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Sintaxe do período simples

TERMOS ESSENCIAIS: O SUJEITO


Sintaxe do período simples
TERMOS ESSENCIAIS,
INTEGRANTES, E ACESSÓRIOS DO
PERÍODO
 SIMPLES
Os termos essenciais são o sujeito e o predicado, responsáveis pela estrutura básica da oração. A
maioria das orações apresenta um sujeito e um predicado. Podem ocorrer orações sem sujeito, mas
não sem predicado.

 Os termos integrantes têm a função de complementar o sentido de determinados verbos e nomes.


São eles: o objeto direto e o objeto indireto (complementos verbais), o complemento nominal
e o agente da passiva.

 Os termos acessórios modificam ou especificam outros termos, não sendo fundamentais para a
estrutura sintática das orações. São eles: o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.
Sua ocorrência nas orações se justifica por razões de ordem semântica e discursiva.
Estudo do sujeito
Tipos de sujeito
 Os sujeitos das orações podem ser simples ou compostos, determinados ou indeterminados.
Existem também orações sem sujeito, um caso que será analisado mais adiante.

 Uma noção importante para a análise dos diferentes tipos de sujeito é a de núcleo de um
sintagma.
Sujeito simples ou composto

 Com base na identificação da quantidade de núcleos apresentados por um sujeito, estabelece-se a


diferença entre o sujeito simples e o sujeito composto.
 O sujeito simples apresenta um único núcleo, enquanto o sujeito composto apresenta mais de
um núcleo.
Sujeito elíptico
Através das janelas

Janelas são molduras dos acontecimentos. Testemunham


o tempo e a vida que corre por fora e por dentro. Mostram e
escondem. Quando abertas, fazem a conexão da casa com a
vida lá fora. Fechadas, preservam o lar do frio e dos olhares
externos. Ainda assim, sempre deixam escapar detalhes, como
um vaso de flor ou uma garrafa de café. [...]
SANTOS, Priscilla. Horizontes: destinos para sua viagem interior. Vida simples. São
Paulo: Abril, ed. 42, p. 48, jun. 2006. (Fragmento).
Sujeito elíptico
• Sujeito elíptico ou oculto é aquele que,
embora não explicitado na oração, pode
ser identificado pela flexão de número-
pessoa do verbo, ou pela sua presença
em outra oração do mesmo período ou
de um período antecedente.
SUJEITO E PREDICADO: ORGANIZAÇÃO DA ORAÇÃO

No caminho com Maiakoviski


Na primeira noite eles se aproximam Até que um dia
e roubam uma flor, o mais frágil deles
do nosso jardim. entra sozinho em nossa casa,
E não dizem nada. rouba-nos a luz, e,
Na segunda noite, já não se escondem: conhecendo nosso medo,
pisam as flores, arranca-nos a voz da garganta.
matam nosso cão, E já não podemos dizer nada.
e não dizemos nada.
Eduardo Alves da Costa
SINTAXE DO PERÍODO SIMPLES

SUJEITO INDETERMINADO
x

ORAÇÃO SEM SUJEITO


Sujeito indeterminado
• Sujeito determinado é aquele que vem expresso na oração ou que pode ser identificado pela flexão
de número-pessoa do verbo ou ainda pelo contexto do enunciado (sujeito presente em outra oração
do mesmo período ou do período antecedente).
• Sujeito indeterminado ocorre quando não é possível identificar um referente explícito na oração (ou
no contexto do enunciado) para a flexão verbal.
Sujeito indeterminado
 Querem acabar com este país!
 Estão fazendo uma confusão terrível no centro da cidade.
 “Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar” (Assis Valente, E o mundo não se
acabou. Público: BMG).
SUJEITO E PREDICADO: ORGANIZAÇÃO DA ORAÇÃO
E o mundo não se acabou (Assis Valente)
Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso minha gente lá de casa começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite lá no morro não se fez batucada
Acreditei nessa conversa mole Chamei um gajo com quem não me dava
Pensei que o mundo ia se acabar E perdoei a sua ingratidão
E fui tratando de me despedir E festejando o acontecimento gastei com ele mais de
E sem demora fui tratando de aproveitar quinhentão
Beijei a boca de quem não devia Agora eu soube que o gajo anda
Peguei na mão de quem não conhecia Dizendo coisa que não se passou
Dancei um samba em traje de maiô Ih, vai ter barulho e vai ter confusão
E o tal do mundo não se acabou Porque o mundo não se acabou
MUNDO NOMEADO OU DESCOBERTA DAS ILHAS
de Sophia de Mello Breyner Andersen

Iam de cabo em cabo nomeando


Baías promontórios enseadas:
Encostas e praias surgiam
Como sendo chamadas

E as coisas nomeadas no sem-nome


Da sua própria ausência regressadas
Uma por uma ao seu nome respondiam
Como sendo criadas

(Sophia de Mello Breyner Andersen,


Poemas escolhidos, 2004)
A estrutura sintática dos sujeitos indeterminados

Os sujeitos indeterminados podem ser caracterizados, no


português, por duas estruturas sintáticas.

• Verbo transitivo direto flexionado na 3a pessoa do plural.


Incendiaram vários ônibus.

• Verbo transitivo indireto, verbo intransitivo ou verbo de


ligação flexionado na 3a pessoa do singular +
pronome se (índice de indeterminação do sujeito).
Índice de Indeterminação do Sujeito ou
Partícula Apassivadora?
“Queimem-se as lembranças, quebrem-se as garrafas; enterrem-se cinzas e cacos”. (Flávio
Aguiar, in 26 poetas hoje. Rio de Janeiro: Aeroplano).
• Junto aos verbos queimar, quebrar e enterrar do poema que lemos acima, aparece a partícula
se. Essa partícula tem diferentes funções na língua portuguesa. Aqui, ela exerce função de
partícula apassivadora e indica a flexão de voz do verbo – voz passiva. Pois então, a voz
passiva indica que algo ou alguém (o sujeito determinado) sofre uma ação ou processo.
• Pratique:
“Aluga-se casas” ou “Alugam-se casas”?
“Precisa-se de professores” ou “Precisam-se de professores”?
Orações sem sujeito

 Oração sem sujeito é aquela que apresenta um verbo impessoal. Também se diz, nesses casos, que o sujeito é
inexistente.

“Não há um chamado dos céus. Não há trombetas. Nem sombra de um anjo anunciador
aparecendo diante de um canário azul turquesa. (...).
SAMARTZ, Lendro. Você é artista. Vida simples. São Paulo: ABril., ed. 42, jun. 2006.

 No trecho, os verbos destacados em vermelho são impessoais, porque não têm sua flexão de número-pessoa
determinada por um termo específico da oração.

 A forma gramatical utilizada para marcar a impessoalidade verbal é a 3a pessoa do singular.


Orações sem sujeito: Contextos
 Verbos que indicam fenômenos da natureza. Exemplos: chover, nevar, trovejar, anoitecer,
amanhecer.

Chove muito na região Amazônica.


No inverno, anoitece mais cedo.

Uso figurativo dos verbos que indicam fenômenos da natureza


Como aprendem que verbos indicadores de fenômenos da natureza são impessoais, é comum as pessoas cometerem um
“deslize” na concordância quando utilizam esses verbos em sentido figurado.

“E o caseiro mantém a estratégia de ficar na dele. Segundo advogado do


caseiro, chove convites para programas de TV — de Hebe a Jô Soares, diz ele —, mas a ordem
é recusar todos [...]”.
BERGAMO, Mônica. Folha de S.Paulo. São Paulo, 5 abr. 2006. Ilustrada. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/ fq0504200609.htm>.
Acesso em: 18 maio 2006.
Fenômenos da natureza: Uso
figurativo
A língua admite, em vários contextos, o uso figurativo dos
verbos que indicam fenômenos da natureza. Quando isso
ocorre, é possível atribuir-lhes um sujeito. Observe.
Há, no texto, três exemplos de uso figurativo do
verbo chover: 
Hoje eu estou chovendo.
Pessoas não chovem. 
Eu chovo. 
Nos três casos, os termos destacados em vermelho são
sujeitos das orações em que ocorrem.
Orações sem sujeito: Contextos
Ser, estar, fazer, haver relacionados a fenômenos da natureza ou a expressões temporais.

• É ainda muito cedo.


Está muito tarde.
Faz dois anos que não vejo meus pais.
Há séculos que esperamos uma solução para o problema da falta d'água.

• Um caso particular de concordância verbal ocorre com o uso do verbo ser na indicação de uma hora
precisa. Mesmo impessoal, ele deve concordar em número com a expressão temporal que o acompanha.
Observe:

• Essas orações não têm sujeito,


mas a concordância verbal precisa ser realizada.
Orações sem sujeito: Contextos
•Verbo haver usado no sentido de “existir”.

Há muitos políticos que só pensam em enriquecer.


Houve sérios casos de dengue hemorrágica em alguns estados, recentemente.
Havia momentos em que o professor não sabia o que fazer para manter a atenção dos alunos.

• É importante lembrar que o


verbo existir é pessoal. Quando ele
for utilizado, portanto, deve ser feita
a concordância com o sujeito a
que se refere.
Orações sem sujeito: Contextos

• Nos balões que expressam o pensamento de Garfield, são usadas orações com uma mesma
estrutura sintática. Explique qual é a estrutura dessas orações.
• É possível identificar o sujeito dessas orações? Por quê?
• De que maneira as orações usadas por Garfield contribuem para intensificar o efeito de humor da
tira?

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