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O QUE FOI A GUERRA DE

CANUDOS?
A Guerra de Canudos, que aconteceu entre 7 de novembro de 1896 e 5 de outubro de 1897, foi um
conflito armado que envolveu o Exército Brasileiro e membros da comunidade sócio-religiosa
liderada por Antônio Conselheiro, em Canudos, interior da Bahia.

O conflito foi resultado de uma série de fatores como a grave crise econômica e social em que a
região – caracterizada pela presença de latifúndios improdutivos – se encontrava na época. Essa
situação foi agravada pela ocorrência de secas cíclicas, de desemprego crônico e pela crença numa
salvação milagrosa que pouparia os humildes habitantes do sertão dos flagelos do clima e da
exclusão econômica e social.
CARACTERÍSTICAS DA GUERRA

•Teve caráter messiânico, por conta das pregações do beato

•Envolvia a luta contra a fome, a miséria e a seca nordestina

•Região desassistida pelo governo federal, que passava, naquele momento, pela transição da
monarquia para a república.
POSSÍVEIS CAUSAS
PARA O ÍNICIO DO
CONFLITO
• As principais causas deste conflito, que desencadeou a Guerra de
Canudos, estão relacionadas às condições sociais e geográficas da
região. As características geográficas e as condições sociais do Nordeste
brasileiro formavam um conjunto de fatores geradores de um estado de
permanente conflito e revolta social. Toda aquela região era composta
de latifúndios improdutivos, que eram grandes extensões de terra
pertencentes a poucos proprietários.
•Insatisfação do governo em relação a formação de um povoado
"independente" criado por Antônio Conselheiro. Esse povoado foi
adquirindo grande número de pessoas que saíam das terras dos
proprietários devido a má remuneração.

ENVOLVIDOS NA
GUERRA:
Antônio Conselheiro e seus seguidores, o exército, a
Igreja, os latifundiários, o governo da Bahia e o
governo federal.
ANTÔNIO CONSELHEIRO:QUEM FOI?

Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio conselheiro, foi um líder religioso
brasileiro nascido na cidade de Quixeramobim no Ceará.

Antônio era peregrino, tinha uma vida nômade junto da esposa e de sua sogra. Transitou pelo sertão da
Bahia, Sergipe e Pernambuco, e sua fama na região se espalhou por ser considerado um homem sábio,
com conhecimento e por ajudar os que necessitavam. Já foi preso injustamente acusado por homicídio
e logo após sair da prisão voltou a peregrinar no sertão nordestino em busca de reconstruir igrejas e
ajudar as almas perdidas.

Ele tinha muitos seguidores formados por ex-escravos, trabalhadores explorados, indígenas e
despossuídos. Junto de seus fiéis, cada vez mais numerosos, construíram igrejas, açudes, pontes,
cemitérios e a autoridade dele cresceu ainda mais. Deixou a vida de peregrino e se estabeleceu num
arraial chamado Canudos e depois rebatizado de Belo Monte. Conselheiro ainda continuava com suas
pregações mesmo estando na mira dos dominantes. Esse olhar solidário que ele tinha pelas pessoas
aborrecia o poder estatal pois ele se opunha contra a desigualdade social. Antônio Vicente morreu no
dia 22 de setembro de 1897 aos 67 anos por estar debilitado devido aos ferimentos de bala em
confrontos e por uma doença no estômago.
COMUNIDADE DE CANUDOS
Em Canudos, Antônio Conselheiro liderou uma comunidade que calculava-se 30.000 pessoas, em
cerca de 5.200 casas. Ali habitavam pessoas que foram marginalizadas e jogadas à margem da
sociedade num cenário de República recém-proclamada. Conselheiro estimulava o povo a produzir
seu próprio sustento e autonomia e os oferecia uma perspectiva de liberdade.

A comunidade de Canudos começou a incomodar diversos setores das classes dominantes, como a
igreja tradicional que estava perdendo seus fiéis para o sertanejo beato; aos latifundiários que
perdiam sua mão de obra barata e dos governos regionais e nacionais, pois por serem um povo
autônomo, acumulavam bens e não pagavam impostos.
DESTRUIÇÃO DE CANUDOS

Padres e coronéis pressionaram o governador da Bahia para destruir o Arraial. Este enviou duas expedições militares
que foram vencidas pelos homens de Conselheiro. Para o governo era uma questão de honra militar e nacional
aniquilar os “fanáticos”. Contudo essa expedição foi derrotada e Moreira César morto em combate.
Ant

As sucessivas derrotas militares se explicavam pelo fato da grande maioria dos soldados desconhecerem a região da
caatinga, tão familiar ao povo de Canudos. Além disso, os homens do Conselheiro lutavam pela sobrevivência e pela
salvação da alma, acreditando que travavam uma guerra santa.

No Rio de Janeiro, acusava-se o presidente de fraqueza na repressão ao movimento, considerado por muitos como
monarquista.

Prudente de Moraes ordenou ao ministro da Guerra, marechal Bitencourt, que embarcasse para a Bahia e assumisse o
controle direto das operações. Foi então organizada nova expedição, com mais de 5000 homens sob o comando do
general Artur Oscar, com a ordem de destruir Canudos.

Após intenso bombardeio de canhão, a missão foi cumprida. Canudos foi totalmente destruído em 5 de outubro de
1897.
CONSEQUÊNCIAS DA GUERRA
An

A principal consequência desse movimento sem dúvida foi o elevado


número de mortos e o agravamento da pobreza local. A comunidade de
Canudos foi varrida do mapa em 1897 (destruída e incendiada pelas
tropas do governo), ano em que acabou o conflito armado e que ainda
teve a expulsão de todos os sertanejos do local.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO! BJOS DE
LUZ, ESTÊVÃO FERREIRA

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