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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL


CIV250 - ANÁLISE E COMPORTAMENTO DE SISTEMAS ESTRUTURAIS DE CONCRETO

“Analytical, experimental and numerical study of timber-concrete composite beams for bridges”

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MARIA JULIA POLITI PROF. FERNANDO MENEZES DE ALMEIDA FILHO
SOBRE O ARTIGO

▰ Autores:

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SOBRE O ARTIGO

▰ Revista: Computers and Concrete (ISSN 1598-8198)

▰ Ano de publicação: MAIO/2019

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ESTRUTURA DO ARTIGO

▰ Resumo;
▰ 1. Introdução;
▰ 2. Cálculo do sistema misto;
▰ 3. Materiais e métodos;
▰ 4. Resultados e Discussões;
▰ 5. Conclusões;
▰ Agradecimentos;
▰ Referências.

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OBJETIVO DO ARTIGO

Avaliar analítica, experimental e numericamente vigas mistas de madeira-concreto com dois tipos
de ligações: Conectores metálicos fixados na madeira por pré-furação e conectores metálicos
colados com adesivo epóxi.

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ETAPAS

Ensaios
experimentais de Simulações numéricas
Estudo analítico
flexão em vigas no software ANSYS
baseado no modelo
mistas para para avaliar os modos
de Möhler de falha
determinar rigidez e
resistência

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1. INTRODUÇÃO

 O Brasil possuí um grande número de pontos em estrutura de madeiras formadas por tabuleiros de madeira
conforma a figura abaixo:

 Nesse contexto, Molina expõe que devido à passagem de veículos no tabuleiro de madeira serrada, este passa a
sofrer afrouxamento das tábuas.

 Uma alternativa então eficiente para essa problemática, do ponto de visto do autor, é trabalhar com o deck
composto por estruturas mistas de madeira e concreto. Solução esta capaz de prolongar a vida útil da ponte e
reduzir o efeito dinâmico com o uso do concreto. 7
1. INTRODUÇÃO

 As estruturas mistas então possuem ações combinadas na madeira (trabalha a tração) e no concreto (trabalha a
compressão), somado a isto tem-se os conectores de cisalhamento sob flexão.

 No mercado existem diversos conectores de cisalhamento disponíveis, sendo as principais característica que
permitem a comparação entre eles:

I. Resistência Última O autor optou por utilizar então:

II. Módulo de Deslizamento (K) 1. Barras de aço;

III. Custo final da Instalação 2. Barras de aço coladas com adesivo epóxi.

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2. CÁLCULO DO SISTEMA MISTO DE MADEIRA E CONCRETO

 O estudo analítico foi baseado no modelo de Möhler, presente também no Eurocode 5.

 Esse modelo considera uma viga T equivalente formada por uma laje de concreto armado presa a uma viga de
madeira por um sistema de ligação metálica.

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2. CÁLCULO DO SISTEMA MISTO DE MADEIRA E CONCRETO

Resumo do modelo de Möhler:


 (1) Fator de redução da madeira;
 (2) Fator de redução do concreto;
 (3) Módulo de deslizamento de serviço;
 (4) Módulo de deslizamento último;
 (5) Distância entre o centro de gravidade da madeira e da LN;
 (6) Distância entre o centro de gravidade do concreto e da LN;
 (7) Momento de inércia do concreto;
 (8) Momento de inércia da madeira;
 (9) Rigidez Efetiva da peça;
 (10) Tensão de compressão na extremidade do concreto;
 (11) Tensão de tração na extremidade da madeira;
 (12) Tensão de cisalhamento máxima na LN;
 (13) Força de cisalhamento dos conectores;
 (14) Deslocamento limite para o concreto (NBR 6118)
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 (15) Deslocamento limite para a madeira (NBR 7190)
3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. MATERIAIS  Madeira de Eucalipto


Citriodora
Densidades aparentes da Comprimento de ancoragem
Identificação Diâmetro do furo Ângulo dos
madeira a 14% de Tipo de conexão utilizada dos conectores na madeira
da viga (cm) conectores
umidade (kg/m³) (cm)

B1 1773 Pré-furação sem adesivo 1,27

Amostra de referência com adesivo


B2 1045 1,59
epóxi

B3 1123 Com adesivo epóxi 1,59

B4 937 Com adesivo epóxi 1,59


90º 6,00
B5 1087 Pré-furação sem adesivo 1,27

B6 1093 Pré-furação sem adesivo 1,27

B7 950 Com adesivo epóxi 1,59

B8 1005 Amostra de referência com pré-furação 1,27 11


3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. MATERIAIS
 Concreto:  Adesivo Epoxi:

Resistência: 25 Mpa Designação comercial: “Compound Adesivo”


Relação a/c: 0,42 Fabricante: Otto Baumgart-Vedacit
Cimento Portland CP III RS 40 Resistência a compressão de 100 Mpa em 24 horas
Areia média
Brita 5/8’’
Abatimento 8 cm
 Barras de aço:

CA50
Diâmetro de 12,5 mm
Comprimento da barra de aço: 10 cm
Espaçamento: A cada 16 cm
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.2. EQUIPAMENTOS
• Pórtico de reação com cilindro hidráulico de 480 kN;
• LVDT (transdutor de deslocamento variável linear);
• Relógios comparadores para medir o deslocamento nos apoios;
• Célula de carga de 250 kN de capacidade para ensaios de cisalhamento direto.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.3. Ensaio de flexão


• Comprimento total da viga: 6 metros;
• Vão total: 5,10 metros;
• 3 ciclos de carregamento: 1º e 2 º à 50% da carga última
3 º até a ruptura da viga por tração

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.4. Ensaio de cisalhamento direto


• Determinação do módulo de deslizamento (Ku e Kser);
• 3 ciclos de carregamento.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.5. Simulação numérica com o software ANSYS


• Método dos Elementos Finitos (MEF);
• Objetivo das simulações: avaliar os níveis de tensão nas regiões dos conectores;
• Molina realizou a modelagem de ¼ da geometria da peça estrutural;

Considerações feitas para os materiais:


• Peças de concreto: Discretizadas como Solid65 e modelo construtivo sob compressão do tipo multilinear com
endurecimento isotrópico;
• Peças de madeira: Discretizadas como Solid45 e modelo construtivo adotado ortotrópico utilizando o critério de
Hill;
• Elementos de barras de aço: Discretizadas como Link 8 e adotado o critério de escoamento de Von Mises;
• Contato entre os elementos madeira-concreto, aço-concreto e aço-madeira: Discretizados como Conta173 e
Targe 170

• Refinamento da malha feito até convergência dos resultados;


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• Modelo validado após verificação da comparação das curvas tensão x deslocamento com os resultados
3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.5. Simulação numérica com o software ANSYS

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Ensaio de cisalhamento direto

• Valor médio da resistência do conector colado com resina epóxi foi 8,65% superior ao conector fixado por pré-
furação; 18
• Valor médio do Kser do conector colado com resina epóxi foi 19,40% superior ao conector fixado por pré-furação;
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Ensaio de cisalhamento direto

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2. Ensaios de flexão Valores de carregamento para um


deslocamento no meio do vão de 1,70 cm
(L/300)

• Valor médio da rigidez experimental foi 25,59% maior que a rigidez teórica para conectores fixados por pré-
furação; 20
• Valor médio da rigidez experimental foi 23,09% maior que a rigidez teórica para conectores colados com resina
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3. Modos de falha das vigas mistas


• Ocorreu primeiro a falha na região do conector;
• Madeira falhou por embutimento;
• Concreto por fissuração.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.4. Simulações
Numéricas
 Curvas para validação do modelo;
 Valores de tensão para os modelos
numéricos.

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5. CONCLUSÃO

 1: As vigas mistas com conectores colados apresentaram maiores valores médios de rigidez EI e de resistência quando
comparadas às vigas mistas com conectores fixados por pré-furação, tanto para abordagens teórica, experimental e numérica;

 2: Os modos de ruptura analíticos obtidos para vigas mistas com os dois tipos de ligações concordaram com os modos de
ruptura obtidos experimentalmente com os ensaios de flexão;

 3: Para ambos os tipos de ligações analisadas, as rupturas das vigas sob flexão ocorreram primeiramente na laje de concreto,
por compressão, seguida de tração da fibra inferior da peça de madeira;

 4: O efeito da concentração de tensões, nas regiões do conector, torna-se mais influente quando os valores de carga última
são aplicados às vigas. Portanto, maiores danos nas regiões do conector, devido à concentração de tensões, resultam em
maiores valores de deflexão no meio do vão das vigas e, consequentemente, em maiores diferenças entre os valores teóricos e
experimentais de rigidez (EI).
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5. CONCLUSÃO

 5: O mecanismo da utilização da cola epóxi permitiu uma melhor distribuição das tensões na área dos conectores. Assim, para
as vigas mistas apresentaram seções mais rígidas, e consequentemente foi necessária uma carga maior para promover o
mesmo valor de flecha no meio do vão;

 6: As simulações numéricas permitiram, com razoável aproximação, avaliar as distribuições de tensões nas vigas mistas
testadas experimentalmente, não apenas globalmente, mas também nas áreas dos conectores de cisalhamento;

 7: A utilização de elementos finitos que considerem os efeitos do dano (além das propriedades elásticas e plásticas) para os
materiais envolvidos na ligação compósita pode permitir quantificar com mais precisão o comportamento da curva de carga vs
deslocamento para valores de carga última.

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6. ANÁLISE CRÍTICA

 1: Artigo estruturado: Artigo estruturado de forma que é possível acompanhar as etapas que foram
executadas no desenvolvimento do trabalho até a apresentação dos resultados; Também, com as
informações apresentadas pelos autores (materiais e métodos), se torna possível reproduzir os
experimentos, as simulações numéricas e também os estudos analíticos;

 2: O presente artigo atendeu os objetivos propostos;

 3: Tema atual no cenário brasileiro: Recentemente (2022) a atualização da NBR 7190 trouxe consigo
alterações que abordam estruturas mistas de madeira e concreto;

 4: Tema não abordado por normas nacionais e internacionais: Ao trabalhar com conectores utilizando a
colagem epóxi, por não haver códigos normativos que abordam essa temática, o trabalho torna-se referência
para eventuais profissionais e pesquisadores da área ;
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6. ANÁLISE CRÍTICA

 5: Artigo traz uma possível proposta de solução para uma problemática do Brasil, que são as inúmeras pontes
com tabuleiros em madeira serrada, que já estão comprometidas , mas que podem ter sua vida útil prorrogada
com a utilização da proposta de seção mista apresentada por Molina no presente trabalho ;

 6: O presente artigo é um ponto de partida para diversos estudos na área de conectores em estruturas mistas;

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Fonte: Tobias, 2022
REFERÊNCIAS DO ARTIGO

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OBRIGADA PELA
ATENÇÃO!

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