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Introdução
A compreensão do comportamento e dos processos mentais
seria impensável se nos faltasse o conhecimento de
fenómenos biológicos intimamente relacionados com a nossa
vida psicológica. A biologia tem um papel de relevo na
determinação do modo como pensamos, agimos e sentimos.
Os aspectos biológicos diretamente relevantes para uma
mais profunda compreensão do nosso funcionamento
psicológico são: o sistema nervoso – cérebro , e os
mecanismos hereditários ou genéticos.
Importância da Genética

A genética é o estudo do modo como se dá a


passagem de traços ou características de uma geração
para a seguinte.
Esses traços ou características podem ser físicos
(cabelo encaracolado, olhos azuis) ou psicológicos
(agressividade, inteligência).
Processo de transmissão das
características genéticas

Tudo começa quando duas células se


encontram. Uma, a célula sexual
masculina - espermatozóide; a outra,
a célula feminina - óvulo.
O encontro das duas células dá-se no momento em que
um espermatozóide penetra no óvulo.
Sendo assim fecundado, o óvulo transforma-se em ovo ou
zigoto.
Processo de transmissão das
características genéticas
Se, quando nascemos, somos um organismo composto por
milhares de milhões de células, no início, no momento da
concepção, somos uma célula singular, um óvulo
fertilizado.

O núcleo de cada célula humana contém 46 cromossomas,


que são estruturas de forma entrelaçada, distribuídas em
23 pares. Um membro de cada par vem de cada um dos
progenitores.
Cromossomas
Os cromossomas estão organizados em
pares, tendo cada célula humana normal 23
pares.
Destes 46 cromossomas, 23 são contributo
do progenitor masculino e 23 do progenitor
feminino.
Os primeiros 22 pares de cromossomas
transportam o mesmo tipo de informação
genética. Os componentes do par número
23 – os cromossomas sexuais, porque
determinam o sexo – diferem.
Cromossomas

Na mulher, esse par é constituído por dois


cromossomas X; no homem, é formado por
um cromossoma X e por um Y (bem mais
pequeno do que o cromossoma X).
Quando o óvulo é fecundado por um
espermatozóide que contém um
cromossoma do tipo X, nascerá uma
rapariga; se o cromossoma for do tipo Y,
nascerá um rapaz.
Genes, cromossomas e ADN

Os cromossomas são porções ou sequências de


ADN que contêm vários genes. O ADN é uma
complexa molécula que contém a informação
genética. Cada cromossoma contém milhares de
pequenos segmentos de ADN, que são
precisamente os genes.
Genes, cromossomas e ADN
Os genes são as unidades funcionais da
hereditariedade e fornecem instruções às
células para se reproduzirem mediante a divisão
celular – mitose –, fabricando também as
proteínas que sustentam a vida do organismo.
Está inscrito nos nossos genes que vamos ter um
cérebro, pulmões, coração, etc.

Várias das características físicas que


apresentamos resultaram da interação dos
genes com o ambiente intracelular, com o que se
passa no interior do organismo e com o que
acontece no meio em que o organismo vive.
Herança Genética
No momento da concepção, é estabelecida a herança genética
de um novo indivíduo. O zigoto contém todas as instruções que
determinam uma aparência física única e a predisposição para
certas características pessoais e capacidades físicas e
mentais.

Esta herança genética só poderá expressar-se – ser


efetivamente recebida e adquirida – num contexto ambiental.
É a interação de factores genéticos e ambientais (educativos,
culturais, socioeconómicos) que vai definir a nossa aparência e
o nosso comportamento.
Herança Genética

Hereditariedade e meio, factores genéticos e


ambientais, não são realidades independentes e
autónomas. Os conceitos de genótipo e de
fenótipo revelam que a transmissão hereditária é
um processo interativo.
Genótipo e Fenótipo

• O Genótipo designa o potencial genético


de um indivíduo, isto é, a predisposição
genética para exprimir determinados
traços morfológicos, psicológicos e
comportamentais
•O Fenótipo é o conjunto de
características observáveis que um
organismo apresenta como resultado da
interação entre o património genético e as
influências ambientais.
Genótipo e Fenótipo

No genótipo, está contido o conjunto de


informações genéticas que indicam a
predisposição (ou potencialidade) para vir a
ter um dado fenótipo.

Este não é um simples resultado da


transmissão hereditária porque pode ser
alterado em virtude do papel do meio (das
nossas experiências e da nossa educação).
Genes dominantes e genes
recessivos
No nosso genótipo estão contidas, sob uma forma
potencial, diversas características ou traços. Consideremos
uma característica: a cor dos olhos.
Cada par dos 46 cromossomas que herdamos transporta
um gene de cada um dos progenitores para uma mesma
característica.
Se a informação genética transmitida pelos progenitores
for conflituosa, ou seja, receber do gene do pai «olhos
castanhos» e do gene da mãe diz «olhos azuis», o que
acontece ?
A resposta consistirá em saber qual é o gene dominante.
É este que influenciará a cor dos olhos que realmente
iremos apresentar.
Genes dominantes e genes
recessivos

• Gene dominante : é aquele que produz efeito


mesmo que esteja presente em apenas um dos
cromossomas do par.
• Gene recessivo : é aquele que produz efeito
apenas quando está presente nos dois
cromossomas do par.
M H
Olhos Azuis Olhos Castanhos

Olhos Castanhos

• Olhos azuis : Gene recessivo


• Olhos Castanhos: Gene
Dominante
Hereditariedade específica
e individual
No património genético de cada um de nós estão
contidos elementos específicos e elementos
individuais. Os elementos específicos são as
potencialidades que partilhamos com os indivíduos
da espécie a que pertencemos: a capacidade de
ler, de falar, de escrever.
Os elementos individuais são as potencialidades,
predisposições e tendências que nos identificam,
distinguindo-nos de todo e qualquer outro
indivíduo da nossa espécie: aspecto físico,
características da personalidade
Hereditariedade específica
e individual

A hereditariedade específica: designa o conjunto


de agentes genéticos responsáveis pela
transmissão das características que integrarão
certos indivíduos numa espécie, distinguindo-os
dos indivíduos de outras espécies.
• A hereditariedade individual: designa o
conjunto de agentes genéticos responsáveis pela
transmissão de potencialidades que nos tornarão
únicos, ou seja, diferentes de todos os outros
indivíduos da nossa espécie.
Acção genética
• A perspectiva preformista
Para o préformismo, as características de um
ser já estão predefinidas e o meio pouco
participa na transcrição fenotípica, ou seja, no
cumprimento do programa genético. É como se,
no momento da concepção, o organismo adulto já
estivesse em miniatura e nada mais se tratasse
do que de uma ampliação de estruturas
preexistentes.
Acção genética
• A perspectiva epigenética

Perspectiva segundo a qual a passagem do


genótipo ao fenótipo se faz mediante a interação
entre o património genético e as influências
ambientais.

Aceita que à partida somos um conjunto de


potencialidades genéticas que se atualizarão
dando origem a um certo fenótipo. Mas rejeita
que a atualização dessas potencialidades seja
automática.
“Programa genético
aberto”
O indivíduo humano é um programa genético
aberto à influência significativa de
experiências e aprendizagens.

É evidente que temos um programa genético.


Mas temos de o conceber como um programa
genético aberto e relativamente flexível.
Isso significa que é susceptível de se
adaptar às influências do meio.
“Programa genético
aberto”
O ser humano não está sujeito ao
determinismo biológico.
O inacabamento biológico do ser humano
ao nascer – a neotenia – significa que as
nossas competências não se apresentam
desenvolvidas, que somos, por assim dizer,
prematuros.
Contudo, esta desvantagem inicial
transforma-se numa vantagem: a
consequente necessidade de continuar a
desenvolver-se é sinal do muito que pode e
tem de aprender.

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