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Partidos Políticos, Grupos de Pressão e Opinião pública.

Partidos Políticos
 Maurice Duverger classifica partidos como de
Origem Eleitoral, de Origem Parlamentar e
Partidos de Origem Exterior.
 São Partidos de Origem Eleitoral, aqueles que
quando da progressiva institucionalização do
sufrágio universal, por exemplo, em França, a partir
de 1848, resultaram da criação de comités eleitorais
com vista a enquadrar as massas populares.
 De Origem Parlamentar, contemporâneo da
Revolução Francesa, são os partidos que derivam
da necessidade dos deputados, que professam
opiniões semelhantes, se reunirem em grupos
parlamentares, de modo a fazerem vingar as suas
opiniões em sede parlamentar.
 De Origem Exterior, são aqueles partidos que se
constituíram fora do parlamento, nomeadamente, a
partir de sindicatos, sociedades de pensamento e
grupos de intelectuais.
 Exemplo de Partido Trabalhista Britânico,
consequência de decisão, tomada pelo congresso das
Trade Union (Sindicatos), de 1899, de criar uma
organização eleitoral e parlamentar. Pp. 72 e 77
Tipos de Partidos
 Os Partidos podem ser qualificados como
Partidos de Quadros ou de Notáveis e
Partidos de Massas ou de Militantes.
Partidos de Quadros Notáveis
 Têm em vista reunir notáveis, importando-lhes mais
a qualidade dos membros do que a quantiidade
destes.
 Estes Notáveis são procurados, quer pelo seu
prestigio, que lhes confere uma influencia moral,
quer pela sua fortuna, que lhes permite ajudar a
cobrir as despesas das campanhas eleitorais.
 Estas estrutura de quadros corresponde à era do
Estado Liberal do século XIX.
 De outro lado, desenvolveram-se no século XX
partidos de quadros mais modernos, que
aniquilaram o quadro restrito dos comités de
notáveis, é o que sucede, por exemplo, com os
partidos Norte-americanos nas eleições primarias,
com o partido trabalhista britânico, com certos
partidos socialistas e com determinados partidos
democrata-cristãos.
Partidos de Massa ou de Militantes
 Foi inventada pelos partidos socialistas no inicio do
século XX, e transposta sob formas e modelos
diferentes para os partidos comunistas e partidos
fascistas.
 Os partidos de Massas socialistas resultaram, por
um lado, de imperativos de natureza financeira.
 Não podendo contar com fundos atribuídos pelas
empresas privadas ou pelos indivíduos com mais
recursos económicos, optaram por uma solução de
inscrição directa desses partidos do maior número
possível de aderentes, de modo a permitir o
financiamento por via de uma quotização
regular.
 Esta forma, visava ter uma verdadeira educação
politica da classe operária.
 Como elemento base dos partidos socialistas desse
tempo, anote-se a importância da apelidada secção
residencial, dotada de uma forte disciplina interna
e de uma organização razoavelmente
descentralizada.
 Mencione-se que os partidos do quadros tradicionais
correspondiam ao conflito entre a aristocracia e a
burguesia, que os notáveis encarnavam.
 Os partidos de massas passam a espelhar o
alargamento da democracia, que agora se abre à
quase totalidade da população, não se
circunscrevendo aquela à mera realização dos actos
eleitorais, mas incluindo também a participação, de
modo permanente, na gestão do Estado, através da
móvel organização de partidos.
 Partidos comunistas são partidos de massas, que
por decisão datada de 1924 da Internacional
Comunista (Komintern), passam a ser regidos pelo
centralismo democrático.
 São partidos que combinam um enorme grau de
militância dos seus membros com uma disciplina
férrea, funcionando numa cadeia hierárquica de
cima para baixo, excluindo o peso das bases.
 Também são partidos que subalternizam os
aspectos eleitorais e parlamentar, dado o seu grande
objetivo, enquanto se assumem como a vanguarda
do proletariado, é fazer a revolução.
 O elemento base do partido comunista é a “célula
laboral”, célula que pode vir a receber todos os dias
as orientações do partido.
 Por outro lado, os partidos fascistas, organizados
como genéticos partidos de massas que se
desenvolveram entre as duas guerras.
 Estes partidos utilizaram técnicas militares, tendo
como seu elemento essencial as milícias ou secções
de assalto.
 Nessas medida, as milícias ou secções de assalto
articulam-se entre si, segundo uma pirâmide de
múltiplos graus, como sucede no exército.
 Tal como os partidos comunistas, pretendiam
chegar ao poder através do exercício reiterado da
violência.
 Nos anos 60, um novo tipo de partidos aparece,
resultado da evolução dos partidos de massas e da
reorganização dos partidos de quadros: o partido
de eleitores, partido de reunião ou partido eleitoral
de massas.
 Neste tipo de partido, revela o eleitorado
socialmente diversificado.
 Este partido, privilegia estrategicamente os seus
eleitores, diversamente dos partidos de notáveis ou
de quadros e dos partidos de militantes ou de
massas, que detinham como o alvo estratégico,
respetivamente, os círculos dirigentes nacionais e
locais e os militantes.
 Estes partidos também conhecidos por “catch
all” ou “pigliatutti”, partidos “pilha tudo”, que
segundo Gianfranco Pasquino, têm a ver com a
vontade dos seus dirigentes em expandir ao
máximo a sua base eleitoral de apoio,
alargando-a a todos os apoiantes e eleitores
possíveis, ainda que com prejuízo da sua
própria identidade.
Suas características
- Redução drástica da base ideológica;
- Redução do papel do militante individual do
partido;
- Diminuição da importância conferida a uma certa
classe social ou a uma plateia religiosa ou
confessional, passando-se a recrutar eleitores entre a
população em geral;
- Abertura a diversos grupos de interesses. P. 161
 Contudo, são partidos sem grande rigidez
doutrinaria, virado essencialmente para as eleições,
visando alcançar o máximo denominador comum
entre as diferentes classes sociais e privilegiando, na
sua actuação, o pragmatismo.
 Estes partidos constituem a regra na actualidade,
anotando-se maior preponderância no centro-direita
e no centro-esquerda.
 Muitas vezes, a complexidade da estratificação
social, o esbatimento das classes sociais, a redução
do proletariado e ampliação das “classes médias”,
vão naturalmente repercutir-se no discurso e prática
dos partidos políticos, reforçando assim o seu
caracter inter-classista.
Grupos de Pressão e Opinião pública
 Contrariamente aos partidos políticos, os grupos de
pressão são entidades que agem do exterior, sem
pretensão de assumir o poder, mas apenas de o
influenciar.
 Efetivamente, não pretendem vir a governar, e
quando tal sucedeu, citem-se o casos pragmáticos de
Lula da Silva e de Lech Valesa, estes protagonistas
já tinham deixado de ser dirigentes sindicais (aliás,
já foram dirigentes sindicais em ditaduras, o que
demostrou as suas singularidades), para se tornarem
líderes de partidos políticos, processo esse que veio
a culminar, respectivamente, nas presidenciais do
Brasil e da Polonia.
 Os grupos de pressão pressupõem alguns elementos
constitutivos, afastando assim aspectos efémeros ou
incipientes.
 Dos quais:
 Existência de um grupo organizado com caracter
voluntario e durável;
 Defesa de interesses determinados;
 Exercício de uma pressão, no sentido de influenciar
o poder, mas não de o assumir.
 Com efeito, a principal razão dos grupos de pressão
radica na influencia que visam obter sobre o poder
político, de modo a aprovar legislação que lhes seja
favorável ou a obstar a qua os órgãos políticos, ao
terem em vista o interesse geral, não contendam, em
muito, com os seus interesses particulares, já
instituídos ou a instituir.
 Como principais grupos de pressão, temos aqueles
que mais forca negocial detêm e que de uma forma
reiterada e sistémica mais influenciam o poder
político.
 Sua maior ou menor força depende também da
maior ou menor fraqueza da governação.
 Nas democracias, os grupos de pressão são
relactivamente independentes, quanto nas ditaduras são
reprimidos ou constituem-se como prolongamentos
artificiais da estrutura politica dirigente, sendo
controlado por esta.
 Como grupos de presao mais temidos por exemplo:
 A comunicação social;
 A igreja;
 As centrais sindicais;
 As confederações patronais;
 As associações de agricultores;
 Os grandes grupos económicos;
 A banca;
 As seguradoras;
 Etc.
 Num posicionamento mais de menor visibilidade,
um ou outro sindicato mais importante ou
combativo, alguma associação profissional mais
forte, ou ainda os movimentos ambientalistas.
 Com menor importância, não pela sua irrelevância,
mas pelos interesses específicos que congregam,
quantidade de intervenientes envolvidos, dimensão e
repercussão na opinião pública. exemplo dos
movimentos:
 Os movimentos gays;
 Os movimentos feministas;
 As associações contra o racismo;
 As associações de proteção dos imigrantes;
 As associações de defesa da natureza.
Numa dimensão ainda menor, não seguramente pelo
demérito das suas propostas, mas pelo numero ínfimo
de indivíduos envolvidos os movimento culturais de
vária ordem:
-Os que defendem o património cultural e histórico;

-Os que se opõem à dobragem dos filmes;

-Os que se opõem à restauração de monumentos e obras

de arte com manifesto desrespeito do seu espirito


original. Contra má tradução de obras literárias.
 MUITO OBRIGADO

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