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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

Departamento de Ciências Econômicas (DCEC)

Equivalência Ricardiana
e Curva de Laffer

Docente: Andreia Andrade dos Santos

Ilhéus, 2023.1
Orçamento público e variação nos tributos

Qual o impacto de uma redução dos impostos?


População: mais dinheiro disponível para gasto
Governo: se não houver outra contrapartida dos gastos, aumentará o seu déficit
Orçamento público e variação nos tributos

Qual o impacto de um aumento dos impostos?


População: menos dinheiro disponível para gasto
Governo: mantendo os gastos constantes, aumentará o seu superávit.
Essa é a abordagem tradicional...
Equivalência Ricardiana
• A equivalência ricardiana foi elaborada pelo economista inglês David
Ricardo no século 19, enquanto analisava a melhor forma de financiar uma
guerra: aumentar os impostos ou aumentar a dívida pública?
• É uma teoria que fala sobre a gestão do orçamento público, que evoluiu
para a versão da década de 70 do professor de Harvard, Robert Barro,
motivo pelo qual se criou o termo “proposição Ricardo-Barro”
• A equivalência ricardiana refuta o keynesianismo, que foi duramente
criticado com a estagflação
Equivalência Ricardiana
• A abordagem tradicional para o endividamento do governo pressupõe que,
quando o governo reduz impostos (incorrendo em um déficit
orçamentário), os consumidores respondem aumentam seus gastos
• A equivalência ricardiana apresenta uma abordagem alternativa
• De acordo com a abordagem ricardiana, os consumidores se preocupam
com o futuro e, por isso, baseiam seus gastos não somente em seus
rendimentos atuais, mas também na renda esperada no futuro.
• A abordagem ricardiana da dívida do governo aplica a lógica do
consumidor que se preocupa com o futuro para analisar os efeitos da
política fiscal.
A Lógica Básica da Equivalência Ricardiana
• Considere a reação de um consumidor que se preocupe com o futuro.
• Ocorre uma redução fiscal que está sendo realizada por um certo governo.
• Como o consumidor raciocinaria?
✔ O governo está reduzindo impostos sem nenhum plano para reduzir seus próprios
gastos.
✔ O governo está financiando a redução nos impostos, incorrendo em um déficit
orçamentário.
✔ Em algum momento no futuro, o governo terá que aumentar os impostos, de modo a
pagar a dívida e os juros acumulados. Sendo assim, a política econômica, na
realidade, representa uma redução de impostos no presente, que será
acompanhada por um aumento de impostos no futuro.
✔ A redução nos impostos me proporciona apenas uma renda transitória que, no
futuro, será tomada de volta. Não estou em melhor situação financeira, de modo que
manterei inalterado meu padrão de consumo.
✔ Essa política econômica altera o meu conjunto de oportunidades? Estou mais rico em
razão dessa redução nos impostos? Devo consumir mais? Talvez não.
A Lógica Básica da Equivalência Ricardiana

• O consumidor que se preocupa com o futuro compreende que o fato de o


governo tomar emprestado hoje significa maiores impostos no futuro. Uma
redução nos impostos financiada pela dívida pública não reduz o ônus fiscal;
simplesmente reescalona (realoca) essa dívida. Sendo assim, isso não deve
estimular o consumidor a gastar mais.
A Lógica Básica da Equivalência Ricardiana
• O princípio geral é que a dívida do governo é equivalente a impostos
futuros, e, se os consumidores estiverem suficientemente preocupados
com o futuro, os impostos futuros serão equivalentes aos impostos no
presente.
• Consequentemente, financiar o governo por meio de dívidas equivale a
financiá-lo por meio de impostos. Essa abordagem é chamada de
equivalência ricardiana. Ou seja, uma redução de impostos financiada pelo
endividamento do governo deixa o consumo inalterado.
• As famílias poupam a renda disponível adicional de modo a pagar a
obrigação fiscal futura que a redução fiscal acarreta. Esse aumento na
poupança privada contrabalança exatamente o decréscimo na poupança
pública.
• A poupança nacional — a soma entre poupança pública e poupança
privada — permanece inalterada. A redução nos impostos, portanto, não
exerce qualquer um entre os efeitos previstos pela análise tradicional.
A Lógica Básica da Equivalência Ricardiana
• A lógica da equivalência ricardiana não significa que todas as mudanças na
política fiscal sejam irrelevantes. Mudanças na política fiscal efetivamente
influenciam o gasto do consumidor, caso essas mudanças influenciem as
compras do governo no presente ou no futuro.
• Suponhamos, por exemplo, que o governo reduza impostos hoje, porque
planeja reduzir as compras do governo no futuro. Se o consumidor
percebe que essa redução nos impostos não exige um aumento de
impostos no futuro, ele se sente mais rico, e aumenta o seu nível de
consumo.
• Observe, porém, que é a redução nas compras do governo, e não a
redução nos impostos, que estimula o consumo: o anúncio de uma
redução futura nas compras do governo faria crescer o consumo hoje,
ainda que os impostos no presente permanecessem inalterados, uma vez
que isso implicaria tributos mais baixos em algum momento no futuro
(menos gastos implica necessidade de menos tributos).
• O consumidor poderia antecipar essa renda “extra” futura
Consumidores e Impostos Futuros
• A essência da abordagem ricardiana é que, no momento em que escolhem
o seu patamar de consumo, as pessoas avaliam racionalmente os impostos
futuros do endividamento do governo.
• Entretanto, até que ponto os consumidores estão preocupados com o
futuro? Os defensores da abordagem tradicional do endividamento do
governo acreditam que a perspectiva de impostos futuros não exerce uma
influência tão grande sobre o consumo no presente, como pressupõe a
abordagem ricardiana. Por que?
⮚ Miopia
⮚ Restrição a obtenção de empréstimos
⮚ Gerações futuras
Miopia
• Os defensores da abordagem ricardiana de política fiscal pressupõem que as
pessoas são racionais quando tomam decisões tais como o montante de suas
rendas a ser destinado ao consumo e o montante a ser poupado.
• Quando o governo recorre a empréstimos a fim de pagar pelos gastos incorridos
no presente, os consumidores racionais fazem uma projeção em relação aos
impostos futuros necessários para dar lastro ao pagamento dessa dívida.
Portanto, a abordagem ricardiana pressupõe que as pessoas tenham um nível
considerável de conhecimento e de percepção em relação ao futuro.
• Criticamente à versão ricardiana, um argumento em favor da abordagem
tradicional de redução de impostos é que as pessoas carecem de uma
abordagem de longo prazo, e não compreendem plenamente as implicações dos
déficits orçamentários do governo.
• É possível que algumas pessoas sigam regras práticas simples, e não muito
racionais, ao decidir sobre quanto poupar.
Restrições à Obtenção de Empréstimos
• A abordagem ricardiana para o endividamento do governo pressupõe que os
consumidores baseiam seus gastos não apenas na renda atual, mas também
na renda vitalícia, que inclui tanto a renda atual quanto a renda esperada no
futuro.
• De acordo com a abordagem ricardiana, uma redução nos impostos
financiada pela dívida eleva a renda no presente, mas não altera a renda ou
o consumo vitalícios.
• Os defensores da abordagem tradicional para o endividamento do governo
argumentam que a renda atual é mais importante do que a renda vitalícia
para aqueles consumidores que enfrentam restrições compulsórias em
relação a empréstimos.
Restrições à Obtenção de Empréstimos
• Uma pessoa que deseje consumir mais do que permite a sua renda atual —
talvez pelo fato de esperar uma renda mais alta no futuro — precisa fazê-lo
por meio da tomada de empréstimos.
• Se não consegue tomar emprestado de modo a financiar o consumo atual,
ou se consegue tomar emprestada apenas uma quantia limitada, a sua
renda atual determina o seu patamar de gastos, independentemente de qual
seja sua renda vitalícia.
• Nesse caso, uma redução nos impostos financiada por endividamento eleva
a renda atual e, consequentemente, o consumo, ainda que a renda futura
seja mais baixa.
• Em resumo, no momento em que reduz os impostos no presente e aumenta
os impostos no futuro, o governo está concedendo um empréstimo para os
contribuintes. Para uma pessoa que deseje obter um empréstimo, mas
encontre restrições para isso, a redução nos impostos amplia as suas
oportunidades e estimula o consumo.
Gerações Futuras
• Outro argumento em favor da abordagem tradicional é que os consumidores
esperam que os impostos futuros implícitos recaiam não apenas sobre eles, mas
também sobre as gerações futuras.
• Suponhamos que o governo reduza impostos hoje, emita títulos com vencimento
em 30 anos, para financiar o déficit orçamentário e, depois disso, aumente os
impostos daqui a 30 anos para pagar o empréstimo.
• Nesse caso, a dívida do governo representa uma transferência de riqueza da
próxima geração de contribuintes (que vai enfrentar o aumento de impostos) para a
geração atual de contribuintes (que obtém a redução nos impostos).
• Essa transferência aumenta os recursos vitalícios da geração presente, de modo que
seu patamar de consumo aumente. Na realidade, uma redução nos impostos
financiada pelo endividamento estimula o consumo, uma vez que concede à
geração atual a oportunidade de consumir à custa da geração seguinte.
• O economista Robert Barro apresentou uma réplica inteligente para esse
argumento, a fim de apoiar a abordagem ricardiana. Barro argumenta que, uma vez
que as gerações futuras correspondem aos filhos e netos da geração presente, não
deveríamos enxergá-las como agentes econômicos independentes.
Gerações Futuras
• Na visão ricardiana, as gerações do presente se importam com as gerações do futuro.
Esse altruísmo entre gerações pode ser visto nas heranças. A existência de heranças
sugere que muitas pessoas não estão ávidas por tirar proveito da oportunidade de
consumir, à custa de seus filhos.
• De acordo com a análise de Barro, a unidade de interesse na tomada de decisão não é
o indivíduo, cuja vida é finita, mas a família, que continua para sempre. Ou seja, um
indivíduo decide sobre quanto consumir com base não apenas em sua própria renda,
mas também na renda dos futuros membros de sua família.
• Uma redução nos impostos financiada por endividamento pode fazer com que cresça
a renda que o indivíduo recebe durante sua vida, mas não aumenta os recursos de
sua família como um todo. Em vez de consumir a renda adicional da redução nos
impostos, o indivíduo poupa essa renda, deixando-a a título de herança para os seus
filhos, que virão a arcar com a obrigação fiscal no futuro
Debate sobre a dívida do governo x comportamento
do consumidor
• O debate sobre a dívida do governo é, na realidade, um debate sobre o
comportamento do consumidor.
• A abordagem ricardiana pressupõe que os consumidores contam com um longo
horizonte de tempo. A análise que Barro faz sobre a família implica o horizonte de
tempo do consumidor, assim como o do governo, ser, na realidade, infinito.
• Contudo, é possível que os consumidores não levem em conta as obrigações fiscais
das gerações futuras. Talvez esperem que seus filhos sejam mais ricos do que eles
e, por essa razão, acolham bem a oportunidade de consumir à custa dos filhos.
• O fato de que muitas pessoas deixam heranças mínimas ou nenhum tipo de
herança para seus filhos é condizente com essa hipótese. Para essas famílias com
nenhuma herança, uma redução nos impostos financiada por dívidas altera o
consumo, pelo fato de redistribuir a riqueza entre as gerações
Equivalência ricardiana x Abordagem tradicional
• Em primeiro lugar, com qual das abordagens você concorda? Se o governo reduz
impostos hoje, incorre em um déficit orçamentário e aumenta impostos no futuro, irá
estimular o consumo, como sustenta a abordagem tradicional? Ou os consumidores
perceberão que sua renda vitalícia permanece inalterada e, consequentemente,
aumentarão a poupança privada?
• Em segundo lugar, por que você apoia essa posição?
✔ Se você concorda com a abordagem tradicional, os consumidores não
conseguem compreender que um maior volume de tomada de empréstimos
pelo governo hoje significa um maior volume de impostos amanhã? Ou eles
ignoram os impostos futuros, seja pela falta de empréstimos, seja porque os
impostos futuros recairão sobre as gerações futuras, com as quais eles não
sentem nenhum tipo de vínculo econômico?
✔ Se for a favor da abordagem ricardiana, então os consumidores têm visão de
futuro de modo a perceber que o empréstimo do governo hoje resultará em
impostos futuros cobrados de seus descendentes? Você acredita que os
consumidores pouparão a renda adicional de modo a contrabalançar a
obrigação fiscal futura?
Equivalência ricardiana x Abordagem tradicional
• Quando os economistas examinam episódios históricos relativos a déficits orçamentários
significativos, as evidências não são conclusivas. A história pode ser interpretada de
diferentes maneiras.
• Exemplo: a experiência da década de 1980 nos EUA. Os grandes déficits orçamentários
causados, em parte, pela redução nos impostos no governo Reagan em 1981, podem
oferecer um experimento natural para as duas abordagens para a dívida do governo.
• À primeira vista, esse episódio parece confirmar a abordagem tradicional. Os grandes
déficits orçamentários coincidiram com uma baixa poupança nacional (população
aumentou os gastos e reduziu a poupaça privada), elevadas taxas de juros reais e um
grande déficit na balança comercial. Os defensores da abordagem tradicional costumam
alegar que essa experiência confirma seus pontos de vista.
• Para os defensores da abordagem ricardiana, talvez a poupança estivesse baixa porque as
pessoas se sentirem otimistas quanto ao crescimento econômico futuro ou porque as
pessoas esperavam que a redução nos impostos pudesse vir a acarretar, não impostos mais
altos, mas, como prometia Reagan, gastos menores pelo governo.
• É difícil descartar qualquer uma das interpretações. Por isso prevalecem até hoje ambas as
abordagens para o endividamento do governo.
Equivalência ricardiana x Abordagem tradicional
• Resumindo:
⮚ De acordo com a abordagem tradicional, um déficit orçamentário do governo
expande a demanda agregada e estimula a produção no curto prazo, mas
cerceia o capital e pressiona para baixo o crescimento econômico no longo
prazo.
⮚ De acordo com a abordagem ricardiana, um déficit orçamentário do governo
não exerce nenhum desses efeitos, uma vez que os consumidores percebem
que um déficit orçamentário representa meramente o adiamento de um ônus
fiscal.
Orçamentos Equilibrados Versus Política Fiscal Ótima
• A maioria dos economistas se opõe a uma regra rigorosa exigindo que o governo
equilibre o seu orçamento.
• Existem três razões pelas quais a política fiscal ótima pode, algumas vezes, demandar
um déficit ou um superávit orçamentário.
⮚ Estabilização: Um déficit ou um superávit orçamentário podem ajudar a estabilizar a
economia. Quando a economia entra em uma recessão, os impostos automaticamente
caem e as transferências automaticamente crescem. Embora ajudem a estabilizar a
economia, essas reações automáticas empurram o orçamento para um déficit.
Uma regra rigorosa de orçamento equilibrado exigiria que o governo aumentasse os
impostos ou reduzisse os gastos em uma recessão, mas essas ações diminuiriam ainda
mais a demanda agregada.
Em 2009, por exemplo, o Presidente Barack Obama assinou um decreto de estímulo,
autorizando um grande crescimento nos gastos, de modo a tentar reduzir a gravidade da
recessão, embora isso tenha acarretado o maior déficit orçamentário, ao longo de mais de
meio século.
Orçamentos Equilibrados Versus Política Fiscal Ótima
⮚ Estabilização de Alíquotas: Um déficit ou um superávit orçamentário podem ser
utilizados para reduzir a distorção de incentivos causada pelo sistema tributário.
Elevadas alíquotas nos impostos têm um custo para a sociedade, desestimulando a
atividade econômica.
Uma vez que esse desestímulo torna-se particularmente alto quando existem alíquotas
elevadas nos impostos, o custo social total dos impostos reduz se houver manutenção de
alíquotas relativamente estáveis, em vez de fazer com que elas sejam altas em alguns
anos e baixas em outros.
Os economistas chamam essa política de estabilização de alíquotas. Para manter
estabilizadas as alíquotas dos impostos, faz-se necessário um déficit em anos em que haja
renda excepcionalmente baixa (recessões) ou gastos excepcionalmente altos (guerras).
Orçamentos Equilibrados Versus Política Fiscal Ótima
⮚ Redistribuição entre Gerações: Um déficit orçamentário pode ser utilizado para
transferir um ônus fiscal da geração atual para as gerações futuras.
Por exemplo, alguns economistas argumentam que, se a geração atual trava uma guerra
para manter a liberdade, as gerações futuras também se beneficiam, e devem arcar com
uma parcela do ônus.
Para passar adiante uma parcela dos custos inerentes à guerra, a geração atual pode
financiar a guerra por meio de um déficit orçamentário. O governo pode postergar a
dívida, cobrando impostos das próximas gerações. Essas considerações levam a maioria
dos economistas a rejeitar uma exigência rigorosa para orçamentos equilibrados.
Uma regra de política fiscal precisa, no mínimo, levar em consideração os episódios
recorrentes, tais como recessões e guerras, durante os quais é razoável que o governo
incorra em um déficit orçamentário.
Aumento e redução de impostos- Impacto na
arrecadação do governo
• Suposição básica: Se o governo aumenta o valor dos Impostos, ele aumenta
sua arrecadação
A curva de Laffer
• “[...] impostos altos, às vezes pelo fato de reduzirem o consumo das mercadorias
taxadas, às vezes por estimularem o contrabando, frequentemente trazem para o
governo uma receita inferior daquela que se poderia obter com impostos mais baixos.
Quando a diminuição da receita é efeito da redução do consumo, só pode haver um
remédio: diminuir o imposto.” Adam Smith

• “[...] gradualmente aumentando a alíquota se chegará a um nível em que a receita é


máxima [...] após esse nível a receita diminuirá“ Fullerton

• “[...] ao se aplicar um imposto sobre vendas, não se deve supor que, por intermédio
da elevação da alíquota tributária, se possa aumentar indefinidamente a receita
gerada pelo imposto". Musgrave, 1982

Em 1974, o economista Arthur Laffer desenvolveu uma curva para mostrar como os
níveis das alíquotas afetam a receita tributária. Segundo o economista, as alíquotas dos
EUA eram tão elevadas que, se houvesse uma redução, poder-se-ia obter um aumento na
arrecadação. O governo do presidente americano Ronald Reagan buscava reduzir as taxas
de imposto.
A curva de Laffer
• A Curva de Laffer demonstra uma relação não linear entre a taxa de
imposto e a receita fiscal do governo.
• Segundo esta teoria, se as taxas de imposto são muito baixas, o governo
não arrecada receita suficiente para financiar seus gastos.
• Por outro lado, se as taxas de imposto são muito altas, elas desestimulam
as pessoas a trabalharem e investirem, o que pode levar a uma redução da
atividade econômica e, portanto, uma redução na receita fiscal do governo.
• Assim, a Curva de Laffer demonstra o ponto ótimo em que a taxa de
imposto é suficientemente alta para gerar receita fiscal significativa, mas
não tão alta a ponto de desencorajar a atividade econômica. Esse ponto
ótimo pode variar de acordo com a economia e as circunstâncias de cada
país.
A curva de Laffer
• A curva demonstra os dois extremos de um sistema tributário:
⮚ uma alíquota tributária de 100% não arrecadaria nenhuma receita. Quem
iria trabalhar e entregar toda a renda? Ou poderiam até trabalhar, mas não
divulgariam o quanto ganham...
⮚ No outro lado, uma alíquota de O% obviamente também não produziria
nenhuma receita, já que o governo não arrecadaria nada
• Sabemos, assim, que, se traçarmos uma relação entre receita tributária e
alíquota tributária, com a receita no eixo vertical, a curva primeiramente
subirá conforme a alíquota se afasta de zero, mas, em algum ponto, antes
que a alíquota atinja 1, ela cairá.
A curva de Laffer
• A curva de Laffer recebeu muita
atenção porque ilustrava a
possibilidade de que aumentos nas
alíquotas tributárias pudessem
reduzir a receita tributária.
• Inversamente, um corte nas
alíquotas poderia aumentar a
receita, o que aconteceria se as
alíquotas tributárias estivessem
inicialmente na faixa à direita do
ponto A
• Vários economistas do lado da
oferta, incluindo Laffer, afirmaram
ser esse o caso nos EUA no início da
década de 1980. Seria necessário
cortar impostos e não aumentar
A curva de Laffer
• Esses economistas afirmavam que, com a redução de da alíquota de impostos, a
evasão fiscal (para paraísos fiscais) e a sonegação de impostos (como a não-
informação da renda tributável, atividades informais e ilegais) diminuiriam. Juntos
esses efeitos levariam a um aumento da receita tributária mesmo com a redução das
alíquotas.
• Economistas de linhas diferentes não acreditavam que a economia estivesse na parte
descendente da curva de Laffer
• Na opinião deles, os enormes déficits que aconteceram na década de 1980 depois de
cortes tributários confirmavam essa ideia.
• Alguns economistas argumentam que a teoria é simplista demais e não leva em
consideração outros fatores que podem afetar a receita fiscal do governo, como a
evasão fiscal, a corrupção e outros mecanismos de planejamento tributário.
• Outros argumentam que a teoria pode ser usada para justificar reduções injustas de
impostos para os mais ricos, aumentando a desigualdade de renda.
• Equivalência Ricardiana
Capítulo 19- Endividamento do Governo e Déficits Orçamentários
MANKIW, N. G. Macroeconomia. 8ª ed. Rio de Janeiro, LTC, 2015.

• Curva de Laffer
Capítulo 17- O lado da Oferta- Página 465
FROYEN, Richard T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2005.

 
• Equivalência Ricardiana
Capítulo 19- Endividamento do Governo e Déficits Orçamentários
MANKIW, N. G. Macroeconomia. 8ª ed. Rio de Janeiro, LTC, 2015.

• Curva de Laffer
Capítulo 17- O lado da Oferta- Página 465
FROYEN, Richard T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2005.

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