (1913)

1
1 
.  1   2    2   3    3   1  
2 2 2 2
 VM 
2  

Num Estado Plano de Tensõs (z=0)

Equação de uma Elipse no plano σ1 – σ2


CRITÉRIO DE ESCOAMENTO DE VON MISES (1913)
- No estado plano de tensões, quando σ1 = σ2 ou σ2 = σ3, os critérios de von Mises
e Tresca coincidem.
- Os dois critérios apresentam uma diferença máxima em um estado plano de
Deformação (triaxial de tensões), quando:

Neste caso a diferença é de 2/(3)0,5 ≈ 1,15.


A figura abaixo apresenta um gráfico demonstrando que os dois critérios de tensão
coincidem para σ1 = σ2 ou σ2 = σ3 e que divergem no máximo de 1,15 para
deformação plana.

– Representação gráfica das curvas limite de


escoamento (fora das quais existem tensões atuando
que provocam deformação plástica).

- Nota-se a combinação de tensões que levam aos


dois critérios estabelece a mesma condição de
escoamento (σ1 = σ3) e a condição de máxima
diferença (σ1 = 2σ3 ou σ1 = ½σ3), Dieter (1988).
Tensão
Circunferencial
Tensão Longitudinal

Tensão na Espessura

Assumindo Estado Plano de Tensões


CRITÉRIOS DE ESCOAMENTO
(para metais dúcteis)
Valores Reais de Escoamento sob Carregamento Complexo.
TENSÃO E DEFORMAÇÃO EFETIVAS
(ou significantes)
É de grande utilidade a substituição de um estado complexo de tensões
ou deformações através de funções invariantes de tensão e deformação.

1
2 
.  1   2    2   3    3   1  
2 2 2 2

2  

1
2 
.  1   2    2   3    3   1  
2 2 2 2

3  


n
  H. 
ENSAIOS DE TRAÇÃO

Curva Tensão x Deformação Real


Limite de
Escoamento
  722. 0, 23
R 2  0,997
Zona Plástica
Uniforme

 
n
  H.  H = 722 MPa
n = 0,23

Zona Elástico-Linear
   .E
Critério de Escoamento
Material Anisotrópico Material Isotrópico
Critério de Escoamento dos Polímeros
- Ao contrario dos materiais cristalinos, os polímeros apresentam uma forte
dependência de suas propriedades mecânicas na pressão hidrostática.
- Isto se deve a existência de volume livre na estrutura do polímero.
- Este efeito causa, entre outras coisas, uma anisotropia na resistência mecânica
em solicitações de tração e de compressão (o limite de escoamento em
compressão cerca de 10 a 20 % maior que em tração).

Influência das Tensões Hidrostáticas Crazing


von Mises

a . consideram o efeito da pressão hidrostática


b . consideram a competição entre bandas de cisalhamento e microfibrilamento no
polímero.
Influência do Modo de Carregamento – Polímeros

Cisalhamento

Falha Frágil (Vitrea)

Crazing

Cisalhamento

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