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B I O M A M ATA AT L Â N T I C A

Por: Fabíola Felix e Letícia Souza


A Mata Atlântica é o terceiro maior bioma do Brasil e a
segunda maior floresta pluvial tropical do continente
americano, com uma extensão original de cerca de
1.360.000 Km2. Possui uma das maiores
biodiversidades do mundo. Tem função reguladora do
BIOMA fluxo dos mananciais hídricos, mantém a fertilidade do
M ATA solo, controla o equilíbrio climático, e evita
deslizamentos de escarpas e encostas de regiões
AT L Â N T I C A serranas. Desde tempos coloniais vem sofrendo os
impactos da atividade exploratória e do crescimento
populacional e urbano, que causaram fragmentação de
ecossistemas, perda de biodiversidade e deterioração de
recursos naturais.
CARACTERÍSTICA
S GERAIS
P OS I ÇÃO G EO GRÁF IC A

A Mata Atlântica abrange cerca de 15% do


território nacional, em 17 estados. Se estende desde
o litoral do Nordeste até o Rio Grande do Sul
através de 17 estados (AL, BA, CE, ES, PI, GO,
MS, MG, RJ, SP, PB, PE, PR, SC, SE, RN, RS) e
adentra o interior do continente a partir das regiões
Sudeste e Sul até a Argentina e o Paraguai. Abriga
72% dos brasileiros (IBGE, 2014) e concentra 70%
do PIB nacional, além de possuir 2/3 das espécies
ameaçadas do país.
CARACTERÍSTI
CAS GERAIS
CLI MA P REDOM I NANTE

O clima tropical úmido predomina, mas o


tropical de altitude e subtropical também
ocorrem. A temperatura média anual varia de
10oC a 20oC e a precipitação média anual está
acima de 1000 mm, sendo bem distribuídos ao
longo do ano. O relevo é composto pelas
planícies litorâneas e pelos altiplanos do interior
do continente. O solo é bastante variável, desde
pouco fecundo em algumas regiões até altamente
fértil em outras.
CARACTERÍSTI
CAS GERAIS
FO RMA ÇÕE S VEG E TAI S

A Mata Atlântica é formada por um conjunto

de formações florestais e não-florestais florestais


distintos ao longo da sua extensão. Classificados
segundo critérios botânicos, fitofisionômicos,
geológicos, geográficos, e outros: Floresta
Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista,
Floresta Estacional Semidecidual, Floresta
Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Aberta,
restingas, manguezais, e Campos de Altitude.
FA U N A E F L O R A
Segundo CARDOSO1: “A Mata Atlântica apresenta
aproximadamente 20 mil espécies de plantas (2.7% do
total mundial), sendo 8 mil delas endêmicas; 530
espécies de mamíferos; 1.800 espécies de aves; 680
espécies de répteis; 800 espécies de anfíbios; e 3 mil
espécies de peixes (2,1% do total mundial). Há também
uma riqueza ainda não mensurada de invertebrados.
Myers et al.11 colocam a Mata Atlântica entre as 25
áreas mundiais de maior interesse em termos de
conservação (um hotspot) devido a sua grande
diversidade e ao elevado índice de espécies endêmicas,
também por causa do processo acelerado de
fragmentação do bioma e da consequente perda de
cobertura vegetal.”
POVOS ORIGINÁRIOS E
RESIDENTES
Í NDI O S NA M ATA AT LÂ NTI CA
A Mata Atlântica abriga grande diversidade cultural, constituída por povos
indígenas, como os Guaranis, e culturas tradicionais não-indígenas como o
caiçara, o quilombola, o roceiro e o caboclo ribeirinho. Apesar do grande
patrimônio cultural, o processo de desenvolvimento desenfreado fez com que
essas populações ficassem de certa forma marginalizadas e muitas vezes fossem
expulsas de seus territórios originais.

• No nosso estado, existem 4 terras de 4


• Foram encontradas 144 terras indígenas tribos distintas, que são: Guarani de
pelo bioma. Araponga, Guarani do Bracuí, Parati-Mirim
e Tekoha Jevy.
Atualmente, a Mata Atlântica é considerada o bioma mais
devastado e ameaçado do planeta, sofrendo um ritmo de
E S TA D O D E mudanças que está entre os mais rápidos observados. A
C O N S E R VA Ç necessidade de ações que visem à conservação é de grande
urgência. O bioma, por se estender ao longo da costa do
ÃO país, sofreu os impactos dos diversos ciclos econômicos
pelos quais o Brasil passou durante sua história
I M PA C T O S A N T R Ó P I C O S E
AMEAÇAS A BIODIVERSIDADE
O histórico de uso e ocupação e da degradação da mata atlântica começa com os índios e vem até hoje. Estima-se que a
cerca de 500 anos atrás havia cerca de dois a quatro milhões de índios no Brasil e uma grande parte deles vivia na Mata
Atlântica. Os índios extraiam material da floresta para construir moradias e cultivavam principalmente milho e mandioca.
Tal cultivo trazia a queima de trechos de mata para a formação de clareiras que após alguns ciclo tornavam-se inférteis,
demandando a degradação de novas áreas.

Já com a colonização houve a exploração desenfreada do pau-Brasil e a devastação de enormes áreas para a construção de
vilas e cidades. Assim como o uso do pau-Brasil, os engenhos de cana-de-açúcar – principal atividade econômica nos
séculos XVI e XVII – degradaram imensamente a Mata Atlântica.

Assim como esses, outros ciclos econômicos como “a mineração do ouro e diamantes, a criação do gado, as plantações de
café, a industrialização, a exportação de madeira e, mais recentemente, o plantio de soja e fumo, plantios florestais de
espécies exóticas e outras commodities foram dominando o bioma” (LARANJEIRA, REICHERT e SILVA – 2016).

Com isso, sabendo que 70% da população brasileira vive hoje na região coberta originalmente pela Mata Atlântica e que
com exceção do ciclo da borracha, todos os grandes ciclos econômicos brasileiros se passaram neste bioma, infelizmente a
Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais ameaçado da atualidade.

No décimo simpósio internacional de qualidade ambiental foi feito uma avaliação de impacto ambiental no bioma mata
atlântica, abaixo apresentamos a tabela produzida por eles:
Aspectos Ambientais Descrição Impactos ambientais Avaliação

Impactos são negativos; Direto para a perda


de habitat e indireto quanto ao desequilíbrio
da fauna local; O impacto ocorre na ADA1
para a perda de habitat e AII2 quando afeta o
A fragmentação ocorre Perda de habitat da fauna
equilíbrio da fauna local; Pode ser reversível
Fragmentação de áreas em função da supressão local; Desequilíbrio a fauna
desde que estabelecidos corredores ecológicos
de vegetação. local;
entre os fragmentos; Ocorrência imediata
para a perda de habitat e mediata para o
desequilíbrio da fauna local; A magnitude
destes impactos é considerada média.

Perda de biodiversidade e Impactos são negativos, Indiretos e ocorrem


A extração ocorre pela dos serviços ecológicos na AII, considerado reversível cessando o
Extração de madeira retirada legal e ilegal de prestado pela floresta, como aspecto, quanto à ocorrência é mediata e de
madeira da floresta manutenção do clima e do grande magnitude, visto a interferência no
ciclo hidrológico clima e regime hídrico.
São empreendimentos de
grande porte, sejam eles
A produção de renda e baixa de custos de
econômicos, turísticos,
produção são impactos positivos, já a poluição
industriais, imobiliários Poluição do ar, água e
dos corpos hídricos e solo são negativos. Estes
Industrialização e ou de transporte solo, produção de renda,
impactos negativos são diretos na AID3
poluição representam sempre uma diminuição de custos de
considerados irreversíveis visto às normas
alteração das produção
permissivas e de ocorrência imediata de
propriedades originais do
magnitude média.
ambiente onde são
instalados.

Esgotamento de recursos
Esgotamento das
naturais, perda de Impactos negativos indiretos que ocorrem na
nascentes dos rios
biodiversidade, AII, reversível desde que respeitado as áreas de
Esgotamento de nascentes destruição provocada pelo
diminuição na oferta de mata ciliar. Estes impactos são de ocorrência
desmatamento da mata
pescado para as mediata de média magnitude.
ciliar
populações ribeirinhas

Ocorre pela venda de


plantas e animais nativos
Diminuição da Impactos negativos indiretos localizados na AII,
Comércio ilegal de de forma ilegal
biodiversidade, extinção reversíveis de ocorrência mediata e de
plantas e animais geralmente sendo
de espécies magnitude média.
realizada no comércio
exterior.
REFERÊNCIAS
https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/Infograficos/Cole%C3%A7%C3%A3o6/MBI-Infografico-6.0-PTBR-matlantica-rev.jpg

https://mapbiomas-br-site.s3.amazonaws.com/Fact-Sheet-Mata-Atlantica.pdf

https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=estado+de+conserva%C3%A7%C3%A3o+mata+atl%C3%A2ntica&btnG=&lr=lang_pt&oq=estado+de+conserva%C
3%A7%C3%A3o+mata+a

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2659268977686313&id=2192204651059417

https://camaraecamara.wordpress.com/2009/12/29/mata-atlantica-brasil-continua-perdendo-sua-vegetacao-apesar-dos-esforcos-o-bioma-esta-desaparecendo-consulte-os-dados-calculos-e-
mapas/

http://mapas.sosma.org.br/site_media/download/atlas%20mata%20atlantica-relatorio2005-2008.pdf

http://grandereservamataatlantica.com.br/natureza/mata-atlantica/

https://www.ibflorestas.org.br/bioma-mata-atlantica

https://antigo.mma.gov.br/biomas/mata-atl%C3%A2ntica_emdesenvolvimento.html

https://antigo.mma.gov.br/images/imagens/responsabilidade_socioambiental/a3p/Folder-Alterado_copy.png

https://apremavi.org.br/mata-atlantica/moradores-da-mata/

https://cdn.esbrasil.com.br/wp-content/uploads/2021/09/21110227/Novo-Projeto-2021-09-21T110216.889.jpg

http://www.abes-rs.uni5.net/centraldeeventos/_arqTrabalhos/trab_20160919125136000000702.pdf

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