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Noções de

anestesiologia
Auxiliar de veterinária - Pág 68

Docente: Izabella Maria


Introdução a anestesia
Anestesia (do grego antigo av-, an-, "ausência"; e donors, aisthesis, "sensação")
tradicionalmente significa a condição de ter a sensibilidade (incluindo a dor)
bloqueada ou temporariamente removida.
Isso permite que os pacientes passem por cirurgias e outros procedimentos
sem a angústia e a dor que passariam de outra maneira.

"ausência de consciência reversível“

Anestesia é um estado farmacologicamente induzido de amnesia, analgesia,


perda de responsividade, perda de reflexos musculares esqueléticos e diminuída
resposta a estresse.

Todo procedimento cirúrgico, seja uma limpeza de dentes, castração ou cirurgia


ortopédica precisam ser feitos com o animal anestesiado.
Introdução a anestesia
A anestesia em cães e gatos pode ser inalatória ou injetável, geral ou
local.

A anestesia geral, quando o medicamento é aplicado, promove a perda


da consciência ou sono artificial, atua na supressão temporária da
percepção dolorosa (analgesia), promove o relaxamento muscular
ligado à ausência de reação de defesa contra uma agressão.

Já a anestesia local é a administração do medicamento apenas com


finalidade de bloquear os impulsos nervosos do local a ser operado,
sem que o animal fique completamente inconsciente.
Introdução a anestesia
A anestesia inalatória é mais segura do que a injetável, pois não precisa
ser metabolizada pelo organismo para agir. Tem função através da
inalação do remédio e, assim que o animal é retirado do anestésico e
volta a inspirar ar puro, começa a voltar da anestesia, tendo um pós-
operatório mais tranquilo.
Para inalar o anestésico, o animal é entubado, e, além disso, precisa da
presença de um anestesista veterinário com um aparelho específico para esse
procedimento. É possível aumentar e diminuir a quantidade da anestesia em
poucos minutos, de acordo com que a cirurgia vá sendo avançada ou encerrada.
Os custos mais altos e a necessidade de aparelhagem limitam um pouco o uso
desse tipo de anestesia.
Os anestésicos injetáveis são aplicados via intramuscular ou
intravenosa e são os mais usados na medicina veterinária, por terem
menor custo e não precisarem de aparelho especifico. Na maioria das
vezes, mais de um remédio é usado de uma só vez, os quais são
escolhidos pelo médico veterinário de acordo com a saúde e a idade do
animalzinho e de acordo com a cirurgia que será realizada.
Medicação Pré Anestésica (MPA)
Consiste na administração de uma ou mais diferentes drogas antes do
ato anestésico com o objetivo de produzir amnésia e sedação, diminuir a
dor, potencializar os agentes anestésicos, diminuir secreções de vias
aéreas e o metabolismo, reduzir volume do conteúdo gástrico e
aumentar o seu pH, reduzindo as necessidades de anestésicos.
Medicação Pré Anestésica (MPA)
Os fármacos escolhidos têm as seguintes funções:

a) Acalmar o paciente
b) Induzir a sedação
c) Promover analgesia e relaxamento muscular
d) Diminuir as secreções das vias aéreas e salivação
e) Respostas reflexos autonómicos
f) Diminuir o volume do fluido gástrico bem como acidez
g) Suprimir o vômito e regurgitação
h) Diminuir a dose do anestésico geral
i) Promover uma indução e recuperação suave
Medicação Pré Anestésica (MPA)
Os fármacos pré-anestésicos podem ser selecionados de acordo com
as necessidades do paciente.
Os seguintes passos devem ser considerados para se selecionar o regime
pré-anestésico: status fisico, disposição, espécie, tipo de procedimento
cirúrgico, duração, se é eletiva ou emergência e mesmo deve ser
considerado a experiência com o fármaco.

As principais drogas utilizadas na medicação pré-anestésica incluem


anticolinérgicos, tranquilizantes, sedativos, opioides, e combinações
tranquilizantes-opioides.
Exame Pré-Anestésico (Acesso inicial)
Os animais que são encaminhados para cirurgia variam de idade, temperamento,
aparência física, e condições de saúde.
O veterinário deve procurar sempre obter o máximo de informação possível a
respeito do paciente.

Tipo de Cirurgia
Eletiva ou de emergência (melhor avaliação do paciente de alto risco);
Exame Pré-Anestésico (Acesso inicial)
História clinica
Algumas perguntas devem ser feitas aos proprietários:

- idade
- teve algum problema nas últimas 24 horas
- o animal tem dificuldade respiratória quando caminha
- o animal foi submetido algum tipo de tratamento com inseticida,
corticosteróides, insulina, anticonvulsivante, antibióticos, etc.
- o animal já demonstrou alguma reação a algum fármaco
- quando o animal foi vacinado pela última vez- qual é o status reprodutivo
(castrado (a) ou não castrado (a)
- quando o animal entrou no cio pela ultima vez?
- alguma história de convulsão, hemorragia etc.
Exame físico
O exame físico pode ser feito através de palpação, percussão e auscultação, além
de associar a história clínica do paciente.

a) Presença de doenças cardiorrespiratórias, as quais podem aumentar os riscos


anestésicos com complicações e muitas vezes a morte do animal.

b) Presença de alterações como o aumento do fígado e rins que pode ser sentido
pela palpação, e podem dificultar a e eliminação dos fármacos anestésicos.
Raça e espécie
Cada espécie pode reagir diferente quanto ao efeito dos fármacos, por exemplo, um
gato pode metabolizar drogas diferentemente de um cão.
A intubação em cães braquiocefálicos (bulldog, pequinês) pode ser mais difícil que
um cão de outra raça. Os cães galgos podem ter uma recuperação mais prolongada
com o uso de tiobarbituratos.
Os cães da raça boxer são sensíveis a acepromazina, inclusive com colapso muitas
vezes.
Peso
É importante pesar o animal para evitar erros quanto a dosagem dos fármacos

Idade
A idade do paciente pode ser um importante item a ser considerado quando
se decide a respeito do protocolo anestésico.
O neonato até duas semanas de idade e o pediátrico de duas até 8 semanas de
idade tem menor capacidade de metabolizar os fármacos injetáveis, do que um
animal adulto.
Da mesma forma que um animal geriátrico pode ter dificuldade em metabolizar os
anestésicos em decorrência do pobre metabolismo hepático, principalmente
quando os agentes injetáveis são utilizados.
Exame da cabeça
Exame da cabeça, incluindo olhos, cavidade oral, faringe, ouvidos e narinas.

Pois muitas vezes encontra-se dificuldade em entubar um animal em


decorrência de presença de tumores ou mesmo outro tipo de crescimento de
tecidos na região oro-faringeana que pode impedir a intubação, ou mesmo
animais que tenham dificuldade em poder abrir a boca em decorrência de
uma distrofia muscular. Examinando-se a cavidade pode se verificar a
coloração das membranas mucosas, bem como o tempo de perfusão capilar,
além do tamanho da pupila.
Auscultação cardíaca e pulmonar
A auscultação do tórax é realizada com a finalidade de avaliar a
frequência cardíaca, ritmo cardíaco e sons pulmonares.

Palpação de linfonodos
Aumento de tamanho dos linfonodos pode ser característica de doença
sistémica ou neoplásica (câncer)
Palpação abdominal
Pode-se avaliar a presença de gases, líquidos ou dor localizada.
Jejum
O jejum deve ser rigoroso ao paciente submetido a anestesia, pois um paciente
com o estômago cheio pode ter vômito durante a pré-anestésica ou durante a
indução anestésica e algumas situações o vômito pode aparecer até mesmo
durante o período de recuperação da anestesia.

Carnívoros: jejum de 12 horas, dieta hídrica de 2 horas.

Roedores: jejum de 2/3 horas, dieta hídrica de 1 hora.

Equinos: jejum de 12 horas, dieta hídrica de 4 horas.

Bovinos, caprinos e ovinos: 48 horas oferecendo apenas metade da


alimentação, 24 horas jejum total e dieta hídrica 6 horas.
Jejum
Em situações de emergência onde o
jejum não pode ser mantido é
recomendável estimular o vômito com
derivados fenotiazínicos.
Exames complementares
-Laboratoriais
- Hemograma completo
- Uroanálises
- Bioquímica sanguínea
- Tempo de coagulação e sangria
- Gasometria
- Radiológico, e outros (hormonais
/específicos).
- Eletrocardiograma e ecocardiograma
Classificação do Paciente quanto ao estado
físico

ASA - I. Nenhum distúrbio orgânico, fisiológico, bioquímico ou


mesmo de comportamento. Nenhum distúrbio sistêmico.

Exemplo: Animal que será submetido a uma cirurgia eletiva, como


ovário histerectomia, castração ou mesmo para raio X.
Classificação do Paciente quanto ao estado
físico
ASA - II. Médio a Moderado distúrbios sistêmicos em condições
que podem ser tratados, sem sinais clínicos de doença
Exemplo: Neonato, geriátrico, obeso, animal fraturado sem estar
em estado de choque.
Classificação do Paciente quanto ao estado
físico
ASA- III. Animal com doença sistêmica moderada, com sinais
clínicos moderados.
Exemplo: Anemia, anorexia, desidratação moderada, moderada
doença cardíaca ou renal.
Classificação do Paciente quanto ao estado
físico
ASA-IV. Indicativo de um paciente com uma severa desordem
sistêmica com risco de vida, a qual nem sempre é possível corrigir
com o procedimento cirúrgico.
Exemplo: Desidratação severa, anemia, doença cardíaca não
compensada, uremia, toxemia.
Classificação do Paciente quanto ao estado
físico
ASA- V. Moribundo com pequena chance de sobrevivência,
submetido à cirurgia como última alternativa.
Exemplo: Avançado estado nas seguintes doenças: cardíaca,
renal, hepática, pulmonar e endocrina, outros estados como
choque, traumatismo craniano etc.
Classificação do Paciente quanto ao estado
físico

ASA - E. Emergência. Qualquer situação acima submetido a


cirurgia, sem uma melhor avaliação clínica.
Durante a anestesia
Deve-se avaliar:
- Frequência Cardíaca
- Frequência Respiratória
- Pressão arterial
- Temperatura

- Reflexo palpebral e corneal


- Reflexos de dor
- Coloração das mucosas
Dúvidas??
Izabella.medvet91@gmail.com
Atividade
1 - O que é anestesia?
"ausência de consciência reversível“

2 - Quais os tipos de anestesia?


Inalatória ou injetável, geral ou local.

3 - Qual a finalidade de anestesia geral?


A perda da consciência ou sono artificial, atua na supressão temporária da
percepção dolorosa (analgesia), promove o relaxamento muscular ligado à
ausência de reação de defesa contra uma agressão.

4 - Qual a finalidade da anestesia local?


Bloquear os impulsos nervosos do local a ser operado, sem que o animal fique
completamente inconsciente.
Atividade
5 - Quais as vantagens e desvantagens da anestesia inalatória?
Vantagens: Mais segura, melhor controle, melhor metabolização, animal volta da anestesia com
maior rapidez.
Desvantagens: custos mais altos e necessidade de aparelhagem específica.

6 - O que é o MPA e qual seu objetivo?


Consiste na administração de uma ou mais diferentes drogas antes do ato anestésico com o
objetivo de produzir amnésia e sedação, diminuir a dor, potencializar os agentes anestésicos,
diminuir secreções de vias aéreas e o metabolismo, reduzir volume do conteúdo gástrico e
aumentar o seu pH, reduzindo as necessidades de anestésicos.

7- Quais exames pré-anestésicos são importantes antes da cirurgia?


Hemograma, bioquímicos, urinálise, gasometria, radriografia, eletrocardiograma, ecocardiograma.

8- Qual o período de jejum e dieta hídrica para cães e gatos?


Jejum de 12 horas, dieta hídrica de 2 horas.

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