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MÉTODOS

EMPREGADOS EM
EPIDEMIOLOGIA
FUNDAMENTOS DE EPIDEMIOLOGIA
Profa. Ana Paula B. Alves
Me . Ciências da Saúde
Enfermeira
E-mail: alves.ana38@gmail.com
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I. TRÊS ENFOQUES PARA PESQUISAR UM TEMA

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Fonte: https://pt.dreamstime.com/estilo-de-desenho-animado-do-%C3%ADcone-biotech-cientista-
 No intuito de melhor conhecer o processo saúde-
doença-cuidado da população, e o impacto das ações
propostas para alterar o seu curso, os homens de
ciência desenvolveram numerosas maneiras de
abordagem e investigação.

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I. TRÊS ENFOQUES PARA PESQUISAR UM TEMA

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Fonte: https://pt.dreamstime.com/estilo-de-desenho-animado-do-%C3%ADcone-biotech-cientista-
No momento presente, há muitos métodos a nossa
disposição. Para uma dada situação ou momento, um deles
poderá ser mais adequado do que outro, embora vários
sejam usados no estudo de um mesmo tema.

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I. TRÊS ENFOQUES

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Fonte: https://pt.dreamstime.com/estilo-de-desenho-animado-do-%C3%ADcone-biotech-cientista-
PARA PESQUISAR
UM TEMA
Cada qual tem os seus
aspectos positivos e suas
limitações, de modo que,
conhecendo-os, pode-se
antecipar as facilidades e
as dificuldades
encontradas pelas
pessoas que os utilizam.

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I. TRÊS ENFOQUES

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Fonte: https://pt.dreamstime.com/estilo-de-desenho-animado-do-%C3%ADcone-biotech-cientista-
PARA PESQUISAR
UM TEMA
Assim, podemos julgar,
avaliar a metodologia
utilizada, os resultados
apresentados e a
interpretação dada, se
a teoria foi
convenientemente
aplicada.

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I. TRÊS ENFOQUES PARA PESQUISAR UM TEMA
Três estratégias independentes
de abordagem vêm sendo
utilizadas, de longa data, pelos
profissionais da área da saúde:

• Estudo de casos,
• Investigação experimental
em laboratório, e
• Pesquisa ao nível de
população.
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ESTUDO DE
CASOS
• O estudo de casos costuma
ser a primeira abordagem
de um tema. Ele é usado
para a avaliação inicial de
problemas ainda mal
conhecidos e cujas
características ou variações
naturais não foram
convenientemente
detalhadas.

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ESTUDO DE
CASOS
• Trata-se de observar
um ou poucos
indivíduos com uma
mesma doença ou
evento e, a partir da
descrição dos
respectivos casos,
traçar um perfil das
suas principais
características.

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ESTUDO DE
CASOS
• Esta forma de
abordagem e as
pesquisas qualitativas,
de maneira geral, são
usadas em combinação
com as quantitativas, de
cunho epidemiológico,
para compor um quadro
mais completo da
situação.

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ESTUDO DE
CASOS
Nessa eventualidade, o
estudo de casos é
empregado para enfocar
grupos específicos da
população ou um
particular aspecto de
interesse, não
devidamente investigados
em pesquisas
quantitativas.
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Aspectos positivos do estudo de casos

• Relativamente fácil de ser realizado e


de baixo custo.

• Pode restringir-se a uma simples


descrição ou ir mais além.

• Sugerir explicações sobre elementos


pouco conhecidos, tais como os fatores
implicados na etiologia ou no curso de
uma doença, sob vigência ou não de
terapêutica.

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 Aspectos positivos do estudo de casos

• Extensas monografias são escritas a partir da observação de


um ou poucos indivíduos.

• Em clínica, é possível acompanhar pacientes durante anos, e


mesmo décadas, chegando-se a detalhes sobre aspectos
evolutivos de uma dada condição.

• Os indivíduos observados costumam ser altamente


selecionados.

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 Aspectos positivos do estudo de casos
• O estudo de casos constitui-se em um verdadeiro inventário
do que acontece genericamente, à luz da observação de
poucos indivíduos.

• É um enfoque qualitativo e exploratório, embora muitas


facetas possam ser quantificadas. Um aspecto positivo,
convém realçar, é a possibilidade de observação intensiva de
cada caso.

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 Limitações do estudo de casos
• Às vezes, a observação restringe-se a situações incomuns
de enfermos graves, outras vezes, aos casos de evolução
atípica, de reação inusitada ou de resultado terapêutico
inesperado;

• Além disso, há certa dose de subjetividade na apreciação


dos fatos, pois o observador já pode ter uma ideia
preconcebida do tema e a faz predominar.

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 Limitações do estudo de casos

• A falta de indivíduos-controle, para comparar resultados, pode


fazer com que simples coincidências sejam difíceis de
interpretar: por exemplo, em investigação de um surto de
diarreia, se os casos beberam água de um certo poço a
evidência é ainda frágil para incriminar a água do poço na
etiologia da doença.

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 Limitações do estudo de casos
 a falta de controle — eles serviriam para contornar problemas
de aferição e comparação acima mencionados — e

 o número pequeno de indivíduos incluídos para observação —


o que aponta para a prudência na interpretação dos resultados
de estudos de casos, especialmente, na generalização das
conclusões.

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2. INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL DE LABORATÓRIO
 Aspectos positivos da investigação experimental de
laboratório.
• O laboratório é o local ideal para estudos
experimentais.

• O grau de subjetividade na aferição dos dados


pode ser reduzido, em laboratório, pela adoção
de rigorosos controles, que servem também de
parâmetros para a comparação dos resultados.

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2. INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL DE LABORATÓRIO
 Aspectos positivos da investigação experimental de
laboratório.
• Na grande maioria das vezes, por
motivos éticos, o foco da
avaliação incide sobre os animais,
tais como camundongos, cães e
macacos, embora as pessoas
possam ser igualmente alvo
deste tipo de investigação, em
casos selecionados.

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 Aspectos positivos da investigação experimental de
laboratório.
Exemplo: pesquisas laboratoriais
em animais.
• O objetivo pode ser descritivo,
como ocorre com a simples
medição da quantidade de DNA
em placentas de camundongos.

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Em pesquisas sobre desnutrição fetal, os animais de uma
mesma linhagem são alocados, aleatoriamente, a dois
grupos:
• Um deles é submetido a
alguma forma de
intervenção, em acordo com
os objetivos da investigação,
tal como a ligadura da
artéria uterina, e o outro
serve de controle para
comparação.
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Em pesquisas sobre desnutrição fetal, os animais de uma mesma
linhagem são alocados, aleatoriamente, a dois grupos:
• Assim, formam-se dois
conjuntos, praticamente
idênticos, de animais, apenas
diferentes em um determinado
aspecto, sendo ele o fator
artificial introduzido (a ligadura)
e cujos efeitos deseja-se avaliar.

• No decorrer da experiência, todos os animais são acompanhados de


maneira idêntica e, ao final da gestação, os recém-nascidos são
examinados. 21
• As diferenças entre os grupos são, então, imputadas à
intervenção efetuada.
• Numerosas hipóteses podem ser testadas em laboratório.
• Por exemplo, fazendo-se variar a intensidade do estímulo
ou a época em que ele é aplicado, é possível avaliar os
seus efeitos, no recém-nascido e na placenta:
repercussões no peso, no crescimento, no conteúdo em
DNA etc.

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 Principal limitação da investigação experimental de
laboratório

A questão problemática das


investigações em animais reside na
extrapolação de resultados para os
seres humanos. Em última análise,
este é o ângulo que realmente
interessa.

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3. PESQUISA
POPULACIONA
L
• A pesquisa populacional
em seres humanos é a
terceira estratégia, para
estudo de um tema. Ela é
a abordagem central da
epidemiologia, sendo
também empregada em
outras áreas, como na
genética e nas ciências
sociais.

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II. CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS
EMPREGADOS EM EPIDEMIOLOGIA
• O propósito geral, que distingue os estudos descritivos e os analíticos
(esses também ditos comparativos ou de teste de hipóteses);
• O modo de exposição das pessoas ao fator em foco, pelo qual são
separados os estudos de observação e os de intervenção (ou de
experimentação);
• A direção temporal das observações, que diferencia os estudos
prospectivos (coorte), retrospectivos (caso-controle) e transversais;

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II. CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS
EMPREGADOS EM EPIDEMIOLOGIA
 A unidade de observação, que divide as pesquisas em dois
tipos:
-aquelas em que a unidade é o indivíduo, que ocupam a
maior parte do presente capítulo, e
-as que têm como unidade de observação um grupo de
indivíduos: por exemplo, de um município ou país. Estas
últimas são ditas pesquisas ecológicas, estatísticas,
comunitárias ou de agregados;

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II. CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS
EMPREGADOS EM EPIDEMIOLOGIA
Há outros critérios, que geram outras classificações, como
as seguintes:
 longitudinal × transversal,
 estudo controlado × não-controlado,
 randomizado × não-randomizado,
 experimental × quase-experimental etc.

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II. CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS
EMPREGADOS EM EPIDEMIOLOGIA
Descritivos e
De Indivíduos e Grupos Analíticos De Observação e
(Estatísticos ou Ecológicos) De Intervenção

Controlado e Não- Longitudinal e


Controlado Tipos de Estudo Transversal

Experimental e Coorte e
Quase-Experimental Caso-Controle
Prospectivo e
Retrospectivo
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III. ESTUDOS DESCRITIVOS
• As investigações de cunho
descritivo, têm o objetivo
de informar sobre a
distribuição de um evento,
na população, em termos
quantitativos.

• Podem ser de incidência ou


prevalência.

• São considerados estudos


não-controlados.

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III. ESTUDOS DESCRITIVOS
• A população utilizada em estudos descritivos pode ser
composta só de doentes, como em muitas investigações
hospitalares;
• Pode ser também constituída exclusivamente de pessoas
sadias — caso de uma pesquisa sobre cobertura vacinal —
ou, então,
• Uma mistura de sadios e doentes, como ocorre nas
pesquisas de morbidade em nível de domicílio.

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III. ESTUDOS DESCRITIVOS
Exemplo: temas de estudos descritivos
 A incidência de infecção chagásica em habitantes rurais.
 A prevalência da hepatite B entre os voluntários à
doação de sangue.
 As características demográficas e socioeconômicas dos
pacientes que sofrem de artrite reumatóide ou das
pessoas que fumam.
 As principais causas de óbito da população residente
em um dado município.
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III. ESTUDOS DESCRITIVOS
Exemplo: temas de estudos descritivos
 O estado imunitário de pré-escolares, de um município, frente
à poliomielite.
 Os padrões de crescimento e desenvolvimento de crianças
normais ou daquelas acometidas por uma determinada
doença.
 A variação regional na utilização de serviços de saúde.
 A tendência do coeficiente de mortalidade por tuberculose, de
uma cidade, nos últimos anos.

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1. ASPECTOS METODOLÓGICOS DOS ESTUDOS DESCRITIVOS
• O pesquisador interessado em
traçar o perfil dos temas
listados tem apenas que
observar como estas situações
estão ocorrendo, em uma ou
mais populações, e expressar as
respectivas frequências de
modo apropriado.

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 Base de dados para estudos descritivos
• A organização adequada de uma
base de dados facilita,
sobremaneira, a realização de
estudos descritivos: de
mortalidade, de morbidade, de
pessoas expostas a um risco, de
recursos etc. O cerne deste tipo
de estudo é a correta
determinação de frequências.

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 Base de dados
para estudos
descritivos
• Quanto melhor a base de
dados, em termos de
abrangência da
população e qualidade do
seu conteúdo, mais
precisos serão os
respectivos quadros
descritivos.

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 Base de dados
para estudos
descritivos
• A informatização
eletrônica contribui
enormemente para a
padronização e agilização
do processo de
tratamento de dados e
para a divulgação das
informações.

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Coleta de novos dados
• O perfil epidemiológico de um evento
pode ser proporcionado pelas
informações estatísticas de rotina.
Quando as informações inexistem na
forma desejada, ou são julgadas
imprecisas ou incompletas, realizam-se
investigações com o objetivo de obter
os dados necessários, seja de forma
prospectiva, retrospectiva ou
transversal, expressando os resultados
em termos de incidência ou
prevalência.

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2. USOS DOS RESULTADOS DOS ESTUDOS DESCRITIVOS
A inspeção da distribuição das frequências de um evento, é
utilizada para alcançar dois objetivos principais:
• Identificar grupos de risco, o que
informa sobre as necessidades e as
características dos segmentos que
poderiam beneficiar-se de alguma
forma de medida saneadora;

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A inspeção da distribuição das frequências de um evento, é
utilizada para alcançar dois objetivos principais:
• Sugerir explicações para as
variações de frequência, o que
serve de base ao prosseguimento
de pesquisas sobre o assunto,
através de estudos analíticos — o
que atesta o forte componente de
investigação, existente na
epidemiologia, a ser realçado nas
próximas seções.

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IV. ESTUDOS ANALÍTICOS
Os estudos analíticos são
metodologicamente diferentes dos
descritivos e podem ser considerados
como pertencentes a uma segunda
fase no processo de obtenção de
conhecimentos sobre um tema, visto
serem utilizados após a primeira etapa,
representada pelos estudos
descritivos.

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IV. ESTUDOS
ANALÍTICOS
• Ao contrário destes, as pesquisas
analíticas estão usualmente
subordinadas a uma ou mais
questões científicas, as “hipóteses”,
que relacionam eventos: uma
suposta “causa” e um dado “efeito”,
ou, como habitualmente é referido,
entre a “exposição” e a “doença”.
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IV. ESTUDOS ANALÍTICOS

As hipóteses, em geral, são formuladas


previamente, de modo a guiar o
planejamento, a coleta e a análise dos
dados, mas nada impede que ela seja
elaborada para ser testada em uma base
de dados já existente, orientando a
forma de organizar os grupos e proceder
à análise dos dados.

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IV. ESTUDOS ANALÍTICOS

• Outras vezes, pode não haver uma


hipótese explicitada, mas sim a busca
por fatores que contribuam para o
aparecimento das doenças. Embora esta
possibilidade exista e seja até bastante
frequente, os exemplos serão dados
com referência a pesquisas que
procurem esclarecer uma dada
associação, já suspeitada, entre uma
exposição, em particular, e um efeito
específico.

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IV. ESTUDOS ANALÍTICOS

Exposição Doença
(A causa) (O efeito)

Obesidade Diabetes
Fumo Câncer
Toxoplasmose Anomalia congênita
Vacina Prevenção
Medicação Cura
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A. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS
TIPOS DE ESTUDO ANALÍTICO

• Os estudos analíticos diferem dos


descritivos em um importante aspecto: a
presença de um grupo-controle, formado
simultaneamente com o grupo de estudo,
e que serve para a comparação dos
resultados. O modo como os grupos de
estudo e controle são formados gera os
diversos tipos de estudos analíticos.

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IV. ESTUDOS ANALÍTICOS
• Uma possibilidade de iniciar a investigação é partir-se da causa, ou seja, da
exposição, para verificar posteriormente o aparecimento da doença.
Estudos
De Coorte
Exposição Doença
(A causa) (O efeito)
Estudos
De Caso-Controle

Estudos Transversal 46
IV. ESTUDOS ANALÍTICOS
• Em uma segunda possibilidade, o ponto de partida da investigação é o
efeito, ou seja, a doença, de modo a investigar, retrospectivamente, os
fatores causais (estudo de caso-controle).
Estudos
De Coorte
Exposição Doença
(A causa) (O efeito)
Estudos
De Caso-Controle

Estudos Transversal 47
IV. ESTUDOS ANALÍTICOS
• Haverá a formação inicial de dois grupos: os “doentes” (os casos) e os
“não-doentes” (os controles);

Estudos
De Coorte
Exposição Doença
(A causa) (O efeito)
Estudos
De Caso-Controle

Estudos Transversal 48
IV. ESTUDOS ANALÍTICOS
• na terceira possibilidade, exposição e doença são detectadas
simultaneamente e os grupos formados, ao final, após a coleta dos dados
(estudo transversal).
• Haverá igualmente a formação de dois grupos seja de “expostos” e “não-
expostos”, ou de “doentes” e “não-doentes”.

Estudos
Exposição De Coorte Doença
(A causa) (O efeito)
Estudos
De Caso-Controle

Estudos Transversal 49
1. ESTUDO EXPERIMENTAL, DO TIPO “ENSAIO CLÍNICO
RANDOMIZADO”
Nesta modalidade de investigação, conforme foi visto, parte-se da
“causa” em direção ao “efeito”. Os participantes são colocados
“aleatoriamente” para formar os grupos: o de estudo e o de
controle. A alocação aleatória tem o objetivo de formar grupos
com características semelhantes. Em seguida, procede-se à
“intervenção”, em que se deseja avaliar os resultados, em apenas
um dos grupos, servindo o outro para termos de comparação dos
resultados.

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1. ESTUDO EXPERIMENTAL, DO TIPO “ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO”

Quadro 12.2 Estudo experimental (ensaio clínico randomizado): investigação


sobre a eficácia de uma vacina quando comparada com placebo
Grupos Casos de doença Total Taxa de
incidência (%)
Sim Não

Vacinados 20 980 1.000 2


Não-Vacinados 100 900 1.000 10
Total 120 1.800 2.000 6
Risco Relativo = 2/10 = 0,2
Intervalo de confiança de 95% para o risco relativo: 0,12 - 0,32
Eficácia da vacina = [(10-2)/10] × 100 = 80%
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Interpretação dos resultados
de um ensaio clínico
randomizado
• No ensaio de cunho preventivo,
usado aqui como ilustração,
ocorreram, durante a
investigação, menos casos da
doença no grupo vacinado:
apenas dois casos por cem
vacinados, contra 10 casos por
cem no grupo não-vacinado, o
que aponta para a utilidade do
produto na proteção da saúde da
população.
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Interpretação dos resultados de um ensaio clínico randomizado

A relação entre os dois grupos é


habitualmente expressa pelo “risco
relativo” (RR = 0, 2). Esta forma de síntese
nada mais é do que uma razão entre dois
riscos: a incidência em um grupo dividida
pela incidência no outro grupo. Os
cálculos estão no rodapé do quadro, e os
resultados apontam para uma eficácia da
vacina da ordem de 80%.

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Interpretação dos resultados de um ensaio clínico randomizado

Somente quando os grupos têm igual


incidência de casos, o risco relativo será
igual a 1, informando, em tal
eventualidade, que a vacina terá efeito
igual ao placebo, ou seja, sem utilidade
na prevenção da doença.

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Interpretação dos resultados de um ensaio clínico randomizado

A computação do risco relativo poderia


ser feita diferentemente: não importa a
taxa colocada no denominador, o que
muda é apenas a interpretação. O risco
relativo seria 5, na eventualidade da
divisão ser de maneira inversa (não-
vacinados/vacinados), informando a
ocorrência de um número maior de
fracassos no grupo de não-vacinados em
relação àquele que recebeu a vacina.
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Texto de referência:
PEREIRA, M G. Conceitos Básicos de Epidemiologia. In. PEREIRA,
M G. Epidemiologia: Teoria e prática. RJ Guanabara Koogan. 2008.

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