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1902 - 1922

 Libertação dos Escravos (1888)


 Proclamação da República (1889)
 A seca no Nordeste
 Guerra de Canudos (1896 – 1897);
 Belle Époque / Era Dourada (1889 – 1931)
 Marginalização dos negros recém-libertados;
 Substituição da mão de obra escrava pela de imigrantes;
 Revolta da Vacina (1904)
 Crescimento industrial;
 Greves operárias em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo;
 Revolta da Chibata (1910)
 Primeira Guerra Mundial (1914-1918);
 Política do café com leite;
 O Pré-Modernismo deve ser situado nas duas décadas
iniciais do século XX, até 1922 quando foi realizada a
Semana de Arte Moderna.
 O movimento não corresponde a uma escola literária, mas a
um conjunto de escritores que em sintonia, como não
correspondiam a nenhuma das estéticas do final do século
XIX, apresentaram esta nova vertente estilística e temática
na literatura.
 Não possui um grande número de representantes, mas
conta com nomes de imenso valor para a literatura
brasileira que formaram a base dessa fase.
 Também é conhecido como período sincrético.
 Podemos encontrar as mais variadas tendências e estilos
literários, desde os poetas parnasianos e simbolistas, que
continuavam a produzir, até os escritores que começavam a
desenvolver um novo regionalismo, outros preocupados com
uma literatura política e outros, ainda, com propostas
realmente inovadoras.
 No geral, o Pré-Modernismo é uma
literatura de Crítica Social;
 Desmistifica o Romantismo e seu
Nacionalismo Ufanista;
 Mostra o Brasil real, com seus
Conflitos Político-Sociais;
 Ruptura com o passado;
 O Brasil não-oficial:
 Do sertão nordestino
 Do interior
 Dos subúrbios
 Principais temáticas:
 REGIONALISMO
 OS TIPOS HUMANOS MARGINALIZADOS:
• O sertanejo nordestino;
• O caipira;
• Os funcionários públicos;
• Os mulatos;
• Os imigrantes;
 LIGAÇÃO COM OS FATOS POLÍTICOS,
ECONÔMICOS E SOCIAIS.
 Preferência por assuntos históricos;
 Ruptura com o academicismo;
 Emprego de uma linguagem mais
simples e coloquial;
 Destaque à psicologia do brasileiro;
 Interesse pelos usos e costumes do
interior;
 Descrição e caracterização de
personagens típicos;
 Inconformismo diante da realidade
brasileira.
• Euclides Rodrigues da Cunha foi
um engenheiro, militar, físico, naturalista,
jornalista, geólogo, geógrafo, botânico, 
zoólogo, hidrógrafo,historiador, sociólogo,
professor, filósofo, poeta, romancista, 
ensaísta e escritor brasileiro.

• A obra de Euclides da Cunha – em especial Os Sertões –


representa uma extraordinária virada em nossa história cultural
na medida em que destrói toda a visão ufanista que marcava as
interpretações do interior brasileiro, realizadas anteriormente.
Antes de Euclides, e com raras exceções, assistíamos a uma
celebração convencional da vida rural, no caso, da vida sertaneja
– sempre pintada com cores favoráveis, mas não realistas.
 Euclides da Cunha trabalhou como
correspondente para o jornal O Estado
de S. Paulo e cobriu o conflito de
Canudos, o que resultou, em 1902, na
publicação de Os sertões.
 O livro é dividido em 3 partes:

A terra: descrição das características


do sertão nordestino;
O homem: perfil do sertanejo e
influência do meio sobre o homem;
A luta: os conflitos e destruição do
Arraial de Canudos;
 Até hoje, a crítica é incapaz de enquadrá-lo num
gênero literário.
 A obra narrativa mistura literatura, sociologia,
filosofia e história, geografia, geologia, antropologia,
por isso sua preciosidade e grandiosidade. 
 O autor era adepto do determinismo, teoria que
afirma ser o homem influenciado (determinado) pelo
meio, pela raça e pelo momento histórico.  

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte.”


 
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a
História, resistiu até o esgotamento completo.
Expugnado, palmo a palmo, na precisão integral do
termo, caiu no dia cinco, ao entardecer, quando
caíram os seus últimos defensores, que todos
morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois
homens feitos e uma criança, na frente dos quais
rugiam raivosamente cinco mil soldados.”
 Mestiço humilde, filho de uma antiga
escrava e um madeireiro português;
 Nasceu e morreu no Rio de Janeiro;
 Funcionário público e jornalista;
 Alcoólatra;
 Faleceu aos 41 anos de idade;
 Em sua obra, de temática social, privilegiou os pobres,
os boêmios e os arruinados.
 Foi severamente criticado por escritores contemporâneos
por seu estilo despojado e coloquial, que acabou
influenciando os escritores modernistas.
 Escrever tinha finalidade de criticar o mundo circundante
para despertar alternativas renovadoras dos costumes e de
práticas que, na sociedade, privilegiavam pessoas e grupos.
Para ele, o escritor tinha uma função social.
 Principais obras:

1909 1911 1922 1948


Conta a história do major Quaresma e sua luta ingênua e
inglória para salvar o Brasil. Nacionalista ao extremo,
alimenta-se apenas de comidas brasileiras e pesquisa usos e
costumes dos índios. É ridicularizado publicamente ao propor
a adoção do tupi guarani como língua oficial do país e acaba
internado durante um período no hospício. Torna-se agricultor,
mas com o início da Revolta da Armada, em 1893, decide
alistar-se entre os voluntários defensores do regime de
Floriano Peixoto. O governo sai vitorioso e o presidente inicia
uma violenta perseguição aos derrotados, que são
impiedosamente fuzilados. Indignado, Quaresma lhe escreve
uma carta, pedindo a interrupção do terrorismo de Estado. Em
resposta, é preso e condenado à morte por fuzilamento. Na
cadeia, antes de sua morte, ele finalmente percebe que a
pátria, pela qual tanto lutara, era uma ilusão e jamais existira.
Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome
da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté,
interior de São Paulo, no ano de 1882.
 Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro,
após receber herança deixada pelo avô.
 Publicou seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que,
posteriormente, reuniu uma série deles no livro Urupês, obra prima deste
famoso escritor.
 Implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
 Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se
dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e
fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura
infantil no Brasil.
 Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras
literárias, tais como: O Choque das Raças, Urupês, Barca de Gleyre e O
Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo,
posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo, no Brasil,
apenas por empresas brasileiras.
 Extraordinário contador de histórias e de casos interessantes.
 Um tanto preso a modelos realistas.
 Criticava alguns hábitos do Brasil, como a cópia de modelos estrangeiros, a
submissão das massas eleitorais e a servidão ao capitalismo internacional.
 Aproximou o texto literário da fala coloquial.
 Denunciava a realidade.
 Contava histórias regionais, mostrando os problemas do interior do Vale do
Paraíba.
 Tons satíricos, sentimentais, irônicos e patéticos em que mostra os costumes,
sua gente e sua decadência, após o período áureo da economia cafeeira.
 No conto Urupês, Lobato faz a caricatura do caboclo vagabundo e indolente,
Jeca Tatu, que representa o homem típico das regiões interioranas brasileiras.
É o caipira que, marginalizado social e historicamente, não tem direito à
educação; é subnutrido e sujeito a todo tipo de doenças. Denuncia também o
infortúnio de outro marginal brasileiro: o negro e a situação que este enfrenta
após a abolição. Na sua prosa, onde já se anuncia o modernismo pelo estilo
oral e uso de expressões típicas da fala sertaneja, nota-se a preocupação do
autor em incorporar diferentes níveis de linguagem à literatura.
1943 1919

1926 1931

1918
 É conhecido como um dos poetas mais
críticos do seu tempo, e até hoje sua obra é
admirada tanto por leigos como por críticos
literários.
 Ainda adolescente, o poeta publicava poesias para o jornal “O
Comércio”, as quais causavam muita polêmica, por causa dos
poemas era tido como louco para alguns e era elogiado por outros.
Na Paraíba, foi chamado de “Doutor Tristeza” por causa de suas
temáticas poéticas.
 Augusto dos Anjos vivenciou a época do parnasianismo e
simbolismo e das influências destas escolas literárias através de
seus escritores, como: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Cruz e
Souza, Graça Aranha, dentre outros.
 O único livro do escritor, intitulado “Eu”, trouxe inovação no modo
de escrever, com idéias modernas, termos científicos e temáticas
influenciadas por sua multiplicidade intelectual. 
 Pela divergência dos assuntos tratados pelo autor em
seus poemas em relação aos dos autores da época,
Augusto dos Anjos se encaixa na fase de transição
para o Modernismo, chamada de Pré-modernismo.

 CARACTERÍSTICAS DA POESIA:
 Profunda obsessão pela morte;
 Pessimismo / Desânimo
 Interesse pela decomposição do corpo e do papel do
verme nesta questão;
 Negação da vida material;
 Visão trágica da existência;
 Poesia objetiva;
 Vocabulário científico;
 Usando de forma inusitada palavras estranhas até
então consideradas “inadequadas” para a construção
da grande poesia;
Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável


Enterro de sua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!


O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!


O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se alguém causa inda pena a tua chaga,


Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,


Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme – este operário das ruínas –


Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,


E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
(Enem 2014) A poesia de  Augusto dos Anjos revela aspectos de uma
literatura de  transição designada como pré-modernista. Com relação
à poética e  à abordagem temática presentes no soneto, identificam-
se  marcas dessa literatura de  transição,  como

a) a forma do  soneto,  os  versos  metrificados, a  presença de  rimas, o


vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos
estéticos vigentes no Modernismo.
b) o  empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta
em  metáforas como “Monstro de  escuridão e rutilância” e “Influência
má  dos  signos do zodíaco”.
c) a seleção lexical emprestada do cientificismo, como se  lê
em  “carbono amoníaco”, “epigênesis da infância”, “frialdade
inorgânica”, que restitui a visão
naturalista do homem.
d) a manutenção de elementos  formais vinculados à  estética
do  Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação  na
expressividade poética e o desconcerto existencial.
e) a ênfase no  processo de  construção de  uma poesia descritiva e ao
mesmo  tempo filosófica, que incorpora  valores  morais e científicos
mais tarde renovados pelos modernistas.

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