O documento descreve a história da escravidão de africanos no Brasil, desde a escravidão na África pré-colonial até a resistência dos quilombos. Inicialmente, a escravidão na África era diferente da imposta pelos europeus, que se intensificou com o tráfico transatlântico de escravos para o trabalho forçado nas Américas. O maior quilombo de resistência foi o Quilombo dos Palmares, que durou cerca de 100 anos até ser destruído. Atualmente, existem comunidades
O documento descreve a história da escravidão de africanos no Brasil, desde a escravidão na África pré-colonial até a resistência dos quilombos. Inicialmente, a escravidão na África era diferente da imposta pelos europeus, que se intensificou com o tráfico transatlântico de escravos para o trabalho forçado nas Américas. O maior quilombo de resistência foi o Quilombo dos Palmares, que durou cerca de 100 anos até ser destruído. Atualmente, existem comunidades
O documento descreve a história da escravidão de africanos no Brasil, desde a escravidão na África pré-colonial até a resistência dos quilombos. Inicialmente, a escravidão na África era diferente da imposta pelos europeus, que se intensificou com o tráfico transatlântico de escravos para o trabalho forçado nas Américas. O maior quilombo de resistência foi o Quilombo dos Palmares, que durou cerca de 100 anos até ser destruído. Atualmente, existem comunidades
A princípio, a escravidão foi praticada na África antes da
chegada dos europeus ao continente americano, no século XV. O indivíduo podia ser escravizado por quatro motivos principais: 1. Guerra entre povos: os vencidos podiam ser vendidos como escravos; 2. Fome: famílias ofereciam-se em troca de alimentos e moradia; 3. Penhora humana: servia como uma espécie de garantia para o pagamento de débito. Além disso, a escravidão africana possuía características próprias: • Os escravizados eram minoria, a perda da liberdade pessoal não era completa e os cativos eram integrados em posições subalternas; • Podiam se casar com pessoas livres e ascender socialmente; • Já os descendentes de escravizados tinham os mesmos direitos das pessoas livres. O início da roedura Na África, a dinâmica e a intensidade da escravidão mudaram radicalmente depois da chegada dos europeus ao litoral africano. Em 1443, os portugueses ergueram uma feitoria em Arquim, na costa ocidental, onde encontrava-se um ponto de comércio de africanos escravos e, posteriormente, outros entrepostos ao longo do litoral. Guerra e escravidão No início, os europeus sequestravam escravos no litoral da África. Porém, logo a captura e a venda passaram a ser um negócio grande e rentável, envolvendo europeus, americanos e africanos. Mas como funcionava? Passo 1: traficantes europeus ou americanos forneciam manufaturados a chefes africanos em troca de prisioneiros de guerra. Passo 2: os chefes africanos provocavam guerras para obter mais poder e prisioneiros. Passo 3: os novos prisioneiros eram trocados por mais armas/pólvora. A travessia Os escravizados aguardavam a chegada do navio negreiro, em barracões de madeira ou pedra. Ficavam amontoados em situações precárias, podendo contrair doenças, passavam sede e fome. Os navios só partiam após completar a carga. As situações dos escravizados levava-os a morte, aumentando o lucro dos traficantes. Ao chegar às costas brasileiras os escravizados eram avaliados e então negociados. A dança dos números Algumas pesquisas apontavam que cerca de 12,5 milhões de africanos deixaram a costa de África rumo a América entre 1500 e 1867. Destes, 4,9 milhões desembarcaram no Brasil. As regiões destes 5 milhões eram três: África Ocidental: 10% do total; África Oeste africano: 73% do total; Sudeste africano: 17% restantes. *Analisando dados genéticos Estenúmero pode ter sido de 2 a 4 vezes maior, segundo os geneticistas Sérgio Danilo Pena e Maria Cátera Bortolini. Em análise com 120 paulistas autodeclarados negros, 4 de cada 10 deles, apresentavam matéria genético da África Ocidental. Independente da região destes milhões de africanos, trouxeram muito mais que sua força de trabalho, suas ricas culturas e seus modos de viver e de expressar sentimentos. O trabalho escravo Os escravos ocupavam as mais diferentes funções. Trabalhavam no engenho, que ia desde semear a cana até controlar o açúcar. Na época do plantio trabalhavam das 5 da manhã até 6 da tarde, na safra chegavam a 18 horas de trabalho. A mulher ajudava nos serviços do campo e faziam serviços da casa, cuidavam dos doentes e realizavam partos. Na cidade vendiam os mais diversos tipos de coisas: quitutes, cestos, lenha. Havia grande número de comerciantes femininas. O trabalho escravo incluía fins de semana, feriados, usados para serviços gerais, como reparos e consertos. No Brasil, o trabalho passou a ter uma grande inversão de valores, sendo visto como desonroso, como coisa de escravo. A violência Havia muita violência aos escravos. Os castigos aplicados eram variados, como a palmatória e a máscara de flandres. Haviam as repressões às suas religiões e festas, isso contribuía para a baixa expectativa de vida entre os cativos. A resistência Todo o sofrimento causado aos escravizados provocou respostas. Eles reagiam fisicamente, fazendo “corpo mole” e também culturalmente, formando irmandades, religiões de matriz afro e capoeira. Exemplos dessas irmandades: São Benedito, Rosário dos Pretos e Nossa Senhora da Boa Morte. Os quilombos Eles proliferaram por toda a América escravista. Em lugares de difícil acesso, eles tinham relações ambíguas com a sociedade, algumas vezes faziam comércio, outras vezes, recusavam-se. Carlos Magno definiu quilombo como “negação da ordem escravista”, por isso as autoridades coloniais combatiam-no permanentemente. O quilombo dos Palmares Palmares é o maior quilombo da América colonial: ele viveu cerca de 100 anos. Nasceu dos escravizados que fugiram de engenhos nordestinos, onde atualmente pertence ao estado de Alagoas. A população palmarina aumentou com as invasões holandesas no Nordeste. Nesse período, Palmares teve 15 mil habitantes. Lá havia grandes construções reservadas às autoridades. Os palmarinos praticavam a policultura, tinham oficinas e fundições. A produção de cada povoação era distribuída entre seus membros e as sobras eram guardadas para épocas de guerra, ou para comercializar em lugares próximos. A Guerra Os senhores de engenho e as autoridades locais consideravam Palmares um "sério perigo" e enviaram diversas expedições contra o quilombo. Zumbi, foi um jovem guerreiro e demonstrou sua capacidade de liderança e disposição de luta, e em pouco tempo foi proclamado rei de Palmares. Diante do fracasso repetido das expedições enviadas contra Palmares, as autoridades contrataram o Bandeirante Domingos Jorge Velho, conhecido como caçador de indígenas, para comandar a destruição do grande quilombo. Em troca, ele exigiu prisioneiros de guerra, tecidos, dinheiro e o perdão pelos crimes que havia cometido. Era chamado de Sertanismo de Contrato Em fevereiro de 1694, depois de 42 dias de cerco, os mercenários conseguiram romper a muralha de madeira que protegia a capital. Zumbi conseguiu escapar com outros quilombolas e resistiu por vários meses. Mas em 20 de novembro de 1695, foi traído por um homem de sua confiança, foi capturado e executado. Remanescentes de quilombos Atualmente, por todo o território nacional, existem comunidades formadas predominantemente por descendentes de escravos, conhecidas como Remanescentes de quilombos. Foram obtidas como herança de quilombolas, por meio da compra efetuada por ex-escravos, da doação de um senhor, ou como prêmio por serviços prestados em lutas oficiais. Essas terras, chamadas tradicionalmente de "terras de pretos", são denominadas hoje de Remanescentes de quilombos. População estimada de 80 mil pessoas, em algumas delas, a falada conserva termos africanos. FIM