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Linguagem e Direito
Professora Maureen
Todo o processo começa com uma Petição Inicial. Ela é o
documento mais importante de toda a disputa judicial, pois é nela
que os fatos são apresentados para o julgador.
A Petição Inicial pode ser chamada, também, de Peça Vestibular,
Peça Autoral, Peça Prefacial, Peça Pré-Ambular, Peça Exordial,
Peça Isagógica, Peça Introdutória, Petitório Inaugural, Peça Pórtica,
Peça de Ingresso Petição Ab Ovo, (nome em latim que significa
"desde o ovo", ou seja, "desde o início", "desde a origem").
1. O que é uma Petição Inicial?
A Petição Inicial, como o nome já diz, é o primeiro ato de um processo. Trata-se do ato que dá
início a uma disputa judicial. Ela é o meio pelo qual o advogado leva ao juízo os problemas jurídicos
de quem está representando.
Na Petição Inicial, o advogado descreve o que a parte deseja, quais são os fatos e os
direitos que embasam esse desejo e disponibiliza espaço para que a outra parte se manifeste,
contrariando ou negando as acusações.
Dessa forma, fica nítida a importância da petição inicial, pois é o primeiro documento que o juiz
lerá a respeito da lide da parte interessada, portanto, pode-se dizer que é a peça mais importante de
todo o processo jurídico em questão.
É a Petição Inicial que define a narrativa dos acontecimentos, quais documentos serão
necessários, quais serão os possíveis caminhos que o processo irá trilhar, quais provas serão
necessárias e, principalmente, qual é a questão abordada no jurídico pela parte que entrou com o
pedido.
2. Quem pode entrar com uma Petição Inicial?
Como a Petição Inicial é o instrumento que começa uma disputa judicial,
apresentando ao juiz os problemas, necessidades e requerimentos da parte que entra
com a lide, geralmente é o advogado, representando seu cliente, que entra com a
Petição Inicial de um processo.
Entretanto, embora a regra da Petição Inicial seja um documento escrito, entregue
em juízo específico por um advogado que representa uma pessoa física ou jurídica,
essas mesmas pessoas podem entrar com a Petição Inicial por conta própria.
Nos casos de ajuizados especiais, ações de alimentos e ações judiciais contra
crimes de violência doméstica, as pessoas podem entrar com uma Petição Inicial de
forma oral, onde a pessoa que entra com a ação fala com o juízo, que formaliza, de
forma escrita, a Petição Inicial.
3. Como elaborar uma Petição Inicial?
Na construção de uma Petição Inicial, vários itens podem parecer simples, mas na realidade requerem
atenção e dedicação. Ela deve seguir os requisitos indicados no artigo 319 do Novo CPC.
Devem ser narrados os fatos, de forma clara, bem estruturada e respeitando a ordem cronológica. Deve-se
tomar o cuidado de não “misturar” as partes durante a narrativa dos fatos, o que pode causar problemas no
entendimento do juízo.
Os fundamentos jurídicos são o direito ferido ao qual o autor quer a proteção, baseado na legislação,
doutrinas, súmulas e jurisprudências. É recomendado que esse item seja divido em dois tópicos: “Dos Fatos” e “Do
Direito”, para facilitar a leitura e o entendimento.
Todos os pedidos devem constar na Petição Inicial, uma vez que o juiz só pode julgar o que estiver nos autos.
e) O valor da causa:
Toda causa deve ter um valor estabelecido, mesmo que não tenha conteúdo econômico quantificável. O valor
da causa tem uma série de reflexos no decorrer do processo (cálculo das custas, definição do rito), por isso requer
atenção no seu cálculo.
f) As provas com as quais o autor pretende demonstrar a veracidade das alegações:
Mesmo existindo a fase das provas durante o processo, é fundamental que conste, na
Petição Inicial, todos os tipos de prova que o autor pretende produzir (como provas documentais
e testemunhais, por exemplo).
g) A opção, ou não, de conciliação ou mediação:
Esse item foi estabelecido pelo Novo CPC, devido a sua filosofia conciliatória. O autor deve
indicar, já na petição inicial, se tem interesse em conciliação ou mediação.
Embora pareça simples, esse item é outro que merece atenção redobrada, levando em
consideração o interesse da parte e os possíveis desfechos da ação.
4. Na hora de redigir uma Petição Inicial:
A Petição Inicial é o documento mais importante de qualquer disputa
judicial. É nela que constará a narrativa dos fatos, os direitos da parte, a
demanda requerida e todas as partes citadas no processo.
Por isso, fazer uma boa Petição Inicial é obrigação de todo o advogado
que deseja se destacar e providenciar a melhor representação jurídica
f) Regras da lógica jurídica: a petição é o meio pelo qual se convence o juiz de algo, por isso, ela deve
obedecer às regras da lógica jurídica. Procure seguir o esquema abaixo sempre que possível:
1. O endereçamento ou vocativo não deve ser abreviado.
2. Entre o endereçamento e o início da petição, mantenha espaço suficiente (aproximadamente 10 espaços
como no requerimento) para que o juiz possa dar seu despacho.
3. Qualificação do Requerente (autor, recorrente ou mesmo o réu, nos casos de defesa).
6. Automatização dos processos:
A qualidade de uma peça processual pode ser o fator determinante entre o sucesso e o fracasso em
qualquer pleito judicial.
Uma Petição Inicial bem escrita e fundamentada pode ser a chave para o convencimento do juiz acerca
daquele entendimento benéfico ao seu cliente. Por outro lado, uma peça mal escrita, com erros gramaticais e
de concordância e embasada em jurisprudências desatualizadas danifica a imagem do advogado, a
interpretação dos fatos pelo juiz e a própria qualidade do trabalho do profissional.
A elaboração de uma Petição Inicial de qualidade demanda tempo e recursos humanos preciosos. São
necessárias horas de pesquisa apenas para desenvolver o embasamento necessário.
Em seguida ainda é necessário mais tempo para organizar o conteúdo e começar a redigir a peça,
revisar, alterar o que for necessário para só então finalizar e protocolar.
As ferramentas tecnológicas podem abreviar parte deste processo. Utilizar um software jurídico para
padronizar e organizar os documentos processuais é uma vantagem na competitividade e na eficiência. No
entanto, a “máquina não pensa sozinha” e cabe ao bom advogado conhecer a fundo toda a questão jurídica,
da pesquisa à organização, para poder utilizar tais ferramentas.