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Direito Processual Penal Competência

Roteiro:
Conceito
Introdução
Competência Absoluta e Relativa
Como Estabelecer a Competência
- Razão da Matéria (Ratione Materiae)
- Razão da Pessoa (Ratione Personae)
- Razão do Lugar (Ratione Loci)
Competência pelo Domicílio ou Residência
- Razão da Distribuição
- Delegação
- Pelo Lugar da Infração (Teorias)
Conexão e Continência (Foro Prevalente)
- Concursal
Competência Por Distribuição
Caráter Residual
Juiz Prevento e exemplo
Juiz Competência e sua M Jurídica
Direito Processual Penal “Competência”

 Conceito
Competência é o critério que define os limites
jurisdicionais de cada órgão do poder judiciário. Bem
como, a atuação dos juízes e tribunais precisa ser
delimitada, nesse sentido, a jurisdição é delimitada por
critérios e esta delimitação é justamente a competência.
“A porção de capacidade jurisdicional que a
organização judiciária atribui a cada órgão
jurisdicional, a cada juiz” (Espínola Filho)."É a
delimitação do poder jurisdicional” (Capez)
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COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA

Na competência absoluta não se admite prorrogação, o


interesse é público. Existem 3 casos. em que será
considerada a competência do juízo como absoluta:
Competência funcional em que é uma espécie de
competência absoluta no qual é dividida em três tipos: por
fase processo, por objeto do juízo e por grau de jurisdição.
Além disso, A competência por prerrogativa de função é a
mais simples, está relacionada simplesmente com o cargo
público ocupado pelo infrator.
Direito Processual Penal “Competência”

A competência relativa admite prorrogação, o interesse


sobretudo é das partes, o próprio nome nos faz acreditar
que ela é mais tolerante, posto que admite prorrogação.
No entanto, embora a incompetência relativa possa
também ser argumentada pelas partes (assim como na
absoluta), tal arguição não poderá ocorrer a qualquer
tempo, caso a arguição da incompetência de um
determinado foro não seja realizado a tempo, ocorrerá a
prorrogação da competência do foro incompetente.
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Espécies de Competência
Relação da Matéria (Ratione Material).
Assim, importando conhecer se a causa será julgada pela jurisdição comum ou
especial.
. Jurisdição Comum
Justiça Federal ( art. 109 , IV, V, V-A, VI, IX e X da CF),
Justiça Estadual
. Jurisdição Especial
Justiça Eleitoral (art. 118 a 121 da CF)
Justiça Militar (art. 124 da CF)
Justiça do Trabalho (julga HC que envolva matéria da jurisdição do trabalho)
Competência residual: a competência da Justiça Estadual também
. Justiça Estadual: vem prevista na Constituição, mas de forma implícita. Assim, os
crimes que não forem da competência da Justiça comum Federal, da
Justiça especial Militar, Eleitoral, do Trabalho ou Politica serão
processados perante a Justiça comum Estadual.
. Justiça Politica:
Assembleias Legislativas: Julga o Governador no crimes de Responsabilidade.
Senado Federal: competência prevista no (art. 52. I e II da CF).
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Ratione Personae
. Quando é fixada a competência em função da matéria, passa-se a verificar
qual órgão jurisdicional estará incumbido do julgamento: Juiz, Tribunal, Tribunal
Superior. Através do principio da isonomia sabemos que a competência não é
fixada em razão da pessoa, mas em razão da função que é exercida, do cargo e se
fosse de outra maneira estaríamos ofendendo o principio Constitucional da
Isonomia
. Foro Privilegiado ou Foro por prerrogativa da função: Embora
se utiliza com muita frequência a expressão “foro privilegiado” Quem
irá
estamos na realidade diante de uma foro de prerrogativa de Julgar...
função que é bem diferente porque na realidade não se pode
advir desse foro nenhum beneficio.
. Quem estabelece o Foro Competência Federal
. STF: art. 102, I, “b”, “c”
. STJ: art. 105 , I, “a”
. TRF s : art. 108, I , “a”
Tempus regit actum os atos processuais executados antes da
diplomação serão considerados válidos, pois há que se entender
que, na época que foram realizados, a autoridade que os presidiu
tinha competência para tanto
Direito Processual Penal “Competência”

 A competência Ratione Loci e Competência Absoluta e Relativa?


 Pode um Crime Acontecer em um lugar e ser Julgado em outro?
 Verdade Real x Verdade Formal
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COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

No que tange a competência pelo domicílio do réu ou residência


quando não for possível definir o real domicílio do acusado, admite-
se onde for de fato a residência do mesmo, ou ainda o local onde este
se encontre. Nesse sentido, na esfera privada, o querelante pode
optar pelo foro que deseja que seja julgado o querelado, sendo no
domicílio do réu ou no local onde se consumou o crime. Assim, é uma
aplicação subsidiária em relação ao local da infração, se souber onde
ocorreu a infração, aplica-se a teoria do resultado, caso contrário, o
domicílio ou residência do réu.
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Conexão e Continência
Causas Modificadoras da Competência, por elas será possível modificar todas as
regras explicadas, altera-las ou negadas, causando modificações da
competência.
 Conexão: os crimes serão reunidos em julgamento simultâneo.

1. A conexão intersubjetiva divide-se em:


Ocasional ou por Simultaneidade: quando duas ou mais infrações forem
praticadas ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas.
Exemplo de conexão intersubjetiva: “numa pacífica manifestação de
protesto pela alta dos preços da cesta básica, promovida pela
associação das donas de casa na frente de um supermercado, a
situação começa a fugir do controle. Algumas senhoras, mais
exaltadas, incitam as demais a fazerem uma invasão (que, obviamente,
não era a intenção inicial do movimento). Eis que uma delas, mais
agressiva, joga uma pedra na porta do supermercado, dando início a
uma invasão”.
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Concursal ou por Concurso: quando duas ou mais infrações forem praticadas


por várias pessoas em concurso, ainda que em tempos ou lugares distintos.
 
Exemplo de Concursal ou por concurso:
“uma quadrilha que, para praticar um roubar um banco, furta dois veículos, em
dias diferentes, para, finalmente, cometer o roubo ao banco. Assim, temos duas ou
mais infrações, cometidas por várias pessoas em concurso. Todos os crimes e
pessoas serão reunidos no mesmo processo para julgamento simultâneo”.
 Intersubjetiva por reciprocidade: quando duas ou mais infrações forem
praticadas por várias pessoas, umas contra as outras.

Exemplo de Intersubjetiva por reciprocidade:


“briga entre torcidas de futebol na saída do estádio (vários crimes
de lesões corporais leves, algumas graves e até gravíssimas,
ameaças etc.) ou, ainda, entre diferentes gangs de jovens”.
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Continência: quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma


infração, haverá a reunião de todas no mesmo processo.
Inciso I do Art.77 do CPP: como regra geral, todos serão julgados no
respectivo tribunal competente para processar o detentor do cargo, ofício ou
função, ressalvada a competência do Tribunal do Júri nos casos anteriormente
explicados.
No inciso II do Art.77 do CPP: unidade delitiva por ficção normativa.
Ocorre quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes, constituindo o concurso formal.
Regras para Definição da Competência nos Casos de Conexão ou
Continência: crime continuado o critério definidor da competência será o da
prevenção

Crimes praticados é de competência da Justiça


Militar: crime militar será julgado na Justiça Militar Federal ou
Estadual (conforme o caso) e os demais crimes comuns, na
Justiça Comum.
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Crimes praticados é eleitoral: a Justiça Eleitoral prevalece sobre as demais


(salvo a militar, que cinde), atraindo tudo para a Justiça Eleitoral. Agentes com
prerrogativa de ser julgado por tribunal: a jurisdição de maior categoria dos
tribunais prevalece sobre os órgãos de primeiro grau. 
Crimes é de competência da Justiça Federal (art. 109 da Constituição):
Caso não seja de competência da Justiça Comum Federal (e já afastadas as
Especiais Militar e Eleitoral), estamos diante de um caso de competência da
Justiça Comum Estadual (caráter residual).
Crimes de competência do Tribunal do Júri: a competência constitucional
do Júri prevalece sobre os demais órgãos de primeiro grau (juiz ou juizado
especial). Assim, no conflito entre juízes e Tribunal do Júri, ganha sempre o
Tribunal do Júri, incidindo o art. 78, I, do CPP. Caso nenhum dos delitos seja de
competência do Tribunal do Júri, passemos então para o inciso I. 
Prepondera o lugar da infração mais grave; prevalece o lugar onde for
praticado o maior número de infrações; prevalecerá a competência do juiz
prevento.
 Por fim, Súmula n. 235 do STJ: “A conexão não determina a reunião
dos processos, se um deles já foi julgado”.
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 Competência por Distribuição;


 Competência por conexão;
 Competência por continência
 1- pluralidade de agente e unidade de infração
 2 - uma só conduta delituosa, mas pluralidade
de eventos típicos;
 Impossibilidade de Separação dos Processos
Direito Processual Penal “Competência”

 Competência por distribuição:


 Quando será atribuído por distribuição?
- Quando houver mais de um Juiz competente no foro
 Quando será impedido?
- Nos casos em que já tenha havido a distribuição do inquerido policial;
- Decretação de prisão preventiva;
- Conceção de fiança ou a determinação de alguma diligência;
 “Torna o Juiz Prevento para futura Ação Penal”.
 - Caráter Residual
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 Competência por Conexão:


 Quando duas ou mais infrações estão ligadas por um vínculos que
aconselha a reunião dos processos num mesmo Juízo.
 - Duplo efeito
 Espécies de conexão:
 Intersubjetiva:
 Conexão intersubjetiva por Simultaneidade:
 Conexão intersubjetiva por Concurso;
 Objetiva, lógica ou material:
 Conexão objetiva Teleológica:
 Conexão objetiva Consequencial:
 Instrumental ou Probatório:
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 Competência por continência: Quando um fato contém vários crimes.

 Concurso formal: o sujeito pratica uma única conduta, dando causa a dois ou mais resultados.
 Uma só conduta delituosa, mas com pluralidade de eventos típicos: ( Art. 70, 73 , 74-CP).

 Aberratio ictus: O agente, ao executar o crime, atinge pessoa diversa da pretendida ou, então, atinge a
quem pretendia e, também ,terceiro inocente.

 Aberratio delicti: O agente tenciona praticar um crime, mas, por erro na execução, acaba praticando outro
ou, então, realiza o crime pretendido e um outro.

 Pluralidade de agentes e unidades de Infrações.

 Impossibilidade de Separação dos Processos:


Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento,
 Exceções: salvo:
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum
co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
§ 2o A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu
foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
Direito Processual Penal “Competência”
Direito Processual Penal “Competência”
Direito Processual Penal “ Competência”
Competência

Competência é o critério
que define os limites
jurisdicionais de cada órgão
do Poder Judiciário.

A atuação dos juízes e


tribunais precisa ser
delimitada, ou seja, a
jurisdição é delimitada por
critérios e a esta delimitação
damos o nome de
competência.

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