CLÁUDIO HIELTSIN CRN 5869 ESPECIALISTA EM GESTÃO DE SEGURANÇA DOS ALIMENTS RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA- 14
• Regulamento Técnico que estabelece os requisitos mínimos para avaliação
de matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas e seus limites de tolerância. PERIGOS BIOLÓGIOS- MICROBIOLOGIA DOS ALIMENTOS
• Os principais agentes de deterioração dos alimentos e causadores de
doenças alimentares são seres microscópicos. • Alguns desses microorganismos, porém, são fundamentais no processo de elaboração dos alimentos, tornando-se indesejáveis apenas quando sua multiplicação ocorre além dos padrões de normalidade. Quais os fatores de multiplicação dos microrganismos? • Os microrganismos precisam de condições adequadas para que se multipliquem nos alimentos: • Água – quanto maior a quantidade de água, maior é a multiplicação microbiana. São exemplos de alimentos ricos em água: carne bovina, suína, aves, pescados, leite e queijos. • Ar (oxigênio) – podem crescer na presença de ar, como em alimentos expostos ao ambiente (carne moída, frutas) ou na ausência de ar (enlatados, alimentos embalados à vácuo). • Tempo – as bactérias podem se multiplicar de 20 em 20 minutos e em pouco tempo se espalhar pelo alimento sendo capaz de causar Bactérias • As bactérias são constituídas por uma única célula procariótica- que não possui membrana nuclear, ou núcleo-, cujos principais componentes são: parede celular, membrana plasmática e citoplasma, presentes em todos os gêneros bacterianos; cápsula, fimbrias, flagelo e esporos, presentes apenas em algumas espécies. • Para se ter uma idéia, 1 célula após 2 horas já se multiplicou e formou 16 novas células e, após 6 horas, formou 1.000.000 de células. Para evitar a multiplicação dos microrganismos, Salmonella (Salmonelose)
• A transmissão se dá com a ingestão de alimentos contaminados com
fezes de animais a bactéria é encontrada normalmente em animais como galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo em animais domésticos, como cachorros e gatos. • Dessa forma, qualquer alimento que venha desses animais ou que tenha entrado em contato com suas fezes podem ser consideradas vias de transmissão da Salmonella (Salmonellose). • A febre tifóide, causada por S. typhi, que só acomete o homem e não possui reservatórios em animais. Normalmente, a forma de disseminação da infecção é interpessoal e através da água e alimentos contaminados com material fecal humano. Os sintomas são muito graves e incluem septicemia, febre alta, diarréia e vômitos. Após a infecção, os indivíduos podem se tornar portadores por meses ou anos, constituindo então uma fonte contínua de infecção. • Na febre entérica, o agente etiológico é a Salmonella paratyphi A, B e C, os sintomas clínicos são mais brandos que em relação à febre tifóide, podendo evoluir para septicemia e freqüentemente desenvolver um quadro de gastroenterite, febre e vômitos. O período de incubação é usualmente de 6 a 48 horas e a duração média da doença é de três semanas. Essa doença pode ser causada pelo consumo de água e alimentos, especialmente leite e vegetais crus, mariscos e ovos. • Quais são os sintomas da infecção por • Vômitos. Salmonella (Salmonelose não tifoide)? • Febre moderada. • Dor abdominal. • Os sintomas são semelhantes a outros problemas gastrointestinais, mas são • Mal estar geral. confirmados por meio de exames de • Cansaço. sangue e fezes, além da análise clínica do médico, conforme cada caso. • Perda de apetite.
• Os principais sinais e sintomas da
• Calafrios. infecção por Salmonella (salmonelose não tifoide) são: • Diarreia. EPIDEMIOLOGIA
• Vários são os fatores que contribuem para o surgimento ou aumento da
patogenicidade de várias doenças, entre os quais se destacam: • o crescente aumento da população, • a existência de grupos populacionais vulneráveis ou mais expostos, • o processo de urbanização desordenado e a necessidade de produção de alimentos em grande escala industrial. • Aliado a todos esses fatores, contribui ainda o deficiente controle dos órgãos públicos e privados, no tocante à qualidade dos alimentos disponíveis para consumo às populações. EPIDEMIOLOGIA • Na atualidade, ocorre variação no número de casos de febre tifóide e entérica, dependendo do país e das condições em que vivem as populações. Como exemplo, a incidência no Vietnã é de 198 e na Índia, de 980 para cada 100.000 habitantes, relação muito diferente encontrada nos Estados Unidos, que é de 7 para cada 100.000 habitantes. Essa diferença é em decorrência das condições higiênico-sanitárias precárias em que vive a população, associada ao uso de água não tratada para consumo e higiene pessoal. A estimativa mundial é de aproximadamente 16 milhões de novos casos de febre tifóide e entérica a cada ano e, desse total, 600.000 evoluem para óbito. Staphylococus aureus
• As intoxicações causadas por Staphylococcus aureus resultam da ingestão de
uma toxina pré-formada em alimentos contaminados com este microrganismo. Apesar destas intoxicações não serem particularmente severas, são muito frequentes, podendo ocorrer isoladamente ou em surtos. Staphylococus aureus
• O primeiro relato de uma intoxicação alimentar causada
por Staphylococcus foi provavelmente apresentado por Vaughan e Sternberg em 1884. • No entanto, só em 1914 Barber demonstrou de forma clara a intoxicação estafilocócica resultante do consumo de leite cru proveniente de uma vaca com mastite (Barber 1914). • S. aureus é uma bactéria Gram-positiva pertencente à família Micrococcaceae. As células têm a forma de cocos, apresentam-se frequentemente agrupados em cacho e são imóveis. Quando em condições favoráveis, produz toxinas – enterotoxinas – que são o agente responsável pela intoxicação alimentar. • Embora S. aureus esteja naturalmente presente nas membranas mucosas de todos os animais de sangue quente, os humanos são a principal fonte de estirpes produtoras de enterotoxinas. Estima-se que cerca de 40% dos indivíduos saudáveis sejam portadores assintomáticos da bactéria na nasofaringe. A transmissão a alimentos ocorre principalmente através da manipulação. As feridas infectadas são também veículo de contaminação de alimentos. • As vacas leiteiras também podem ser uma fonte de S. aureus, nomeadamente através do leite produzido por animais com mastite. Em certas situações a carne de vaca crua também pode representar um perigo. • S. aureus pode ainda colonizar equipamentos de produção ou de confecção de alimentos em zonas mais difíceis de limpar. • Os sintomas de intoxicação por S. aureus surgem, dependendo da quantidade de toxina ingerida, entre 1 e 7 horas após o consumo do alimento contaminado. Considera-se que S. aureus tem que estar presente numa concentração mínima de 105-106 por grama de alimento para que exista uma quantidade de toxina suficiente para causar doença, i.e., entre 0,1 e 1 micrograma. • Os sintomas mais comuns são náuseas e vômitos, por vezes acompanhados por diarréia e dores abdominais. A evolução clínica é, regra geral, favorável e os sintomas desaparecem normalmente ao fim de 48h.