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ACADEMIA DE CIÊNCIAS POLICIAIS

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS POLICIAIS- PERFIL DE SEGURANÇA


PÚBLICA
CADEIRA: SERVIÇO POLICIAL COMUNITÁRIO

Passo para a Implementação do PC

Maputo, Maio de 2020


Passos para Implementação do PC

• Passos- andamento, marcha, medida itinerária

• Implementação- executar, pôr em prática, dar seguimento


• 1º- Identificação do Problema
- O que é: questão que se propõe para ser resolvida; coisa difícil de compreender e/ou
explicar
- Importância: permite colher experiências, percepções e conhecimentos sobre as condições
de segurança que pode auxiliar a acção da polícia de forma eficiente
- Como fazer: reunir com as comunidades, através dos seus representantes (CCS´s), em
todas suas componentes.
• 2º Análise do Problema
- O que é: examinar com atenção um fenómeno ou situação, crítica, decomposição de um
todo nos seus elementos
- Importância: permite um conhecimento amplo e criterioso do problema, possíveis origens e
consequências. Procura conhecer a região, de modo a identificar possíveis obstáculos (análise
FOFA)
• - Como fazer: mapear a área e buscar o máximo de informação possível (o quê, como,
quando, onde, quem- vítimas e agressores, frequência, etc)
• 3º- Planificação das acções
- o que é: definicão das principais linhas de acção para a resolução do problema
- Importância: permite definir as actividades a serem desenvolvidas, identificar parceiros
que possam apoiar, foco no resultado
- Como fazer: definição dos objectiuvos intermediários (específicos) que facilitarão o
alcance do objectivo final, definição de metas, métodos de trabalho, estratégias e prazos-
cronograma de actividade
• 4º- Implementação
- O que é: pôr em prática as actividades definidas na planificação
- Importância: procura solucionar o problema identificado, mas para o efeito, é preciso que
haja vontade, compromisso e envolvimento de todos os intervenientes
• 5º- Avaliação
- O que é: verificação dos resultados das acções empreendidas, se estão ou não a surtir o
efeito desejado
- Importância: auxilia no monitoramento da execução do plano (execução das tarefas
definidas, alcance dos objectivos, cumprimento dos prazos e metas) e no planeamento de futuras
acções
- Como fazer: com a participação das comunidades, considerando os sucessos e insucessos
Relação Passos para Implementação do PC e Triangulo da Análise
do Problema
 Para que um CRIME ocorra deve haver
CONVERGÊNCIA de TEMPO E ESPAÇO em, pelo
menos, três elementos: um provável AGRESSOR, um
ALVO adequado, na AUSÊNCIA DE UM GUARDIÃO
capaz de impedir o crime” (Clarke e Felson, 1998, p. 4;
Farrell, Grahan e Pease, 2005, p. 3)

 Uma vítima (um alvo)- pode ser tanto uma pessoa


quanto um objeto, cuja posição no espaço ou tempo a
expõe a um risco maior ou menor de um ataque
criminoso.
• Infrator motivado- Patologia individual; Maximização do lucro; Subproduto
de um sistema social perverso ou deficiente; Desorganização social; e,
Oportunidade. Ligado às teorias da associação diferencial e actividades
rotineiras. Medidas: controlador- Pais; Cônjuges; Amigos; Professores;
etc.

• Ambiente- espaço de convergência dos elementos concorrentes para a


ocorrência do delito, cuja ausência do responsável propicia a sua
vulnerabilidade. Responsável: intendente, gerente, proprietário, servidor
público, direcção da escola, professor, etc.. Ligado às teorias da
actividade rotineira e janelas quebradas.
1ª Fase: Identificação do(s) problema(s)
Primeiro há que se classificar ou caracterizar os problemas, se de ordem criminal, se apenas se circunscrevem como medo do
crime ou se simples actos de desordem e organiza-los através de um Diagrama de Classificação dos Problemas.
Exemplo:
Crime Medo do crime Desordem
Roubo a transeuntes Transeuntes com medo de comprar nos Grafitagem desordenada
vendedores ambulantes

Assalto a estabelecimentos Vendedores que abrem os seus Acumulação de lixo nos arredores do
estabelecimentos depois e fecham-nos antes empreendimento
dos horários estabelecidos

Burlas Receio de receber pagamentos por cheque Ocupação desordenada dos espaços,
dificultando a transitabilidade

Partecipantes/ contactos:
priorização mediante a gravidade dos danos às vítimas, definir o grau de exigência para a sua
resolução e avaliar a tendência em termos de aumento, redução ou desaparecimento face a
resposta. Para tal, pode se servir da Matriz de GUT (Gravidade, Urgência, Tendência-
possibilidade de…). Assim teremos:

Pontos Gravidade Urgência Tendência

5 Se nada for feito, o agravamento será imediato


Extremamente grave Acção imediata

4 Muito grave Com alguma urgência Vai piorar a curto prazo

3 Grave O mais cedo possível Vai piorar a médio prazo

2 Pouco grave Pode esperar um pouco Vai piorar a longo prazo

1 Sem gravidade Não tem pressa Não vai piorar, até pode melhorar
Daí, aplica-se o referenciado na matriz acima aos problemas identificados.

Problema G T U Total Priorização

Roubo a transeuntes 5 4 5 100 2º

Assalto a estabelecimentos 5 5 5 125 1º

Atropelamento dos vendedores ambulantes 5 5 5 125 1º

Medo de comprar nos vendedores ambulantes 4 3 4 48 4º

Abertura tardia e encerramento antecipado dos estabelecimentos 3 2 3 18 6º

Dificuldade de transitabilidade 3 3 5 45 5º

Acumulação de lixo 3 4 5 60 3º
2ª Fase: Análise das causas fundamentais
Nesta, baseando-se no TAP, faz-se a distribuição das causas da vitimização, perpetração e ocorrência do facto, para cada problema em forma de espinha de peixe. Ora vejamos:

Órgãos de seg.
Vitima Infractor

Problema: assalto a
estabelecimentos

Instituições Meio- ambiente Comunidade


governamentais (local e horário) (família, vizinhos, etc)
Após a determinação das possíveis causas, há que se fazer a sua
priorização usando a Matriz de GUT, para se aferir sobre qual
delas dever-se-á incidir primeiro. Assim teremos:
Priorização das causas

Causas G U T Total Priorização


Certeza de impunidade 5 4 3 60 3º
Falta de capacitação 5 5 5 125 1º
Falta de políticas sociais integradoras 5 5 4 100 2º
Dificuldade de acesso 5 5 5 125 1º
Boa opção de renda 4 3 2 24 4º
Desorganização 5 4 5 100 2º
3ª Fase: Resposta - Plano de acção e execução
Nesta fase, há que definir um plano de acção para cada medida posta como solução do
problema. Neste caso, teremos como exemplo, a capacitação dos vendedores ambulantes para
a promoção da auto-segurança.
Posto isto, é necessário definir o cronograma de actividades para cada acção atinente à capacitação dos vendedores. Para este cenário, tomaremos como exemplo
a acção referente ao Programa de capacitação .

Acção: Programa de Capacitação


Fevereiro
Actividades
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17  
Identificação e encontro com os  
                                 
parceiros
 
Promoção da sensibilização para a
                                 
participação na capacitação

 
Capacitação propriamente dita                                  

 
Campanha de consciencialização
dos usuários para a preservação                                  
do local
• Por fim, ter-se-á a 4ª Fase, onde fará a avaliação da eficácia
já referida.
Dúvidas!

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