Você está na página 1de 32

DEPRESSÃO NA TERCEIRA IDADE

OBJETIVOS DO TRATAMENTO

Melhorar é importante, mas não é o


suficiente.

Manter-se bem também é importante e


faz parte do tratamento.
OBJETIVOS

• Remissão de sintomas
• Recuperação funcional
• Prevenir recaídas e recorrências
• Evitar a evolução para um quadro clínico refratário
• Evitar consequências como quadro demencial e suicídio
• Diminuir a carga para a família
REMISSÃO DOS SINTOMAS

• PHQ < 5

• Resposta sem remissão de sintomas continua associado a:


Sintomas incapacitantes
Comprometimento funcional
Risco aumentado para recaídas e recorrências
Uso inadequado do sistema de saúde
REMISSÃO DOS SINTOMAS

• Manter o paciente em tratamento prolongado previne recorrências e


recaídas, visto que esta população tem um alto risco destes eventos.

• Do ponto de vista da neurociência, há evidência de que o tratamento pode


promover saúde cerebral e possivelmente diminuir o risco de quadros
demenciais.
NÃO ESQUECER

• Quase sempre vem associado à outros problemas clínicos e


problemas psicossociais.
• Importante que haja tratamento e cuidado à estas questões
associadas
EM BUSCA DA REMISSÃO COMPLETA

• Troca de antidepressivo, associação de fármacos.


• Psicoterapia
• Terapia Familiar
• Inclusão social
MÁXIMA NA TERCEIRA IDADE

• A dose que remite os sintomas deverá ser a dose de


manutenção.
• Se foi necessário introdução de um segundo fármaco, ele
deverá ser mantido na manutenção.

FARMACOTERAPIA

• Tratamento deve ser personalizado, e não padronizado.

• Deverá ser levado em conta as preferências do paciente e


seus valores.

• Se houve resposta prévia a algum fármaco, é interessante


retomá-lo no tratamento atual, porém considerando que a
cada novo episódio há um risco aumentado de resistência
ao tratamento.
FARMACOTERAPIA

• Ensaio Adequado:
Pelo menos 4 semanas com dose terapêutica
Investir no primeiro fármaco até sua dose máxima tolerada
antes de associar outro fármaco ou trocar.

• Combinar psicoterapia sempre que possível.


PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO

• Resposta completa pode levar de 3-4 meses


• Caso haja associação de fármacos, isso pode levar de 6-7
meses.
• Iniciar com doses baixas, aumentar devagar, porém sempre
progressivo enquanto não há remissão.

• A dose que remitiu deverá ser mantida sempre.


PRIMEIRA LINHA

• IRSS E IRNS
• BUPROPIONA
AUSÊNCIA DE RESPOSTA

• MUDAR DE CLASSE
• ECT
RESPOSTA PARCIAL

• ADICIONAR PSICOTERAPIA
• ASSOCIAR MEDICAÇÃO
• TROCAR A PRIMEIRA
ASSOCIAÇÃO

• ARIPIPRAZOL
• CARBONATO DE LÍTIO
• QUETIAPINA
ARIPIPRAZOL

• Associação com aripiprazol (2 – 15mg)


RCT avaliou a introdução de aripiprazol após uso de
venlafaxina na dose máxima de 300mg/dia por 12 semanas
sem remissão de sintomas. Este ensaio demonstrou que esta
associação aumentou a chance de remissão e intensificou o
alívio dos sintomas.
NORTRIPTILINA

• Para os pacientes que não responderam à associação ou


troca de IRSS.
• Há bastante evidência da nortriptilina para a população
idosa.
• Também há evidência da associação nortriptilina + lítio.
NORTRIPTILINA

• Para pacientes acima de 50 anos  ECG antes de iniciar o


tratamento.
• Se risco metabólico, solicitar glicemia, perfil lipídico
• Se comorbidades: solicitar K e Mg periodicamente
NORTRIPTILINA

• Pode ser dado em tomada única (noite)


• Começar com 10mg/noite, ajuste de 3-7 dias para
25mg/noite, e assim progressivamente até 75mg/noite.
• Depressão: 75-150mg/dia
• Dor neuropática: 50-150mg/dia
•Cápsula 10 mg: Pamelor.
• Dose máxima: 300mg/dia •Cápsula 25 mg: Pamelor
•Cápsula 50 mg: Pamelor
•Cápsula 75 mg: Pamelor
NORTRIPTILINA

• Efeitos Colaterais:
Efeitos anti-histamínicos: sedação, ganho de peso
Efeitos anticolinérgicos: sedação, boca seca, constipação, visão turva, retenção urinária
Bloqueio alfa 1 adrenérgico: tontura, sedação, hipotensão
Disfunção sexual
Náuseas, diarréia

Bloqueio de canais iônicos em intoxicação: arritmias cardíacas e convulsões


ECT

• Depressão psicótica
• Risco iminente de vida.
DEPRESSÃO PSICÓTICA

• ASSOCIAÇÃO DE ANTIDEPRESSIVO COM


ANTIPSICÓTICO.
FLUOXETINA - EVITAR

• Evitar o uso na terceira idade devido a meia vida mais


longa.
• Preferir os fármacos de meia vida mais curta: sertralina,
escitalopram, venlafaxina.
MANUTENÇÃO DO TRATAMENTO

• Usualmente, tratamentos por 6 meses após a obtenção de remissão com


objetivo de evitar recaída do quadro tratado. E tratamentos, quando indicado,
de 1-2 anos para evitar recorrência do quadro tratado.
• Neste estudo foi visto que pacientes com comorbidades clínicas tinham maior
risco de remissão dos sintomas mesmo em uso da paroxetina.
DONEPEZILA

• Quadros depressivos em idosos são muito associados com perda cognitiva


• Associação com 5-10mg/dia de donepezila
ECR de 2011 demonstrou melhora no desempenho cognitivo no primeiro ano, sem
diferença estatística à partir do primeiro ano.
Entretanto, os pacientes que estavam no grupo de donepezila tiveram risco de 10% de
progressão de transtorno neurognitivo leve para demência, enquanto no placebo esse
número sobre para 33%
ESTUDO PROSPECT

• Prevenção do Suicídio na Atenção Primária ao Idoso


• Indivíduos do estudo ficaram 2 anos em tratamento farmacológico +
psicoterapia interpessoal
• Comparação realizada com indivíduos tratados de forma usual na
comunidade
• Redução de 24% do risco de suicídio para grupo PROSPECT, e
redução do risco de suicídio mais rápida e maior de forma
significativa.
REFERÊNCIAS

• Reynolds, C. F. (2017). Evidence-Based Treatment and Prevention of Major Depressive Episodes in Later Life. In Halter, J. B., Ouslander, J. G., Studenski, S.,
High, K. P., Asthana, S., Supiano, M. A., Ritchie C. (Eds.), Hazzard's geriatric medicine and gerontology (7th ed., pp. 1071–1088). essay, McGraw-Hill
Education Medical.
• Reynolds, C. F. (2017). Evidence-Based Treatment and Prevention of Major Depressive Episodes in Later Life. In Halter, J. B., Ouslander, J. G., Studenski, S.,
High, K. P., Asthana, S., Supiano, M. A., Ritchie C. (Eds.), Hazzard's geriatric medicine and gerontology (7th ed., pp. 1071–1088). essay, McGraw-Hill
Education Medical.
• Reynolds, C. F. III., Lenze, E., & Mulsant, B. H. (2019). Assessment and treatment of major depression in older adults. In DeKosky, S. T., Asthana, S. (Eds.),
Geriatric neurology (1st ed., Vol. 167, pp. 429–436). Elsevier Science Ltd.
• Flint, A. J., Meyers, B. S., Rothschild, A. J., Whyte, E. M., Alexopoulos, G. S., Rudorfer, M. V., Marino, P., Banerjee, S., Pollari, C. D., Wu, Y., Voineskos, A. N.,
Mulsant, B. H., & STOP-PD II Study Group (2019). Effect of Continuing Olanzapine vs Placebo on Relapse Among Patients With Psychotic Depression in
Remission: The STOP-PD II Randomized Clinical Trial. JAMA, 322(7), 622–631.
• Reynolds, C. F. III., Lenze, E., & Mulsant, B. H. (2019). Assessment and treatment of major depression in older adults. In DeKosky, S. T., Asthana, S. (Eds.),
Geriatric neurology (1st ed., Vol. 167, pp. 429–436). Elsevier Science Ltd.
• Reynolds, C. F. III., Lenze, E., & Mulsant, B. H. (2019). Assessment and treatment of major depression in older adults. In DeKosky, S. T., Asthana, S. (Eds.),
Geriatric neurology (1st ed., Vol. 167, pp. 429–436). Elsevier Science Ltd.
• Reynolds, C. F. (2017). Evidence-Based Treatment and Prevention of Major Depressive Episodes in Later Life. In Halter, J. B., Ouslander, J. G., Studenski, S.,
High, K. P., Asthana, S., Supiano, M. A., Ritchie C. (Eds.), Hazzard's geriatric medicine and gerontology (7th ed., pp. 1071–1088). essay, McGraw-Hill
Education Medical.
• Reynolds, C. F. III., Lenze, E., & Mulsant, B. H. (2019). Assessment and treatment of major depression in older adults. In DeKosky, S. T., Asthana, S. (Eds.),
Geriatric neurology (1st ed., Vol. 167, pp. 429–436). Elsevier Science Ltd.
REFERÊNCIAS

• Lenze, E. J., Mulsant, B. H., Blumberger, D. M., Karp, J. F., Newcomer, J. W., Anderson, S. J., Dew, M. A., Butters, M. A., Stack, J. A., Begley, A. E., &
Reynolds, C. F. (2015). Efficacy, safety, and tolerability of augmentation pharmacotherapy with aripiprazole for treatment-resistant depression in late life: A
randomised, double-blind, placebo-controlled trial. The Lancet, 386(10011), 2404-2412
• Reynolds, C. F. (2017). Evidence-Based Treatment and Prevention of Major Depressive Episodes in Later Life. In Halter, J. B., Ouslander, J. G., Studenski, S.,
High, K. P., Asthana, S., Supiano, M. A., Ritchie C. (Eds.), Hazzard's geriatric medicine and gerontology (7th ed., pp. 1071–1088). essay, McGraw-Hill
Education Medical. 6
• Reynolds, C. F. (2017). Evidence-Based Treatment and Prevention of Major Depressive Episodes in Later Life. In Halter, J. B., Ouslander, J. G., Studenski, S.,
High, K. P., Asthana, S., Supiano, M. A., Ritchie C. (Eds.), Hazzard's geriatric medicine and gerontology (7th ed., pp. 1071–1088). essay, McGraw-Hill
Education Medical. 5
• Reynolds, C. F. (2017). Evidence-Based Treatment and Prevention of Major Depressive Episodes in Later Life. In Halter, J. B., Ouslander, J. G., Studenski, S.,
High, K. P., Asthana, S., Supiano, M. A., Ritchie C. (Eds.), Hazzard's geriatric medicine and gerontology (7th ed., pp. 1071–1088). essay, McGraw-Hill
Education Medical. 4
• Reynolds, C. F. (2017). Evidence-Based Treatment and Prevention of Major Depressive Episodes in Later Life. In Halter, J. B., Ouslander, J. G., Studenski, S.,
High, K. P., Asthana, S., Supiano, M. A., Ritchie C. (Eds.), Hazzard's geriatric medicine and gerontology (7th ed., pp. 1071–1088). essay, McGraw-Hill
Education Medical.
• Reynolds, C. F. III., Lenze, E., & Mulsant, B. H. (2019). Assessment and treatment of major depression in older adults. In DeKosky, S. T., Asthana, S. (Eds.),
Geriatric neurology (1st ed., Vol. 167, pp. 429–436). Elsevier Science Ltd.
REFERÊNCIAS

• Bruce, M. L., Ten Have, T. R., Reynolds III, C. F., Katz, I. I., Schulberg, H. C., Mulsant, B. H., Brown, G. K., McAvay, G. J., Pearson, J. L., & Alexopoulos, G. S.
(2004). Reducing suicidal ideation and depressive symptoms in depressed older primary care patients. JAMA, 291(9), 1081.
• Gallo, J. J., Morales, K. H., Bogner, H. R., Raue, P. J., Zee, J., Bruce, M. L., & Reynolds, C. F. (2013). Long term effect of depression care management on
mortality in older adults: Follow-up of cluster randomized clinical trial in primary care. BMJ, 346, f2570.
• Reynolds, C. F., Butters, M. A., Lopez, O., Pollock, B. G., Dew, M. A., Mulsant, B. H., Lenze, E. J., Holm, M., Rogers, J. C., Mazumdar, S., Houck, P. R., Begley, A.,
Anderson, S., Karp, J. F., Miller, M. D., Whyte, E. M., Stack, J., Gildengers, A., Szanto, K., … DeKosky, S. T. (2011). Maintenance treatment of depression in old
age. Archives of General Psychiatry, 68(1), 51.
• Reynolds, C. F., Butters, M. A., Lopez, O., Pollock, B. G., Dew, M. A., Mulsant, B. H., Lenze, E. J., Holm, M., Rogers, J. C., Mazumdar, S., Houck, P. R., Begley, A.,
Anderson, S., Karp, J. F., Miller, M. D., Whyte, E. M., Stack, J., Gildengers, A., Szanto, K., … DeKosky, S. T. (2011). Maintenance treatment of depression in old
age. Archives of General Psychiatry, 68(1), 51.
• Reynolds, C. F., 3rd, Dew, M. A., Pollock, B. G., Mulsant, B. H., Frank, E., Miller, M. D., Houck, P. R., Mazumdar, S., Butters, M. A., Stack, J. A., Schlernitzauer, M.
A., Whyte, E. M., Gildengers, A., Karp, J., Lenze, E., Szanto, K., Bensasi, S., & Kupfer, D. J. (2006). Maintenance treatment of major depression in old age. The
New England Journal of Medicine, 354(11), 1130–1138.
• Reynolds, C. F., 3rd, Dew, M. A., Pollock, B. G., Mulsant, B. H., Frank, E., Miller, M. D., Houck, P. R., Mazumdar, S., Butters, M. A., Stack, J. A., Schlernitzauer, M.
A., Whyte, E. M., Gildengers, A., Karp, J., Lenze, E., Szanto, K., Bensasi, S., & Kupfer, D. J. (2006). Maintenance treatment of major depression in old age. The
New England Journal of Medicine, 354(11), 1130–1138.
• Reynolds III, C. F., Frank, E., Perel, J. M., Imber, S. D., Cornes, C., Miller, M. D., Mazumdar, S., Houck, P. R., Dew, M. A., Stack, J. A., Pollock, B. G., & Kupfer, D. J.
(1999). Nortriptyline and interpersonal psychotherapy as maintenance therapies for recurrent major depression. JAMA, 281(1), 39.
• Kok, R. M., Heeren, T. J., & Nolen, W. A. (2011). Continuing treatment of depression in the elderly: A systematic review and meta-analysis of double-blinded
randomized controlled trials with antidepressants. The American Journal of Geriatric Psychiatry, 19(3), 249-255.
• Reynolds, C. F. (2017). Evidence-Based Treatment and Prevention of Major Depressive Episodes in Later Life. In Halter, J. B., Ouslander, J. G., Studenski, S.,
High, K. P., Asthana, S., Supiano, M. A., Ritchie C. (Eds.), Hazzard's geriatric medicine and gerontology (7th ed., pp. 1071–1088). essay, McGraw-Hill
Education Medical.

Você também pode gostar