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PRÉ NATAL

PRÉ NATAL
• A captação de gestantes para início oportuno do pré-natal, é essencial para o
diagnóstico precoce de alterações e para a realização de intervenções adequadas
sobre condições que tornam vulneráveis a saúde da gestante e a da criança.
10 PASSOS PARA O PRÉ NATAL DE BAIXO RISCO NA ATENÇÃO BÁSICA
1°PASSO: iniciar o pré-natal na APS até a 12ª semana de gestação (captação
precoce);
2°PASSO: garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à
atenção pré-natal;
3°PASSO: assegurar a solicitação, realização e avaliação em tempo oportuno do
resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal;
4°PASSO: promover a escuta ativa da gestante e de seu acompanhante,
considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente
um cuidado biológico: "rodas de gestantes“;
• 5°PASSO: garantir o transporte público gratuito da
gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário;
• 6°PASSO: é direito do parceiro ser cuidado (realização de
consultas, exames e ter acesso a informações) antes,
durante e depois da gestação;
• 7°PASSO: garantir o acesso à unidade de referência
especializada;
• 8°PASSO: estimular e informar sobre os benefícios do
parto fisiológico;
• 9°PASSO: toda gestante tem direito de conhecer e visitar
previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz
(vinculação);
• 10°PASSO: as mulheres devem conhecer e exercer os
direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal.

CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DO ALTO RISCO

Hipertensão arterial crônica com pressão arterial > ou = 150/100 mmHg


Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG/Pré eclâmpsia)

Cardiopatias; Nefropatias ;Pneumopatias

Doenças do colágeno ( Lupus Eritematoso Sistêmico, Artrite Reumatóide, etc)

Diabetes
 Melitus ( prévia ou gestacional)

Doenças tireoidianas ( hiper ou hipotireoidismo)

Anemias graves ( ou hemoglobinopatias)

Epilepsia não controlada

Ameaça de parto prematuro ou com perdas gestacionais de repetição (3 ou mais)

Neoplasias
Gestação múltipla (3 fetos ou mais)

polidrâmnios; oligohidrâmnios

crescimento intra uterino retardado (CIUR)

anomalias uterinas (útero bicorno, septado)

placenta prévia total; mal formação fetal

teste
 de Coombs indireto positivo (deve ter exame comprobatório); Isoimunização feto-materna

(Doença
 hemolítica perinatal ou eritoblastose fetal)

Infecções (Toxoplasmose, sífilis com tratamento não penicilínico ou complicada, HIV/Aids

Outros
 agravos e diagnósticos que podem ocorrer durante o pré natal
OBS: OS ENCAMINHAMENTOS DEVERÃO SER ACOMPANHADAS DE MINUCIOSO RELATÓRIO MÉDICO E OU DE
ENFERMAGEM, RESULTADOS DE EXAMES QUE AS JUSTIFIQUEM, DEVE SER O MAIS PRECOCE POSSÍVEL PARA Os
LOCAIS DE REFERÊNCIA
FATORES DE RISCO PARA DIABETES MELLITUS GESTACIONAL

 ter mais de 25 anos;

 Antecedentes mórbidos familiares com Diabetes;

 Histórico de filhos :

 pesando mais de 4 kg ao nascer;


 abortos ou natimortos;
 com malformação fetal;
 Obesidade ou aumentado excessivo de peso durante a gestação > 12 Kg

 Polidrâmnio; DHEG;
CONSULTA DO PRÉ NATAL

NA PRIMEIRA CONSULTA DE PRÉ-NATAL:


• deve ser realizada a Anamnese
• investigado aspectos epidemiológicos
• antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétrico
• situação da gravidez atual.
 ROTEIRO DA 1ª CONSULTA:
I. História clínica (observar dados a serem anotados no cartão da gestante) 
Identificação:
• nome, idade, cor, naturalidade, procedência, endereço atual 
Dados socioeconômicos;
• Grau de instrução, profissão/ocupação, estado civil; renda familiar
• Cond. de moradia e saneam. (tipo, nº de cômodos, água/esgoto,coleta de lixo); 
Antecedentes familiares:(anotar patologia e grau de parentesco
• hipertensão arterial; diabetes mellitus; doenças congênitas; gemelaridade;
• câncer de mama e/ou do colo uterino;
• hanseníase; tuberculose; doença de Chagas;
• parceiro sexual portador de infecção pelo HIV, Sífilis, Hepatites B e C.
ANTECEDENTES PESSOAIS:
• hipertensão arterial crônica;

• cardiopatias, inclusive doença de Chagas;


• diabetes mellitus;
• doenças renais crônicas;
• anemias e deficiências de nutrientes específicos;
• desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, sobrepeso, obesidade);
• epilepsia;
• doenças da tireóide e outras endocrinopatias;
• malária; viroses (rubéola, hepatite); alergias;
• hanseníase, tuberculose ou outras doenças infecciosas;
• portadora de infecção pelo HIV (em uso de retrovirais? quais?);
• infecção do trato urinário;doenças neurológicas e psiquiátricas;
• cirurgia (tipo e data); transfusões de sangue.
 ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS:
• Menarca; ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade);
• uso de métodos contraceptivos prévios (quais, tempo e motivo do abandono);
• infertilidade e esterilidade (tratamento);
• doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados/ parceiro);
• doença inflamatória pélvica; mamas (alteração e tratamento);
• cirurgias ginecológicas (idade e motivo); último exame PCCU (data e resultado)
 SEXUALIDADE:

• Coitarca (início da atividade sexual / idade / motivação);


• dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
• prática sexual na gestação atual e em gestações anteriores;número de parceiros em época recente ou
pregressa;
• uso de preservativos sexuais (uso correto? uso habitual?).

 
ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS:
• número de gestações ( abortamentos, gravidez ectópica, mola hidatiforme);
• número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais , fórceps, cesáreas indicações);
• número de abortamentos (espontâneos, provocados, causados por DST, infecções, curetagem pós-
abortamento);
• número de filhos vivos;
• idade na primeira gestação; intervalo entre as gestações (em meses);
• isoimunização Rh;
• número de RN: pré-termo (antes da 37ª , pós-termo (igual ou > 42ª )
• número de RN : baixo peso (menos de 2.500 g e > 4.000 g);
• mortes neonatais precoces: até sete dias de vida (número e motivo )
• mortes neonatais tardias: entre 07 e 28 dias de vida (número e motivo )
• natimortos (morte fetal intra-útero , IG em que ocorreu);
• RN com icterícia, transfusão, hipoglicemia.
• intercorrências ou complicações em gestações anteriores (especificar);
• complicações nos puerpérios (descrever);
GESTAÇÃO ATUAL:

• data do dia/mês/ano da última menstruação - DUM ( em dúvida adotar 05, 15 ou 25, como inicio, meio e fim

do mês como possível data)

• calcular: data provável do parto – DPP, idade gestacional – IG e Índice de massa corpórea IMC

• peso prévio e altura;

• sinais e sintomas na gestação atual

• hábitos alimentares; hábitos e vícios nocivos à saúde

• medicamentos usados na gestação;

• internação durante a gestação atual;

• hábitos: fumo , álcool e drogas ilícitas;

• ocupação habitual domiciliar e laboral (avaliar esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos
potencialmente nocivos, estresse);

• aceitação da gravidez; pela mulher, parceiro e família

• identificar gestantes com situação de vulnerabilidade social.


II. EXAME FÍSICO
Geral:

• determinação do peso
• estatura
• medida da pressão arterial
• inspeção da pele e das mucosas;
• palpação da tireoide, região cervical e axilar(pesquisa
• de nódulos ou outros achados);
• ausculta cardiopulmonar;
• exame do abdômen
• membros inferiores;
• pesquisa de edema (face, tronco, membros).
 
ESPECÍFICO (GINECO-OBSTÉTRICO):

• exame clínico das mamas( pesquisar possíveis alterações S/N seguir recomendações
do INCA)

• palpação obstétrica; terceiro trimestre com identificação da situação e apresentação


fetal;

• medida da altura uterina;

• ausculta dos batimentos cardíacos fetais (com sonar, após 12 semanas);

• inspeção dos genitais externos;

• toque vaginal de acordo com a necessidade; orientados pela história e queixas da


paciente

• Exame especular, quando for realizada coleta de material para exame papanicolau;

 
EXAMES SOLICITADOS NO 1º TRIMESTRE
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DO PRÉ NATAL

  Para um bom acompanhamento pré-natal, é necessário


que a equipe de saúde realize correta e uniformemente
os procedimentos técnicos durante o exame clínico e
obstétrico. São eles :
Cálculo da Data Provável do Parto (DPP)
Cálculo da Idade Gestacional (IG)
Aferição da Pressão Arterial
Palpação Obstétrica
Medida da Altura Uterina (AU)
 
CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP):
 Estimar o período provável de nascimento
 A forma mais usada de se fazer esse cálculo á através da Regra de
Naegele
 A data da última menstruação, precisa ser conhecida pela mulher.
 Caso a mulher desconheça , adota-se as datas: 5 ou 15 ou 25,
considerando início, meio e final do mês como data estimada da DUM
 Quando a data do DUM (Data da última menstruação) acontecer :
• nos meses 1 ,2 ,3; adiciona-se o nº 7 ao dia e o nº 9 ao mês os quais
corresponderão aos números de dias da semanas e ao número de meses do
ano respectivamente.
EXEMPLO 1- DUM: 15/02/2017 → 15+ / 2+/ 2017
7 9
DPP: 22 / 11 / 2017
Quando a data do DUM acontecer:
• nos meses de 4 a 12; adiciona-se o n º 7 ao dia e subtrai-
se o nº 3 ao mês, os quais corresponderão aos número de
dias da semanas e ao número de meses do ano
respectivamente.
EXEMPLO 2- DUM: 10/04/2017→ 10+ / 4- / 2017
7 3
DPP: 17 / 1 / 2018
CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG)
• Estimar o tempo de gravidez a idade do feto.
• Para isso é importante que a gestante conheça a DUM.. Soma-se
o número de dias à partir da data da DUM até a data da consulta
• o total do resultado, será dividido por 7 (número de dias da
semana), logo obtém-se o resultado em semanas.
EXEMPLO: DUM: 27/11/ 2017 novembro-------03
dezembro-------31
janeiro-----------31
fevereiro--------10
___
75 / 07
= 10 semanas e 05 dias
 AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL NA GESTANTE.

 Detecta precocemente processos hipertensivos.

 A pressão arterial deve ser aferida e avaliada em todas as consultas.

 É importante certificar-se que:

• O aparelho esteja calibrado;


• A gestante esteja relaxada, não tenha participado de exercício físico,
• não tenha ingerido bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumo nos últimos 30 minutos antes de ser avaliado
• avaliar o seu estado emocional antes da aferição

 É CONSIDERADO HIPERTENSÃO DA GESTAÇÃO QUANDO:

 A pressão sistólica encontra-se acima ou igual a 140 mmHg e a diastólica acima ou igual a 90 mmHg em duas
ocasiões;
 O aumento da pressão sistólica em 30 mmHg e da diastólica em 15 mmHg em relação aos níveis tensionais da 16ª
semana;
 A presença da pressão diastólica acima de 110 mmHg em qualquer oportunidade de aferição.
PALPAÇÃO OBSTÉTRICA

 A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina


 iniciar-se pela delimitação do fundo uterino,
 bem como de todo o contorno da superfície uterina (esse procedimento reduz o
risco de erro da medida da altura uterina).
A identificação da situação e da apresentação fetal é feita por meio da palpação
obstétrica
Procura-se identificar os polos cefálico e pélvico e o dorso fetal, facilmente
identificados a partir do terceiro trimestre
SITUAÇÃO

O feto pode estar em situação longitudinal (mais comum) ou


transversa.
A situação transversa reduz a medida de altura uterina,
podendo falsear sua relação com a idade gestacional
APRESENTAÇÃO

O feto pode estar em situação longitudinal (mais comum) ou


transversa.
A situação transversa reduz a medida de altura uterina,
podendo falsear sua relação com a idade gestacional
As apresentações mais frequentes são a cefálica e a pélvica.
MEDIDA DA ALTURA UTERINA

Estimar o crescimento fetal, correlacionando-se a medida da altura


uterina com o número de semanas de gestação.
 Na figura acima, é mostrada a técnica de medida, na qual a
extremidade da fita métrica é fixada na margem superior do púbis com
uma das mãos, deslizando a fita entre os dedos indicador e médio da
outra mão, até alcançar o fundo do útero com a margem cubital dessa
mão.
 

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