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Aula 11 - Dinâmica Da Dívida Pública
Aula 11 - Dinâmica Da Dívida Pública
Ilhéus, 2023.1
Os formuladores de política econômica deveriam sofrer
restrições?
• A combinação de políticas fiscal e monetária pode ajudar um país a sair de
uma recessão, melhorar sua posição econômica, desacelerar uma economia
superaquecida, e assim por diante
• Mas e as demandas frequentes de que os formuladores da política econômica
são submetidos forem submetidas a restrições rigorosas?
• Nos EUA, são frequentes os pedidos de uma emenda de orçamento
equilibrado na Constituição para limitar o crescimento da dívida.
• Na Europa, os países que adotaram o euro assinaram um “Pacto de
Estabilidade e Crescimento (PEC)”, pelo qual tinham de manter seu déficit
orçamentário abaixo de 3% do PIB, sob pena de altas multas. Não foi para
frente.
• O Brasil e o Teto dos gastos
Incerteza e política econômica
=r+ −
Substituindo =
Em = r + −
Teremos: = r + −
• Ou:
*Passando o do lado esquerdo para o
direito
Segundo essa relação, a dívida no final do ano t é igual a (1 + r) vezes a dívida do ano
anterior t – 1 mais o déficit primário durante o ano t, ( − ).
Impostos correntes versus impostos futuros
• Consideremos primeiro uma redução nos impostos por um ano para a trajetória da
dívida e dos impostos futuros.
• Comecemos com uma situação em que, até o ano 1, o governo equilibrou seu
orçamento, de modo que a dívida inicial é igual a zero.
• Durante o ano 1, o governo diminuiu os impostos em 1 (bilhão de dólares) por um
ano. Assim, a dívida ao final do ano 1, B1, é igual a 1. Nossa pergunta é: o que
acontece depois disso?
= (1 + r) + ( –)
= (1 + r) + 0
= (1 + r)
• Como o déficit primário ainda é igual a zero durante o ano 3, a dívida no final
do ano 3 é:
= (1 + r) + ( –)
= (1 + r) + 0
=
Pagamento total no ano t
• Fica claro que, enquanto o governo mantiver um déficit primário igual a zero,
a dívida crescerá a uma taxa igual à de juros e, portanto, a dívida no final do
ano t – 1 será dada por
=
= (1 + r) + ( –)
• Então (a dívida no final do ano t) será igual a zero. Substituindo por zero e por ,
teremos:
= (1 + r)+ ( –
() =
• Para pagar a dívida, o governo deverá apresentar um superávit primário igual a
durante o ano t.
• Se o ajuste for feito por meio de impostos, a diminuição inicial dos impostos em 1
bi durante o ano 1 levará a um aumento nos impostos de durante o ano t.
Pagamento total no ano t
• As conclusões que podemos chegar é:
Se os gastos do governo permanecerem inalterados, uma diminuição nos
impostos acabará sendo compensada por um aumento nos impostos no
futuro.
Quanto mais o governo esperar para aumentar os impostos, ou quanto
maior for a taxa de juros real, maior será o aumento final nos impostos
Estabilização da dívida no ano t
• Assumimos até aqui que o governo paga toda a dívida.
• Mas o que acontecerá com os impostos se o governo estabilizar a dívida?
(Estabilizar a dívida significa alterar impostos ou gastos de modo que a
dívida permaneça constante desse instante em diante. Paga-se o juros
anualmente)
• Suponhamos que o governo decida estabilizar a dívida, adquirida no ano 1,
do ano 2 em diante. Isso significa que a dívida no final do ano 2 e depois
disso permanecerá no mesmo nível que no final do ano 1.
• a restrição orçamentária do ano 2 é dada por:
= (1 + r) + ( –)
- = (r – g) +
• Isto exigiu muitos passos, mas essa relação final tem uma interpretação simples.
• A variação do coeficiente de endividamento ao longo do tempo é igual à soma de
dois termos
O primeiro é a diferença entre a taxa de juros real e a taxa de crescimento da
economia vezes o coeficiente de endividamento inicial.
O segundo é a razão entre o déficit primário e o PIB.
Evolução da razão dívida-PIB
Inadimplência
• Quando se vê incapaz de pagar a dívida pendente, um governo pode optar pela
inadimplência. Normalmente, de forma parcial. Em um corte de cabelo (como é
conhecido) de 30%, por exemplo, significa que os credores recebem apenas 70% do
que lhes é devido.
• Chama-se também reestruturação da dívida ou reescalonamento da dívida (quando
os pagamentos de juros são protelados em vez de cancelados), ou envolvimento do
setor privado (o setor privado, ou seja, os credores, são convidados a aceitar um corte
de cabelo).
• A inadimplência pode ser imposta unilateralmente pelo governo ou resultar de uma
negociação com os credores. Estes, cientes de que não serão totalmente
reembolsados, preferem negociar um acordo com o governo.
• Foi o que aconteceu com a Grécia em 2012, quando credores privados aceitaram um
corte de cerca de 50%.
Inadimplência
• Quando uma dívida é muito alta, a inadimplência parece ser uma solução
atraente.
Fonte: IBGE
Capítulos 21 e 22
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. São Paulo: Prentice Hall, 2004. 3ª ed