Economia e Administração

Microeconomia para a Anpec

Prof. Bruno Oliva

Economia e Administração Microeconomia para a Anpec Prof. Bruno Oliva

 Capítulo 4
MAXIMIZAÇÃO DE UTILIDADE
E ESCOLHA

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 Princípio de Otimização
 Para maximizar utilidade, dado um determinado montante
de dinheiro, um indivíduo irá comprar bens e serviços de
forma a:
– Gastar toda a sua renda.
– Escolher uma cesta onde a TMS individual seja igual aos
preços relativos.
Porque?

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 Restrição Orçamentária
 Assuma que um indivíduo tem I reais para alocar entre o
consumo de bem x e do bem y.
pxx + pyy  I
Se toda a renda é gasta
Quantidade de y O indivíduo somente pode
em y, esta é a quantidade comprar combinações de x e y
I
py total de y que pode ser que estão no triangulo hachurado.
comprada.
Se toda a renda é gasta
em x, esta é a quantidade
total de x que pode ser
comprada.
Quantidade de x
I
Economia e Administração ppara
Microeconomia x a Anpec Prof. Bruno Oliva
 Escolha Racional
 Podemos adicionar o mapa de indiferença para mostrar
o processo de maximização de utilidade.

O indivíduo pode escolher uma cesta

Quantidade de y
melhor que a cesta A apenas realocando

A seus gastos.
O indivíduo não tem renda suficiente
C
B para comprar a cesta C.

U3
A cesta B é a que maximiza a
U2
utilidade deste indivíduo.
U1

Quantidade de x

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 Condições de Primeira Ordem para a
Maximização
 A utilidade é maximizada quando a curva de indiferença é
tangente a restrição orçamentária.
Quantidade de y px
inclinação da restrição orçamentár ia  
py

dy
inclinação da curva de indiferenç a 
B dx U  constante

px dy
U2
-  TMS
py dx U  constante

Quantidade de x

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 Condições de Segunda Ordem para a
Maximização
 A regra de tangência é necessária mas não suficiente para
a maximização.
 Se a TMS é decrescente, então as curvas de indiferença
são estritamente convexas e o ponto é o de maior utilidade.
 Se a TMS não é decrescente, temos que checar as
condições de segunda ordem para ver se é um máximo de
utilidade.

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 Condições de Segunda Ordem para a
Maximização
 A regra de tangência é apenas uma condição necessária.

Quantidade de y
No ponto A há tangência, mas o
indivíduo pode atingir maior

B utilidade com a cesta B.

A
U2
U1

Quantidade de x
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 Soluções de canto
 Em algumas situações, as preferências dos indivíduos
podem levá-lo a escolher somente um dos bens.
No ponto A, a curva de indiferença não é
tangente à restrição orçamentária.
Quantidade de y U1 U2 U3
No ponto A a curva de indiferença é mais
inclinada que a RO

Utilidade é maximizada no ponto A

Quantidade de x
A
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 Multiplicador de Lagrange – Maximização com
Restrição

Exercício: Maximizar a seguinte função de duas variáveis

Dica: lembrar que a condição de primeira ordem é

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 Multiplicador de Lagrange – Maximização com
Restrição
Exercício: Maximizar a seguinte função de duas variáveis

Usar o método do multiplicador de Lagrange permite encontrar os argumentos que maximizam a função

Sujeito a uma restrição g(.), que representa a relação que deve haver entre as variáveis

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 Multiplicador de Lagrange – Maximização com
Restrição
Lagrangeano é dado por

Dica: lembrar que a condição de primeira ordem é

Exercício: Maximizar a seguinte função de duas variáveis com restrição

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 Maximização com restrição: Caso com n-bens
 O objetivo do indivíduo é maximizar:

utilidade = U(x1,x2,…,xn)

 Sujeito a restrição orçamentária:

I = p1x1 + p2x2 +…+ pnxn

 Lagrangeano:

L = U(x1,x2,…,xn) + (I - p1x1 - p2x2 -…- pnxn)

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 Caso com n-bens
 Condições de primeira ordem para máximo interno:

L/x1 = U/x1 - p1 = 0

L/x2 = U/x2 - p2 = 0

•
•
•
L/xn = U/xn - pn = 0

L/ = I - p1x1 - p2x2 - … - pnxn = 0

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 Implicações das CPO
 Para quaisquer dois bens:
U / x i pi

U / x j p j

 Isto implica que na alocação ótima da renda:

pi
TMS ( x j por xi ) 
pj

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 Interpretando o multiplicador de Lagrange

U / x1 U / x 2 U / x n
   ... 
p1 p2 pn

MU x1 MU x 2 MU x n
   ... 
p1 p2 pn

  é a utilidade marginal de uma unidade monetária a

mais gasta em qualquer bem. Ou seja, é o benefício
marginal sobre o custo marginal.
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 Interpretando o multiplicador de Lagrange

 O preço de um bem representa a utilidade da última

unidade consumida.

MU x i
pi 


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 Soluções de canto
 Quando há soluções de canto, as CPO devem ser
modificadas:
L/xi = U/xi - pi  0 (i = 1,…,n)
 Se L/xi = U/xi - pi < 0, então xi = 0.
 Isto significa que:
U / x i MU x i
pi  
 
 Qualquer bem em que o preço exceda seu valor marginal
para o consumidor não será comprado.
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 Método de Lagrange e demanda pelo bem

O método do multiplicador de Lagrange permite

identificar qual é a quantidade de cada bem que
maximizam a utilidade dos consumidores, sujeita
a sua restrição orçamentária

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 Exemplos (calcule)
 Encontre a demanda por x e y para as seguintes:

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 Funções Demanda: Cobb-Douglas
 Função utilidade Cobb-Douglas:
U(x,y) = xy
 Lagrangeano:
L = xy + (I - pxx - pyy)
 CPO:
L/x = x-1y - px = 0
L/y = xy-1 - py = 0
L/ = I - pxx - pyy = 0
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 Funções Demanda: Cobb-Douglas

 CPO implicam em:

y/x = px/py
 Isolando y:
y = (x/)px/py

 Substituindo na restrição orçamentária:

I = pxx + py (x/)px/py
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 Funções Demanda: Cobb-Douglas
  
 Resolvendo para x:   I
  
x* 
px

 Resolvendo para y:   
  I
  
y* 
py
 O indivíduo irá alocar /(+) porcentagem de sua renda
no bem x e /(+) porcentagem de sua renda no bem y.

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 Demanda CES
 Assuma que  = 0.5
U(x,y) = x0.5 + y0.5
 Lagrangeano:
L = x0.5 + y0.5 + (I - pxx - pyy)
 CPO:
L/x = 0.5x -0.5 - px = 0
L/y = 0.5y -0.5 - py = 0
L/ = I - pxx - pyy = 0
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 Demanda CES
 Isto significa que:
(y/x)0.5 = px/py
 Substituindo na restrição orçamentária podemos
resolver para x e para y:

I I
x*  y* 
px py
px [1  ] py [1  ]
py px

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 Demanda CES
 Se  = -1,
U(x,y) = -x -1 - y -1
 CPO:
y/x = (px/py)0.5
 Funções demanda:

I I
x*  y* 
  py 0.5
  p 
0 .5


px 1     py 1   x 


  p x     py  
 
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 Demanda CES
 Se  = -, função utilidade é de complementos perfeitos.
Suponha:
U(x,y) = Min(x,4y)
 O indivíduo irá escolher combinações em que x = 4y.
 Isto significa que:
I = pxx + pyy = pxx + py(x/4)

I = (px + 0.25py)x

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 Demanda CES
 Então, as funções demanda são:

I
x* 
p x  0 .25 p y

I
y* 
4 p x  py

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 Função Utilidade Indireta
 Resolvendo as CPO, encontramos a demanda ótima
dos bens em função dos preços dos bens e da renda
do indivíduo:
x*1 = x1(p1,p2,…,pn,I)
x*2 = x2(p1,p2,…,pn,I)
•
•
•
x*n = xn(p1,p2,…,pn,I)

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 Função Utilidade Indireta
 Podemos utilizar os valores ótimos dos x’s para encontrar a
função utilidade indireta:
utilidade máxima = U(x*1,x*2,…,x*n)
 Substituindo pelos x*i, temos:
utilidade máxima = V(p1,p2,…,pn,I)
 Então, a utilidade depende indiretamente dos preços e da
renda.
– Se os preços e/ou a renda mudam, a utilidade máxima também
pode mudar.

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 Princípio Lump Sum
 Taxas sobre o poder de compra dos indivíduos são
superiores à taxas sobre bens específicos.
– Um imposto sobre a renda deixa o indivíduo livre para decidir
como alocar sua renda restante.
– Um imposto sobre um bem específico irá reduzir o poder de
compra do indivíduo e distorcer suas escolhas.

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 Princípio Lump Sum
 Um imposto no bem x irá modificar a escolha de
maximização de utilidade do ponto A para o ponto B.

Quantidade de y

B A

U1
U2

Quantidade de x

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 Princípio Lump Sum
 Um imposto de renda que arrecade o mesmo montante de
dinheiro irá modificar a restrição orçamentária para I’.
I=(Px+t)xb+pyyb=I’ =I-txb=Pxxb+pyyb

Quantidade de y A utilidade é maximizada

I’
no ponto C, em U3.

A
B C
U3 U1
U2

Quantidade de x

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 Utilidade Indireta e o Princípio Lump Sum
 Se a função utilidade é uma Cobb-Douglas com  =  = 0.5,
temos:
I I
x*  y* 
2 px 2 py
 Então a função utilidade indireta é:

0 .5 0 .5 I
V ( p x , p y , I )  (x*) (y*) 
2 p x0.5 p y0.5

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 Utilidade Indireta e o Princípio Lump Sum
 Considere px=1; py= 4 e I=8. Se um imposto de $1 for colocado
no bem x:
– O indivíduo irá comprar x*=2.
– A utilidade recua de 2 para 1,41.
 Um imposto de renda com a mesma receita irá reduzir a renda
para $6.
– A utilidade recua de 2 para 1,5.
 O imposto em x afeta o bem estar por 2 canais: a) redução da
renda real e b) viesa a escolha do consumidor

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 Utilidade Indireta e o Princípio Lump Sum
 Se a função utilidade for de proporções fixas do tipo U =
Min(x,4y), temos:
I I
x*  y* 
p x  0 .25 p y 4 px  py

 A função utilidade indireta é:

I
V ( p x , p y , I )  Min ( x*,4 y*)  x* 
p x  0.25 p y
4I I
 4 y*  
4 p x  p y p x  0.25 p y
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 Utilidade Indireta e o Princípio Lump Sum

 Considere px=1; py= 4 e I=8. Se um imposto de $1 for

colocado no bem x:
– A utilidade recua de 4 para 8/3.
 Um imposto de renda com a mesma receita irá reduzir a
renda para $16/3.
– A utilidade recua de 4 para 8/3.
 Como as preferências são rígidas, um imposto em x não
distorce as escolhas.

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 Minimização de Dispêndio
 Minimizar gastos sujeito a uma determinada utilidade é
uma alternativa ao problema de maximização de utilidade
(problema dual).
– Alocar renda de forma a alcançar um determinado nível de
utilidade gastando o mínimo possível.
– A função objetivo e a restrição foram invertidos.

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 Minimização de Dispêndio
 O ponto A é a solução para ambos os problemas.

Gastos em E2 provem renda suficiente para alcançar U1.

Quantidade de y

Gastos em E3 permitem ao
indivíduo alcançar U1 mas não
é o menor gasto para atingí-lo.
A
Gastos em E1 não permitem alcançar U1.

U1
Quantidade de x

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 Minimização de Dispêndio
 O problema do indivíduo é escolher x1,x2,…,xn de forma a
minimizar:
dispêndio total = E = p1x1 + p2x2 +…+ pnxn
sujeito à restrição:
utilidade = U1 = U(x1,x2,…,xn)
 As quantidades ótimas de x1,x2,…,xn irão depender dos
preços dos bens e da utilidade a ser atingida.

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 Minimização de Dispêndio
 A função dispêndio mostra o menor gasto necessário para
alcançar uma determinada utilidade dado um conjunto de
preços.
dispêndio mínimo = E(p1,p2,…,pn,U)
 A função dispêndio e a função utilidade indireta são
inversamente relacionadas.
– Ambas dependem dos preços de mercado mas tem restrições
diferentes.

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 Funções Dispêndio
 A função utilidade indireta para o caso da utilidade Cobb-
Douglas com = é:
I
V ( px , py , I ) 
2 p x0.5 p y0.5
 Se isolarmos a renda teremos a função dispêndio:
E(px,py,U) = 2px0.5py0.5U

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 Funções Dispêndio
 Para o caso da utilidade de proporções fixas do tipo U =
Min(x,4y), a função utilidade indireta é:

I
V ( px , py , I ) 
p x  0 .25 p y
 Se isolarmos a renda teremos a função dispêndio:
E(px,py,U) = (px + 0.25py)U

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 Propriedades das Funções Dispêndio
 Homogeneidade*:
– se dobrarmos o valor de todos os preços, a renda requerida
para alcançar uma determinada utilidade irá dobrar.
• homogênea de grau um nos preços.
 Não decrescente nos preços:
 E/pi  0 para qualquer bem i.
 Côncava nos preços.
* A função f(x1, x2, ...xn) é homogênea de grau k se f(tx1, tx2,..., txn) = tkf(x1, x2,..., xn)

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 Concavidade Função Dispêndio
Em p*1, o indivíduo gasta E(p*1,…)
Se ele continua comprando o
mesmo conjunto de bens
E(p1,…) Epseudo quando p*1 muda, sua função
dispêndio será Epseudo
E(p1,…)

E(p*1,…) Como o seu conjunto de bens

deve mudar devido a mudança
relativa de preços, a sua
função dispêndio será menor
que Epseudo , como a E(p1,…)
p*1 p1

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