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Resíduos elétricos: “Não há recolha, nem há fiscalização.

Quem sofre é o
ambiente” – Público - Nicolau Ferreira, 27 de março de 2023

Gestão Integrada de Resíduos

Ana Carolina Pereira, nº 31867 Turma LQ61N


Docente: Maria Teresa Santos
Dados da Eurostat sobre a quantidade de resíduos de equipamento elétricos e
eletrónicos (REEE) recolhidos em 2020 pelos Estados-membros da União Europeia
(UE) revelaram os maus resultados de Portugal.

O país tinha recolhido apenas 32,89% em relação à média dos três anos anteriores,
ficando muito abaixo da meta europeia de 65%.

Maus resultados da recolha de equipamento elétrico e eletrónico em fim de vida


preocupam associação ambientalista e entidades gestoras. Falta de fiscalização é
parte do problema.
O que mais preocupa os ambientalistas é a parte perigosa dos REEE para o ambiente e para
saúde.

O sistema de reciclagem garante que os resíduos sejam recolhidos em condições e que sejam
encaminhados para empresas que façam o tratamento bem feito.

Mesmo que o metal seja reciclado no mercado paralelo e não no oficial, ele acabará por ser
reciclado. Mas se os resíduos não forem bem tratados, então os contaminantes vão entrar no
ambiente. No caso das lâmpadas fluorescentes, o mercúrio pode contaminar solos e lençóis
freáticos. No caso dos gases de refrigeração dos frigoríficos, estes podem ir para a atmosfera
alimentando o efeito de estufa.
Um exemplo positivo era o tratamento e a reciclagem de lâmpadas
fluorescentes que a Ambicare Industrial realizava. No entanto, a
empresa já anunciou que vai deixar de realizar esta atividade por falta
de material.
Falta de fiscalização
• Já entrou em vigor a "obrigatoriedade de entrega de REEE de categorias
perigosas na rede da entidade gestora", de acordo com o Ministério do
Ambiente. E está em preparação um despacho para o “estabelecimento
de contrapartidas para os sistemas de gestão de resíduos urbanos e
distribuição diferenciada pela qualidade do resíduo”. Além disso, o
ministério defende uma aposta na informação e na comunicação, para
que os consumidores não retenham os equipamentos eletrónicos
velhos em casa.
Mas a questão do mercado paralelo é uma das maiores preocupações
tanto das entidades gestoras, como dos ambientalistas, que acusam as
autoridades de não estarem a fazer o suficiente.

Em 2021, uma operação lançada pelas entidades gestoras em parceria com


as comissões de coordenação e desenvolvimento regionais, o Serviço de
Proteção da Natureza e do Ambiente, a Polícia de Segurança Pública e a
APA, tentou avaliar a percentagem de REEE que iam parar ao mercado
paralelo. Para isso, instalou-se dispositivos de GPS em equipamentos como
frigoríficos e outros REEE, que foram colocados para reciclar pelos meios
disponibilizados aos cidadãos.

O resultado da experiência mostrou a dimensão do problema. “Cerca de


65% dos REEE recolhidos eram desviados para operadores ilegais, tendo
essa situação sido comunicada às autoridades ambientais”
A partir de 15.08.2018, o Decreto-Lei n.º 152-D/2017, de 11 de dezembro, é aplicável a todos os EEE (âmbito
aberto), com exceção dos que se encontram explicitamente excluídos pelo n.º 5 do artigo 2.º. A classificação dos
mesmos deverá acontecer numa das 6 categorias:

1.Equipamentos de regulação da temperatura;

2.Ecrãs, monitores e equipamentos com ecrãs de superfície superior a 100 cm2;

3.Lâmpadas;

4.Equipamentos de grandes dimensões (qualquer dimensão externa superior a 50 cm), com exceção dos
equipamentos das categorias 1, 2 e 3;

5.Equipamentos de pequenas dimensões (nenhuma dimensão externa superior a 50 cm), com exceção dos
equipamentos abrangidos pelas categorias 1, 2, 3 e 6;

6.Equipamentos informáticos e de telecomunicações de pequenas dimensões (nenhuma dimensão externa


superior a 50 cm).
• A legislação que regula o fluxo de REEE tem por base o princípio da responsabilidade alargada
do produtor, sendo atribuída ao produtor do EEE a responsabilidade pela gestão do resíduo
quando este atinge o final de vida, podendo esta ser assumida a título individual ou transferida
para um sistema integrado.

Entidades gestoras de sistemas coletivos de gestão de REEE:


• Eletrão - Despacho n.º 14354/2022, de 15 de dezembro
• ERP Portugal - Despacho n.º 14358/2022, de 15 de dezembro
• WEEECYCLE. - Despacho n.º 14349/2022, de 15 de dezembro
LEGISLAÇÃO REFERENTE A REEE

• Decreto-Lei n.º 152-D/2017, de 11 de dezembro


• Unifica o regime da gestão de fluxos específicos de resíduos sujeitos ao princípio
da responsabilidade alargada do produtor
• Resolução da Assembleia da República n.º 33/2021, de 18 de dezembro de 2020
• Recomenda ao Governo que garanta a recolha e o tratamento eficaz dos gases de
refrigeração das unidades de ar condicionado, frigoríficos e outros equipamentos
de frio
• Diretiva n.º 2012/19/UE, de 4 de julho
• Relativa aos resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE)
• Regulamento de Execução (UE) 2017/699 da Comissão, de 18 de abril de 2017
Resumindo…

Não há recolha eficiente nem fiscalização dos resíduos elétricos e eletrónicos e a


maior parte dos resíduos entra no mercado paralelo.

A Associações Ambientais imputam a culpa a 100% ao Ministério do Ambiente pela


falta de ação relativamente às irregularidades.

Há novas medidas em andamento. Já entrou em vigor a "obrigatoriedade de entrega


de REEE de categorias perigosas na rede da entidade gestora", de acordo com o
Ministério do Ambiente. E está em preparação um despacho para o “estabelecimento
de contrapartidas para os sistemas de gestão de resíduos urbanos e distribuição
diferenciada pela qualidade do resíduo”. Além disso, o ministério defende uma aposta
na informação e na comunicação, para que os consumidores não retenham os
equipamentos electrónicos velhos em casa.
Bibliografia
• Resíduos elétricos: “Não há recolha, nem há fiscalização. Quem sofre é o ambiente” –  Público -
Nicolau Ferreira, 27 de março de 2023

• Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos | Agência Portuguesa do Ambiente (apambient


e.pt)

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