Módulo 7 - A

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Curso: Técnico de Gestão Ambiental

Disciplina: Ordenamento do Território

Módulo 7 – Sistemas de
Informação geográfica I

Ano Curricular: 10.º ano


Professor: Ricardo Pinho
O que é um SIG?

É um sistema digital para a aquisição,


tratamento, análise e visualização de
dados espaciais, com o objetivo de
planear, administrar e monitorizar o
ambiente natural e socioeconómico
(Konecny, 2003).
Conjunto de procedimentos informáticos para recolher,
SISTEMA armazenar, gerir, analisar, modelar e apresentar
informação geográfica

As informações são extraídas de um conjunto de base de


SIG INFORMAÇÃO dados organizadas e estruturadas num modelo do
mundo real

Os dados referem-se a localizações geográficas determinadas


GEOGRÁFICA por meio de coordenadas. Os objectos espaciais e a sua
localização são o “esqueleto” do sistema
F.Pina (2006)
Exemplos de aplicações:

Sistemas de Redes [ex. gás, eletricidade, transportes]


Cadastro

Modelação Ambiental
Entre Outras Aplicações:

• Gestão Municipal;
• Protecção Civil;
• Ordenamento do território;
• Gestão de Resíduos;
• Gestão Imobiliária;
• Investigação & Desenvolvimento;
• Localização de Equipamentos [escolares, saúde, desportivos, segurança publica, etc.];
• Finanças;
• Otimização de Recursos [entregas, distribuição, etc.];
• Atividade Empresarial [estudos de mercado, análise e programação de
investimentos];
• Bancos;
• Telecomunicações;
• Etc;
Estrutura da Informação
Geográfica num SIG
Estrutura Fundamental:

Aplicações

Recursos
Software
Humanos

Hardware Dados

Procedimentos
e Métodos
Estruturação da Informação num SIG:

Espacial
(ou gráfica) Camadas

Layers ou Camadas Fatores Sociais


Biodiversidade
ou Temas [Níveis de
Rede Viária
Informação]
Uso do Solo

Constituem um sistema Considerações


de representação espacial Ambientais
da superfície terrestre e
de localização.
A partir das
diferentes partes,
chega-se a um
todo…
Estruturação da
Informação num SIG:

Alfanumérica
(ou descritiva)
Tabelas, bases de dados. Contêm
informação com referências
geográficas

Estes dados podem ser de natureza


estatística ou descritiva, associados às
entidades representadas.

Também chamada textual ou atributiva,


representa as características, qualidades,
ou relacionamentos dos layers na
representação cartográfica
Modelos de dados espaciais
• A informação espacial ou gráfica pode ser apresentada em dois modelos

Modelo Raster Modelo Vetorial

• Matriz regular • Pontos, linhas


(grid) ou polígonos
constituída por (áreas)
células ou localizados a
píxels, cuja partir das suas
localização é coordenadas.
dada pela sua
posição na grid.
MODELO VETORIAL
• Os elementos que constituem os ficheiros vetoriais podem estar associados a
diferentes atributos gráficos (cor, espessura, estilo, etc.), que correspondem a
diversas entidades no terreno.

• São preferencialmente utilizados para associar os elementos gráficos a informação


alfanumérica, ou seja, a tabelas de atributos.

• Dão origem a ficheiros menos pesados e mais fáceis de manipular.


1 ficheiro ----- diversos atributos
MODELO RASTER
• Divide a totalidade da área de estudo numa grelha regular de células, cuja dimensão
define a sua resolução.

• Os objetos são definidos a partir de um conjunto de células.

• A localização de cada objeto é definida pelo seu posicionamento na grelha em


termos de linha e coluna.

• Cada célula (pixel) contém um único valor. O tamanho do pixel depende da resolução.

1 matriz ----- 1 atributo


Vantagens - Modelo Vetorial
• Boa representação das entidades do mundo real.
• Os dados vetoriais ocupam menos espaço que os
dados em raster.
• Integração do conceito de topologia (analise de
redes).
• Fácil conversão de coordenadas.
• Representação precisa das entidades gráficas em
todas as escalas.
• Manipulação de atributos alfanuméricos.

Desvantagens - Modelo Vetorial


• Estrutura de dados complexa.
• Combinação de vários temas para interseção e sobreposição (overlay) depende de
procedimentos computacionais mais elaborados (algoritmos).
• As entidades básicas, por exemplo polígonos, assumem-se como internamente
homogéneas (variabilidade espacial).
Vantagens - Modelo Raster

• Operações de sobreposição de layers fáceis e


eficientes (baseiam-se em operações de algebra
matricial).
• Estrutura de dados mais simples.
• Formato apropriado para a representação de
fenómenos com grande variabilidade espacial.

Desvantagens - Modelo Raster

• Ficheiros “mais pesados”;


• Saídas gráficas com menos qualidade.
• A redução da dimensão do pixel pode resolver o problema, mas aumenta
exponencialmente o volume de dados.
Formatos de dados em SIG

Shapefile (.shp); CAD


(.dwg, .dgn, .dxf);

Raster
Tabelas (.dbf, .xls).
(.jpg, .tif, .sid);

Shapefile: formato nativo dos dados no ArcGIS.


Cada shapefile pode conter apenas um tipo de
elementos (pontos, linhas ou áreas)
Metadados ou Meta-Informação
• São dados acerca dos conteúdos, qualidade, condição ou outras características dos
dados.

• São informações sobre os dados e que têm por objetivo informar-nos sobre eles para
tornar mais fácil a sua organização e utilização.
Sistemas de Referência Espacial
A Forma da Terra – conceito de Elipsóide e Geóide:

Ao contrário do que possa parecer, a


verdadeira forma da terra não é redonda.
Este facto foi descoberto no séc. XVII por
Newton, que afirmou que a terra era
ligeiramente achatada nos polos.

A verdadeira forma da Terra denomina-se Geóide.


O Geóide é um modelo físico da forma da Terra. Pode
ser definido como uma superfície equipotencial
[aproximada à superfície da Terra e cada vez mais
exata] e que em média coincide com o nível médio
das águas do mar. Varia com as flutuações do campo
gravítico da Terra.
Surge então o conceito de Elipsóide de Referência, que é uma superfície definida
matematicamente que se aproxima da verdadeira forma da Terra (isto é, do
Geóide).

Devido à sua relativa simplicidade, os elipsóides de referência são usados como


uma superfície preferida sobre a qual são efetuados os cálculos da rede
geodésica e são definidas as coordenadas de pontos tais como a latitude, a
longitude e a altitude.
A nível Global, em relação ao elipsóide
de referência, o Geóide sofre várias
flutuações, sendo que no máximo é de
+70 m no Oceano Atlântico e o mínimo
de -100 m no Oceano Índico. Para áreas
pequenas, inferiores a 50 km2, as
diferenças são quase impercetíveis.
Datum Geodésico – Conjunto de parâmetros que constituem a referência de um
sistema de coordenadas, definem os semieixos maior e menor do elipsóide de
referencia e o achatamento da sua posição relativamente ao globo terrestre.

Define-se através de procedimentos matemáticos avançados com base em referencias astronómicas


e/ou de satélite.
Existem 2 tipos de Datum, Global e Local.
Global – utilizado na cobertura geral do
globo, escolhido de forma a fazer coincidir
o centro de massa da Terra com o centro do
elipsóide de referência, e o eixo da Terra
com o eixo menor do elipsóide.
Ao fazer coincidir o centro de massa da
Terra com o centro do elipsóide de
referência procura-se minimizar,
globalmente, as diferenças entre este e o
geóide.

Local – procura fazer coincidir o Geóide


com o elipsóide nas vizinhanças do Ponto O Datum de Referência Global mais
de Fixação (P.F) e a sua posição é utilizado é o WGS84
determinada pela latitude, longitude e
altitude do P.F
Sistemas de Coordenadas Geográficas

Sistema de Coordenadas – sistema de referencia espacial utilizados no


posicionamento de pontos sobre uma dada superfície. São construídos pelo
Geóide, Elipsóide, Datum e Sistema de Projecção.

Coordenadas Geográficas

A origem do Sistema Global de coordenadas


(geográficas) é definido por uma rede quadriculada
de linhas imaginárias, verticais (meridianos) e
horizontais (paralelos)que dividem o globo
terrestre, fornecendo as medidas de longitude (λ
=x) e latitude (φ=y).

A posição de um ponto é determinada por um par


de coordenadas (x;y) partindo-se do principio que
qualquer ponto á superfície da terra dista
igualmente ao centro da Terra.
São representadas em Graus(o) minutos (‘) e Segundos(‘’)

A latitude é medida a partir do equador e vai de 0o a 90o N e 0o a 90O S

A longitude é medida a partir do meridiano de referência (Greenwich) para


Este e Oeste, 0o a + 180o E e 0o a -180o O
Sistemas de Projecção

Para Representar a Terra numa superfície plana é necessário recorrer a uma


Projecção Cartográfica – que consiste num conjunto de procedimentos matemáticos
que permitem a representação da terra numa superfície plana mantendo as suas
relações espaciais.

No entanto não é possível “achatar”


uma superfície esférica numa superfície
plana sem a deformar.

Estas deformações podem ser lineares,


angulares e superficiais ou ainda a
combinação das 3.

Todos os mapas apresentam algum tipo


de distorção, que depende da natureza
do processo de projecção.
Em termos Geométricos os Sistemas de Projecção podem ser:

- Equivalentes – mantêm as áreas;

- Conformes – mantêm a forma (ângulos);

- Equidistantes – mantêm as distâncias segundo uma


direcção [chamadas linhas de direcção);

Em Portugal utilizam-se 3 tipos de Sistemas de Projecção:

- Bonne - Projecção Equivalente ;

- Gauss – Projecção Conforme ;

- UTM - Deformação nas altas latitudes e longitudes;


Sistemas Geodésicos Portugueses
Sistema de Projecção UTM (Universal Transversal Mercartor)

A Terra é dividida em 60 fusos de 6 graus de longitude, numerados a


partir do semi-meridiano de Greenwich (180 graus), seguindo
de Oeste para Este até o fechamento nesse mesmo ponto de origem.

Cada fuso possui um meridiano central (MC) que o divide


exatamente ao meio.

A contagem de coordenadas é idêntica em cada fuso e tem sua


origem a partir do cruzamento entre a linha do Equador e o
Meridiano Central do fuso.

A extensão em latitude vai de 80 graus Sul até 84 graus Norte

Para cada fuso são consideradas 20 zonas


+
0 km
10000 km
-

- 500 km +
• Exemplo de par de coordenadas UTM: 498,734 km 4340,765 km

Lugar no hemisfério ocidental Lugar no hemisfério norte,


(Oeste), porque o valor é porque o valor é positivo
positivo
O sistema UTM inclui uma
codificação alfanumérica.
Fuso + letra da zona do fuso.

29S e 29T(Portugal Continental)


25S (Flores e Corvo)
28R (Selvagens)
28S (Madeira e Porto Santo)
26S (Pico, Faial,S.Jorge,Graciosa,
Terceira,S.Miguel e Sta Maria).

A simbologia para as coordenadas UTM é:

N = para as coordenadas NORTE-SUL


E = para as coordenadas ESTE-OESTE
ETRS89 - European Terrestrial Reference System – ETRS89

O ETRS89 é um sistema global de referência recomendado pela EUREF (European


Reference Frame, subcomissão da IAG - Associação Internacional de Geodesia)

Este sistema deverá substituir completamente os anteriormente usados, que se


consideram obsoletos
Elipsóide de referência: GRS80 Semi-eixo maior: a = 6 378 137 m

Achatamento: f = 1 / 298,257 222 101

Projecção cartográfica: Transversa de Mercator

Latitude da origem das coordenadas rectangulares: 39º 40’ 05’’,73 N

Longitude da origem das coordenadas rectangulares: 08º 07’ 59’’,19 W

Falsa origem das coordenadas rectangulares:


Em M (distância à Meridiana): 0 m
Em P (distância à Perpendicular): 0 m

Coeficiente de redução de escala no meridiano central: 1,0


Coordenadas – Noções importantes a reter

Definir Implica a existência de 3 componentes Elipsóide, Projecção e Datum


Coordenadas Ex: UTM Portugal (Fuso29): Ex: ETRS89 Portugal:
Elipsóide : Hayford Elipsóide : GRS80
Projecção: Transversa de Mercator (Gauss-Kruger ) Projecção:Transversa de Mercator (Gauss-Kruger )
Datum: Potsdam (ED50) Datum: ETRS89

Converter Coo Consiste na alteração da representação de coordenadas cartesianas


rdenadas para geográficas e vice-versa (é sempre feita dentro do mesmo
datum)

Transformação d Implica sempre a mudança de Datum ( ex: Datum73 para Datum


e Coordenadas Lisboa) e tem sempre um erro associado que varia consoante o
método utilizado.

São realizadas através de funções matemáticas, usadas para mover


as coordenadas de um datum para outro.

Existem várias opções nos métodos de transformação de


coordenadas. Todos eles têm como objectivo principal manter a
precisão dos dados após a transformação. A mudança de datum
não aumenta NUNCA a precisão dos dados originais.
Tipos de Transformação mais utilizados
Molodenski – também conhecido pelo método dos 3 parâmetros é usado pela maioria dos aparelhos de GPS,
na transformação de coordenadas do WGS84 para projecções locais. Disponível em quase todos os softwares de
SIG.

O método de Molodenski é satisfatório quando as áreas são pequenas ou quando não for necessário garantir
uma grande precisão.

Parâmetros : Diferenças dos Elipsóides, Diferenças entre os Semi-Eixos maiores e Diferença dos Achatamentos

Tem uma precisão aproximada de 5 m.

Bursa-Wolf – Também conhecida como transformação de Helmert ou transformação dos sete


parâmetros. Disponível em quase todos os softwares de SIG.

Este método usa 3 parâmetros de translação, 3 de rotação e um de escala. Com um maior número de
parâmetros é possível garantir uma maior precisão final.

Tem uma precisão aproximada entre 1 a 2 m.

Transformação por Ajuste de Superfícies – Também conhecido como método de


transformação de grade (grid), ou método de interpolação baseado em grid. Existe apenas em alguns softwares
de SIG. Ex: Grelhas NTv2

É o método mais preciso para a transformação de datum. É matematicamente muito complexo.

Tem uma precisão aproximada de 0.1 m.

Baseia-se no uso de equações Polinomiais. Quanto maior o grau maior a precisão


• Definir sistemas de Coordenadas
Clicar com o botão direito do rato sobre o layer e
selecionar ‘Set layer SRC’
OU

Clicar no menu Camada e selecionar ‘Definir SRC de Camada’


• Transformar sistemas de Coordenadas
Clicar com o botão direito do rato sobre o layer e
selecionar ‘Salvar como’

Clicar em ‘Buscar’

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