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INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

DEFINIÇÃO

A estria se forma quando a pele é excessivamente estirada,


ocorrendo a ruptura das fibras de colágeno e elastina, responsáveis
pela elasticidade, que estão localizadas na derme que ocorrem por
sua distensão exagerada. Ela se rompe e suas bordas, ao
cicatrizarem, formam uma linha deprimida na superfície da pele.

Está associada a diversos fatores: mecânicos, hormonais e


genéticos.

ATROFIA TEGUMENTAR ADQUIRIDA.


Hipotrofia da pele (efeito tardio)
CARACTERÍSTICAS

- Surgem em oposição às linhas de tensão da pele.


- A princípio avermelhadas e posteriormente esbranquiçadas e abrilhantadas
(nacaradas);
- Dispõem-se paralelas umas às outras e perpendiculares às linhas de fenda da pele
(desequilíbrio elástico);
- Caráter bilateral ( tendência a distribuir-se simetricamente em ambos os lados);
- Pregueamento da pele, rarefação de pelos e diminuição da elasticidade.

LESÕES RECENTES
- Não há alteração histológica do tecido (bom prognóstico)

LESÕES ANTIGAS
- Hipotrofia: diminuição celular (melanócitos / queratinócitos)
- A camada granulosa pode desaparecer
- Fibroblasto torna-se arredondado e menor (diminuição da capacidade de
produção)
- Colágeno pouco desenvolvido ou fragmentado.
INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

ETIOLOGIA

Várias são as causas de seu aparecimento: crescimento na


puberdade, aumento de peso, gestação, o uso crônico de
medicamentos a base de corticosteróide, tanto tópico como
via oral.
INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

MECÂNICA

* Relacionada ao estiramento da pele por deposição de gordura no


tecido adiposo e consequente dano às fibras elásticas e colágenas da pele
ou por crescimento;
* Gestantes (crescimento abdominal), utilização de cortisona (deposição
súbita de gordura), estirão de crescimento da adolescência.
* Estirão do crescimento

ENDOCRINOLÓGICA

* Relação causal entre esteróides tópicos ou sistêmicos, utilizados no


tratamento de algumas patologias e tb em adolescentes.
* No entanto, o surgimento das estrias não estão relacionados ao
depósito de gordura e estiramento da pele, mas sim às alterações hormonais.
INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

LOCALIZAÇÃO

- Região glútea, quadril, lombar, abdominal, parte interna do braço e


seios.

CARACTERIZAÇÃO QUANTO AO ASPECTO


- Rosadas ou avermelhadas: são estrias formadas recentemente, apresentando
essa coloração devido ao rompimento dos vasos sanguíneos da região.
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- Nacaradas: são estrias antigas, nas quais já ocorreu a formação de


fibrose e hipotrofia tecidual. Nessa fase elas são esbranquiçadas.

-Atróficas: apresentam-se deprimidas em relação a superfície da pele.


INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

Alterações encontradas:

- Atrofia celular (epiderme, derme)


- Flacidez tissular

Objetivos terapêuticos

- Estimular a reorganização tecidual 9aumento produção colágeno e


elastina)
- Tonicidade tissular
- Favorecer a redução da estria (/ espessura)
INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

1. CARBOXITERAPIA (FASE AGUDA E CRÔNICA)

 Estimulação da Neocolagênese.

 Estudos Histológicos com carboxiterapia ficou comprovado:

Aumento da
Aumento do Colágeno
Espessura da derme
Aplicação de CO 2
O QUE É CARBOXITERAPIA?

Técnica utilizada para disfunções dermatológicas


e estéticas.
 Caracteriza-se pelo uso terapêutico  gás carbônico medicinal 
99,9% de pureza  administrada de forma subcutânea

Objetivo: Vasodilatação periférica, Melhora da oxigenação


tecidual
EQUIPAMENTO
 Próprio para carboxiterapia

Fluxo (Vel. Da entrada de gás em ml/min.)

Volume (qtde de gás injetado em ml)

Controlados e ajustados de acordo com a


terapêutica
EQUIPAMENTO
 O aparelho liga-se a um cilindro de aço  700g até 33kg
por meio de um regulador de pressão

e é injetado  equipo (sonda) com uma agulha pequena


(agulha insulina)
através da pele do paciente
EFEITOS FISIOLÓGICOS

Provocada a lesão  proc. Inflamatório


objetivando  cicatrizar  reconstituir  tec.
Lesado.

Proc. de reparação angiogênese e


fibrinogênese
EFEITOS FISIOLÓGICOS

 EFEITO BOHR

 Quanto + Gás carbônico é disponibilizado no tecido, +


hemoglobinas carreadas com oxigênio vão chegar via
circulação sanguínea.

 Pelo fato de a hemoglobina ter maior afinidade com a


molécula de CO² ocorre liberação da mol. de O² p/
tecidos e captação da molécula de CO²  será
transportada e eliminada pela expiração.
EFEITOS FISIOLÓGICOS

 EFEITO BOHR

Haverá um desprendimento  O² ligado a


hemoglobina e concentração de O² nos
tecidos.

A presença de níveis CO² e íons de H+


potencializam as reações químicas que ocorrem
dentro dos eritrócitos e, consequentemente, o
aporte de O² tecidual.
EFEITOS FISIOLÓGICOS
 Ação Bioquímica

 O CO² é um potente vasodilatador, ocasionando do


fluxo sanguíneo no local de aplicação

 Conc. CO² na pele  organismo entende que está


faltando O²(hipóxia)  dilatação das arteríolas 
ocorre a chegada de hemoglobina oxigenada no local
tratado.  Como a hemoglobina tem maior afinidade
com o CO² (efeito Bohr)  ocorre da oxigenação em
56% (hiperóxia) na região do tto .
EFEITOS FISIOLÓGICOS

 Ação no tecido conjuntivo

Vai existir o trauma provocado pela agulha e o


trauma provocado pelo gás  proc. Inflamatório 
proliferação de fibroblastos  síntese de colágeno,
elastina e vasos sanguíneos.

Nota-se  reestruturação do tec. Conjuntivo de


forma mais pronunciada e rápida por causa da
infusão subcutânea do CO² e aumento e melhora da
distribuição do colágeno.
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
TÉCNICA DE APLICAÇÃO
 Planos de Aplicação

 Plano mesoepidérmico ou dérmico superficial  agulha a


45°  é produzido um eritema intenso para a remodelação
do colágeno e reestruturação das estrias  promove
nutrição e oxigenação no tecido  vasodilatação 
hiperemia mais forte.
 Plano dérmico ou de deslocamento  agulha a 25°  nessa
camada  formação de novo colágeno, resposta do eritema
não é tão acentuada.
 Plano hipodérmico ou subcutâneo  agulha 45° 
introduzida diretamente na camada adiposa  objetivo é a
lipolise e desfibrosagem profunda.
PARÂMETROS
 Fluxo de gás

Variam de 20ml/min a 150 ml/min

Volume total injetado em torno de 600 ml a 1 litro,


podendo atingir 3,000 ml  grandes depósitos de
gordura.
CONTRA-INDICAÇÕES

Infarto agudo do miocárdio


Angina instável
Insuficiência cardíaca
Epilepsia
Gravidez
Distúrbios psiquiátricos
História de atopia: asma brônquica; rinite alérgica;
dermatite atópica; conjuntivite).
Acometimento imunológico
CONTRA-INDICAÇÕES

Lúpus
Doenças infecciosas, bacterianas, virais
Acne inflamatória (no local da aplicação)
Herpes simples e zoster
Neoplasia local.
INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

2. CORRENTE MICROGALVÂNICA

- Utiliza corrente de intensidade baixa (microamperagem)

Funcionamento:

- Utiliza 2 eletrodos:
* Um passivo em forma de placa (+);
* Um ativo que consiste de uma agulha sustentada por uma caneta
(-);
* Método invasivo, superficial.
INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

Ação:

- O estímulo físico da agulha e corrente desencadeiam inflamação aguda


localizada;
- Ocorre hiperemia e edema devido a liberação de substância
vasodilatadoras;
- O local é preenchido por exsudato inflamatório: leucócitos, proteínas e
fibrina;
- Células epidérmicas penetram no interior das fendas formadas pela
agulha;
- Pode ocorrer sangramento nas futuras aplicações;
- Processo inflamatório resolve-se em 4 a 7 dias;
- Reação inflamatório: cicatrização com alteração na estrutura dos
fibroblastos recuperação da estria.
INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

Precauções:

- Higienizar a pele ou esfoliá-la para diminuir a resitência a corrente;

- Cada paciente deve ter a sua agulha;

- Penetração da agulha deve ser paralela a estria;

- Cuidado com tendência a quelóides;

- Pode-se realizar dermoabrasão anteriormente;

- Não utilizar em estrias vermelhas recentes;

- Para alívio da dor pode-se utilizar anestésico local ou TENS.


INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

Peelings

1. Ácido glicólico

- Remove as camadas superficiais da pele, tornando a estria mais lisa.


- Estimula a produção de colágeno, melhorando a capacidade de renovação dos tecidos,
a qualidade da pele e a espessura da estria.
- Pode ser direcionado para as estrias recentes (aquelas de coloração avermelhada),
proporcionando neste caso melhora muito significativa das regiões afetadas; e também
para as estrias mais antigas (de coloração esbranquiçada).

Procedimento

O tratamento começa com a aplicação de uma solução pré-peeling para deixar a pele
mais vulnerável, possibilitando maior penetração do ácido nas regiões afetadas. Este
ácido é aplicado após a solução em uma concentração de 70%, por um período que varia
de 10 a 25 minutos em contato com a pele ( 8 a 12 aplicações a cada 5 ou 7 dias).
INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

2. Peeling de Cristal

O tratamento utiliza cristais de hidróxido de alumínio para fazer


uma microdermoabrasão da pele.

A reação abrasiva elimina a barreira externa da pele,


aumentando a penetração e potencializando a ação das substâncias
de uso tópico.

O Peeling de Cristal ainda pode estimular a ativação da tonicidade


local, devido a sua ação mecânica, aumento da vascularização e
renovação celular (epidérmica e dérmica).
Peeling de Cristal - Microdermoabrasão

 Equipamento

 Aplicação direta sobre a pele  equipamento mecânico;

Pressão + Pressão -

Simultâneas

Microgrânulos de óxido de alumínio

(BORGES, 2010)
Microdermoabrasão

 Equipamento (outro tipo)

 Composto por uma manopla c/ ponteiras diamantadas de


granulometrias  Peeling de Diamante;


Só há pressão – (ajustável);

Pele suavemente sugada pela manopla

 Lixamento  movimentos executados pelo terapeuta, mantendo


sempre contato da manopla c/ a pele.

(BORGES, 2010)
Microdermoabrasão

 Equipamento (outro tipo)

 Ponteira da cânula
 Direciona os microcristais jateados da manopla do aparelho;
 Faz contato terminal c/ a epiderme;
 Deve ser descartável;
 É de plástico.

(BORGES, 2010)
Microdermoabrasão

 Efeitos

 Mitose celular fisiológica (adulto)  4 semanas;

Peeling Renovação epitelial + acelerada

Evita o excesso do depósito de


cél. córneas

Possibilita mais hidratação

Atenuando marcas e sequelas

(BORGES, 2010)
Microdermoabrasão

 Técnica de Aplicação

 Ajustar o botão de pressão + do equipamento:


 > ou < saída dos microgrânulos de óxido de alumínio;
 Sensibilidade cutânea e tipo de pele;

 Estirar a pele  Facilitar o movimento de varredura;


 Quantidade de movimento da cânula sobre a mesma
região:
 Tipo de abrasão.
 Deve ser preciso e uniforme.
 Velocidade / lentidão.
(BORGES, 2010)
Microdermoabrasão

 Técnica de Aplicação

 Limpar o excesso dos microcristais c/ gaze;


 Promover varredura no sentido das linhas de Langer;
 Na face:
 Cabeceira reclinada;
 Olhos fechados;
 Compressa de gaze c/ soro fisiológico.

(BORGES, 2010)
Microdermoabrasão

 Indicações

 Pré-cirúrgico estético;
 Pré-TTO de revitalização;
 Rugas finas;
 Peles lipídicas;
 Discromias difusas e circunscritas,
hipercrômicas e hipocrômicas e
fotoenvelhecimento;
 Seqüelas de acne;
 Queloides, cicatrizes hipertróficas e hipotróficas;
(BORGES, 2010)
Microdermoabrasão

 Contra-Indicações

 Lesões tegumentares acompanhadas de processo inflamatório;

 Precauções

 Evitar exposição solar 48h antes e após;


 Controle c/ uso de cosméticos à base de ácidos;
 Excesso na erosão;
 Fragilidade capilar;
 Sensibilidades ou alergias.
(BORGES, 2010)
3. Peeling de Diamante

O procedimento é feito com uma caneta com ponta de lixa


diamantada que desliza sobre a pele promovendo uma esfoliação.

O principal objetivo desse peeling é refazer a superfície da


pele.

A abrasão e esfoliação são controladas e estimulam a formação


de colágeno.

É um peeling leve que romove uma parte da epiderme.

Resultados: O tratamento age de maneira suave e progressiva com


bons resultados em estrias quando associado a outros recursos, tais
como ácidos, radiofreqência.
Peeling de Diamante

Processo de esfoliação por meio de uma ponteira diamantada


conectada a um micro aspirador, com a pressão negativa
aliada ao movimento deslizante do aplicador sobre a pele.

É realizado por meio de uma manopla em forma de caneta


com ponteiras diamantadas de granulometrias diferentes que
promovem um “lixamento” suave da pele. 
PEELING DE DIAMANTE

Tipos de ponteiras de diamante:

- 75 microns (ponteira de maior diâmetro); 

- 100 microns (ponteira intermediária);

- 150 microns (ponteira de menor diâmetro).

**As ponteiras de 100 e 150 microns são mais delicadas,


para uma esfoliação mais superficial.
A ponteira de 75 microns realiza uma esfoliação mais
profunda.
PEELING DE DIAMANTE

A pressão negativa pode ser ajustada.

A pele é suavemente sugada pela manopla e o ” lixamento” é


efetuado pelo profissional por meio do contato da manopla com
a pele.
PEELING DE DIAMANTE

Procedimento

-Fazer a assepsia do local;

-Proteger os olhos com algodão umedecido e os ouvidos


com touca;

- Durante a aplicação, manter a pele bem esticada para


que a caneta deslize facilmente;

-O movimento deslizante poderá ser feito na horizontal,


vertical e pontuais;

- Após aplicação, usar no local loção tônica sem álcool;

- Aplicar loção calmante ou compressa gelada;


PEELING DE DIAMANTE

Procedimentos pré-microdermoabrasão 
-Uma semana antes, interromper a aplicação de cremes que
contenham ácidos na formulação; 

-Pode ser associado a limpeza de pele profunda (nos casos de


peles sensíveis não realizar no mesmo dia); 

-No dia da microdermoabrasão, não utilizar técnicas invasivas


ou irritantes como a corrente galvânica. 
PEELING DE DIAMANTE
Procedimentos pós-microdermoabrasão 

-Indicar o uso de filtro solar com fator mínimo FPS 30; 

- Orientar ao cliente para que evite exposição solar 48 horas antes e


após cada sessão; 

-Orientar ao cliente para que não retire as crostas, para evitar


cicatrizes; 

- Orientar ao cliente para que não use esfoliantes; 

- Até dez dias depois do tratamento, não depilar a região tratada, nem
com cera nem a laser; 

- Não usar ácidos por 10 dias; 


PEELING DE DIAMANTE

INDICAÇÕES

Fotorejuvenescimento (prevenção e tratamento)


Cicatrizes de acne
Melasma (coadjuvante)
Rugas finas e médias
Milium
Comedões Pele seborréicas
Cicatrizes superficiais
Pré-tratamento de laser e peeling
Preparo para aplicações de princípios ativos.
Estrias finas ou largas;
Cicatrizes de queimaduras;
PEELING DE DIAMANTE

CONTRA-INDICAÇÕES

· Peles negras (provoca manchas);


· Fragilidade capilar;
· Hemangiomas;
· Sensibilidades ou alergias;
RADIOFREQUÊNCIA
INTERVENÇÃO DERMATOFUNCIONAL: ESTRIAS

PREVENÇÃO DE ESTRIAS

- Uso de bloqueadores solares. O nosso organismo produz substâncias químicas


que estimulam os genes a formar enzimas que destroem as fibras elásticas e de
colágeno.

- Evitar as oscilações bruscas de peso.

-Evitar o uso de roupas apertadas e fumar

- Praticar atividades físicas com moderação.

- Ingerir alimentos ricos em vitaminas C - importante na produção de colágeno e na


melhora da circulação sanguínea (fontes: acerola, caju, amora, laranja, abacaxi,
caju, kiwi, morango e tomate).

-Hidratação: água / utilização de hidratantes: Um tecido bem lubrificado não estria


com tanta facilidade, suporta melhor as oscilações de peso e crescimento.

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