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Paradigma Psiquiátrico e

Reforma Psiquiátrica

Centro de Ciências da Saúde - CCS


Pós-graduação em Saúde Pública e Saúde da Família
Profº Me Alexandre Diniz
Saúde Mental

 Concepções de Saúde Mental

Loucura

Alienação
Doença

Sofrimento

(AMARANTE, LANCETTI, 2006)


Na história do Brasil
Ciência com foco na objetividade
 Modelo terapêutico
centrado na doença e sua
anormalidade
 Cura como objetivo da
clínica
 Processos
medicamentalizantes
 Centralidade hospitalar
Saberes
O modelo biomédico e o modelo hospitalocêntrico
estão conformados nas práticas de saúde há
aproximadamente 2 séculos.
A proposição de inversão de tais construtos técnicos
e assistenciais perpassa pelo constante
enfrentamento cotidiano entre saberes
hegemonicamente estruturados e práticas instituintes
que possam renovar e inverter a lógica inicial.
Paradigma Psiquiátrico
Valoriza-se como objeto de intervenção a “existência-
sofrimento dos pacientes” e suas formas de expressão
dentro de cada contexto social.

(AMARANTE, 2008)

Cura da
Doença
Mental
Doença entre parênteses

“É preciso colocar a
doença entre parênteses
para que se possa tratar e
lidar com os sujeitos
concretos que sofrem e
experimentam
sofrimento”
Franco Basaglia
Desinstitucionalização

“passa-se a privilegiar a discussão e a adoção de


experiências de desinstitucionalização. Esta,
implica não apenas um processo de
desospitalização, mas de invenção de práticas
assistenciais territoriais ; um processo prático de
desconstrução dos conceitos e das práticas
psiquiátricas” (AMARANTE, 2007)
Saúde Mental e Atenção
Psicossocial
(AMARANTE, 2007)

Teórico-conceitual

Jurídico- Dimensões Sociocultural


política

Técnico-assistencial
Cuidado e Integralidade
Existem três sentidos para integralidade: primeiro,
características de políticas de saúde para dar
resposta aos problemas de saúde; segundo, relativo
a aspectos da organização dos serviços de saúde; e,
o terceiro, voltado para atributos das práticas de
saúde. É possível a constituição dos dispositivos
acolhimento, vínculo, corresponsabilização,
construção da autonomia e resolutividade nas
práticas efetivadas. (MATTOS, 2004; SANTOS et al, 2006)
Território e Intersetorialidade

O habitat privilegiado para a atenção de pessoas


com sofrimento mentais, angústias e ansiedades é o
BAIRRO, junto às FAMÍLIAS, na COMUNIDADE
com a efetiva responsabilização das Unidades de
Saúde encravadas no TERRITÓRIO e os setores
envolvidos.
(AMARANTE, 2007)
C
O
M
P
C
L
O
E
M
X
I ATENÇÃO HOSPITALAR P
L
D
E
A
X
D
E Atenção Especializada I
D
A
D
E

ATENÇÃO BÁSICA
Alguns avanços...
• Rede de Atenção Básica (ESF-NASF)
• CAPS
• Financiamento
• Ampliação da
cobertura assistencial
• Práticas
multidisciplinares
Desafio assistencial
No campo de atenção à saúde mental também
ocorreram transformações conceituais e
operacionais, reorientando-se o modelo
historicamente centrado na referência hospitalar por
um novo modelo de atenção descentralizado e de
base comunitária.
Centro de Atenção
Psicossocial
Evolução da Abertura de CAPS no Estado do Ceará
no período de 1991 a 2007. Fortaleza, 2010.
Evolução da Abertura de CAPS no Estado do Ceará
entre 1991 a 2010

120
96
100

80

60
31
40
13
20 6

0
1991 a 1995 1996 a 2000 2001 a 2004 2005 a 2010

Fonte: DATASUS/CESM-SESA-CE
Dispositivo
Campo de
para
saberes e
Constituição
práticas
de uma rede
interdisciplinares
substitutiva

CAPS
“Aproximação”
Um novo das práticas da
território para saúde mental e
promoção da da saúde
saúde mental coletiva
ONOCKO-CAMPOS, 2006
Qual é a inserção esperada dos CAPS na rede de
serviços?
- como se organizam os processos de trabalho
nos serviços de saúde mental e que formas
neles assume a gestão?
- qual ou quais
modelos de
clínica vem ou vêm
se desenvolvendo
no cotidiano da
rede de SM?
- com quais estratégias de formação estão sendo
preparados os trabalhadores da rede de SM?
- como, no cotidiano dos Serviços de SM os
modelos de gestão e de atenção estão se
articulando para efetivar o Cuidado Integral dos
usuários?
Caminhos...
Promoção da Saúde Mental

É preciso elaborar constantemente processos


de trabalho e atenção que afirmem a vida,
que busquem a mudança, que esteja em
permanente processo de instituir-se como
novo, alegre e terapêutico.
Caminhos...

Subjetividade e Singularidade

No campo da saúde mental, é preciso


construir caminhos que respeitem o ritmo
singular de cada usuário tanto na
comunidade como nos locais de tratamento.

(SALLES; BARROS, 2006)


Caminhos...
Autonomia e Cidadania

Os trabalhadores de saúde mental podem


oportunizar ao usuário meios para o
rompimento do isolamento através da vivência
subjetiva e social (...) possibilitando a
reconquista ou conquista dos usuários em
relação à sua participação na sociedade com
autonomia e reconhecimento de um cidadão.
(SCHRANK; OLSCHOWSKY, 2008)
Caminhos...
Acolhimento

O cuidado em saúde mental deve apoiar-se


na desconstrução da idéia de estar só no
apoio ao enfrentamento do sofrimento
psíquico, mas sempre, integrando,
acolhendo, cuidando e incluindo os sujeitos
dessa relação nos espaços cotidianos da vida:
trabalho, lazer, moradia entre outros.
(SCHRANK; OLSCHOWSKY, 2008)
Caminhos...
Vínculos
O vínculo ao serviço e a equipe entra também
como um recurso, pois no convívio diário, na
troca das informações, no esclarecimento das
dúvidas, na descoberta de diferentes modos
de fazer o cuidado em saúde mental é que
vão estruturar-se propostas de atenção, de
agir, de considerar, de aceitar as
individualidades dos usuários e das famílias.
(SCHRANK; OLSCHOWSKY, 2008)
Caminhos...
Intersetorialidade
As possibilidades de efetivação de projetos
terapêuticos resolutivos em saúde mental
exigem a execução da intersetorialidade no
território.
Formar parcerias entre os diversos atores,
instituições e serviços parece ser o caminho
criativo, participativo e resolutivo.
As ações da atenção
psicossocial no SUS se configura
neste processo, não apenas
técnico, assistencial,
administrativo, jurídico,
legislativo ou político; mas,
acima de tudo, um processo
ético, de reconhecimento de uma
prática que introduz novos
sujeitos de direito e novos
direitos para os sujeitos. (AMARANTE, 1995)

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