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8° TERMO SAÚDE ADULTO E IDOSO

LL057984077CN
CASO CLÍNICO 1:
Geraldo, 64 anos, branco, IMC =31 kg/m², natural de Montalvão, mora no Conjunto
Habitacional do Ana Jacinta e trabalha como pedreiro. É casado e tem 3 filhos.
Apresenta-se na clínica com queixa de piora de dispneia aos pequenos esforços há
várias semanas, com náuseas, mal estar geral e muitas dores no corpo. Não tem dor
torácica quando anda, embora já tenha em anos passados sofrido de episódios de
dor ao fazer esforços no trabalho. Tem tosse seca, e ultimamente tem dificuldade
para dormir, necessitando se apoiar em 2 travesseiros, acordando à noite, as vezes,
com falta de ar que melhora se sentar com as pernas para fora da cama. Também
notou que seus pés incham no final do dia. Faz acompanhamento ambulatorial de
hipertensão, diabetes e dislipidemia (hidroclorotiazida 25 mg/dia; captopril 50 mg/dia
2 vezes ao dia; propranolol 80 mg/dia; metformina 850 mg de 8 em 8 horas; gliclazida
30 mg/dia, sinvastatina 40 mg/dia). Há alguns anos, apresentou fortes dores
articulares na coluna e por isso fez uso de uma fórmula manipulada de vitaminas, nos
últimos meses esse mal estar geral com dores no corpo tem se intensificado e pensa
que pode ser porque não usa mais a fórmula.
No momento do exame físico está afebril, anictérico, corado, com FC= 86 bpm, PA =
115x95 mmHg, FR= 16ipm. Estertores crepitantes inspiratórios são ouvidos no
exame. No exame cardíaco ritmo regular, com B1 normal, desdobramento da 2ª
bulha durante a expiração B4 no foco mitral, ictus sem deslocamento e sopro
telessistólico na borda superior direita do esterno que se irradia para as carótidas.
Amplitude do pulso carotídeo diminuída.
Exames laboratoriais:
Hemograma: Hc = 4,14 M/µL (4,3 a 5,8 M/ µL); Hb = 11,4 g/dL (13 a 17 g/dL);
Ht = 38% (38 a 52 %); VCM = 91,8 fL (82 a 95 fL), HCM = 27,3 pg (27 a 32
pg), CHCM = 31 g/dL (31 a 35g/dL). Plaquetas 275 K/ µL (150-440 K/ µL),
leucócitos = 8,2 K/ µL (5 a 10 K/ µL). Diferencial normal.
TGO = 30 UI/L (até 39 UI/L)
TGP = 30 UI/L (até 39 UI/L)
CK total = 620 UI/L (até 190 UI/L)
Colesterol total = 180 mg/dL, LDL-c = 85 mg/dL, HDL-c = 35 mg/dL, TG = 300
mg/dL
PCR = 5 mg/L, látex (FR) positivo 16 UI/L.
Glicemia em jejum = 115 mg/dL; Glicemia pós prandial = 195 mg/dL Hb
glicada = 9,9%
Sódio: 133 mEq/L (135-148 mEq/L), Potássio: 4,5 mEq/L (3,5 a 5,1 mEq/L),
Creatinina: 1,4 mg/dL (0,4 a 1,3 mg/dL).
Fator natriurético atrial
Prostaglandinas
Sistema Nervoso Simpático Bradicinina
Sistema Renina-Angiotensina Dopamina
Arginina Vasopressina

Vasodilatação
Vasoconstrição Excreção de sódio e água
Retenção de sódio e água
BNP
BNP

BNP

Coração Miocárdio distendido e


normal sobrecarregado de
volume na IC
CASO CLÍNICO 2
Carlos, 69 anos, aposentado, casado, 2 filhos, com história pregressa de diabetes
melito tipo 2, hipertensão arterial e doença arterial coronariana apresenta-se para
acompanhamento médico na UBS de sua cidade. Ele teve 1 infarto agudo do
miocárdio (elevação do segmento ST e picos de onda T nas derivações II, III e aVF) e
na consulta anterior o médico havia solicitado um Ecocardiograma, que apresentou
uma fração de ejeção reduzida.
Apresenta sintomas de dispneia, ortopneia e dispneia paroxística noturna, edema em
membros inferiores (2+/4), apesar de fazer uso máximo de inibidor da ECA, usa
também diuréticos e beta bloqueador. Para o tratamento do diabetes Carlos faz uso de
fosfato de sitagliptina 100 mg (Januvia®) e cloridrato de metformina 500 mg. Também
foram solicitados exames de sangue:
Exames laboratoriais:
Hemograma: Hc = 4,91 M/µL (4,3 a 5,8 M/ µL); Hb = 13,5 g/dL (13 a 17 g/dL); Ht =
42% (38 a 52 %); VCM = 85,5 fL (82 a 95 fL), HCM = 27,5 pg (27 a 32 pg), CHCM = 31
g/dL (31 a 35g/dL). Plaquetas 275 K/ µL (150-440 K/ µL), leucócitos = 8,2 K/ µL (5 a 10
K/ µL). Diferencial normal.
TGO = 29 UI/L (até 39 UI/L)
TGP = 40 UI/L (até 39 UI/L)
Colesterol total = 186 mg/dL, LDL-c = 98 mg/dL, HDL-c = 38 mg/dL, TG = 250 mg/dL
Glicemia em jejum = 95 mg/dL; Glicemia pós prandial = 135 mg/dL Hb glicada =
6,9%
Sódio: 132 mEq/L (135-148 mEq/L), Potássio: 5,0 mEq/L (3,5 a 5,1 mEq/L), Creatinina:
1,3 mg/dL (0,4 a 1,3 mg/dL).
CASO CLÍNICO 3
Sebastião, 48 anos, agricultor e morador em região rural, procedente do interior de
MG, procurou serviço de saúde hospitalar relatou falta de ar ao fazer suas atividades
habituais na fazenda, hipotensão ortostática frequente, edema de membros inferiores
pela manhã com piora no final do dia. Para dormir, precisa de 3 travesseiros e,
mesmo assim, por vezes acorda com falta de ar. Os sintomas tiveram início
gradativamente há 3 anos, com piora lenta e progressiva neste período. Inicialmente,
a falta de ar começava ao carregar os fardos de milho. Nega dor torácica e nega
febre. Nega uso de álcool, tabaco ou agrotóxicos. Em sua família, o pai faleceu de
problemas cardíacos aos 48 anos. Após exames foi constatado aumento da área
cardíaca e FE diminuída. Após a observação que a região rural onde mora é uma
área endêmica para Doença de Chagas, relata que sua casa é de alvenaria com
água encanada e banheiro interno, jamais morou em casa de conforto menor.
Realizou exame laboratorial para pesquisa de Trypanosoma cruzi: Hemaglutinação
Indireta, reagente 1/80 e Imunofluorescência indireta, reagente 1/40. Dessa forma, foi
prescrito 80 mg de furosemida, 0,25 mg de digoxina, 10mg de enalapril, 12,5 mg de
carvedilol, 25 mg de espironolactona e encaminhado para um grande hospital de
complexidade maior para acompanhamento do diagnóstico.
Dias depois, Sebastião é hospitalizado apresentando náuseas, mal estar geral,
dificuldade visual, edema generalizado, taquipneico (FR: 26 ipm), estase de
veias jugulares, corado e hidratado, PA = 112x56 mmHg, FC= 44 bpm,
oximetria de pulso 89% em ar ambiente, estertores crepitantes em terço
inferior de ambos os hemitórax. Ictus cardíaco no 5° espaço intercostal
esquerdo, 2cm lateralmente à linha hemiclavicular, ritmo regular em 3 tempos,
com B3 em áreas de ápice cardíaco, sem sopros. Abdome globoso com sinais
de ascite volumosa não tolera o decúbito dorsal, edema depressível indolor e
simétrico em ambas as pernas até os joelhos.
Hb: 13,5g/dL (13-15 g/dL), leucócitos: 6300/mm³ (4500-10000) (60%
segmentados, 1% eosinófilos, 26% linfócitos e 3% monócitos), plaquetas
200.000/mm³, Ureia 38 mg/dL (10-40 mg/dL), Creatinina 1 mg/dL (0,4-1,3
mg/dL), Sódio 132 mmol/L (136-148mmol/L), Potássio 3,1 mmol/L(3,5-
5,0mmol/L), Cálcio 1,2 mmol/L (1,12-1,32mmol/L) e Albumina 3,6 g/dL(3,5-
5g/dL).
1) Defina o provável diagnóstico do caso através da
fisiopatologia e classificação da doença.
2) Determine os principais efeitos deletérios da IC.
3) Demonstre como a IC provoca edema.
4) Identifique as vias neuro humorais ativados na IC
5) Enumere as classes de medicamentos que se
utilizam para o controle neuro humoral da IC. Como
os glicosídeos digitálicos exercem seu efeito
inotrópico.
6)Tratamento identificando os principais objetivos
com essa proposta. Avaliação das interferências.
Mecanismo de ação.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
CLASSIFICAÇÃO
(classificação funcional da New York Heart Associaton- NYHA)

CLASSES
Classe I Ausência de sintomas (dispnéia)
durante atividades cotidianas
Classe II Sintomas com atividades cotidianas

Classe III Sintomas aos pequenos esforços


Classe IV Sintomas em repouso
CLASSIFICAÇÃO
(classificação por estágios da IC pela American College of Cardiology/
American Heart Association ACC/AHA)

ESTÁGIO
S
Estágio A Pacientes de risco (intervenções preventivas)
Estágio B Lesão estrutural cardíaca, sem sintomas
(intervenções preventivas)
Estágio C Lesão estrutural cardíaca, com sintomas
atuais ou pregressos de IC (tratamento
terapêutico)

Estágio D Sintomas refratários ao tratamento


convencional (procedimentos especializados)
IECA E BRA
Introduzir em doses baixas devido ao risco:

Piora da função renal

Hipercalemia

Hipotensão arterial

Observação
 Intolerância aos IECAs:
- tosse persistente ou angioedema
(Alternativa: BRAs)
SUSPENSÃO DO IECA OU DO BRA:

Potássio > 5,5 mEq/L

Creatinina > 3,5 mg/dL

Clearence < 20 mL/min/m2


IECA + BRA + ANTAGONISTA DE ALDOSTERONA
 bloqueadores
 CARVEDILOL

 BISOPROLOL

 Succinato de METOPROLOL

 NEBIVOLOL (> 70 anos)

Obs.: Pacientes com pneumopatia: bisoprolol ou nebivolol


ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES
MINERALOCORTICOIDES

 Espironolactona

Indicados em pacientes classes funcionais


de II a IV da NYHA

Evitar em pacientes com hipercalemia persistente


Potássio > 5,9 mEq/L
DIURÉTICOS
 Diuréticos de Alça: Furosemida
 Classes funcionais mais avançadas (III/IV)

Obs.:
Resistência a diuréticos

(associação furosemida + tiazídicos)


 HIDRALAZINA 25mg 3 a 4 x/dia.
VASODILATADORES
NITRATO e HIDRALAZINA
DROGAS INOTRÓPICAS

POSITIVAS

Manutenção Digitálicos - Digoxina


MECANISMO DE AÇÃO

Na+
Ca+2 Na+K+ATPase
Ca+2
K+
DIGITÁLICOS

Digoxina: 0,125 - 0,25 mg/dia

A dose terapêutica é próxima da dose tóxica.


Intoxicação digitálica
 Manifestações neurológicas: delírio, fadiga,
confusão, tontura, vista turva ou amarelada,

 Manifestações gastrointestinais: anorexia,


náuseas, vômitos, dor abdominal

 Manifestações cardíacas: taquicardia, bloqueio


AV, fibrilação ventricular
NOVA CLASSE TERAPÊUTICA

INIBIDORES DA NEPRILISINA E DOS RECEPTORES DA ANGIOTENSINA


(sacubitril/valsartana)

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