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TÉCNICAS DE

CONTAR
HISTÓRIAS
CONTAR HISTÓRIAS
Contar histórias é uma arte muito antiga. Elas proporcionam-nos deliciosas experiências
e são meios de aumentar o horizonte da criança e o seu conhecimento em relação ao
mundo que a rodeia.

É através das emoções que as histórias proporcionam que o simbolismo, implícito nas
tramas e personagens, vai agir no nosso inconsciente.
POR QUE CONTAR HISTÓRIAS?
• As histórias formam o gosto pela leitura;

• São um recurso de estimulação do desenvolvimento psicológico e moral;

• As histórias instruem ao enriquecer o vocabulário infantil, amplia o seu mundo de ideias e conhecimentos e

desenvolve a linguagem e o pensamento;

• As histórias educam e estimulam o desenvolvimento da atenção, da imaginação, observação, memória, reflexão e

linguagem;

• As histórias cultivam a sensibilidade, e isso significa educar o espírito;

• As histórias facilitam a adaptação da criança ao meio ambiente, pela incorporação de valores sociais e morais que

ela capta da vida de seus personagens;

• As histórias recreiam, distraem, descarregam as tensões, aliviam as sobrecargas emocionais e auxiliam, muitas

vezes, a resolver conflitos emocionais próprios;


10 MANDAMENTOS DA
CONTAGEM DE HISTÓRIAS
1.Escolher uma história da qual gostemos muito e desejemos contar.

2.Ler essa história muitas vezes.

3.Fechar os olhos e imaginar o cenário, os personagens, o tempo e outros elementos


constituintes do enredo.

4.Escolher a voz para o narrador e para as personagens da história.

5.Exercitar o poder de concentração.


6. Aprender a criar o gosto pela leitura conforme a idade da criança ou jovem.

7. Ter cuidado com a postura e os vícios de linguagem.

8. Contar para alguém antes de contar para uma plateia.

9. Na hora de contar, olhar para todo: um olhar diz muita coisa.

10. Ser natural, deixar falar o coração e seduzir o ouvinte para que ele deseje ouvir
novamente.
TÉCNICAS DE CONTAR
HISTÓRIAS
• Contar a história: adaptação do contador ou história decorada na íntegra, dramatização.

• Com o livro: leitura dinâmica, dramatizada, com as ilustrações do livro.

• Com gravuras: varal, livro ampliado.

• Com flanelógrafo: gravuras coloridas, dobraduras – usar o velcro atrás.

• Com sombras: com gravuras, manualmente e até com o próprio corpo.

• Com desenhos: desenhar as personagens enquanto vai contando a história.

• Fantoches: de varetas, de dedos, de caixinhas, de meias, de EVA, de espuma, de feltro ou


qualquer outro material que sua criatividade permitir.
CONTAR HISTÓRIAS COM FANTOCHES

• O fantoche é uma excelente estratégia para ensinar a ler com prazer, ajudar a criança na
sua criatividade, dinamismo, consciência e produtividade. Para isso é necessário criar
em sala de aula leitura de contos de fadas e fábulas enriquecendo essas histórias com
outros recursos visuais, o que chama a atenção das crianças.

• O gosto pelo fantoche deve acontecer ainda na infância, e a sala de aula é o espaço
ideal para vivenciar o mundo mágico do fantoche. Observando-se os sons, ritmos e falas
dos textos dos fantoches, podemos relacioná-las muitas vezes, à fala da criança, pois
eles costumam exteriorizar sentimentos e sensibilidade, mexendo com a emoção das
mesmas.
• O objetivo de se trabalhar com fantoches é desenvolver as habilidades de observação
e de expressão oral, de ouvir, de expressar-se com clareza e objetividade de
transmitir e receber informações etc.

• O professor é o verdadeiro protagonista na contagem de histórias com fantoches na


vida de seus alunos.
DICAS PARA TRABALHAR
COM FANTOCHES
• Transmitir segurança!

• O boneco deve ser segurado com confiança e não esquecer que ele é quem contará
ou terá um papel importante na história.

• Manusear corretamente o boneco, ele precisa passar sentimento através dos


movimentos realizados.

• Não ler a história, contar com palavras próprias. Deixar a imaginação funcionar - isto
é o que cria o encanto no público.

• Descrever detalhes de cores, locais, isto estimula a imaginação e ajuda a memória.


Ou então fazer uma pausa, olhando todos nos olhos, como para levantar suspense .
• Ensaiar e calcular o tempo.
• A introdução é imprescindível para criar expectativas sobre a história
• Não subestimar a capacidade das crianças de imaginar e fantasiar, o que atrai as
crianças é a possibilidade de entender a simplicidade da história e viajar no seu
imaginário.
• Entusiasmo verdadeiro é importante, não se deve forçar situações que podem fugir ao
controle.
• Tornar a história o mais real possível, escolhendo um ponto e contando-o como se fosse
a notícia mais interessante do mundo.
• Deixar os pensamentos das crianças presos no ponto da história, na mensagem central
dela.
• Quanto mais se pratica, melhores ficarão as técnicas. É necessário testar diferentes
métodos e sempre aprender das próprias experiências.
CONTAR HISTÓRIAS COM
SOMBRAS
O teatro de sombras ( 皮 影 戏 ) (pinyin: pi ying xi) é uma arte muito antiga de contar
histórias e de entretenimento que usa bonecos de sombra. As imagens produzidas
pelos bonecos podem ter diversas cores e outros tipos de detalhes. Muitos efeitos
podem ser alcançados através da movimentação tanto dos bonecos quanto da fonte de
luz.

Um marionetista ( pessoa que controlas as marionetes ou aquele que faz as


marionetes) talentoso pode fazer as figuras parecerem andar, dançar, lutar, acenar com
a cabeça e rir.
Para superfícies de projeção, o ideal é trabalhar com telas semitransparentes como 
as de tecido, para que o trabalho de manipulação de silhuetas seja feito de um lado
da tela e a plateia visualize a projeção de sombras do outro lado. Nesse caso, a
manipulação e projeção é feita ao avesso, já que o público estará a ver o lado
contrário da tela. Entretanto, a manipulação de sombras pode, também, ser
projetada diretamente em qualquer superfície, como em uma parede branca, por
exemplo.
LENDA CHINESA SOBRE A ORIGEM DO TEATRO
DE SOMBRAS

Conta a lenda que, lá pelo ano de 121, o imperador Wu Ti, pertencente à dinastia Han, ficou

desesperado com a morte de sua bailarina preferida. Teria ordenado ao mago da corte que

trouxesse de volta do “Reino das Sombras”. E lhe teria advertido de que, caso não o conseguisse,

ele seria decapitado.

O mago usou a imaginação para confecionar a silhueta de uma bailarina usando uma pele de peixe

macia e transparente. Ele, ainda, ordenou que, no jardim do palácio, fosse armada uma cortina

branca contra a luz do sol, de modo que deixasse transparecer a luz no tecido.

No dia da apresentação ao imperador e à sua corte, ao som de uma flauta, o mago fez surgir a

sombra de uma bailarina, movimentando-se com leveza. Nesse momento, teria surgido o teatro de

sombras. https://www.youtube.com/watch?v=QXMlVgNquNs
ATTRACTION – GRUPO DE TEATRO
DE SOMBRAS

https://www.youtube.com/watch?v=wABhL70TTC0
CONTAR HISTÓRIAS
ATRAVÉS DA
DRAMATIZAÇÃO
“Dramatizar uma história é um outro modo de ler.”

 (Ademar da Silva, Departamento da Metodologia de


Ensino – UFSCar, professor doutorado em linguística)
DEFINIÇÃO DE
DRAMATIZAÇÃO
Dramatização é a ação ou efeito de dramatizar.
Significa dar forma e condições a algo, tornar
comovente ou exagerar os aspetos de uma situação.

Geralmente é uma representação de uma determinada


situação ou de um facto, está associado ao drama, o
qual por sua vez, está associado ao teatro, uma
dramatização pode ser tanto trágica como cómica.
• No domínio da dramatização são abordadas formas de expressão e comunicação em
que através do gesto, da palavra, do movimento do corpo, da expressão facial e da
mobilização de objetos, a crianças representa situações reais ou imaginárias que são
significativas para ela.

• É a ouvir histórias, (tanto lidas como contadas livremente, inspiradas na literatura ou


em experiências vividas) que as crianças aprendem desde muito cedo a criar
narrativamente a sua experiência e, ao fazê-lo vão-se construindo como sujeitos
culturais (Girardello, 2004-autor).
• A dramatização em contexto escolar tem como
finalidade buscar a participação, o estímulo e o
convívio social, além do crescimento cultural,
oral e corporal. Este tipo de atividade pode ser
usada em todas as etapas do ensino e
disciplinas curriculares.

• Na maioria dos casos, gera resultados bastante


positivos, desde que tenha um bom
acompanhamento.
A dramatização em contexto escolar tem como finalidade buscar a participação, o
estímulo e o convívio social, além do crescimento cultural, oral e corporal. Este tipo de
atividade pode ser usada em todas as etapas do ensino e disciplinas curriculares.

Na maioria dos casos, gera resultados bastante positivos, desde que tenha um bom
acompanhamento.
ALGUMAS PRÁTICAS QUE AS CRIANÇAS
APRENDEM COM A DRAMATIZAÇÃO:

• Empatia;
• Comunicação;
• Proatividade;
• Trabalho em equipa;
• Criatividade
• Gerir emoções.
E estes consideram-se alguns aspetos essenciais para a componente social da criança.
EXPERIÊNCIA:
Doze crianças alfabetizadas entre os 7 e os 10 anos, foram
divididas em duplas para  dois tipos de atividades: leitura de
história e exposição às histórias dramatizadas. Para avaliação da
compreensão das histórias foram solicitadas: reprodução oral,
respostas a perguntas literais, desenho e exemplificação de
palavras-chave.

A quantidade de respostas desconexas foi maior na condição de


leitura do que na dramatização da história.

É possível concluir que expor-se à história dramatizada favorece


a melhor compreensão dos participantes em comparação com os
seus desempenhos quanto à história somente lida.
FLANELÓGRAFO
• O flanelógrafo é um material didático útil em qualquer disciplina ou nível de ensino.
Podemos construir a base através de um superfície rígida, podendo ser flanela ou
outro material semelhante, onde iremos afixar diversas figuras. A sua base ou
cenários podem ser de diversas cores e tamanhos, respeitando a necessidade do
contador.

• Hoje em dia, já existem também flanelógrafo digitais em que as crianças podem


construir de forma autónoma e orientada a sua história.

https://www.santillana.pt/files/apps/flanelografo/app.html#/stories/play/1
VANTAGENS DO
FLANELÓGRAFO
• É um material acessível em preço e dispensa aparelhagem complicada em sua
utilização.

• Favorece a concretização do ensino, tornando ideias e conceitos mais próximos da


realidade.
PARA CONSTRUIR UM FLANELÓGRAFO
É NECESSÁRIO REFLETIR SOBRE:

- Escolha da mensagem.

- Analise o público ao qual o recurso se destina.

- Prepare os pontos-chave dos conteúdos da apresentação de forma sequencial.

- Utilize o contraste entre o fundo e as figuras, usando sempre cores mais fortes para as figuras. O fundo
não deve chamar atenção, mas sim as cenas que se desenrolam.

- Ordenar as gravuras para melhor segurança durante a exposição.

- Explorar cada ilustração ao máximo com perguntas e comentários, deixando as crianças manusearem as
figuras.

- Solicite aos alunos que participem na confeção das figuras, pois além de os alunos se sentirem
participantes, eles também podem desenvolver a sua criatividade.
COMO FAZER UM
FLANELÓGRAFO:
Pode-se fazer flanelógrafo de vários modos e tamanhos.
EXEMPLO DE MATERIAIS NECESSÁRIOS
PARA A CONFEÇÃO DO FLANELÓGRAFO

• Papelão resistente.

• Corte-o ou dobre-o para que os dois lados fiquem com medida aproximada de 80 cm
x 60 cm;

• Feltro ou flanela;

• Cola quente;

• Tesoura.
COMO MONTAR O
FLANELÓGRAFO
1. Escolha o lado do papelão onde colocará o feltro sem cortes, emendas ou estragos.

2. Corte o feltro com tesoura, acompanhando as medidas do papelão.

3. Dobre o papelão ao meio, dando-lhe a forma de um triângulo.

4. Confecione uma base para o flanelógrafo, também em papelão.

5. Cole (com cola quente) o feltro esticado sobre um dos lados do papelão.

Está pronto o flanelógrafo!


Para que uma história realmente prenda a atenção da criança deve despertar sua
curiosidade.

A maneira de contar uma história, por sua vez, deve variar de acordo com o perfil do
público ouvinte.

Este tipo de contar uma história podem ser dirigidas para crianças, jovens, adultos e
terceira idade.
IMPORTANTE OBSERVAR AO
CONTAR UMA HISTÓRIA
• Conversa prévia

Receber as crianças individualmente, dando o máximo de atenção que puder para cada
uma, sempre de forma muito afetiva. Conversar com o grupo e estabelecer algumas regras
para a contagem. Lembrar também de criar um certo suspense antes do início da história.

• A preparação

Ter os materiais organizados, suficientes para a contagem e para a atividade posterior (se
houver). É muito importante ter segurança em relação àquilo que se vai contar, o que
começa connosco a gostar da história.
• A duração da narrativa

Respeitar o interesse da turma, a faixa etária e o ambiente (muito quente/frio).

• Lidando com interrupções

Aproveitar as interferências dos alunos para enriquecer a história.

• Conversa depois da história

É importante que o momento da contagem tenha um final bem definido – um bom recurso é
concluir a história com uma rima ou aplauso diferente. Por exemplo: “Vitória, vitória…
acabou-se a nossa história!”.
• O preparo geral

Para quem contarei a história? Onde a contarei? Com que finalidade contarei? Como
marcarei o clímax? Como prepararei o ambiente? Como trabalharei os elementos
surpresa? Que gestos e roupas usarei? Como prepararei minha voz?

• Contar a história

A história deve ser contada calmamente, porém com ritmo e entusiasmo, criando uma
expectativa positiva com relação aos acontecimentos.

A narradora de histórias – Clara Haddad


https://www.youtube.com/watch?v=JzrLRJZdR6Y
BIBLIOGRAFIA

• https://www.lendo.org/guia-definitivo-contacao-historias/
• file:///C:/Users/Ferreira/Desktop/Forma%C3%A7%C3%A3o%20Li/Literatura%20para%20Cri
an%C3%A7as%20e%20Jovens/47133365.pdf
• http://200.103.102.251/imgs/CONTAR,%20DRAMATIZAR%20E%20ENCANTAR%20COM
%20FANTOCHES.pdf
• https://sites.google.com/site/pedagogiamor/artes-de-contar-historias
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_de_sombras
• www.educador.com.br​
• Orientações Curriculares/web​
• www.UFSCar.com ​

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