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TEORIA

E PESQUISA
Prof. Neemias Oliveira
Princípios
Básicos
O desenvolvimento é ativo ou reativo? Contínuo ou
descontínuo?

• John Locke
• Sujeito - tabula rasa (tela em branco);
• Sociedade - constitui esse sujeito;
• Modelo Mecanicista - desenvolvimento humano como uma série de respostas previsíveis a
estímulos (quantitativo - contínuo).

• Jean Jacques Rousseau


• Sujeito - bons selvagens;
• Sociedade - corrompe;
• Modelo Organicista - desenvolvimento humano como algo iniciado internamente por um
organismo ativo e que ocorre numa sequência de etapas qualitativamente diferentes
(qualitativo - etapas).
Perspectiva
Psicanalítica
Desenvolvimento Psicossexual - Sigmund
Freud

Primeira Tópica

• Consciente
Informações/lembranças que são facilmente acessadas. Apenas o “necessário” para a nossa rotina.

• Pré-consciente
Abaixo do nível da consciência que pode ser acessada a qualquer momento, de acordo com a necessidade.

• Inconsciente
Formado por ideias, sentimentos/emoções e memórias (falsas e reais) que estão reprimidas e que a consciencia não pode
ter acesso; Não funciona de forma linear, mas atemporal; Apesar de não acessar a consciencia, o conteúdo inconsciente se
manifesta na consciencia por meio de atos falhos, sonhos, histerias (sintomas) e chistes.
Desenvolvimento Psicossexual - Sigmund
Freud

Segunda Tópica

• Id
Princípio do prazer - busca a satisfação imediata dos desejos e necessidades.

• Ego
Princípio da realidade - Razão; busca satisfazer o id sem desapontar o superego.

• Superego
Princípio da moralidade - Valores, crenças, deveres e proibições.
Desenvolvimento Psicossexual - Sigmund
Freud

Fases do Desenvolvimento Psicossexuais

• Oral (nascimento aos 12-18 meses)

• Anal (12-18 meses aos 3 anos)

• Fálica (3 à 6 anos) - Castração/Complexo de Édipo e Electra

• Latência (6 anos à puberdade)

• Genital (resto da vida)


Desenvolvimento Psicossocial - Erik
Erikson

• Na teoria de Erikson, o processo de desenvolvimento do ego, ou self, é influenciado por fatores sociais e culturais;

• Enquanto Freud sustentava que as primeiras experiências na infância moldavam permanentemente a personalidade,
Erikson afirmava que o desenvolvimento do ego se estende por toda a vida;

• Erikson divide o desenvolvimento em oito estágios e cada um gera uma crise/conflito de personalidade;

• Esses conflitos geram duas tendências: positiva e negativa;

• A positiva precisa ser dominante para que o desenvolvimento seja saudável;

• Mesmo assim, a negativa precisa existir em uma intensidade menor;

• O resultado desse imbate, tendo um desfecho ideal, gera uma virtude.


Desenvolvimento Psicossocial - Erik
Erikson

Estágios Psicossociais

Idade Estágio/conflito Resultado Virtude

Nascimento aos 12-18 meses Confiança básica vs Desconfiança O mundo como um lugar bom e seguro Esperança

12-18 meses aos 3 anos Autonomia vs Vergonha e dúvida Auto-suficiência Vontade

3 aos 6 anos Iniciativa vs Culpa Novas atividades Propósito

6 anos à puberdade (12 anos) Produtividade vs Inferioridade Habilidades sociais Habilidade

Puberdade ao adulto jovem (12 aos 20 anos) Identidade vs Confusão de identidade “Quem sou eu?” Fidelidade

Adulto jovem (20 aos 40 anos) Intimidade vs Isolamento Compromisso Amor

Vida adulta intermediária (40 aos 65 anos) Generatividade vs Estagnação Preocupação com a próxima geração Cuidado

Vida adulta tardia (Após 65 anos) Integridade vs Desespero Aceitação Sabedoria


Perspectiva
da Aprendizagem
Perspectiva da
Aprendizagem

• Visão do desenvolvimento em que as mudanças no comportamento resultam da experiência ou


adaptação ao ambiente.

• Desenvolvimento – Aprendizagem – contínuo (sem estágios) – mudança quantitativa

Behaviorismo:

• Teoria da aprendizagem que enfatiza o papel previsível do ambiente como causa do comportamento
observável;

• A pesquisa behaviorista concentra-se na aprendizagem associativa, quando um vínculo mental é formado


entre dois eventos;

• Os dois tipos de aprendizagem associativa são o condicionamento clássico e o condicionamento


operante.
Condicionamento
Clássico

Aprendizagem baseada na associação de um estímulo que


normalmente não elicia uma resposta com outro estímulo
que elicia a resposta.

Ivan Pavlov (1849-1936)

• O cara dos doguinhos!

• Base do condicionamento clássico

• Uma resposta natural (salivação) a um estímulo (comida) é


transferida para um segundo estímulo (os sons) por meio de
repetida associação entre um estímulo e outro.
S–R
(estímulo-resposta)
Condicionamento
Clássico

John B. Watson (1878-1958)

• Aplicou essas teorias de estímulo-resposta a crianças;

• O caso do “Pequeno Albert”:

“Nesse experimento, Albert foi exposto a um barulho intenso quando começou a golpear o rato.
Assustado com o barulho, ele começou a chorar. Depois de vários pareamentos do rato com o barulho,
Albert choramingava de medo quando via o rato. Albert também começou a apresentar respostas de
medo a coelhos e gatos brancos, e à barba de homens mais velhos. Embora o estudo tivesse falhas
metodológicas e nos dias de hoje seria considerado altamente antiético, sugeriu que o bebê podia ser
condicionado a ter medo de algo que antes ele não temera.”
Condicionamento
Operante

Aprendizagem que associa o comportamento às suas consequências. O indivíduo aprende com


as consequências de sua “operação” sobre o ambiente.

B. F. Skinner (1904-1990)

• Formulou os princípios do condicionamento operante, trabalhou principalmente com ratos e pombos,


mas sustentava que esses princípios aplicavam-se também aos seres humanos.

Reforço - processo que fortalece e incentiva a repetição de um comportamento desejado.

• Reforço positivo: oferece recompensa para manter o comportamento desejado.


• Reforço negativo: retirar algo de que a pessoa não gosta para manter o comportamento desejado.

Punição - processo que enfraquece e desencoraja a repetição de um comportamento.

*Se uma consequência é reforço ou punição depende da pessoa. O que é reforço para uns
poderá ser punição para outros.
Teoria da Aprendizagem Social (Social
Cognitiva)

Albert Bandura (1925 - 2021)

• Teoria segundo a qual os comportamentos são aprendidos pela observação e imitação de modelos. Processo
chamado de aprendizagem observacional ou modelagem;

• Determinismo Recíproco - Termo usado por Bandura para as forças bidirecionais que afetam o
desenvolvimento. Isso quer dizer que: a pessoa age sobre o mundo na medida em que o mundo age sobre a
pessoa;

• O ímpeto para o desenvolvimento vem da pessoa;

• Também chamada de Teoria Social Cognitiva (atualização - 1989): ênfase maior nos processos cognitivos;

• Os processos cognitivos operam à medida que as pessoas observam modelos, aprendem “fragmentos” de
comportamento e, mentalmente, juntam esses fragmentos em novos e complexos padrões de comportamento.

• Com o feedback desse comportamento, cria-se um senso de autoeficácia, ou seja, a confiança de que tem o
que é preciso para ser bem-sucedida.
Perspectiva
Cognitiva
Perspectiva
Cognitiva

• Concentra-se nos processos de pensamento e no comportamento que reflete esses processos;

• Essa perspectiva abrange tanto teorias mecanicistas quanto teorias organicistas;

• Teoria dos Estágios Cognitivos de Piaget


• Teoria Sociocultural de Vygotsky
• Teorias Neopiagetianas
• Teoria Psicogenética de Wallon
Teoria dos Estágios Cognitivos de
Piaget

• Jean Piaget (1896-1980)

• Piaget propôs que o desenvolvimento cognitivo começa com uma capacidade inata de se adaptar
ao ambiente;

• O desenvolvimento ocorre através de estágios, em cada etapa o crescimento cognitivo ocorre por
meio de três processos inter-relacionados:

• Organização
• Adaptação
• Equilibração
Teoria dos Estágios Cognitivos de
Piaget

• Processos

• Organização: criação de sistemas ou categorias de conhecimento, incorporando imagens da


realidade cada vez mais precisas, por meio de esquemas (ato de sugar);

• Adaptação: adaptação a novas informações sobre o ambiente, por meio da assimilação e


acomodação;

• Assimilação – absorver informações novas e incorporá-la às estruturas cognitivas existentes;

• Acomodação – ajustar as próprias estruturas cognitivas para encaixar a informação nova.

• Equilibração: esforço constante para atingir um equilíbrio estável, com a passagem da assimilação
para a acomodação (pássaro/avião).
Teoria dos Estágios Cognitivos de
Piaget

• Piaget descreveu o desenvolvimento cognitivo como ocorrendo em quatro estágios universais


qualitativamente diferentes;

• Cada estágio emerge num momento de desequilíbrio, ao qual a mente da criança se adapta
aprendendo a pensar de uma maneira nova ou modificada;

• Etapas do desenvolvimento cognitivo:

• Sensório-motor (0 a 2 anos)
• Pré-operatório (2 a 7 anos)
• Operatório concreto ( 7 a 11 anos)
• Operatório Formal (11 em diante)
Teoria dos Estágios Cognitivos de
Piaget

Sensório-motor (0 - 2 anos)
• Reflexos inatos - esquemas motores na resolução de problemas;
• Gradativamente vai adquirindo formas representacionais (pensamento);
• Centra-se no aqui agora;
• Construção do eu.

Pré-operatório (2 - 7 anos)
• Linguagem;
• Modificações cognitivas, afetivas e sociais;
• Formas representacionais (pensamentos por conceito);
• Pensamento egocêntrico (ausência de esquemas conceituais e da lógica), pensam que todos veem o mundo
como ela;
• Animismo;
• Não possui noção de conservação.
Teoria dos Estágios Cognitivos de
Piaget

Operatório Concreto (7 - 11 anos)

• Pensamento lógico (mais flexibilidade);

• Perda do egocentrismo (socialização);

• Reversibilidade do pensamento (noções de conservação);

• Enuncia, classifica (com bases concretas);

• Raciocínio coerente;

• Ações mentais com objetos passíveis de manipulação.

Operatório Formal (11 anos em diante)

• Raciocínio lógico (livre da realidade concreta);

• Trabalho abstrato (hipotético-dedutivo);

• Ao atingir esta fase, o indivíduo adquire sua forma final de equilíbrio. Ele consegue alcançar o padrão intelectual que
persistirá durante a idade adulta;

• Ampliação de conhecimentos tanto em extensão como em profundidade.


Teoria Sociocultural de Lev
Vygotsky

Lev Vygotsky (1896-1934)

• Processos sociais e culturais que orientam o desenvolvimento cognitivo da criança;

• Originada no social, de forma mediada e empregada voluntariamente;

• Assim como a teoria de Piaget, enfatiza o envolvimento ativo da criança com seu ambiente;

• Porém, o crescimento cognitivo como um processo colaborativo;

• Para Vygotsky, a aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida
do indivíduo. A criança aprende através da interação social;

• Vygotsky deu uma ênfase especial à linguagem, não simplesmente como uma expressão do conhecimento
e do pensamento, mas como um meio essencial para aprender e pensar sobre o mundo;

• Os adultos, ou os colegas mais desenvolvidos, devem ajudar a direcionar e organizar a aprendizagem da


criança antes que esta possa dominá-la e internalizá-la;

• Atividades compartilhadas ajudam a criança a internalizar os modos de pensar da sociedade, cujos hábitos
passam a ser seus;
Teoria Sociocultural de Lev
Vygotsky

Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP):

• Termo utilizado por Vygotsky para diferenciar o que a criança pode fazer sozinha e o que ela pode fazer com
ajuda;

• Com isso, a responsabilidade de direcionar e monitorar da aprendizagem aos poucos passa a ser da
criança.

• Exemplo:
Um adulto ensina uma criança a boiar: primeiro ele apoia a criança na água e depois vai soltando-a aos
poucos à medida que ela relaxa o corpo na posição horizontal.

• Alguns seguidores de Vygotsky têm utilizado a metáfora do andaime: suporte temporário para ajudar uma
criança a realizar uma tarefa.
Teoria Sociocultural de Lev
Vygotsky

Nível de Desenvolvimento Real


 
• Referente as conquistas que já estão consolidadas na criança, ela já aprendeu e domina;

• Indica os processos mentais da criança que já se estabeleceram;

• Representa as funções já amadurecidas.


 
Exemplos: andar de bicicleta, cortar com tesoura, dominar o teclado.

Nível de Desenvolvimento Potencial


 
• Referente ao que a criança é capaz de fazer mediante a ajuda de outra pessoa (adulto ou outra criança).
 
Exemplo: uma criança de 5 anos montando um quebra cabeça com ajuda de um irmão mais velho.
Teoria Psicogenética de Henri
Wallon

Henri Wallon (1879 - 1962)

• Wallon objetiva compreender a gênese dos processos psíquicos do ser humano, apresentando uma
concepção de desenvolvimento que inclui, de forma integrada, as dimensões intelectual, afetiva e motora;

• Sua teoria é considerada como a psicogênese da pessoa completa, pois compreende o ser humano em sua
totalidade, integrando razão, emoção e as influências sócio-culturais;

Campos funcionais:

• Movimento (ato motor ou motricidade);


• Afetividade;
• Inteligência;
• Pessoa (formação do eu).

• Apesar de distinguir quatro campos funcionais, Wallon trabalha com a ideia de integração funcional desses
campos, afirmando que esses são complementares e atuam de forma totalizante, considerando a criança
em sua totalidade, pensando-a de uma forma holística.
Teoria Psicogenética de Henri
Wallon

Concepção Dialética:

• Este é assinalado por conflitos, retrocessos, rupturas, em consequências das modificações ambientais,
constituindo um processo continuo que ocorre através de uma sucessão não linear de estágios.

De acordo com Wallon existem cinco etapas no desenvolvimento humano:

• Impulsivo-emocional
• Sensório-motor e projetivo
• Personalismo
• Pensamento categorial
• Puberdade-adolescência
Teoria das Inteligências Múltiplas
(neopiagetiana)

Howard Gardner (1995)

• Tradicionalmente, a inteligência é definida, com base no Quociente de Inteligência (QI), como uma
capacidade inata, geral e única, que possibilita aos indivíduos alcançarem um desempenho, maior ou
menor, em qualquer área de atuação e a habilidade de responder a itens em testes de inteligência;

• A inteligência é então medida e quantificada a partir de resultados de testes e técnicas estatísticas que
comparam indivíduos de distintas idades;

• Insatisfeito com a ideia de QI e com visões unitárias de inteligência as quais focalizam, principalmente, as
habilidades importantes para o sucesso escolar, Gardner propôs a Teoria das Inteligências Múltiplas,
pluralizando o conceito de inteligência;

• Apresenta como multifacetada e definida como a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos
que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários, partindo do pressuposto de que
os indivíduos possuem forças cognitivas diferenciadas e estilos cognitivos contrastante.
Teoria das Inteligências Múltiplas
(neopiagetiana)

• Gardner desconstruiu a ideia de inteligência como uma faculdade única que diferencia os indivíduos em dois
polos (“inteligentes”, de um lado, e os “burros” de outro);

• Propôs um conceito com base em um potencial biopsicológico que ajuda o indivíduo a processar
conhecimentos que podem ser ativados em um cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos
que sejam tidos como relevantes para uma determinada sociedade;

• Todo individuo possui potencial para desenvolver as diversas inteligências e deve ser estimulado para isso;

• Na opinião dele, as inteligências não podem ser vistas nem quantificadas porque simplesmente não são
como objetos
Teoria das Inteligências Múltiplas
(neopiagetiana)

Diante disso, propôs incialmente sete tipos de inteligência:

• Lógico-Matemática;
• Linguística;
• Corporal-cinestésica;
• Musical;
• Espacial;
• Interpessoal;
• Intrapessoal.

Posteriormente, a partir de ressonâncias foram incrementadas mais outras duas:

• Naturalista;
• Existencialista.

Ainda cogita a possibilidade de existirem outros tipos de inteligência;

Todas as inteligências estão presentes em todas as pessoas, mas em certas pessoas uma ou mais dessas
inteligências poderá se manifestar de uma forma mais acentuada.
Perspectiva
Contextual
Perspectiva
Contextual

• O desenvolvimento pode ser entendido apenas em seu contexto social;

• Os contextualistas veem o indivíduo não como uma entidade separada interagindo com o ambiente, mas como parte
inseparável dele;

• A teoria sociocultural de Vygotsky, que discutimos como parte da perspectiva cognitiva, também pode ser classificada
como contextual.

• As descobertas sobre o desenvolvimento de pessoas numa determinada cultura ou num grupo dentro de uma cultura
(como brasileiros brancos e de classe média) talvez não se aplique igualmente a pessoas de outras sociedades ou
grupos culturais.

Teoria Bioecológica de Bronfenbrenner (1917-2005)

Identifica cinco níveis de influência ambiental, variando do mais íntimo para o mais amplo:

• Microssistema
• Mesossistema
• Exossistema
• Macrossistema
• Cronossistema
Teoria Bioecológica de
Bronfenbrenner
Teoria Bioecológica de
Bronfenbrenner

• Para Bronfenbrenner, a pessoa não é meramente uma resultante do desenvolvimento, mas também alguém
que molda esse desenvolvimento por meio de suas características biológicas e psicológicas, seus talentos,
habilidades, deficiências e temperamento;

• Ao observar os sistemas que afetam os indivíduos na família e além dela, essa abordagem bioecológica nos
ajuda a ver a variedade de influências sobre o desenvolvimento.
Perspectiva
Evolucionista/
Sociobiológica
Perspectiva
Evolucionista/Sociobiológica

E. O. Wilson (1929-2021)

• Sobrevivência do grupo ou da espécie – Teoria da evolução de Darwin;

Valor da adaptação

• Características mais adaptativas são selecionadas (transmitidas para gerações futuras) e as menos
adaptativas desaparecem;

• Busca perpetuar o legado genético.

Psicologia Evolucionista

• Aplicação dos princípios de Darwin da seleção natural e sobrevivência dos mais adaptados ao
comportamento individual;

• Considera o ambiente como fator que influência o sujeito e seu desenvolvimento.


Perspectiva
Humanista
Perspectiva
Humanista

Carl Rogers (1902-1987)

• Existe uma base orgânica para o processo de valores e estes não são exclusivamente culturais;

• Essa base orgânica para a elaboração dos valores é tão mais eficaz quanto mais a pessoa é aberta às
suas próprias experiências, inclusive às suas vivências internas;

• Se repete em pessoas diferentes e tem orientações comuns à vida em geral;

• Faz parte do funcionamento do processo vital de qualquer organismo saudável e tem relação direta com a
própria sobrevivência individual e coletiva;
Perspectiva
Humanista

Criança pequena

• Elas preferem algumas coisas e rejeitam outras, mesmo com pouca experiência de vida;

• As crianças preferem as experiências que mantêm, aperfeiçoam ou tornam efetivo o seu organismo,
rejeitando aquelas que comprometem o seu bem-estar;

• É flexível e mutante, e não rígida: ela valoriza segurança, mas pode rejeitá-la em outro momento em troca
de novas experiências;

Exemplo:

• A fome é valorada de forma negativa. O alimento é valorado positivamente, mas passa a sê-lo de forma
negativa quando a criança já está satisfeita;

• A dor também é valorada negativamente, sem que ninguém ensine que a dor é dolorosa;

• A segurança e as experiências de descoberta são valoradas positivamente.


Perspectiva
Humanista

A criança é naturalmente integrada

• A família, a escola e as demais relações sociais, quando autoritárias ou paternalistas, que vão
progressivamente afastando a criança de suas próprias percepções, enfraquecendo a base corporal de
referência e fragmentando o eu, ao negar o corpo e as emoções;

• Esse processo provoca o afastamento da experiência, reduz a autoconfiança e aumenta a dependência em


relação aos valores instituídos, uma vez que a criança e o jovem têm enfraquecida a sua relação com a
realidade (base orgânica): está montado o cenário para o domínio do eu (socialmente aceito);

• A base orgânica, ou a experiência corporal, é ainda a referência para escolhas, mesmo que de forma
indireta;

• Mesmo no contato com símbolos ou situações imaginadas, recorremos a alguma experiência primária,
anterior, e às sensações que ela nos causou para podermos avaliá-las;

• A capacidade de simbolizar, em conjunto com a memória, é que nos permite fazer essa conexão, mas ela
nunca se emancipa por completo da experiência corporal.
Perspectiva
Humanista

Com isso...

• A reversão desse processo de fragmentação interna ocorre quandoa pessoa encontra um clima de
aceitação e confiança, que lhe permita entrar em contato mais intenso com sua própria experiência e
resgatar a autenticidade do eu;

• Esse clima e as relações interpessoais que o caracterizam ajudam a pessoa a se aceitar, ao invés de negar
seus sentimentos e sensações;

• A vivência do que está ocorrendo em seu íntimo é empaticamente compreendida e valorizada e ela tem a
liberdade de experienciar os seus próprios sentimentos e os dos outros, sem se sentir ameaçada por fazê-
lo;

• Ao amadurecer nesse processo, a pessoa se aproxima (nesse aspecto) da criança pequena que ainda não
aprendeu a negar, em sua consciência, os processos que ocorrem no seu íntimo.
Bibliografi
a

• ALMEIDA, R. da S.; CRISPIM, M. S. da S.; SILVA, D. S. da; PEIXOTO, S. P. L. A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE
HOWARD GARDNER E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: CONSTRUINDO UMA EDUCAÇÃO PARA TODOS.
Caderno de Graduação - Ciências Humanas e Sociais - UNIT - ALAGOAS, [S. l.], v. 4, n. 2, p. 89, 2018.

• DA SILVA, Leonice M. Kaminski. Existe uma inteligência existencial/espiritual? O debate entre H. Gardner e RA Emmons. Revista de
Estudos da Religião, n. 3, p. 47-64, 2001.

• DAUTRO, Grazziany Moreira et al.. A teoria psicogenética de wallon e sua aplicação na educação. Anais V CONEDU... Campina Grande:
Realize Editora, 2018.

• MOGILKA, M. Educação, desenvolvimento humano e cosmos. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 363-377, set./dez. 2005
• PAPALIA, E. Diane; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento Humano.Porto Alegre: Artmed, 2013.

• PILETTI, Nelson; ROSSATO, Solange Marques; ROSSATO, Geovanio. Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo: Contexto, 2014.

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