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Angina/ Infarto/

Interpretação de ECG
UniLS
Disciplina: Urgência e Emergência
Professor: Jose Willian
Angina Pectoris
• É um sintoma geralmente associado a um desconforto
precordial provocada por isquemia miocárdica
• É uma dor torácica transitória ou uma sensação de
pressão que ocorre quando o miocárdio não recebe
oxigênio suficiente
• As necessidades de oxigênio do coração são
determinadas pelo grau de intensidade de seu esforço
• Aumenta o risco de infarto → estreitamento das
artérias que levam sangue ao coração
Angina Pectoris
CAUSAS
• Doença arterial coronariana – aterosclerose, arterite coronariana, espasmo
arterial.
• Distúrbios circulatórios – estenose aórtica, hipotensão
• Distúrbios sanguíneos: anemia, hipoxemia e policitemia.
Angina Pectoris
FATORES DE RISCO
• Tabagismo
• Diabetes
• HAS não controlada
• Dislipidemia
• Sedentarismo
• Estresse
• Obesidade
• Idade > 45 anos
• Herança genética
Angina Pectoris
ANGINA ESTÁVEL
• Geralmente ocorre em situações de esforço
• A dor desparece em repouso
• Características:
- É a forma mais comum de angina
- Normalmente ocorre em situações de esforço físico → subir escadas
- Desaparece com repouso
- Também pode ser desencadeada por perturbações emocionais, exposição a baixas
temperaturas, refeições pesadas, tabagismo
Angina Pectoris
ANGINA ESTÁVEL
Angina Pectoris
ANGINA INSTÁVEL
• Início súbito
• Não desaparece em repouso
• Características:
- O desconforto ou a dor não desaparecem em repouso
- Surge de forma súbita, mesmo quando a pessoa está em repouso
- Trata-se de uma condição perigosa → geralmente antecede um infarto
Angina Pectoris
Angina Pectoris
SINAIS E SINTOMAS
• DOR. Tem as seguintes características:
- sensação: aperto, queimação, esmagamento, enforcamento, “gases”, etc.
- intensidade: geralmente, discreta ou moderada. Raramente, forte (angina instável)
- localização: retroesternal ou discretamente para a esquerda do esterno.
- irradiação: ombro esquerdo à braço esquerdo à cotovelo à punho à dedos. Pescoço à
braço direito à mandíbula à região epigástrica à peito.
- duração: normalmente, dura 5 minutos (em média), podendo durar 15 a 20 minutos, em
caso de raiva extrema.
- alívio: repouso e nitroglicerina
• Outros sintomas: dispneia, palidez, sudorese, tonturas, palpitações e distúrbios digestivos
(náuseas, vômitos).
Angina Pectoris
DIAGNÓSTICO

• Manifestações clínicas da dor


• Anamnese
• Teste de esforço: esteira rolante ou bicicleta.
• ECG
• Angiografia coronariana
Angina Pectoris
TRATAMENTO
• Medicamentos por um longo período com objetivos de:
- prevenir novos ataques
- reduzir as complicações (especialmente, um infarto)
- tratar durante uma crise.
• Caso a medicação não surta efeitos, o médico poderá recomendar uma cirurgia para
melhorar o fluxo sanguíneo.
• Hipertensão arterial e a dislipidemia devem ser tratados imediatamente.
• Mudança no estilo de vida: praticar atividade física, dieta equilibrada, controlar estresse,
não fumar
Angina Pectoris
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
– avaliar as características da dor no peito e para o cliente/família.
sintomas associados. – ajudar o paciente a identificar seus próprios
– avaliar a respiração, a pressão sanguínea e fatores de risco.
frequência cardíaca em cada episódio de dor – ajudar o paciente a estabelecer um plano para
torácica. modificações dos fatores de risco.
– fazer um ECG, cada vez que a dor torácica surgir, – providenciar orientação nutricional ao
para evidenciar infarto posterior. cliente/família.
– monitorizar a resposta ao tratamento – esclarecer o cliente/família acerca dos
medicamentoso. medicamentos que deverão ser tomados após a
– avisar o médico se a dor não diminuir. alta hospitalar.
– identificar junto ao cliente as atividades que – esclarecer o cliente acerca do plano terapêutico.
provoquem dor. – explicar a relação entre a dieta, atividades físicas
– oferecer assistência de maneira calma e eficiente e a doença.
de modo a reconfortar o cliente até que o
desconforto desapareça.
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
• Entende-se como uma lesão do músculo cardíaco,
causado pela oferta inadequada de oxigênio e
nutrientes → obstrução do fluxo sanguíneo e
consequentemente a necrose da área afetada
• A extensão da necrose depende de fatores como:
- o calibre da artéria acometida,
- tempo de evolução da obstrução
- desenvolvimento de circulação colateral
• A evolução pode ser morte súbita, morte tardia ou
insuficiência cardíaca
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
FATORES DE RISCO
• Idade > 30 anos
• Colesterol alto
• Diabetes
• HAS não controlada
• Tabagismo
• Obesidade
• Fatores hereditários
• Menopausa
• Sedentarismo
• Estresse
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
SINAIS E SINTOMAS
• DOR torácica persistente, de início súbito e forte intensidade,
localizada sobre a região esternal com irradiação para o braço
esquerdo e mandíbula.
• Sudorese
• Náusea e vômito
• Palidez
• Palpitação
• Síncope
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
DIAGNÓSTICO
• Sinais e sintomas
• ECG
• Exames laboratoriais - CK-MB é uma isoenzima encontrada em células cardíacas,
portanto ela só estará aumentada quando houver a destruição destas células.
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
TRATAMENTO
• O tempo desde o início dos sintomas até a instituição do tratamento é de
extrema importância na recanalização da artéria acometida para uma possível
recuperação do músculo cardíaco.
• Antiplaquetários → o Ácido acetilsalicílico (AAS) e o clopidogrel
• Analgésico → sulfato de morfina. Exceto em infarto de parede inferior - grande
potencial de ocasionar hipotensão arterial.
• A recanalização da artéria responsável pelo infarto pode ser feita através de
agentes químicos (fibrinolíticos) e mecânicos (intervenção percutânea com ou
sem implante de stent). A escolha do tratamento depende do quadro clínico,
alterações eletrocardiográficas e da disponibilidade de um serviço de
hemodinâmica.
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
- Repouso absoluto no leito evitando - ORIENTAR O PACIENTE PARA ALTA:
movimentos bruscos • Evitar alimentos ricos em carboidratos e
- Oxigenioterapia (constante, umidificado) gorduras, bebidas alcoólicas, fumo e café
- Verificar sinais vitais de 2x2 horas • Repouso relativo de 8-12 semanas com retorno
- Controle hídrico rigoroso gradativo as atividades
- Prestar cuidados de higiene no leito • Manter tranquilidade emocional, sono regular,
- Administrar medicamentos prescritos atividade física leve
- Manter ambiente tranquilo • Procurar hospital se sintomas de recidiva
- Orientar os familiares a evitar conversas
excessivas e assuntos desagradáveis
- Oferecer dieta leve, hipossódica e hipolipídica
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
ANATOMIA DO CORAÇÃO: CONDUÇÃO ELÉTRICA
• Propagação do Impulso Elétrico:
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
ANATOMIA DO CORAÇÃO: CONDUÇÃO ELÉTRICA
• Contração muscular cardíaca:

ESTÍMULO ELÉTRICO = DESPOLARIZAÇÃO DA MEMBRANA CELULAR

CONTRAÇÃO MUSCULAR = MUDANÇA MECÂNICA RESULTANTE DE UM ESTÍMULO


ELÉTRICO
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
CONTRAÇÃO MUSCULAR CARDÍACA

Células dos átrios contraem-se simultaneamente


Células dos ventrículos contraem-se simultaneamente

Átrios e ventrículos contraem em momentos diferentes devido propagação celular


do estímulo elétrico
(átrios se contraem 1/6 de segundo antes dos ventrículos)
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
NÓ ATRIOVENTRICULAR
• O nó ou nódulo
atrioventricular retarda a
transmissão da corrente elétrica,
para que os átrios possam contrair-
se completamente e os ventrículos
possam encher-se com a maior
quantidade de sangue possível,
antes de os ventrículos receberem
os sinais elétricos de contração.
• Formação do impulso elétrico e sua
condução acontecem
simultaneamente à contração
muscular
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
Como saber se a condução do impulso elétrico está normal?

ELETROCARDIOGRAMA E SUA INTERPRETAÇÃO


Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
ECG DE 12 DERIVAÇÕES

• 6 periféricas (I, II, III, AVR, AVL, AVF)


• 6 precordiais (V1, V2, V3, V4, V5, V6)
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
DERIVAÇÕES PERIFÉRICAS
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
DERIVAÇÕES PRECORDIAS
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
PAPEL DO ECG
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
ONDAS E LINHA ISOELÉTRICA
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
ONDAS DO ECG
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
ONDA P
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
INTERVALO PR
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
COMPLEXO QRS
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
SEGMENTO ST
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
ONDA T
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
IMPULSO ELÉTRICO E CONTRAÇÃO CARDÍACA
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
ECG NORMAL
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG

1. Ritmo
2. Frequência cardíaca
3. Ondas P
4. Intervalo PR
5. Complexos QRS
6. Segmento ST
7. Onda T
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG
1. Ritmo
• REGULAR x IRREGULAR
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG
2. Frequência cardíaca
• REGRA DOS 300 - Pegue o número dos “quadrados
grandes” entre os complexos QRS, e divida 300 por este
número O resultado pode ser aproximadamente igual a
FC
• Este método somente pode ser usado para ritmos
regulares
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG
2. Frequência cardíaca
• Memorize 300, 150, 100, 75, 60, 50
• Verifique se há frequências distintas (atrial e ventricular)
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG
2. Frequência cardíaca
• REGRA DOS 10 SEGUNDOS
• A maioria dos ECGs imprimem 10 segundos do ritmo por página
• Contar o número de batimentos presentes no ECG e multiplicar por 6 para obter o
número de batimentos por 60 segundos
• Este método é mais utilizado para ritmos irregulares
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG
3. Ondas P
• Onda P = despolarização dos átrios
• Toda onda P deve preceder um QRS no ECG normal
• Arredondada e monofásica
• Duração onda P: 0,08-0,12s em adultos
• Onda P negativa em aVR
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG
4. Intervalo PR
• Intervalo PR = condução através do nó SA até chegar ao nó AV
e começar a ser conduzido aos ventrículos
• Início da onda P até o início do QRS, quer comece pela onda
Q ou R
• Duração: 0,12 – 0,20s
• Este intervalo também envolve a repolarização atrial: baixa
amplitude para ser registrada
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG
5. Complexo QRS
• Complexo QRS: despolarização ventricular
• Duração do QRS: 0,08-0,12s (3 quadradinhos) em adultos
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG
6. Segmento ST
• Segmento ST: linha isoelétrica, nivelado em relação à linha de
base determinada pelo segmento PR
• Fase inicial da repolarização ventricular
• Ponto “J”: representa o ponto de junção entre o final do
complexo QRS e o início do segmento ST
• Possíveis desnivelamentos do segmento ST são menores que
1mm
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
MÉTODO DUBIN – INTERPRETAÇÃO DO ECG
7. Onda T
• Onda T: repolarização ventricular
• Morfologia arredondada e assimétrica, sendo a primeira porção mais longa que a
segunda
• Positiva na maioria das derivações com exceção de D3, aVR, V1
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
INTERPRETAÇÃO DO ECG – GUIA PRÁTICO

1. RITMO: O INTERVALO R-R É REGULAR?


2. QUAL É A FC?
3. TEM ONDA P ANTES DE CADA QRS?
4. INTERVALO PR < 0,20 SEGUNDOS?
5. O COMPLEXO QRS É ESTREITO OU ALARGADO?
6. SEGMENTO ST NA LINHA ISOELÉTRICA?
7. ONDA T?
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
INTERPRETAÇÃO DO ECG – ANGINA
Interpretação de Eletrocardiograma (ECG)
INTERPRETAÇÃO DO ECG – IAM
Referências
• https://www.souenfermagem.com.br/estudos/angina-pectoris
• https://enfermagemilustrada.com/tag/angina
• ROCHA, Joyce Stephany Oliveira da; VIEIRA, Alan da Ponte; PINHEIRO, Thais dos Santos; LIMA,
Demetrius. Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) na Angina Pectoris: Estudo de Caso. Revista
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 3. Ano 2, Vol. 1. pp 05-12 , Junho de 2017.
• Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research; Vol.28,n.3,pp.77-79 (Set-Nov 2019) CUIDADOS DE
ENFERMAGEM AO PACIENTE COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
LEILYANNE DE ARAÚJO MENDES OLIVEIRA, CAMILA ROCHA MARTINS,ANA VIRGÍNIA CAMPOS FONTINELE ,
CRISTIANA PACÍFICO OLIVEIRA ,MÁRCIA PINHEIRO DE ARAÚJO, JOSENICE MARQUES DE SOUZA, RAVENA
VAZ FEITOSA CASTELO BRANCO, JANAINNA MARIA MAIA, MARIA LILLIENE CARDOZO DE MELO
• https://www.hci.med.br/ver-artigo/24/assistencia-de-enfermagem-no-infarto-agudo-do-miocardio
• https://enfermagemilustrada.com/infarto-agudo-do-miocardio-iam

http://itarget.com.br/newclients/sobrachome.org/home/content/uploadseletrocardiograma_AndressaNu
nciaroni.pdf
Obrigado!!

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