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Educação bilíngue para

surdos:
o novo desafio das escolas inclusivas

Profª. Mrs. Ana Carla Ziner Nogueira


anaczinern@ufrrj.br
Quem é seu aluno?

SURDO ou D.A.?
Para compreender as identidades
de seus alunos, devem considerar:
 Estudos Culturais e Linguísticos

 Identidades e Práticas Sociais

 História da Educação de Surdos


 .  Lei 10.436 de 24 de abril de 2002. Decreto 5.626 de 22 de dezembro
de 2005. Lei 7.611 de 17 de novembro de 2011. Lei 12.319 de 1º de
setembro de 2010. Referências. 2
 2. 
2.  Oficializa a Libras Instituições Públicas Os sistemas educacionais 3
 3. 
3.  Libras como disciplina. Formação de professores e instrutores.
Prolibras. Tradutor/intérprete. Empresas públicas (cinco por cento de
servidores capacitados). 4
 4. 
4.  Materiais didáticos. Decreto 5.626. 5
 5. 
5.  Profissão intérprete. Prolibras (2015). Formação do intérprete. 6
 6. 
6.  http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1025 011/lei-12319-10 Acesso
em: 24 fev. 2012. http://www.leidireto.com.br/lei-10436.html Acesso em:
24 fev. 2012 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20
11-2014/2011/Decreto/D7611.htm Acesso em: 24 fev. 2012 7
 . LINHA DO TEMPO A História da Educação dos Surdos Profª. Ms Andréa Carla Lima CoelhoProfª. Ms Andréa Carla Lima Coelho Fonoaudióloga/ Esp. Audiologia Clínica Mestre em Ciências da lgg/ Responsável Técnica AUDIBEL Recife Coordenadora do Núcleo de Acessibilidade-NAG/FG
 2. “A
“A historia começa impedindo os sujeito surdo de ser” Gladis Perlin, 1998
 3. •• Gregos criação da escrita até a queda do império Romano do Ocidente (476 d.C.) • Aristóteles 4000 a.C. a 3500 a.C. • Aristóteles Linguagem é o que dá condição humana para o indivíduo Surdo Cegos eram mais inteligentes que Surdos • Egito/Rio Nilo: Surdos eram adorados, eram mediadores entre deuses e faraós • Persas: Surdos também
adorados – sinais de deuses • Chineses: Surdos eram sacrificados
 4. AUDIÇÃO
AUDIÇÃO FALANÃO ESCUTA SEM ENSINAMENTOS NÃO DESENVOLVIMENTO LINGUAGEM PENSAMENTO CONDIÇÃO HUMANA “NÃO HUMANO”SURDOS
 5. ANTIGUIDADE
ANTIGUIDADE • O imperador Justiniano, em 528 a.C -Roma – Negava ao surdo contratos, casamentos, testamentos e heranças • Imperador César Augusto – Dá-lhes direitos às artes e nega o acesso à ciência. “Reduções legais ao sujeito surdo, no entanto já se começa a reconhecer o surdo como sujeito” Gladis Perlin, 1998
 6. SURDOS
SURDOS = SEM FALA Receber Idade Antiga Gregos e Romanos Capacidade Intelectual Direitos Legais Alma imortal Receber ensinamentos
 7. conceitoconceitoconceitoconceito
conceitoconceitoconceitoconceito linguagemlinguagemlinguagemlinguagem ֠֠ Surdez x Comunicação cérebrocérebrocérebrocérebro audiçãoaudiçãoaudiçãoaudição vozvozvozvoz linguagemlinguagemlinguagemlinguagem
 8. •• Resolve-se tentar salvar os surdos • Percebem que eles podem ser educados (ler escrever. Assim teriam o DOM DA PALAVRA= HUMANOS Final da IDADE MÉDIA Início da IDADE MODERNA Médicos, filósofos e educadores começam a se interessar em educar os surdos; • Sócrates – Os surdos deveriam se comunicar com as mãos • Santo
Agostinho – Pais de filhos surdos pagando por pecados – Gestos para a salvação da alma.
 9. –– Surdos não tinham acesso a salvação - Paulo, na Epístole aos Romanos cita que a fé provém do ouvir a palavra de Cristo. – Sua alma não era imortal porque não tinha como receber e dizer os sacramentos – Direitos legais não eram assegurados • No final do Século V - início da educação • Educação Preceptora-Institucionalizada – Surdos de
famílias nobres– Surdos de famílias nobres – Ensino da fala, leitura e escrita – Heranças • Até o Séc.XII não podiam se casar. Até o Séc XV havia a crença de que o surdo era uma pessoa primitiva que não poderia ser educado. Eles viviam a margem da sociedade e não tinham nenhum direito assegurado.
 10. IDADE
IDADE MODERNA Séc XVI: PONCE DE LÉON (1520-1584) Monge beneditino ( Espanha), Iníciou do uso de Sinais na sala de aula • Considerado 1º. Professor de Surdos na história. • Educação de filhos de nobres e de famílias de grande fortuna. Direito a herança ⇒ só acontecia caso aprendessem a falar A possibilidade de o Surdo falar
implicava no seu reconhecimento como cidadão e conseqüentemente no seu direito de receber fortuna e título familiar • Serviu de base para diversos educadores de Surdos. • Usava datilologia, escrita e oralização • 1579 (representação de um alfabeto digital- Obra “Cosmas Rosselius” em Veneza)
 11. IDADE
IDADE MODERNA Séc XVII : BONET, Juan Pablo (1579-1629) • Filólogo, lança em 1620 o livro “Reduccion de las letras y artes para ensenãr a hablar a los mudos”. • Seria mais fácil o Surdo aprender a ler, se cada som da fala fosse representado por uma forma visível invariável: alfabeto digital.representado por uma forma visível invariável:
alfabeto digital. • O alfabeto digital era usado para ensinar a ler, e foi utilizado por todos os educadores que acreditavam na necessidade de pista visual para o ensino do Surdo. • A gramática era ensinada através da Língua de Sinais e a LOF dependia da habilidade de cada aluno. A base oralista de seu trabalho serviu como modelo para:
 12. Séc
Séc XVIII: PEREIRE, Jacob Rodrigues (1715 – 1780) • Países de língua de origem latina • Fluente em LS, mas defensor do Oralismo • Não trabalhava especificamente a LOF • Nos seus últimos anos de vida, parou de tentar converter os surdos em falantes Séc XVIII:AMMAN, Johann Conrad • Principal expoente do Movimento Oralista Alemão •
Publicou um livro sobre modelo de educação para Surdo na Alemanha a nível Institucional, que foi iniciado por Samuel Heinicke (1723 – 1790); • “ Fala tinha poderes especiais ” na voz residiria o sopro da vida, o espírito de• “ Fala tinha poderes especiais ” na voz residiria o sopro da vida, o espírito de Deus”; • Acredita ser o ensino da língua
oral, e a rejeição da língua de sinais, a situação ideal para integrar o surdo na comunidade geral. Séc XVIII: WALLIS, John (1616-1703) • Ilhas britânicas. • Considerado o fundador do Oralismo na Inglaterra. • Escreveu o 1º. Livro inglês sobre a Educação do Surdo (1698). • Trabalhou com poucos surdos, e logo desistiu de ensiná-los a falar,
apesar de declarar que era fácil fazê-lo. • Usava os sinais e os considerava importantes para ensinar os Surdos.
 13. IDADE
IDADE MODERNA Séc XVIII : DE L´Epée, Charles- Michel (1712-1789) • 1ª. Escola pública para Surdos-mudos no mundo (1755 - França) • Responsável pela criação do Instituto Nacional para Surdos-Mudos, em Paris. primeira escola a obter apoio público. Defendeu o direito à educação, que deveria ser pública e gratuita. • Formou diversos
professores e cria 21 escolas na França e no resto da Europa • Reconheceu a existência da LS e que esta se desenvolvia e servia como• Reconheceu a existência da LS e que esta se desenvolvia e servia como base comunicativa essencial entre Surdos. • Introduziu os sinais como elemento prioritário, aboliu a idéia de que para adquirir
conhecimento era necessário falar • Criticava o ensino da fala e o uso isolado do alfabeto digital. • Seu mérito foi reconhecer que os surdo possuíam uma língua, mas considerada que não tinha gramática e não podia ser usada para ensinar o surdo a escrever. • Criou os Sinais metódicos baseado na combinação da LS + estrutura da língua oral
Francesa.
 14. IDADE
IDADE MODERNA Séc XVIII:BRAIDWOOD, Thomas • Segue a proposta de Wallis • Funda escola em Edimburgo (1º. Local para correção da fala na Europa) • Técnica mantida em segredo: Surdos aprendiam palavras escritas, seu significado, sua pronúncia e LOF, além do alfabeto digital) • A família de Braidwood percebeu que o ensino da fala
para surdos era inútil e, gradualmente, foi diminuindo a carga dada ao ensino da mesma nas escolas fundadas por eles
 15. AA Educação dos Surdos nos EUA Séc XVIII GALLAUDET, Thomas (1787-1851) • Inglaterra ( Método de Braidwood) ; França ( Método de L`Epée). • Com Laurent Clerk funda a Hartford School em 1817- Primeira escola Americana para Surdos • Procura conhecer o método de Bradwood (oral) ⇒ segredo por questões financeiras ⇒ vai a França
conhecer o métodopor questões financeiras ⇒ vai a França conhecer o método de l`Epée. • LS francesa LS americana, inglês escrito, alfabeto digital. • 1864 Criada nos EUA 1ª. Universidade Nacional para Surdos- Mudos (Washington), fundada por Edward Gallaudet, hoje a Universidade de Gallaudet. • 1869: 30 escolas para Surdos nos EUA.
 16. AA Educação dos Surdos nos EUA Séc XVIII : HORACE MANN e SAMUEL HOWE • Grande influência no processo de eliminação do uso da LS na educação do Surdo nos EUA. • A Alemanha desde o séc XVIII tentava desalojar o lugar que• A Alemanha desde o séc XVIII tentava desalojar o lugar que os Sinais tinham na educação do Surdo. •
HOWE : acreditava que as escolas residenciais e a propagação dos Sinais criavam a segregação do Surdo e a formação de uma classe especial. • Através dos argumentos que refletiam verdades/ desejos/ preconceitos dos ouvintes estava instaurado o Oralismo nos EUA.
 17. AA Educação dos Surdos nos EUA GRAHAN BELL, Alexander • Ferrenho defensor do Oralismo. • A hegemonia da maioria ouvinte sobre os Surdos é evidente em seu discurso)discurso) • BELL (1847-1920) partidário da eugenia (melhoramento genético ) • existem diversos problemas éticos sérios na eugenia, como a discriminação de pessoas por
categorias, pois ela acaba por rotular as pessoas como aptas ou não-aptas para a reprodução. • Defendia a superioridade da língua oral; necessidade de evitar que os Surdos se reúnam numa sociedade de surdos, pois isso os impediria de se integrarem numa sociedade de ouvintes) • Crescem as pressões para que a oralidade tenha lugar
prioritário.
 18. AA Educação dos Surdos nos EUA • CLERK: – Surdez: diferença social – Surdos: acesso à Língua de Sinais e cultura própria. • BELL: – Surdez: doença – Surdos: encobrir seu estigma (sinais) e passar por ouvintecultura própria. – Educação: satisfação e enriquecimento pessoal. – Língua de Sinais: respeitada e preservada. passar por ouvinte –
Educação: integração social. – Língua de Sinais: inferior à fala.
 19. IDADE
IDADE CONTEMPORÂNEA CONGRESSO DE MILÃO (1880) • Marco na história da educação do surdo. • Objetivo: Oralismo X Língua de Sinais. • Reafirmou a necessidade de substituição da LS pela língua oral nacional: culto a palavra oral;culto a palavra oral; retomada dos princípios de Aristóteles. • A fala viva era privilégio do homem, o único
e correto veiculo do pensamento, a dádiva divina e a expressão da alma. As decisões influenciaram todo o mundo principalmente a Europa e a América Latina
 20. Resoluções
Resoluções : • Superioridade incontestável da fala sobre os Sinais para reintegrar os Surdos-Mudos na vida social e para dar-lhes maior facilidade de linguagem • Declara que o método de articulação deve ter preferência sobre o de sinais na instrução e educação dos surdos e mudos • O método oral puro deve ser preferido porque o uso
simultâneo de sinais e CONGRESSO DE MILÃO (1880) • O método oral puro deve ser preferido porque o uso simultâneo de sinais e fala tem a desvantagem de prejudicar a fala, a leitura orofacial e a precisão de idéias • A fala é superior à Língua de Sinais e por isso deve ser usada exclusivamente, pelo Surdo, pois o uso de sinais atrapalha sua
aquisição • O oralismo puro toma conta da Europa: professores surdos são demitidos das escolas • Dissipação das comunidades surdas.
 21. IDADE
IDADE CONTEMPORÂNEA Séc XX Primeiros relatos de insucesso do Oralismo: – Surdos não usam a fala como ouvintes – Não conseguem trabalho – Dependentes dos ouvintes Os que não progrediam na oralidade eram considerados deficientes mentais com necessidades especiais Surdos = subclasse sem poder para decidir o que é melhor
para eles; deveriam se curvar frente ao “conhecimento” e poder daqueles que o detinham Mesmo proibida a LSLS continuou vivaviva onde quer que os Surdos se encontrassem.
 22. •• 1902/1912- Comercialização dos primeiros aparelhos de surdez • 1960 Stokoe 1º estudo lingüístico sobre LIBRAS. • Década de 70 com Dorathy Schifflet “Total Approach” - Califórnia • 1978 III Congresso Internacional (Gallaudet) : divulgação da idéias da Comunicação Total influenciando diversos países • 1981 Parlamento Sueco aprova lei-
Bilíngüe • 1983 Novo Currículo para surdos na Suécia. • 1987 Lançada a proposta Bilíngüe no Uruguai • 1990 Sanchéz implanta em 42 escolas públicas da Venezuela a proposta Bilíngüe. • 1911É remodelado o regulamento do Instituto Nacional de Surdos • 1933 Criado o Instituto Santa Terezinha/SP.
 23. •• 1969 Eugênio Oates (missionário americano) -tentativa de registrar a Língua de Sinais • Final de década de 70 Introduzida a Comunicação Total pela profa Ivete Vasconcelos, no Brasil • 1981 Início da pesquisas sistematizadas sobre a LIBRAS. • 1983 Criação da comissão de luta pelos direitos dos Surdos. • 1986 Centro SUVAG/PE adota o
Bilingüismo. • 1987 Criação da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos-FENEIS
 24. •• 1991 a LIBRAS é reconhecida oficialmente pelo Governo do Estado de Minas Gerais • 1993 II Congresso Latino-Americano de Bilingüismo – RJ • Simpósio Internacional de Língua de Sinais e Educação do Surdo – SP • A sigla LIBRAS é reconhecida pela comunidade acadêmica • 1994- Programa Vejo Vozes • 1995- Comitê Pró-Oficialização da
Língua de Sinais • 2002- Oficialização da LIBRAS
 25. Desde
Desde o início, o homem associava a surdez à deficiência e a diferença à incapacidade. Esta forma de conceber o surdo contribuiu para que ele se tornasse vítima da exclusão social. Quanto desses conceitos da Antiguidade e Idade Média ainda existem nos dias de hoje?
 Universidade Estadual de Goiás - UnUCET Ciências Biológicas - Licenciatura HISTÓRICO DOS SURDOS (PRÉ – CONGRESSO DE MILÃO) E ORALISMO Acadêmicos: Kamila Souto Leichtweis Núbia Carla S.Silva Vinícius Costa e Silva Disciplina:LIBRAS
Prof.: Kilber Siqueira Gomes Anápolis 2014
 2. História
História dos Surdos Segundo Eriksson (1998), existem várias histórias que explicam o surgimento e o desenvolvimento do conceito de surdo no mundo. A história da educação de surdos permite constatar que são diferentes as concepções de
surdez e de sujeito surdo permearam a escolha das abordagens usadas na educação do surdo.
 3. A
A SURDEZ NA HISTÓRIA Antiguidade Os gauleses os sacrificavam ao deus Teutates por ocasião da Festa do Agárico. Em Esparta os surdos eram jogados do alto dos rochedos. Em Atenas eram rejeitados e abandonados nas praças públicas ou
nos campos. Os surdos não eram considerados seres humanos competentes. Diziam que sem a fala não se desenvolveria o pensamento. Aristóteles falava que a linguagem era o que dava condição de humano ao indivíduo.
 4. A
A SURDEZ NA HISTÓRIA Antiguidade Na Grécia, os surdos eram tratados como incompetentes, os romanos tinham idéias semelhantes Na Turquia serviam como bobos e a Igreja Católica, através de Santo Agostinho, apontava que era uma
forma de punição aos pais terem filhos surdos. Na Idade Média, a Igreja afirmava que os surdos não possuíam alma por não falarem os sacramentos.
 5. A
A SURDEZ NA HISTÓRIA Antiguidade Os surdos foram maltratados ao longo da história. Foram vítimas de extermínio e segregação pois eram olhados como uma aberração. No Egito os surdos eram adorados mas na China, por exemplo, eram
atirados ao mar. Os surdos, nas sociedades antigas não possuíam direitos pelo fato de não conseguirem exprimir suas vontades.
 6. A
A SURDEZ NA HISTÓRIA Antiguidade Sec. XVI A surdez foi por muito tempo vista como um problema filosófico, social e religioso. Somente na Idade Moderna que surgiram as primeiras preocupações com a educação do surdo. Pedro Ponce de
Leon Monge beneditino católico, estabeleceu a primeira escola do Mundo para pessoas surdas perto de Madrid. Ensinou aos surdos primeiro a escrever mostrando-lhes o objecto, depois vocalizavam as palavras a que correspondiam.
 7. A
A SURDEZ NA HISTÓRIA Sec. XVIII Carlos Michel de L´Epee, ficou famoso na Europa devido ao seu trabalho com os surdos. Reconheceu o valor da Língua Gestual dos surdos. Samuel Heinicke, os seus métodos eram estritamente orais. Opôs-
se fortemente à utilização da linguagem de signos. Na segunda metade do século XVIII, se deu a criação da primeira Escola Pública para Surdos em Paris. No convívio com os surdos, o abade L’Epée percebe que os gestos cumpriam as mesmas
funções das línguas faladas e, portanto, permitiam uma comunicação efetiva entre eles. (SILVA, 2006)
 8. A
A SURDEZ NA HISTÓRIA Idade Conteporânea Sec. XIX Thomas Hopkins Gallaudet , juntamente com Laurent Clerc, fundou a primeira escola de surdos na América. Depois de ter aprendido os métodos de ensino com Sicard. Em 1872, no
Congresso de Veneza, decidiu-se que o meio humano para a comunicação do pensamento é a língua oral. Na Conferência de Milão, em 1880, decidiu-se que o uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos. Foi abolida a Língua Gestual.
Foi um momento negro na história dos surdos. A Idade Contemporânea, por sua vez, tem inúmeros educadores que se dedicam a anali-sar e elaborar métodos de ensino aos surdos.
 9. Oralismo
Oralismo - Filosofia Oralista • Metodologia defendida em 1880, no “Congresso Internacional de Educação de Surdos” em Milão/Itália • Neste congresso, Alexander Grahan Bell, defendeu que o ensino dos surdos deve ocorrer, exclusivamente
pelo método oral.
 10. Oralismo
Oralismo - Filosofia Oralista • Desenvolver a fala do surdo, pois a língua falada era considerada essencial para comunicação e desenvolvimento integral das crianças surdas. • Estudiosos acreditam que, para criança surda se comunicar é
necessário que ela saiba oralizar. (Goldfield, 1997)
 11. Oralismo
Oralismo - Filosofia Oralista • O método permitiria o surdo desenvolver-se emocional, social e cognitivamente do modo mais normal possível, integrando-se como um membro produtivo do mundo dos ouvintes. (Capovilla, 2000)
 12. Oralismo - Filosofia Oralista • Essa aprendizagem levaria a criança surda a integrar-se na comunidade ouvinte, desenvolvendo a sua personalidade como a de alguém que ouve. • Reabilitação da criança  normalidade. (Goldfield, 1997)
 13. Oralismo - Filosofia Oralista Para Dorziat (1997), as técnicas mais utilizadas no método Oralista são: • Treinamento auditivo; • Desenvolvimento da fala; • Leitura labial;
 14. Oralismo - Filosofia Oralista Para obter um bom resultado da educação oral: • Envolvimento e dedicação: criança, família e escola; • Início da reabilitação o mais precoce possível; • Não oferecer outro meio de comunicação que não seja oral.
 15. Oralismo - Filosofia Oralista • Participação ativa da mãe. • Profissionais especializados: fonoaudiólogo e pedagogo. • Aparelho de amplificação sonora
 16. Oralismo - Filosofia Oralista • Entretanto, quando a criança nasce surda o fato de não ouvir impossibilita a assimilação das palavras em seus cérebros. • Como o surdo não tem palavra em sua mente, somente pode aprender por meio de sinais
que assimilam pelo contato visual
 17. Oralismo - Filosofia Oralista • O oralismo, portanto consiste em fazer com que a criança receba a linguagem oral através da leitura orofacial e amplificação sonora, enquanto se expressa através da fala. • Gestos, Língua de Sinais e alfabeto
digital são expressamente proibidos.
 18. CURIOSIDADES Personalidades Todo mundo conhece a Alexander Graham Bell e sua invenção: o telefone. O que não se conhece tão bem são seus nexos com a comunidade surda.
 19. REFERÊNCIAS • ANDRADE, A. M. D.; LUCCAS, M.; SPONCHIADO, D. MOURA, M. C. O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro: Revinter/Fapesp, 2000. Perspectiva, Erechim. v.34, n.128, dezembro/2010. Disponível em: <
http://www.uricer.edu.br/new/site/pdfs/perspectiva/128_147.pdf>. Acesso em 29 mai. 2014. • ERIKSSON, Per. The History of Deaf People. Sweden: Daufr, 1998. • GOLDFELD, M. A criança surda. São Paulo: Pexus, 1997 • MOURA, Maria Cecília
de. O surdo: caminhos para uma nova Identidade. Rio de Janeiro: Revinter, 2000. • SILVA, V. Educação de surdos: uma releitura da primeira escola Pública para surdos em Paris e do Congresso de Milão em 1880. In: QUADROS, R. M. D. (Org.).
Estudos surdos I. ed. Arara-Azul LTDA, Petrópolis – RJ 2006, 324 p. Disponível em: < http://www.editora-arara-azul.com.br/ParteA.pdf>. Acesso em 29 mai. 2014.
 20. OBRIGADO!
 1750Abade Charles Michel de L’eppé cria os “Sinais Metódicos”, uma
combinação da Língua de Sinais com a gramática da Língua
Francesa, e funda a 1ª Escola para Surdos em Paris,30 anos
depois,mais de vinte escolas haviam sido fundadas na França e
outros centros europeus, usando Língua de Sinais
 Samuel Heinick, na Alemanha, inicia a Filosofia Educacional Oralista,
fundando a primeira escola pública baseada na método oral.
 1817Thomas Hopkins Gallaudet funda a Escola Gallaudet para
Surdos, nos EUA, utilizando o léxico da Língua de Sinais francesa
com a estrutura da Língua francesa, adaptado para o inglês.
 1821Todas as Escolas Publicas americanas passam mover-se em
direção a L.S.
 1830Grupo de Surdos Franceses junto com
surdos de outros centros europeus e dos
EUA,começam as reuniões anuais (“Banquetes
de Surdos” para comemorar o aniversário de
nascimento de L’eppé, engenheiros surdos,
fisicos surdos, filósofos surdos, artistas e
professores surdos, participavam dos
banquetes, juntamente convidados ouvintes.
 1835Total aceitação da American Sign
Language-Lingua de Sinais Americana, na
educação de surdos nos E.U.A.% dos
professores de escolas públicas americanas para
surdos são surdos.%,5%
 1857Eduard Huet, professor francês surdo,
convidado por D.Pedro II, cria no Rio de Janeiro
o Inst.Nac. dos Surdos_Mudos.Começa com
duas crenças

nos E.U.A a Universidade Nacional para Surdos-
1864Criada
Mudos,hoje Universidade Gallaudet.
 1880Congresso Internacional de Educadores de Surdos
realizado em Milão.Grahan Bel usa todo o seu prestígio na
defesa do Oralismo.Juan Jacob, professor do Inst.de Paris,
apresenta uma grande disputa.Os professores surdos são
excluídos da votação.O oralismo vence com a recomendação da
proibição oficial do uso das Linguas de Sinais nas escolas.
 1895Entra em declínio o número de professores surdos
(22%)1900Maior parte das escolas para surdos de todo o
mundo, já não utilizava mais a língua de sinais.A oralização
passa a ser o objetivo principal.
 1960William Stokoe (EUA),demonstra que a Língua com todas as
características das línguas orais e confere a Língua de Sinais, status de
Língua.Dorothy Schiffet (E.U.A) inicia método que combinava Língua de
Sinais, Língua Oral, Leitura Labial, treino auditivo e alfabeto manual.”Total
Approach” ou Abordagem Total, Roy Holcom rebatiza esse método de
Total Communication”.Dando origem a Filosofia da Comunicação Total.
 1970Suécia e Inglaterra iniciam a discussão sobre a independência do uso
da Língua de Sinais em relação as línguas orais- surge a Filosofia Bilingue.

 1980O bilinguismo para surdos passa a ganhar mais e mais adeptos em


todos os países do mundo.
 1880- PROIBIÇÃO DO USO DA L.S (ITÁLIA)1980-VANTAGENS DO USO DA
L.S. (ITÁLIA)
ESTUDOS CULTURAIS (EC)
(Segundo Costa, Silveira & Sommer, 2003:37)

Os Estudos Culturais (EC) vão surgir em meio às


movimentações de certos grupos sociais que
buscam se apropriar de instrumentais, de
ferramentas conceituais, de saberes que
emergem de suas leituras do mundo, repudiando
aqueles que se interpõem, ao longo dos séculos,
aos anseios por uma cultura pautada por
oportunidades democráticas, assentada na
educação de livre acesso. Uma educação em que
as pessoas comuns, o povo, pudessem ter seus
saberes valorizados e seus interesses
contemplados.
ESTUDOS CULTURAIS (EC)
(Segundo Costa, Silveira & Sommer, 2003:36)

Cultura transmuta-se de um conceito impregnado de distinção,


hierarquia e elitismos segregacionistas para um outro eixo de
significados em que se abre um amplo leque de sentidos
cambiantes e versáteis. Cultura deixa, gradativamente, de ser
domínio exclusivo da erudição, da tradição literária e artística,
de padrões estéticos elitizados e passa a contemplar, também, o
gosto das multidões. Em sua flexão plural - culturas - e
adjetivado, o conceito incorpora novas e diferentes
possibilidades de sentido. É assim que podemos nos referir, por
exemplo, à cultura de massa, típico produto da indústria cultural
ou da sociedade techno contemporânea, bem como às culturas
juvenis, à cultura surda, à cultura empresarial, ou às culturas
indígenas, expressando a diversificação e a singularização que o
conceito comporta.
 Os EC não constituem um conjunto articulado
de ideias e pensamentos (descentrados) >
romper com lógicas cristalizadas e
concepções consagradas.

 Os EC, para Stuart Hall (1996), se constituíram


como um projeto político de oposição, e suas
movimentações sempre foram acompanhadas de
transtorno, discussão, ansiedades instáveis...

 (Costa, Silveira & Sommer, 2003)


Os EC contribuíram para compreender que:

1- os processos culturais estão intimamente


vinculados com as relações culturais (classe,
gênero, raça etc.)
2- cultura envolve poder (assimetrias nas
capacidades dos indivíduos ou grupos sociais)
3- cultura não é um campo autônomo nem
externamente determinado (o lócus da diferenças
e lutas sociais).

(Costa, Silveira & Sommer, 2003)


De acordo com o conceito do
antropólogo Goodenough (In. Nogueira
2007:47):

Cultura consiste em tudo aquilo que uma


pessoa precisa saber ou acreditar de modo a
operar de uma maneira aceitável em relação aos
outros membros. (...) É a forma que as coisas
tomam na mente das pessoas, seus modelos
para apreender, relacionar e interpretá-las
(p.167).
Identidades Culturais
Surdas
(Nogueira 2007: 42-48)

 As Identidades Culturais são compreendidas nas


práticas sociais.
 Identidades são formadas por meio das
diferenças e não da homogeneidade (EU x O
OUTRO).
 Hall (2000:109): identidades devem ser
reconhecidas “em locais históricos e
institucionais específicos, no interior de
formações e práticas discursivas específicas, por
estratégicas específicas e iniciativas específicas.”
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS

 Antiguidade Clássica: língua (oral) natureza


educável.

“língua (oral) e intelecto estão tão unidos em


nossa representação de pessoas” que, desse
modo, a “surdez parece um defeito do intelecto.”
Lane (1992)
A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE
SURDOS

> No séc. XVIII, o abade L’Epée inicia a educação surda.


Período “dourado” para os surdos.
Leitura e escrita, conteúdo escolar e cultural.

> No séc. XIX, Congresso Internacional de Educadores de


Surdos em Milão → veta-se o uso da língua de sinais
na educação dos surdos.

 Objetivo: “tratar” da fala para tornar sujeito


completo, ou seja, curado: filosofia educacional
oralista.
 Crença: A falta da audição e da fala afeta a
aquisição natural da língua e, por essa
razão, a competência cognitiva.

 Lane (1992): Estigmas da deficiência


(doente, o surdo tem vida social pobre;
sujeito isolado; empobrecidos
lingüisticamente; não socializados; inválidos;
anormais etc.) → auto-estima
comprometida.
O ESTIGMA
(Goffman, 1988)

Estigma é um traço que afasta o sujeito


estigmatizado das relações sociais,
apagando todas as outros traços atributos
que o levariam a desempenhar papéis
sociais.
Goffman (in. Nogueira 2007):

(...) encontram-se as mesmas


características sociológicas: um indivíduo que
poderia ter sido facilmente recebido na
relação social quotidiana possui um traço
que pode-se impor à atenção e afastar
aqueles que ele encontra, destruindo a
possibilidade de atenção para outros
atributos seus. Ele possui um estigma,
uma característica diferente da que
havíamos previsto.
 Se a filosofia educacional oralista promovesse de
fato a integração do surdo na sociedade:

Ele [o surdo] não seria obrigado a perceber


a sua identidade como uma identidade
deteriorada, nem se haver com a dificuldade
de entender porque aquilo que lhe havia sido
prometido não foi cumprido, isto é, ele não ser
aceito pela sociedade e ser considerado normal.
A construção fantasiosa desta “normalidade”
não o equipa com os instrumentos necessários
para poder entender as dificuldades de
aceitação (...) (Moura, 2000:87)
Segunda metade do século XX.

* Déc. de 60: status de língua para as


línguas de sinais. Inicia-se mudança na
literatura surda e auto-estima dos sujeitos
surdos.
* Déc. 80 (1988): Rev. em Gallaudet >
“libertação dos estigmas pelos surdos” >
“povo surdo” (Cultura, língua e identidades
surdas > orgulho de ser Surdo).
CULTURA SURDA

- O que é??? -
Wilcox & Wilcox (1991?):
- Quem os Surdos pensam que são?
- Pela visão êmica da CS, quem se qualifica
como pessoa Surda e quem não o faz?
- Quais são as “categorias distintas de
pessoas” que a cultura Surda impõe ao
mundo?
- Quem são os alguéns positivamente
caracterizados e apropriadamente
identificados?
Dentro de um grupo social, podem
existir conflitos devido a
posicionamentos diferentes na
cultura, construindo, desse modo,
identidades sociais (Blom & Gumperz 2002).
SURDEZ
( Dois grupos culturais)
Pode ser vivida
como:

Surdo Deficiente
auditivo (D.A.)

Língua de sinais
Língua oral (o
(modelo
português falado) >
linguístico e
modelo linguístico e
cultural)
cultural; rejeita a
língua de sinais.
A Educação de Surdos

- No Brasil -
Filosofias da Educação de Surdos
1) Oralismo (objetivo: a língua da comunidade ouvinte,
com foco na fala)

2 ) Comunicação Total (Objetivo: aquisição da língua da


comunidade ouvinte. A língua de sinais é um recurso
metodológico para o aprendizado da língua oral, i.e.,
sem status de língua e sua função cognitiva e social).

3) Bilinguismo (Objetivo: aquisição da língua de sinais


como a primeira língua e a língua da comunidade
ouvinte (foco na modalidade escrita) como a segunda
língua da pessoa surda, com metodologia específica de
aprendizado de uma L2.
No Brasil, a consequência do Oralismo:

FRACASSO EDUCACIONAL

- comprometimento dos conteúdos básicos


(principalmente a modalidade escrita da língua).
- falta de uma língua que promova o
desenvolvimento cognitivo e emocional da
maioria dos surdos filhos de famílias ouvintes.
O NOVO DESAFIO
 Década de 90:

BILINGUISMO
(L1- LIBRAS e L2 – Português)

> Proposta de educação valorizando


aprendizado de conteúdo e
desenvolvimento do aluno.
Decreto 5.626/05:

Que profissionais são essenciais


para construir uma educação
bilíngue para os alunos surdos?
Capítulo IV / Art. 14 - § 1o 
 III - prover as escolas com:
        a) professor de Libras ou instrutor de
Libras;
      b) tradutor e intérprete de Libras -
Língua Portuguesa;
        c) professor para o ensino de Língua
Portuguesa como segunda língua para
pessoas surdas; e
     d) professor regente de classe com
conhecimento acerca da singularidade
lingüística manifestada pelos alunos
surdos;
 IV - garantir o atendimento às necessidades
educacionais especiais de alunos surdos, desde a
educação infantil, nas salas de aula e, também, em
salas de recursos, em turno contrário ao da
escolarização;
 V - apoiar, na comunidade escolar, o uso e a
difusão de Libras entre professores, alunos,
funcionários, direção da escola e familiares, inclusive
por meio da oferta de cursos;
 VI - adotar mecanismos de avaliação coerentes
com aprendizado de segunda língua, na correção
das provas escritas, valorizando o aspecto semântico
e reconhecendo a singularidade lingüística
manifestada no aspecto formal da Língua
Portuguesa;
 VII- desenvolver e adotar mecanismos
alternativos para a avaliação de conhecimentos
expressos em Libras, desde que devidamente
registrados em vídeo ou em outros meios eletrônicos
e tecnológicos;
 Art. 15.  Para complementar o currículo da
base nacional comum, o ensino de Libras e o
ensino da modalidade escrita da Língua
Portuguesa, como segunda língua para alunos
surdos, devem ser ministrados em uma
perspectiva dialógica, funcional e
instrumental, como:
       I - atividades ou complementação curricular
específica na educação infantil e anos iniciais do
ensino fundamental; e
       II - áreas de conhecimento, como disciplinas
curriculares, nos anos finais do ensino
fundamental, no ensino médio e na educação
superior.
CAPÍTULO VI

DA GARANTIA DO DIREITO À
EDUCAÇÃO DAS PESSOAS SURDAS
OU COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
 Art. 22.  As  instituições federais de ensino
responsáveis pela educação básica devem
garantir a inclusão de alunos surdos ou
com deficiência auditiva, por meio da
organização de:

 II - escolas bilíngües ou escolas comuns da


rede regular de ensino, abertas a alunos
surdos e ouvintes, para os anos finais do
ensino fundamental, ensino médio ou
educação profissional, com docentes das
diferentes áreas do conhecimento, cientes
da singularidade lingüística dos alunos
surdos, bem como com a presença de
tradutores e intérpretes de Libras -
Língua Portuguesa.
 § 1o  Sãodenominadas escolas
ou classes de educação
bilíngue aquelas em que a Libras
e a modalidade escrita da Língua
Portuguesa sejam línguas de
instrução utilizadas no
desenvolvimento de todo o
processo educativo.
ESCOLA INCLUSIVA:

A problemática
AS QUESTÕES
 A ESCOLA É INCLUSIVA PARA OS
SURDOS?
 COMO CONSTRUIR UMA ESCOLA
BILINGUE?
 A SALA DE RECURSOS?
 A CLASSE COMUM?
 O CURRÍCULO?
O que a escola deve
trabalhar com seu aluno
surdo?
Níveis de Adaptações Curriculares
(PCN- Educ. Especial)

 • no âmbito do projeto pedagógico


(currículo escolar);

 • no currículo desenvolvido na sala de


aula;

 • no nível individual.
O LINGUÍSTICO

-Aquisição da linguagem (L1 e L2)


Aquisição da Libras
Quadros (1997) publica resultados de trabalhos
sobre aquisição da língua de sinais (ALS) por
crianças surdas filhas de surdos com o objetivo
de:

1- Conhecer o processo de ALS em crianças surdas


filhas de pais surdos;

2- Analisar sobre a ALS (L1) e suas repercussões no


ensino de crianças surdas.
Aquisição da Libras

Os estudos sobre a aquisição de língua


de sinais demonstraram que a criança
surda passa pelas mesmas fases de
aquisição da linguagem, e em períodos
idênticos, que a criança surda.
Aquisição da Libras
 Sabe-se que a língua é a responsável pelo
desenvolvimento cognitivo e social da pessoa, de acordo
com isso, Quadros (1997) chega à conclusão:

- A não-exposição da criança surda à sua língua de sinais,


no período natural da aquisição da linguagem (o período
crítico), causa danos à organização psicossocial da
criança;

- considerando o período crítico, a criança surda de pais


ouvintes estão em situação de desvantagem em relação
às crianças de pais surdos, comprometendo seu
desenvolvimento da linguagem de modo natural e, por
consequência, seu desenvolvimento educacional.
Aprendizagem de Português
(L2):

- Reflexão na educação de surdos -


Pressuposto básico para a
aprendizagem de uma L2

PRIMEIRA LÍNGUA: LIBRAS


Ponto principal antes de
preparar sua proposta
de ensino a língua
portuguesa para surdos
Ensino de uma L2:

(1) Qual o objetivo do ensino da língua


portuguesa para o aprendiz surdo?

(2) Como levar esse aprendiz a esse


objetivo?
O problema:
 Normalmente, o material didático de
ensino de língua se destina à “forma”,
prevalecendo unicamente a seleção de
itens da língua-alvo com intenção de
ensinar a estrutura do sistema em
questão. Com isso, é dispensado o
desempenho quanto ao uso
(comunicação).
O problema:
 “A maneira pela qual a língua estrangeira é apresentada
em sala de aula não corresponde à experiência
do aprendiz com sua própria língua fora de
sala de aula, ou nas salas de aula onde ele
usa a língua para o estudo das outras
matérias.” (Widdowson, 1991) > Conflito com a
realidade do aluno.
Desse modo, devemos considerar a Língua
Portuguesa:
 Primeiramente, pensar que esta é uma segunda língua
que, conforme o Decreto 5.626/05, tem por objetivo a sua
modalidade escrita.
 Levar o aprendiz ao domínio de leitura e escrita >
métodos de ensino de uma língua estrangeira / segunda
língua.
 Proporcionar ao aprendiz a capacidade de relacionar e
construir saberes em relação aos sistemas
linguísticos da língua oral e da língua de sinais. Para
isso, devemos lembrar que língua implica cultura, desse
modo valorizar a cultura do aluno e compreender a sua
importância no processo ensino-aprendizagem.
Estratégias de ensino de L2

- Exemplos -
A escolha de um texto deve explorar o
conteúdo real

 > apelo ao interesse do aprendiz;


 >buscar a linguagem não-verbal: charges, quadros,
fotografias etc.;
 montar diagramas ou quadros informacionais
(linguagem não-verbal);
 > a relativa familiaridade do conteúdo já ter sido
previamente apresentado ou comentado pelo professor
na libras.
A leitura de uma L2:
(Quadros, 1997:97)
 1) Aspectos formadores do texto (títulos,
parágrafos, marcadores enunciativos,
conectivos etc.);

 2) Palavras-chaves;

 3) O conhecimento de mundo do leitor.


A ESCRITA EM L2:

 O aluno deve ser capaz de reconhecer


os diferentes propósitos
comunicativos, com diferentes tipos de
textos; ser capaz de narrar, descrever,
debater, persuadir, fazer inferências,
hipóteses etc.
Conclusão sobre a educação
de surdos
Primeiramente:

 Para construção de uma educação


bilíngue, há necessidade do
reconhecimento do aluno surdo como
sujeito que faz parte de um grupo cultural
diverso do ouvinte. Isto significa
reconhecer a cultura surda e as
identidades surdas no espaço da escola.
- A questão linguística é a problemática na educação de
surdos.
- O surdo aprende a escrita da Língua Portuguesa como um
estrangeiro.
- Há a necessidade de métodos específicos (linguísticos e
culturais) para letramento de sujeitos surdos.
Considerando o letramento em libras e em língua
portuguesa.
- Com relação ao português, experiência pouco proveitosa
com gêneros textuais, isto é, não é suficiente para incluir o
surdo no mundo da leitura, havendo a necessidade de
trabalhá-los, mostrando suas funções e o modo em que a
língua está disposta para a construção do gênero em
questão.
Referências bibliográficas
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de recursos. Dissertação de Mestrado em Lingüística. RJ: UFRJ, 2007.
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Ronice Muller de. Estudos Surdos I. Série Pesquisas. Editora Arara Azul, 2006; p. 166-185.
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 HALL, Stuart. Quem precisa da identidade? In.: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.); HALL,
Stuart e WOODWARD, Hathryn. Identidade e Diferença. A perspective dos Estudos
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 BLOM, Jan-Petter & GUMPERZ, John J.. O significado Social na Estrutura Lingüística.
Alternância de Códigos na Noruega . In.: TELLES, Branca Ribeiro & GARCEZ, Pedro M.
(orgs.). Sociolingüística Interacional. Editora Loyola, 2002, p. 45-84.
 WILCOX, Sherman & WILCOX, Phillis P. Aprender a ver. Editora Arara Azul, coleção
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 GOFFMAN, Erving. Estigma. Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada . 4ªedição,
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 ________________. Footing. In. TELLES, Branca Ribeiro & GARCEZ, Pedro M.(orgs.).
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 COSTA, Marisa Vorraber; SILVEIRA, Rosa Hessel  and  SOMMER, Luis Henrique. Estudos culturais,
educação e pedagogia. Rev. Bras. Educ. [online]. 2003, n.23 [cited  2010-11-01], pp. 36-61 . Available
from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
24782003000200004&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1413-2478.  doi: 10.1590/S1413-24782003000200004.

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