Você está na página 1de 37

Análise palpatória da cintura

escapular
.1-Cintura escapular
 A palpação do corpo e das extremidades da clavícula não
apresenta grande dificuldade e traz algumas informações
que podem ser aproveitadas pelo terapeuta. Ao se palpar o
corpo da clavícula, em sua borda ventral, consegue-se
identificar, com mais clareza, as suas duas curvaturas -
seus dois terços mediais são convexos, e seu terço lateral,
côncavo.
 Por meio dessa palpação, pode-se verificar a posição da
clavícula, ter uma ideia de seu comprimento e se apresenta
alguma variação ou anormalidade anatômica. Abaixo da
clavícula, no ponto de união de suas curvaturas, ou seja,
quando deixa de ser convexa para se tornar côncava, passa
o plexo braquial; a palpação, superior ou inferiormente ao
osso, nesse nível, é sempre dolorosa, devendo ser feita
com cautela
 Já na palpação de suas extremidades - esternal e acromial
- , as relações articulares podem ser avaliadas: se os
espaços anatômicos estão mantidos e se a função está
preservada testandose os seus movimentos.
E interessante observar que a extremidade estemal tem um
formato prismático e arredondado.
A face cranial do terço lateral da clavícula é plana e,
próximo à extremidade acromial, alargase
consideravelmente, estendendo-se dorsalmente; a
palpação dessa região, frequentemente esquecida, é
bastante enriquecedora, não somente por se identificar a
largura da clavícula nesse local, mas, principalmente, por
ser rotineira a presença de dor pontual, devido à tensão
das fibras superiores do trapézio
 que se inserem na borda posterior do terço lateral do osso.
O conhecimento das relações musculares de determinado
osso é de extrema valia para obter conclusões diagnósticas
e adotar o subsequente processo terapêutico; no caso da
clavícula, em particular, isso é ainda mais relevante, já que
participa da formação de um cíngulo, fazendo com que os
elementos musculares a ela relacionados contribuam para
a mobilidade concomitante de vários segmentos do corpo
humano.
Os músculos peitoral maior, esternocleidomastóideo,
subclávio, deltoide, trapézio e estemohióideo se
inserem na clavícula; são fundamentais para o bom
funcionamento da cintura escapular, da coluna
cervical, da articulação do ombro e do tórax.
escápula
Grande parte da escápula pode ser palpada. O acrômio,
a espinha, o processo coracoide, a borda vertebral e o
ângulo inferior são os elementos que não oferecem
muita dificuldade às suas palpações; quando muito,
apenas necessitam da adoção de algumas posições que
objetivam deixá-los mais salientes.
Por sua vez, a borda axilar, por ser local de origem ou de
passagem de vários músculos, alguns de formato
arredondado, já não é facilmente palpável; ou melhor, sua
palpação pode ser equivocada, isto é, palpam-se os
músculos redondo maior e menor acreditando-se estar
palpando o osso. Já o ângulo superior e a borda superior são
mais difíceis de palpar, devido à volumosa massa muscular
situada superficialmente a eles.
Em relação à região do ângulo lateral, o colo do osso pode
ser palpado, mesmo assim, em alguns indivíduos; sua
palpação é a que apresenta maior grau de dificuldade,
comparada a todas as outras mencionadas anteriormente.
Em alguns indivíduos, consegue-se palpar o tubérculo
infraglenoidal, local de inserção do tendão da porção
longa do tríceps braquial. A palpação do ângulo acromial -
ângulo formado pela junção da espinha da escápula com o
acrômio - é um ponto de referência à palpação na
profundidade dos tendões dos músculos rotadores do
ombro que se inserem no tubérculo maior do úmero:
supraespinhoso, infraespinhoso e redondo menor. A
diferenciação palpatória entre a base, a porção horizontal e
o ápice do processo coracoide é fundamental para as
localizações e/ou palpações dos ligamentos
coracoclaviculares (conoide e trapezoide), dos tendões do
peitoral menor, coracobraquial e do bíceps braquial
(porção curta). Dos músculos palpáveis relacionados à
escápula, o que apresenta maior dificuldade à palpação é o
subescapular; sua abordagem é feita
ou pela borda axilar da escápula ou pela axila, porém
somente uma pequena borda do músculo permite ser
palpada; na região axilar, muitas vezes palpa-se o
grande dorsal em vez do subescapular.
IMPORTÂNCIA PALPATÓRIA; Clavícula e suas extremidades
esternal e acromial elementos musculares: trapézio, deltoide,
peitoral maior, esternocleidomastóideo e subclávio. Elementos
ligamentares: ligamento esternoclavicular anterior, ligamento
costoclavicular e ligamento acromioclavicular.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA; Clavícula e suas extremidades
esternal e acromial As disfunções da clavícula podem alterar o
ritmo escapuloumeral e desencadear algumas lesões, tais como
tendinites e acometimentos musculares. A identificação de suas
extremidades e de suas articulações por meio da palpação permite
a realização de testes que avaliam a função desse segmento do
corpo; mais uma vez, faz-se necessário enfatizar a importância do
diagnóstico causal, já que a restrição de mobilidade da clavícula
conduz a algumas alterações dos tecidos moles.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA
 Borda vertebral da escápula a mobilidade da escápula
pode se tornar restrita em diversas lesões; a capsulite
aguda, que tem como consequência, entre outras, a
diminuição de mobilidade desse osso, é um exemplo
clássico. As manobras de mobilização da escápula são
feitas pela palpação de suas bordas; a identificação e
correta palpação de sua borda vertebral fornecem um
respaldo importante para a boa execução dessas manobras.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA. Borda superior da escápula A
incisura escapular situada na borda superior da escápula dá
passagem ao nervo supraescapular; o ligamento transverso
superior da escápula transforma essa incisura em um forame.
A palpação dolorosa do ligamento transverso superior da
escápula e concomitantemente do nervo supraescapular pode
significar que esse último se encontra comprimido em sua
passagem pela incisura. Há a probabilidade, no caso de
existir a compressão, de ocorrer o aparecimento de dor na
região supraespinhal, na região posterior do ombro, além da
região infraespinhal, devido aos ramos musculares e
articulares do nervo supraescapular.
IMPORTÂNCIA CLÍNICA Borda axilar da escápula
Certas dores situadas próximas ou na projeção da
borda axilar da escápula podem ter relação com o
aumento de tensão dos músculos que nela se inserem.
Não é incomum o acometimento do tendão da porção
longa do músculo tríceps braquial, tendo como
consequência o surgimento de dor em algumas
situações: à sua palpação; espontânea, na região
posteroinferior do ombro; nos movimentos ativos ou
contrarresistência da extensão horizontal da articulação
escapuloumeral.
IMPORTÂNCIA PALPATÓRIA E CLÍNICA
Angulo inferior da escápula A palpação do ângulo inferior da
escápula é uma referência palpatória às palpações dos músculos
grande dorsal, redondo maior, redondo menor e romboide maior. No
caso da palpação do músculo redondo menor, basta realizar a
palpação do ângulo inferior da escápula, como mostra a Fig. 2.33: ao
abraçarmos o ângulo inferior da escápula e mantermos o antebraço
paralelo à coluna vertebral do paciente, faremos com que a falange
distal do indicador repouse sobre o território do músculo redondo
menor. Essa palpação é também útil para se diferenciar o próprio
redondo menor dos músculos infraespinhal e redondo maior. Nas
alterações do manguito rotador do ombro, a palpação do redondo
menor é de grande auxílio às condutas terapêuticas exclusivas a ele.

Você também pode gostar