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Leis da didáctica

I - O carácter científico do processo de ensino e aprendizagem;


II - A sistematização;
III - A relação entre prática e teoria;
IV - A cooperação criadora entre o trabalho consciente do
estudante e a direcção do professor;

V - A compreensibilidade.
O processo de ensino é uma actividade conjunta do professor e do aluno.
A pedagogia moderna se estabelece como um ser activo e independente,
guiado por conceitos, desejos, sentimentos e reflexões pessoais É
impossível julgar o aluno como um ser passivo em sala de aula, muito
menos no ensino artístico, onde o aluno deve ter uma participação activa
e criativa. Assim, o ensino do professor e a aprendizagem do aluno são
influenciados e estimulados reciprocamente.
Isso se torna ainda mais difícil quando o aluno, no caso específico da
dança, traz outros hábitos físicos e mentais, muitas vezes aprendendo
outras técnicas e, nos piores casos, hábitos rotineiros de dança comercial.
Tudo isso é agravado em casos de alunos com idade avançada para ter
uma atitude receptiva e natural à difícil aprendizagem da dança. Nestes
casos específicos, o professor deve estar ainda mais atento ao
desenvolvimento do processo.
Entre as ciências pedagógicas, a didáctica, é a chamada para dar as regras
para um bom ensino. Assim, temos que é a disciplina científica que
investiga o processo unitário de instrução e educação.

A didáctica estabeleceu uma série de leis que regulam o processo de


ensino e aprendizagem e que devem ser aplicadas nas aulas diariamente.
Estabelecido isso, conheceremos cada um deles e sua aplicação prática.
Primeira lei: carácter científico do processo de
ensino e aprendizagem
Todo o conhecimento que é transmitido na aula deve estar de acordo com a ciência

progressiva. Isso vai levar o conceito de uma era governada pelo critério de

objectividade.

O ensino da dança deve estar sempre dentro dos limites da realidade objectiva,

porque não há nada mais real do que o corpo humano, e embora através de ela sejam

transmitidos os sentimentos mais invisíveis e subtis, o corpo físico será sempre visível e

palpável.

Apresentar sempre na aula os aspectos reais da técnica é a razão científica

fundamental do professor. O uso de imaginação dentro da classe deve ser

adequadamente conduzida por elementos que têm consonância física.


Um outro aspecto científico é a relação entre teoria e prática para que o
primeiro seja sempre validada pelo segunda. Nenhuma ideia que não
possa ser transmitida através do corpo do dançarino, terá validade
científica. A densidade do espaço, o crescimento do corpo, a luta dos
centros motores, se não são expressos vividamente através do corpo, não
têm eficácia ou validade real. Alcançar a unificação da teoria e prática é,
em primeiro lugar, uma função do professor.

O professor deve referenciar e usar o conhecimento anatómico que ajuda


a esclarecer a parte ou partes do corpo que estão envolvidas no
movimento. A anatomia é um conhecimento indispensável do professor
de dança, assim como da psicologia e a pedagogia.
Segunda Lei: A sistematização.

A aula é a base do processo de ensino e aprendizagem, razão pela qual deve ter uma

organização estrita do sistema para que o conhecimento chegue aos alunos da mesma

maneira.

A sistematização do ensino baseia-se nas seguintes regras:

1.- Cada novo conhecimento deve estar vinculado a um anterior, a fim de seguir o princípio

do desenvolvimento.
2.- O novo conhecimento é dividido em várias partes.
O estudo de cada novo movimento deve ser dividido em seus elementos
fundamentais e orientado de maneira adequada para alcançar uma boa assimilação,
de modo que todos os elementos sejam gradualmente integrados até que sejam
completados e depois desenvolvidos para formar frases que aumentarão o nível de
complexidade.

3.- Repetição contínua dos movimentos.


Os exercícios repetidos várias vezes, são fixados na mente e no corpo dos alunos,
aumentando assim a perfeição da técnica.

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Terceira lei: Conexão entre prática e teoria.

Tendo em conta o carácter prático eminente da aula de dança, há também


a necessidade de levar em conta os aspectos teóricos relacionados e que
muitas vezes ignoramos devido à própria característica da acção viva da
disciplina.
A teoria esclarece os motivos, estabelece as bases fundamentais e trata
dos princípios e leis que regem a técnica, também nos oferece as verdades
que são comprovadas através da prática. Portanto, é fundamental ter
pressente o domínio destas verdades ao longo de todo o trabalho prático,
para garantir a aquisição de uma boa técnica. A verificação constante do
uso dos princípios fundamentais já explicados com a acção do corpo do
bailarino, deve se tornar um processo mental rápido.
Uma memória interior que comande cada uma das partes do corpo e que
imponha as bases fundamentais da técnica, deve ser uma das aquisições
fundamentais do processo de ensino e aprendizagem, o que não é
possível com a simples acção prática.
Por outro lado, o trabalho mental que exige esta constante comprovação
teórico-prática, brinda ao bailarino um balanço adequado e consciente de
si e da sua técnica.
Por ultimo o estudante/bailarino, deve fazer uma ligação entre o trabalho
na aula com o trabalho no palco, isto só será possível com o trabalho
consciente e a experiencia diária, mas, os melhores resultados serão
alcançados com a aquisição do habito de entrelaçar a teoria com a prática.
A partir da compreensão desta lei.

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