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UC2 Nós, Robô: as relações

socioculturais e de trabalho no
mundo digital
ATIVIDADE 02
AULA 01:
INTRODUÇÃO
O QUE
REPRSENTA
ESSE DESENHO?
Paul Klee
Paul Klee (1879 - 1940) foi
um pintor, desenhista, poeta e professor.
[...] Seu estilo altamente individual foi influenciado por
movimentos artísticos que incluíam o expressionismo, o
cubismo e o surrealismo. Klee era um desenhista nato
que experimentou e acabou explorando profundamente a
teoria das cores, escrevendo extensivamente sobre ela,
além de deixar importantes reflexões sobre o processo
criativo e a teoria do abstracionismo, do qual foi um dos
pioneiros. Foi um dos principais mestres ativos
na Bauhaus. Deixou cerca de 10 mil obras e é
considerado um dos mais destacados artistas
do modernismo. [...]
LEIA O TEXTO E
OBSERVE A IMAGEM
“Há um quadro de Paul Klee que se chama Angelus Novus.
Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que
ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca
dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter esse
aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado.
Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma
catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre
ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para
acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade
sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que
ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele
irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas,
enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa
tempestade é o que chamamos progresso”.
Walter Benjamin. Obras escolhidas. 7.ed. Tradução: Sérgio Paulo
Rouanet. Editora Brasiliense, 1994. p. 226.
“Sinto saudades do futuro.” (o
que isso pode significar?)

“A ficção científica é a história do


PARA futuro.” (isso é possível?)

REFLETIR Por que o passado é uma


“catástrofe única”?

Por que o progresso é uma


“tempestade”?
AULA 01:
DESENVOLVIMENT
O
OBSERVE A IMAGEM
Utopia e
distopia • A utopia pode ser compreendida
como a ideia de uma civilização
são dois ideal, imaginária, perfeita e, por
conceitos
UTOPIA E que
isso, inalcançável.
• A distopia, por sua vez, é a
antítese da utopia, apresentando
fomentam
DISTOPIA a
uma visão negativa do futuro,
sendo geralmente caracterizada
pelo totalitarismo, autoritarismo
discussão e pelo opressivo controle da
acerca da sociedade.
realidade.
Exemplos de utopia
O termo “utopia” permanece há séculos e ainda influencia a criação de obras de ficção, filosofia e política.
Confira alguns exemplos de utopias imaginadas pelo homem na literatura:

• A República (cerca de 380 a.C.), de Platão


• Utopia (1516), de Thomas More
• A Cidade do Sol (1602), de Tommaso Campanella
• A Utopia Moderna (1905), de H. G. Wells
• O Capital (1848), de Karl Marx
DISTOPIA
A distopia, também conhecida como antiutopia, é geralmente caracterizada por totalitarismo, autoritarismo e
opressivo controle da sociedade. Em suas criações ficcionais, os autores retratam o futuro de uma maneira
negativa, com um desenlace catastrófico para a humanidade, com uma sociedade oposta à utópica. Na distopia,
a realidade para um mundo melhor não é possível, pelo contrário: as características negativas da realidade são
reforçadas.
• Laranja Mecânica (1971), de Anthony Burguess
• Fahrenheit 451 (1953), de Ray Bradbury
• O Caçador de Androides (1968), de Philip K. Dick
• O Processo (1925), de Franz Kafka
Filme: Metrópolis de
1927
Produzido em 1927, o filme Metrópolis se passa
um século a frente do seu tempo, com
representações traduzidas daquilo que o criador do
longa, Fritz Lang, estaria imaginando do tempo
futuro. Metrópolis é uma grande cidade futurista,
mediada por tecnologia avançada, responsável pelo
luxo e conforto de seus habitantes. A cidade se
divide em termos socioespaciais em uma zona
subterrânea e a superfície.
Metropolis (1927) Trailer
SUPERFÍCIE DE
METRÓPOLE
Na superfície (figura 1) estão os moradores de
prestígio, financeiramente abastados e socialmente
distintos. Nessa região, habita também o
proprietário da cidade, Jon Fredersen, que faz a
gestão urbana e garante seu funcionamento coeso.
Apesar da estrutura arrojada e robusta que sustenta
Metrópolis, Fredersen usa de escravidão e opressão
de pessoas mais pobres para operarem a extensa
sala de máquinas que dá vida à odisseia urbana.
SUBTERRÂNEDO
DE METRÓPOLE
A região subterrânea abriga a Cidade dos Trabalhadores
(figura 2), o único lugar onde os operários não estão
trabalhando exaustivamente. Um lugar abandonado e
desconhecido por alguns, ocupado pelas pessoas que regem o
funcionamento da cidade, embora não sejam reconhecidas por
tal ato. Trajados uniformemente, os operários seguem uma
rotina de trabalho cansativa e repetitiva, a mesmice da vida e
a falta de esperança no futuro fazem com que deixem de
acreditar em si próprios e os enxergam apenas como uma
peça sem significância dentro do mecanismo de sobrevivência
da própria cidade.
Em sua opinião, o
filme Metrópole, é
uma utopia ou
distopia?
UTOPIA
• A narrativa oferece uma trama
marcada por utopismos. A ficção de
uma metrópole futurista abriga a
utopia de uma urbe fluida, opulenta,
confortável e plena ao viver os
signos do progresso tecnológico.
DISTOPIA
• Por outro lado, a superexploração de
trabalhadores para sustentar o vigor
utópico da metrópole revela, sob sua
perspectiva, uma distopia do viver a
cidade e seus fluxos mediante o
exercício do trabalho.
ATIVIDADE
Faça uma lista com suas obras de
ficção favoritas, ou de que você
gosta, e analise, quais delas são
utopias e quais são distopias? E por
quê?
Desenvolvimento
Aula 02
Você já ouviu
falar em
afrofuturismo?
Vídeo: O que é
afrofuturismo?
“Qual a importância da utopia? Ela serve para criticarmos a realidade atual que é essa
distopia. Pensa: a cada 23 minutos um jovem preto é assassinado. Isso não é normal.
Mas a vida continua porque a gente nem se comove mais, fomos ensinados a
naturalizar a morte de pessoas negras. Essa é a distopia do presente. Nós somos os
condenados da terra, como afirma [Frantz] Fanon. Nós vivemos em situação de
guerra. Nossos territórios são vigiados, tem policiamento ostensivo. O nosso direito à
cidadania é negado. Repito: vivemos uma distopia. O afrofuturismo me apresenta o
oposto, a utopia. Existe um mundo para além disso. Se não for aqui na Terra, que seja
em Saturno como pregava Sun Ra. Nós merecemos mais do que essa realidade
distópica”.

OLIVEIRA DE SOUZA, Esdras. In: Futuro negro. Como o afrofuturismo pode ajudar a estruturar modelos de sociedade mais justos para
a população negra. Disponível em: https://cutt.ly/rRKVigF Acesso em: 29/10/2021.
Ê preciso ser antirracista.
Lu Ain-Zaila
Lu Ain-Zaila, Luciene como também pode ser chamada, é
escritora afrofuturista/sankofista, ativista social e pedagoga, de
Nova Iguaçu – Rio de Janeiro. Possui graduação em Pedagogia
na UERJ, com Licenciatura em Formação de Professores para
Educação Infantil a Anos Iniciais do Ensino Fundamental para
crianças, jovens e adultos, e Bacharelado em Pedagogia nas
Instituições e nos Movimentos Sociais.
Em suas obras a autora insere todas as suas referências
afrofuturísticas, pois coloca os saberes ancestrais africanos como
tema central das narrativas ou em menções sutis que os
apresentam de forma clara até mesmo para leitores que nunca
haviam ouvido falar sobre o tema. Assim, a autora estabelece o
contato de seu leitor da diáspora africana com suas raízes do
outro lado do mar.
SANKOFIA
Sankofia é uma viagem por 12 contos de inspiração
afrofuturista que passeiam por várias possibilidades
literárias, mesclando, por exemplo, empregadas
domésticas e terror social, Maracatu e Sword & Soul,
patrimônio histórico e mistério; fantasia, poderes e
representatividade, ficção científica e o que nos faz
humanos; cultura e mitologia africana.
Enfim... é presente, passado e futuro alinhados sobre
palavras nos fazendo viajar por incontáveis mundos.
Leitura do conto “Admissão” do livro
Sankofia de Lu Ain-Zaila
AFROFUTURISMO
• O afrofuturismo, assim como o pássaro, apesar da grande ligação com o que ainda está por vir, sempre olha
para trás. Busca os saberes ancestrais enquanto avança. O afrofuturismo vive em uma constante conversa
entre o que é a realidade e o que é ficção. Apesar das obras mais conhecidas serem no campo do cinema,
música e literatura, o diálogo com a ciência e a tecnologia também se faz de forma direta.
• Os afrofuturistas têm três objetivos principais na realização de suas obras: em primeiro lugar, desejam narrar
boas histórias de ficção científica; em segundo, estão interessados em recuperar histórias negras perdidas
(pensando o impacto dessas histórias no presente); e, em terceiro, querem pensar sobre como essas histórias e
culturas recuperadas podem inspirar “novas visões do amanhã”.
SISTEMATIZAÇÃO
• GRUPO 01: Criação de uma arte afrofuturista para o conto “Admissão.
• GRUPO 02: Identificar os aspectos culturais pertencentes ao conto e elaborar um infográfico explicando-os.
• GRUPO 03: Elaborar um mapa conceitual sobre o conceito afrofuturismo.
• GRUPO 04: Elaborar um mapa conceitual sobre o Racismo no Brasil.

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