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AULA 3 – CARTOGRAFIA E

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
PROF. DR.: JOÃO VICTOR MORÉ RAMOS
(1 FASE)
O QUE É CARTOGRAFIA?
• A cartografia é a ciência que se dedica à representação do espaço geográfico por
meio do estudo, análise e confecção de cartas ou mapas. Os seus produtos,
entretanto, não se limitam aos mapas: plantas, croquis e o globo terrestre são
outros resultados diretos da aplicação dos conhecimentos cartográficos. Essa
ciência utiliza-se de uma série de técnicas para que seja possível a reprodução
do espaço, de parcelas do espaço ou, ainda, de alguns de seus aspectos em uma
escala reduzida e da forma mais acurada possível. A cartografia é associada
ainda à arte, emprestando dela algumas técnicas. A definição de cartografia que
se tem hoje foi estabelecida, no ano de 1996, pela Associação Cartográfica
Internacional (AIC), sendo a mais aceita e amplamente utilizada.
PARA QUE SERVE A CARTOGRAFIA?

• Muitas utilidades podem ser atribuídas à cartografia e aos seus


produtos. A primeira delas é a localização de um determinado
referencial na superfície terrestre, desde áreas das mais extensas,
como continentes e países, até pontos específicos de um
determinado lugar, como um bairro ou uma residência. Associado a
isso, a cartografia serve ainda para a orientação no espaço e para
auxiliar nos deslocamentos, o que é feito com a utilização de
mapas e bússolas ou GPS.
• Entre as funções da cartografia, está o auxílio na orientação
espacial. Por meio das técnicas cartográficas, cria-se uma série de
produtos que nos auxiliam no estudo e compreensão de várias
características do espaço físico, como: relevo hidrografia climas
distribuição dos tipos de solo localização e limites dos biomas etc.
A cartografia permite também a espacialização de informações
geográficas úteis para tomadas de decisões na esfera polícia,
gestão e planejamento e para o desenvolvimento de estratégias de
caráter político, social ou econômico. Para tal, são utilizados os
mapas: políticos populacionais de redes de transporte econômicos
de uso da terra, e de uma variedade de outros temas
HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
• A necessidade de conhecer, em detalhes, o espaço onde se habita, seja para a exploração e ocupação da superfície, seja
para a proteção, unida da curiosidade inerente ao ser humano, fez com que tenhamos registros de mapas muito antigos,
datando de milênios antes da era atual. O mapa de Ga-Sur é um dos mais antigos a serem catalogados (entre 4500 a.C.
e 2500 a.C.), produzido pelos babilônios e encontrado onde ficava o território da Mesopotâmia. Outras representações
tão antigas quanto foram encontradas em ilhas do Pacífico e na Ásia. No entanto, pode-se afirmar que esses não são os
únicos e que mapas ainda mais antigos existam em outras regiões do planeta. Os conhecimentos desenvolvidos na
Grécia Antiga possuem papel fundamental na estruturação da ciência cartográfica, com nomes como Anaximandro de
Mileto (611-547 a.C.) e Eratóstenes de Cirene (276-196 a.C.). Atribui-se a maior contribuição a Claudio Ptolomeu
(90-186 d.C.), autor da obra Geografia, dividida em oito volumes, nos quais há a explanação de conceitos empregados
atualmente, como projeções cartográficas, e um dos primeiros atlas de que se tem conhecimento. O período das
grandes navegações representou significativo avanço para a cartografia, tendo em vista a necessidade de mapas cada
vez mais detalhados e precisos para a navegação. Destaca-se, no período, a obra de Gerhard Mercator (1512-1594). O
mapa-múndi de Mercator, publicado em 1569, retrata os paralelos e meridianos em linha reta e formando ângulos de
90º entre si, feitos por uma projeção cilíndrica. Não obstante as distorções em áreas mais afastadas da Linha do
Equador, a projeção de Mercator é hoje uma das mais utilizadas para a confecção de mapas.
• O cartógrafo,
matemático e geógrafo
Gerhard Mercator
(1512-1594) é
considerado um dos
pais da cartografia.
CARTOGRAFIA CONTEMPORÂNEA
• A partir do século XX, as técnicas empregadas para a confecção de mapas e outros
produtos cartográficos experimentaram avanço substancial. Isso se deveu
principalmente à aerofotogrametria, que consiste na captura de imagens da
superfície terrestre por meio de uma câmera acoplada a uma aeronave ou balão.
Essa técnica de captação surgiu ainda no início do século e aperfeiçoou-se durante
as duas Guerras Mundiais. Pode-se considerar o advento da aerofotogrametria uma
das técnicas iniciais do sensoriamento remoto. O desenvolvimento de satélites, em
meados do século XX, e o aprimoramento dos seus sensores com o passar do tempo
representam outro marco na cartografia, permitindo não somente a captação cada
vez mais detalhada de imagens da superfície terrestre ou de parte dela como ainda a
coleta de informações diversas da localidade visada, como cobertura vegetal,
temperatura da superfície e presença de fumaça ou nuvens.
IMAGEM AÉREA DA
CIDADE DE BRASÍLIA
PRODUZIDA PELO
SATÉLITE LANDSAT.
ESSA TECNOLOGIA É
UMA DAS PRINCIPAIS
ALIADAS DA
CARTOGRAFIA
CONTEMPORÂNEA.
• A modernização do conjunto de técnicas do sensoriamento remoto no
decorrer dos anos, sobretudo a partir do final do século XX, garante maior
precisão no estudo e análise de informações bem como a composição de
cartas e de mapas por meio do emprego das ferramentas de
geoprocessamento, que incluem programas de edição, análise e
processamento de dados espaciais, como o ArcGIS. O geoprocessamento
compõe um quadro maior de geotecnologias que chamamos de Sistemas de
Informação Geográfica (SIG). Os SIGs, por sua vez, consistem em uma série
de equipamentos e softwares utilizados para a coleta e processamento de
dados e imagens, podendo ter diversas finalidades de acordo com o usuário,
como pesquisadores, estudantes, gestores e ONGs. O Sistema de
Posicionamento Global, ou GPS, parte dos SIGs, é outro instrumento de
extrema importância para a cartografia contemporânea e tem se tornado cada
vez mais parte do nosso cotidiano.
TIPOS DE CARTOGRAFIA
• A cartografia pode ser dividida em duas grandes áreas:
• Cartografia sistemática: ramo da cartografia dedicado à representação das
características físicas da superfície terrestre, e por essa razão é também chamada
de cartografia topográfica. As informações representadas são de caráter genérico
e, por isso, duradouras no tempo, sendo coletadas e replicadas por meio de
técnicas específicas.
• Cartografia temática: ramo da cartografia dedicado à produção de mapas com
base em informações geográficas diversas, não se restringindo às dimensões
físicas de uma área. Seus produtos indicam a ocorrência espacial de fenômenos
específicos, como econômicos, sociais, demográficos e mesmo naturais. Por
essa razão, recebe o nome também de cartografia geográfica.
CONCEITOS DE CARTOGRAFIA
• Coordenadas geográficas: são valores numéricos que indicam a localização de um objeto ou
ponto qualquer na superfície terrestre. São definidas com base nos valores de latitude e
longitude, indicadas, respectivamente, pelos paralelos e meridianos.
• Projeção cartográfica: são representações da Terra em uma superfície plana. Para isso,
baseiam-se em uma rede composta por linhas imaginárias horizontais e verticais (paralelos e
meridianos) perpendiculares entre si. São classificadas quanto à superfície de projeção
(cônica, cilíndrica, plana) e quanto às suas propriedades (conforme, equidistante, equivalente).
• Escala cartográfica: é uma relação numérica (proporção) entre as dimensões de uma
superfície, conforme são representadas no mapa, e suas dimensões reais, medidas de forma
linear. Uma escala de 1:250.000 expressa em centímetros, por exemplo, indica que cada
centímetro do mapa corresponde a 250.000 cm ou 2,5 km na superfície do terreno.
• Mapas: são representações gráficas, em escala reduzida, da superfície terrestre ou de parte
dela sobre um plano. Podem ainda representar espacialmente determinadas informações
geográficas, compondo, assim, os mapas temáticos.

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