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Jacinta Maria Alice Alefa Muanza

José Brazão José


Josefa Mauren da Costa Nobre
Leandra Horácio Fred Quinguisse
Mateus Domingos Bossumane

Ecossistemas Terrestres
Licenciatura em ensino de Geografia com habilidades em ensino de História

Universidade Púnguè
Extensão Tete
2022
1. Introdução
A Sistemática e a Biogeografia são ciências diretamente relacionadas
com o estudo da diversidade biológica, ou seja, o estudo das diferentes
formas de vida e suas variações. Ambas possuem interface com
diversas outras ciências e formam a base do conhecimento biológico; a
Sistemática através da classificação e descrição das espécies e grupos
taxonômicos, e a Biogeografia através do estudo da sua distribuição.

A Sistemática e a Biogeografia tiveram um papel fundamental no


desenvolvimento da ciência biológica e na nossa compreensão do
mundo atual. Foram os primeiros naturalistas, como eram chamados
os estudiosos do mundo natural, que lançaram as bases do que hoje é
a moderna Biologia.
Nos últimos anos a biodiversidade assumiu um papel político-econômico que até
então não era reconhecido. Tratados internacionais, como a Convenção sobre
Diversidade Biológica (CDB) e sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna
e da Flora Selvagem em Perigo de Extinção (CITES), que regulam as relações entre
os países nesta área, alavancaram a elaboração de marcos regulatórios em cada
país.

O presente trabalho fala sobre Ecossistemas Terrestres (Biomas Terrestres) que são
regiões climaticamente similares em áreas disjuntas do mundo que apresentam
vegetação estrutural e funcionalmente similar. A classificação dos diferentes
biomas terrestres, baseada na estrutura e fisionomia da vegetação, parte do
princípio que a forma de vida das plantas e a arquitetura das comunidades vegetais
resultantes refletem a influência do clima e do solo que ocorrem em uma região.
Assim, biomas semelhantes são encontrados por todo o mundo em regiões que
apresentam climas similares. Os diferentes biomas, por sua vez, apresentam cada
um uma fauna associada própria.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
•Compreender os Ecossistemas Terrestres.

1.1.2. Objectivos específicos


•Conceitualizar os Ecossistemas Terrestres (floresta, savana, estepe e deserto).
•Caracterizar os Ecossistemas Terrestres (floresta, savana, estepe e deserto).
•Explicar os Ecossistemas Terrestres (floresta, savana, estepe e deserto).

1.2. Metodologia
Quanto aos procedimentos técnicos, para a materialização do presente
trabalho, recorreu-se ao tipo de pesquisa estudo bibliográfico.
2. Ecossistemas Terrestres
2.1. Conceitos gerais
De acordo com Ricklefs (2003), um bioma é um tipo grande de comunidade ecológica,
isto é, um ecossistema observado na escala global. Por exemplo, podemos falar de
Bioma de Savanas, que tem grandes áreas no Brasil (o Cerrado, por exemplo) e na África.
O principal elemento para a identificação dos biomas é a vegetação (Odum, 1988), por
dois motivos:
• É o elemento biótico mais facilmente observável na paisagem;
• Possui uma íntima relação com o clima.
Ecossistemas: O conceito de ecossistema refere- se à combinação de componentes
diferentes (físicos e biológicos) do ambiente. Os aspectos que definem um ecossistema
são factores físicos (tais como solos e rochas) juntamente com os organismos bióticos
(plantas e animais). Quando estes se desenvolvem no mesmo ambiente, cria- se um
estado constante e um sistema estável.
2.1.1. Generalidades
Biomas
Bioma, termo criado pelo ecólogo norte-americano Frederic Clements, significa na acepção
original, uma unidade caracterizada por uma comunidade biótica (biota) relativamente
uniforme, geralmente definida com base na sua formação vegetal dominante. Neste sentido,
um bioma ocupa grandes áreas geográficas em diversos continentes (ex. Floresta Tropical). As
plantas e os animais que ocorrem nos biomas têm formas de vida semelhantes, por isso é
possível reconhecer os biomas onde quer que ocorram, mesmo que as espécies que ocorrem
em uma determinada região sejam diferentes daquelas que ocorrem em outra região. Essas
características similares são resultado de evolução paralela.

Mais recentemente, o uso do termo foi ampliado para o ambiente marinho, e alguns ecólogos
passaram a considerar que o clima, e não a vegetação, seria determinante para a caracterização
dos biomas e, portanto, passou-se a incluir fatores abióticos na sua definição. Outros autores
conceituaram biomas em escala subcontinental (ex. Floresta Amazônica), como representantes
dos biomas-tipo mais abrangentes. Não há, portanto, consenso sobre a aplicação do termo.
Biomas Terrestres

Os biomas podem ser subdivididos em ecorregiões, que por sua vez são
formadas por diversos ecossistemas. No entanto, muitas vezes a aplicação
prática destes conceitos se confunde. São regiões climaticamente
similares em áreas disjuntas do mundo que apresentam vegetação
estrutural e funcionalmente similar. A classificação dos diferentes biomas
terrestres, baseada na estrutura e fisionomia da vegetação, parte do
princípio que a forma de vida das plantas e a arquitetura das comunidades
vegetais resultantes refletem a influência do clima e do solo que ocorrem
em uma região. Assim, biomas semelhantes são encontrados por todo o
mundo em regiões que apresentam climas similares. Os diferentes biomas,
por sua vez, apresentam cada um uma fauna associada própria.
Fitogeografia (vegetação)

A cobertura de Moçambique pela vegetação natural deve-se, por um


lado, a sua localização geográfica e por outro, a diferentes factores,
tais como: latitude, altitude, geologia, clima, solos, entre outros.
Razão pela qual, apresenta diferentes tipos de formações vegetais.
Das mais de vinte (20) região fitogeográfica existente em
Moçambique, segundo a sua localização geográfica no continente
africano, importa-nos destacar apenas três (3), a saber:
•Centro regional de Endemismo Zambeziano.
•Mosaico regional Zanzibar.
•Mosaico regional Tongoland – Pongoland.
Centro regional de Endemismo Zambeziano
Esta região caracteriza-se por apresenta uma riqueza florística avaliada
em cerca de 8.500 espécies das quais 4.590 são endémicas, o
correspondente a 54% e uma diversidade de formações vegetais, tais
como: florestas abertas de miombo, floresta de montanha, floresta
galeria, floresta aquática(mangal), savanas, mata indiferenciada, entre
outras.
Em termos de cobertura, a região abrange as três regiões do país:
Norte- Niassa e Nampula (zonas planálticas do interior e o litoral
angochiano).
Centro- Sofala, Manica, Zambézia (rio Raraga) e parte de Tete.
Sul- Interior das províncias de Inhambane, Gaza e Maputo.
Mosaico regional Zanzibar – Inhambane
Também tem a sua representatividade nas três regiões do território
nacional:
Norte- cobre zonas marginais dos principais rios, litoral da foz do Rovuma
até próximo de Angoche.
Centro- depois duma relativa interrupção de um percurso de 160km,
reergue-se do rio Raraga até ao rio Save.
Sul- do rio Save volta a alargar-se até terminar próximo do rio Limpopo.
Nesta região, há cerca de 3.000 espécies embora não sejam endémicas.
Em termos de formações vegetais, destacam-se: florestas fechadas e
abertas, floresta sempre verde, floresta semicaduca, floresta de folha
caduca, floresta galeria, brenhas e pradarias.
Mosaico regional Tongoland –Pongoland

Compreende a zona costeira, do rio Limpopo a Ponta do Ouro com


uma largura variável entre 35 a 90 km, acompanhando a linha da
costa.

Nesta região ocorrem formações vegetais tais como: florestas


abertas e fechadas, flora aquática, ou seja, mangal e gramíneas
turfosas com uma altura acima de 1metro.
Formações vegetais de Moçambique.
Os principais biomas terrestres
2.2. Floresta
É a cobertura vegetal constituída por diferentes estratos vegetais (herbáceo, arbustivo
e arbóreo) e de acordo com o seu desenvolvimento pode ser fechada ou aberta e
caracteriza as zonas com índices pluviométricos consideráveis, caso de Norte e Centro
do país.
Floresta Tropical
Ocorre entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, uma região com temperatura,
umidade e intensidade luminosa altas. A floresta tropical normalmente está
subdividida em Florestas Pluviais, que ocorrem nas regiões com pluviosidade acima de
1.800 mm anuais bem distribuídos ao longo de todo o ano, e Florestas Estacionais, que
normalmente ocorrem na faixa de 1500 a 1800 mm anuais, com pelo menos três
meses ao ano considerados secos, i.e., com menos de 100 mm de chuva. As florestas
tropicais pluviais constituem o bioma terrestre mais rico e produtivo, cobrindo cerca
de 6% do planeta, mas contendo cerca de 50% das espécies.
Floresta Temperada
Ocorre em regiões com clima temperado, cerca de 35º de latitude, com verões
quentes e longos invernos rigorosos. Este clima caracteriza-se pela ocorrência de
quatro estações bem definidas, com os dias de inverno curtos e com baixas
temperaturas, inclusive abaixo de zero. Recebem de 750 a 1.500 mm de chuva por
ano, distribuídos uniformemente.
Floresta Boreal (Taiga)
Ocorre na América do Norte, Europa e Ásia, nas regiões com clima frio e úmido. Os
dias são muito curtos e frios no inverno, e o verão, com dias longos, é muito curto.
Faz limite norte com a tundra, e ao sul com a floresta temperada, savanas ou
campos, dependendo da precipitação. É também encontrada em altas montanhas de
latitudes mais baixas. É uma floresta com baixa produtividade e pouca diversidade,
dominada por poucas espécies de coníferas dos gêneros Picea, Abies e Larix. Os solos
são normalmente ácidos e pobres, cobertos de neve durante o inverno. A fauna é
composta por herbívoros, roedores, carnívoros (lobos, ursos) e pássaros.
Floresta
2.3. Savana
É uma formação vegetal menos desenvolvida com três estratos, elas são
típicas das zonas de fraca precipitação e com aspecto diferenciado, de
acordo com a sua constituição, assim distingue-se:
Savana herbácea com domínio de estrato herbáceo de gramíneas ou capim.
Savana arbustiva o estrato de arbustos é dominante em relação aos outros
(herbáceo e arbóreo).
Savana arbórea apresenta os três estratos, sendo o de árvores o mais
dominante.
Floresta galeria desenvolve-se ao longo das margens dos rios com um
aspecto de um túnel, trata-se duma vegetação que se confunde com a
floresta densa, ocorrendo principalmente nas regiões Norte e Centro.
Savana
Ocorre também na região tropical, nos locais onde o clima é fortemente
sazonal, com uma estação chuvosa alternando-se com uma estação seca, e
totais pluviométricos entre 900 e 1500 mm/ano. A disponibilidade hídrica
não suporta a vegetação florestal, e leva ao desenvolvimento de um mosaico
de biomas abertos, com um estrato contínuo de gramíneas e ciperáceas;
árvores e arbustos são esparsos. A vegetação varia de campos graminosos
até bosques mais densos, em função da disponibilidade hídrica e fertilidade
do solo. Corredores de florestas mais húmidas cortam as savanas ao longo
dos rios, constituindo as matas ciliares ou florestas de galeria.
Nas savanas as plantas apresentam diversas características de resistência à
seca. Muitas das árvores são resistentes ao fogo, fenômeno comum nas
savanas tropicais, apresentando cascas espessas e/ou espinhos para
minimizar a predação.
Savana
2.4. Estepe
é uma formação vegetal muito menos desenvolvida e típica das zonas sob
influência de climas tropical seco e semi-árido que ocorrem principalmente
nas terras do interior das províncias de Inhambane, Gaza, Maputo e Sul de
Tete.
Estepe
2.5. Deserto
Ocorre principalmente entre 30-40º de latitude, entre os trópicos e regiões
temperadas, com pluviosidade menor que 250 mm/ano. O potencial de
evaporação é muito elevado, levando a adaptações nas plantas (caule suculento e
sistema radicular) e nos animais (inatividade diurna ou sazonal, estoque de água,
migração). As plantas e animais dessas regiões devem ser capazes de suportar
períodos de extrema secura e de aproveitar os bons anos quando eles ocorrem.
Muitas espécies vegetais são oportunistas, sendo a germinação estimulada pelas
chuvas. Estas crescem rapidamente e completam seus ciclos de vida em poucas
semanas. Plantas perenes apresentam caules suculentos, como os cactos, que
controlam a perda de água através do fechamento dos seus estômatos.
Grandes desertos estão localizados no norte da África, no Oriente Médio, oeste
da América do Norte e da América do Sul, e na Austrália.
Deserto
3. Conclusão
Findo o trabalho, onde falamos dos ecossistemas terrestres tais como a floresta, savana,
estepes e desertos concluiu-se que, os ecossistemas terrestres fornecem uma larga escala de
benefícios à sociedade conhecidos por serviços de ecossistemas. No entanto, as mudanças
nos ecossistemas num contexto global de crescente procura de terras para a agricultura,
plantação de florestas e áreas urbanas estão a comprometer as suas capacidades em
suportarem o bem-estar humano.
Ao serem ignorados os benefícios que a Natureza proporciona, a humanidade coloca-se em
perigo, degradando os serviços de ecossistemas para além do limite da sustentabilidade. Um
factor com um impacto importante na provisão dos serviços de ecossistemas é a mudança
de uso e cobertura do solo. A gestão efectiva dos locais responsáveis pela manutenção dos
serviços de ecossistemas têm sido considerados essenciais para prevenir o seu declínio.
Esforços consideráveis têm sido realizados no sentido de se chamar a atenção para a
preservação do Capital Natural, e também para se obterem informações úteis para tomada
de decisão através da avaliação económica dos serviços de ecossistemas. Para esse fim,
vários estudos têm sido realizados a nível mundial, e/ou a nível nacional/regional.
4. Bibliografia
ATLAS GEOGRÁFICO UNIVERSAL. 2. ed. Moçambique, 1997.
BILA, Helena e FONDO, Jeremias Luís. Geografia 10ª Classe. ed Person., Maputo. 2013
DAJOZ, R. Ecologia Geral. Petrópolis: Vozes, 1983.
IEDA. Material de Estudo da Geografia 10ªClasse. Índia. 2013
INDE. Atlas de Moçambique. Editora Nacional de Moçambique. S.A. Maputo. 2009
INE, Anuário Estatístico, 2011
MATOS, M, Ramalho. A Terra, Planeta Dinâmico. Edições ASA. Porto. 1989
MUCHANGOS, Aniceto dos. Moçambique Paisagens e Regiões Naturais. edição do autor, s/l, 1999.
NANJOLO, Luís Agostinho e ISMAEL, Abdul Ismael. Geografia 10ª Classe. Texto Editores. Maputo.
2007
SILVA, José Julião. Geografia 10ª Classe. Plural Editores. Maputo. 2013
Raven, P.H.; Evert, R. F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan.
TEMBE, GRAZIELA. Geografia 9ª classe. Texto Editores, Lda. Maputo, 2008.

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